Aquecendo a Vida

Aquecendo  a Vida

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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

O SIGNIFICADO DO NATAL

“Amai-vos uns aos outros” (Jesus)



O Natal nos faz muito bem! É a época em que todos se confraternizam.
A grandeza deste momento, entretanto não se deve refletir em coisas, não se deve resumir aos símbolos da ocasião, como o pinheirinho, os enfeites, as velas, as estrelas... Assim como não se deve resumir a troca de cartões de Boas Festas, de presentes... Bem como ao preparo de uma ceia mais farta...
O significado do Natal só pode ser mensurado pelo que reflete o coração de cada um, em alegria e satisfação por conhecer e praticar os ensinamentos do Sublime Aniversariante – o Mestre da Luz e da Paz.
Jesus realmente é o Modelo e o Guia da Humanidade, visto que sem a força das armas vem conquistando povos e culturas por mais de dois mil anos. Sua obra é fascinante! Vale a pena conhecê-la e praticá-la!
Com base nela, o significado do Natal tem a dimensão das conseqüências que ele pode produzir todos os dias, na nossa maneira de pensar, de falar e de agir... Não significa, pois, que se deve restringir a uma única data, mas, a todos os dias de todos os anos de nossa vida.
Chico Xavier nos alertou com muita propriedade que “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”.
Por isso, o Natal deve ser um momento de reflexão bem mais amplo, que ultrapassa o presente: que reveja o passado e possa intuir sobre o futuro. Um momento, então, de recomeço, de compromissos com os dias que virão, onde prevaleça a tolerância, a compreensão, a esperança e a caridade. Um momento, enfim, de reflexão sobre os avisos do Aniversariante: “Fora da Caridade não há salvação”; “Muitos são chamados e poucos os escolhidos”...
E, pensando nesta data, fui buscar no livro Antologia Mediúnica do Natal, de Francisca Clotilde / Chico Xavier, a poesia, intitulada “Conto de Natal”, que transcrevo, a seguir, em prosa:
A noite é quase gelada... Contudo Mariazinha é a menina de outras noites, que treme, que tosse e caminha...
Guizos soam ao longe e por perto... É Natal de paz e amor. Há muitas vozes cantando: “Louvado seja o Senhor!”.
A rua parece nova qual jardim que floresceu. Cada vitrine enfeitada repete: “Jesus nasceu!”.
Mariazinha é uma triste menina descalça, de vestido roto, que lá vai sozinha, sem mãe, que a beije, e sem pai.
Aqui e ali, pede pão... Está faminta e doente. “Sua vadia, saia depressa!”.  É o grito de muita gente.
Outros dizem: “Menina ladra!”; “Fuja daqui, pata feia!”; “Toda criança perdida deve dormir na cadeia”.
Mariazinha tem fome e chora, sentindo em torno o vento que traz o aroma do pão aquecido ao forno. Abatida, fatigada, depois de percurso enorme, estira-se na calçada... Tenta o sono, mas não dorme.
Nisso, um moço calmo, belo surge e lhe fala doce e brando:
− Mariazinha, você está dormindo ou pensando?
A pequenina, erguendo os bracinhos nus, responde:
− Hoje é Dia de Natal e eu estou pensando em JESUS.
− Não recorda mais alguém?
E ela chorando diz:
− Eu penso também com saudade em minha mãe que morreu...
− Se JESUS aparecesse, agora, que é que você queria?
A pobre menina sorriu contente, e respondeu:
− Queria que ele me desse um bolo da padaria... Depois de comer, então, queria um par de sapatos e uma blusa grande e quente... Depois queria uma casa, assim como todos têm... E depois de tudo eu queria uma boneca também...
− Que assim seja Mariazinha! Você hoje terá tudo aquilo que deseja.
− Mas, o senhor quem é mesmo?
E ele, olhos em luz, afirma:
− Sou seu amigo de sempre! Minha filha, eu sou JESUS!...
Então, Mariazinha, encantada, tonta de imensa alegria, pôs a cabeça cansada nos braços que ele estendia... E dormiu, vendo-se outra, em santo deslumbramento, aconchegada a JESUS na glória do firmamento.

No outro dia, muito cedo, quando o lojista abre a porta, um corpo caiu de leve... A menina estava morta!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

NOSSO LADO INOCENTE

“Nada posso fazer: parece que há em mim um lado infantil que não cresce jamais”
(Clarice Lispector)



Não importa a idade, todos têm uma criança dentro de si. E a aproximação do Natal faz renascer em nós esse lado infantil – nosso lado Inocente!
E “A inocência não se envergonha de nada”, disse Jean-Jacques Rousseau.
Lembrei-me então de uma pequena história, de autor desconhecido, intitulada “A Cor da Pureza”, cujo texto, a seguir, é um bom exemplo disso.
Em razão das drogas, um bebezinho negro foi abandonado por sua mãe em uma caixa de papelão que estava em um lixão próximo à sua casa.
O bebezinho passou toda a noite chorando de frio, fome e pelas picadas dos insetos. Na manhã seguinte, o caminhão do lixo chegou e enquanto um coletor carregava o lixo até o caminhão, o outro apertava o botão que prensava todo aquele lixo.
Enquanto conversavam, o coletor de lixo pegou aquela caixa de papelão e colocou no caminhão... De repente, um grito: “Pare! Desligue a prensa! Eu ouvi um choro de bebê...”.
A partir deste instante, o bebê foi levado ao hospital e foi muito bem tratado. Havia neste hospital uma Assistente Social branca, que se apaixonou por aquele bebezinho negro tão sofrido e desamparado. E, tempos depois, ela conseguiu adotá-lo, embora já tivesse uma filha de cinco anos de idade.
O tempo passou... Passou... E aquele bebezinho completou cinco anos.
Num certo dia, ele estava brincando com sua irmã que já havia completado 10 anos de idade, quando, num certo momento, ela pegou nas mãos dele... Olhou... Olhou... E depois, olhou para a sua mão... Olhou... Olhou... E, depois, colocou a mão dele sobre a mão dela e perguntou ao menininho:
− Você ta vendo a sua mão em cima da minha?
− To sim! − respondeu ele.
− Qual a diferença entre elas? − perguntou ela.
O menino olhou pra ela, deu um sorriso e disse:
− Ah, essa pergunta é fácil responder: minha mão é menor!
A irmã sorriu e deu um beijo nele!
Você, que imaginou a resposta antes de ler, compreendeu a MORAL DA HISTÓRIA? Admirai então, na criança, a sabedoria da Providência!
Pois, a infância é um tempo de repouso da alma – enquanto aguarda que a idade amadureça sua razão. E, nesse período, ela é mais acessível às impressões que recebe e que podem ajudá-la em seu adiantamento.
Não conhecemos o mistério que as crianças escondem em sua inocência. Não sabemos o que elas são, o que foram, nem o que serão. De onde vem a doce afeição que até mesmo os estranhos têm por ela?
Vêm da Providência divina! Que dá a nós, quando crianças, todas as aparências de inocência. Inocência que é a imagem do que devemos ser!
Inocência que contempla a pureza de coração, inseparável da simplicidade e da humildade, que exclui todo pensamento egoísta e orgulhoso. Pois, é esse padrão de verdadeira pureza que devemos buscar na evolução rumo à perfeição. É o nosso Cartão de Crédito ao Reino dos Céus!
Talvez, por isso, que Jesus tenha tomado a criança como símbolo da pureza quando disse: “Deixai vir a mim as criançinhas, não as impeçais; pois o reino dos Céus é para aqueles que se lhes assemelham” (MT 19, 14).
Diante da imagem da inocência e da candura, Jesus não diz de uma maneira categórica e absoluta que o reino de Deus é para as crianças, mas sim para aqueles que a elas se assemelham (que são puros de coração).
Mas não é somente por isso que Deus deu às crianças esse aspecto de inocência; é, também, e principalmente, pelos pais, cujo amor é necessário à fragilidade dos filhos pequenos. Estes sendo bons e dóceis, os pais lhes dão toda a sua afeição, envolvendo-os com os mais delicados cuidados.

A fragilidade da tenra idade torna as crianças flexíveis, maleáveis e acessíveis aos conselhos da experiência daqueles que devem fazê-las progredir. É quando se pode corrigir seu caráter e reprimir suas más tendências. Este é o dever que Deus confiou aos pais, missão sagrada pela qual terão de responder.

domingo, 14 de dezembro de 2014

A PARÁBOLA DE TIM

“Abrirei em Parábolas a minha boca e publicarei coisas ocultas desde a criação do mundo” (Mateus, 13: 35).



Parábola é a narração de uma história alegórica, ou seja, sob forma figurada, na qual o conjunto de seus elementos evoca, por comparação, outra realidade de ordem superior.
A parábola significa uma coisa nas palavras e outra coisa no sentido. É como uma ficção, porque representa uma coisa para dar a idéia de outra. Sua finalidade é transmitir verdades indispensáveis de serem compreendidas.
Quando exposta com um fim moral, a parábola auxilia na compreensão da realidade do mundo em que vivemos. Podemos então tirar muitas verdades dela e aplicá-las em nossas vidas – de acordo com o nosso entendimento.
A parábola não altera os fatos da nossa vida, mas nos ajuda a olhá-los de outra maneira. E ao revê-la acabamos descobrindo novos significados importantes para a nossa vida. Isso faz a gente ir se transformando e se espiritualizando.
Jesus entendia a forma de pensar das pessoas e sabia que a parábola tem um significado diverso dependendo da evolução das pessoas. Pois, as pessoas são diferentes uma das outras e têm, portanto, interpretações distintas da realidade.
Jesus falava então por parábolas porque sabia:
1°. Que aos seus adeptos é dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus, pois vêem e ouvem o sentido espiritual que permanece para sempre, não se prendendo à figura ou à palavra sonora, que se extingue e desvanece.
2°. Que aos demais – que só vêem a figura alegórica que lhes é mostrada –, ao contrário, não é dado o saber espiritual, por ainda não o entenderem. Assim como quem que não quebra a noz e só lhe vê a casca!
Preocupado em ajudar as pessoas a entenderem a vida, e, propositadamente, para cumprir as profecias, foi que Jesus deixou seus ensinamentos em forma de Parábolas Evangélicas – verdadeiras pérolas de sabedoria. Ele sabia que assim seus ensinamentos não seriam em vão, pois permaneceriam sempre atualizados, através dos séculos.
E a tal Parábola de Tim?
Então, vamos lá! Encontra-se no livro de Mark W. Baker “Jesus, o maior psicólogo que já existiu”.
Veja como Tim, alegoricamente, ensinou a Mark uma verdade essencial: o sofrimento nos causa dor, mas também nos faz crescer.

Tim é um geólogo que passa a maior parte do tempo ao ar livre. É um homem humilde que costuma falar pouco. Mas quando fala diz coisas muito proveitosas.
Mark estava sentado na cozinha da casa de Tim, com um ar deprimido e se sentindo sem esperanças, quando ele lhe disse:
– Sabe Mark, recentemente, quando eu estava fazendo uma pesquisa geológica, notei uma coisa interessante a respeito da maneira como o mundo é feito. Nossa equipe escalou a montanha mais alta da região e a vista nos deixou emocionados. As experiências no alto das montanhas são magníficas! No entanto, nessa altitude as árvores não conseguem sobreviver. No topo da montanha nada cresce, mas quando olhamos para baixo notamos uma coisa interessante: todo crescimento está nos vales.

Pense nisso!
E descubra a resposta pelo menos para uma das perguntas mais intrigantes, que todo ser humano faz neste mundo: por que estou vivendo aqui na Terra?



sábado, 6 de dezembro de 2014

DESATANDO AS AMARRAS

“É preciso desatar os nós antes que eles nos sufoquem” (Luciete Valente)



Banzé e Peteleco, vira-latas danados, sempre escapavam da carrocinha. Porém, eram inimigos; pois, quando se encontravam era um “Deus nos acuda!”. Latidos... Uivos... Mordidas... Dentadas... Até que um se rendia.
Agosto, mês de cachorro louco e de complicações. Foi nessa época, que foram surpreendidos e levados ao abrigo municipal, amarrados um ao outro por cordas, com uma forte laçada nas pontas.
Constantemente se pegavam até um tirar sangue do outro. Era mordida de um lado, dentada de outro, até que engalfinhados caíram no açude do canil. E para desespero de ambos o nó da corda molhada mais ainda se acirrava.
O tempo foi passando e os dois se matando em constante luta corporal.
Num dos momentos de descanso de renhida luta, ficaram surpresos de ver o velho cachorrão Merlin discursando para uma grande platéia.
Aproximaram. Admirados, ouviram a “voz” da experiência daquele velho guerreiro, muito festejado por latidos das mais diferentes tonalidades.
Banzé e Peteleco chegaram bem perto daquele forte “latido de sabedoria”, que ecoava longe. E Peteleco, tomando a iniciativa, perguntou:
- Mestre Merlin, eu e meu inimigo estamos presos um ao outro e por isso não podemos fugir. Quanto mais tentamos mais o nó da corda aperta! Quando lutamos o nó aperta ainda mais! E quando a corda está molhada é pior ainda! Nossa vida é um inferno e não vemos qualquer perspectiva de futuro!
- Bem!... Sabe!... - Respondeu Merlin, em repetidos bocejos e coçando o queijo com a pata dianteira. Deixa ver!...
E, depois de um momento de reflexão, filosofando murmurou:
- Hum!... Será que vocês estão sob a lei da matéria?
- Como assim? - Perguntaram ambos, em uníssono, cheios de dúvidas.
- Já ouviram falar em “olho por olho e dente por dente”?! Isto é, quanto mais um fere o outro, mais ferido fica! É o batismo da água! E quem não passar pelo batismo da água e do fogo nunca terá liberdade!
- Eu já ouvi falar de gasolina batizada - disse Banzé.- mas..., água?
- Procurem saber, então, - disse Merlin - sem isso nada feito.
Dito isso, o velho cão continuou sua jornada de aconselhamentos.
Banzé e Peteleco, a partir desse episódio, tomaram difíceis resoluções: fim das contendas pra ver se o nó da corda se afrouxava; e diálogo constante para a solução dos problemas comuns. Foi assim que, na festa junina do canil, ao se aproximar da fogueira, perceberam que a corda havia secado e o nó se afrouxara. Com jeito e muita calma, então, se desvencilharam das amarras.
Livres um do outro, e já meio “humanizados”, continuaram a viver no canil com o intuito de orientarem os outros a respeitarem seus companheiros.
Esta mudança de atitude foi notada. Enfim a liberdade! Adotados por nobres famílias vivem cheios de felicidade. De vez em quando as famílias se visitam para que eles possam agora se ver como amigos e matar a saudade.
Moral da história: No mundo em que vivemos estamos, talvez por força do destino, sempre atrelados a pessoas que atribuímos ser de difícil convivência. E, o mesmo ela pensa da gente!
Que tal a gente tomar coragem para desatar os nós que amarram nossas vidas, para não vivermos sufocados!
Desatar as amarras é deixar de lado as farpas trocadas, as mesquinharias, os maus hábitos e principalmente tudo que causa arrogância: altivez, insolência, orgulho, presunção, empáfia, soberba...
A finalidade cósmica do atrelamento humano é aparar arestas da pedra bruta – que somos! –, até a lapidação completa. Para, reluzentes, podermos comparecer perante a espiritualidade maior.
Nas famílias acorrentam-se os inimigos de priscas eras. Se a animosidade é maior entre eles, mais se apertam os elos da corrente. É a lei da matéria em funcionamento: “quem com ferro fere com ferro será ferido”.
Jesus, entretanto, deixou para a humanidade a lei da espiritualidade: o mandamento do amor ao próximo, o batismo de fogo. Porque o Amor é como o sol que nasce para todos, que ilumina, acalenta, perdoa e que, enfim, liberta, porque afrouxa os elos da corrente, desatando as amarras.

Só pelo Amor se encontra a paz e a felicidade que tanto se almeja! 

domingo, 30 de novembro de 2014

SISTEMA ESPIRITUAL

“A felicidade não entra em portas trancadas” (Chico Xavier)



Certo rei descobriu que toda a sua fama, todo o seu poder e suas riquezas abriam caminho para a bajulação, falsas amizades, mas nunca para a felicidade. E decidiu então sair à procura do que realmente tem valor nesta vida.
Depois de muitas viagens sem achar o que buscava, preparou-se e saiu – talvez para a sua última peregrinação –, a procura de um sábio ancião. Encontrou o velhinho vivendo humildemente numa caverna perto da floresta. Aproximou-se e disse-lhe respeitosamente:
− Vim aprender com o senhor o segredo para ser feliz.
O velho se levantou e lhe pediu que o acompanhasse pelas trilhas difíceis daquela localidade. Chegaram ao topo de uma pedra altíssima, onde uma águia fizera o seu ninho. Então, o sábio perguntou:
− Majestade, por que será que a águia escolheu esse lugar para fazer o seu ninho?
− Certamente pelo fato de aqui ela se sentir segura!
− É verdade, majestade! Quem quer viver em paz deve seguir o exemplo da águia e construir sua morada nas alturas, com base na espiritualidade. Assim, estará fora de qualquer perigo e encontrará, dentro de si mesmo, a verdadeira felicidade, mesmo vivendo aqui na terra.
Assim como o rei desta história, devemos estar de portas abertas para a felicidade pura que só a base da espiritualidade pode nos dar.
Pois, Espiritualidade não é uma crença, mas um sistema de valores. Espiritualidade é um modo de se viver alegre, animado, com entusiasmo, com criatividade e bem-estar. Espiritualidade é ser livre para ser útil aos outros.
Viver espiritualmente é fazer a opção do amor: amar a Deus acima de tudo; amar a si mesmo; enxergar o próximo como um irmão; e perceber que há muita vida na vida que vivemos.
Ser espiritual é como ser motorista atencioso em uma auto-estrada, olhando mais pra frente ao dirigir e se encantando com as belezas de seu entorno.
Sabe por que o retrovisor é menor que o pára-brisa? Porque o caminho que vem pela frente é mais importante do que aquele que você deixou para trás.
Sistema Espiritual então é isso! É ter uma visão do bem, olhar pra frente, para o alto e perceber a eternidade da vida! 
Para se construir uma morada na terra com base num sistema espiritual é fundamental conhecer não só os evangelhos, mas também outras religiões e filosofias, como, por exemplo, as quatro leis da espiritualidade, ensinadas na índia, que transcrevemos a seguir:
           


1ª Lei è A pessoa que vem é a pessoa certa.
Significa que ninguém está em nossa vida por acaso. Todas as pessoas ao nosso redor estão interagindo conosco. Há sempre algo que nos faz aprender e avançar em cada situação.
2ª Lei è Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido.
Nada, nada, absolutamente nada do que acontece em nossas vidas poderia ter sido de outra forma. Mesmo o menor detalhe. Não há nenhum “se eu tivesse feito tal coisa..., aconteceu que outro...”. O que aconteceu foi tudo o que poderia ter acontecido, e foi para aprendermos alguma lição e seguirmos em frente. Todas e cada uma das situações que acontecem em nossas vidas são perfeitas.
3ª Lei è Toda vez que você iniciar é o momento certo.
Tudo começa na hora certa: nem antes, nem depois. Quando estamos prontos para iniciar algo novo em nossas vidas, é o momento em que as coisas acontecem.
4ª Lei è Quando algo termina, acaba realmente.
Simplesmente assim. Se algo acabou em nossas vidas foi para a nossa evolução, por isso, é melhor seguirmos em frente e nos enriquecermos com cada experiência.
Não se esqueça: Deus é Perfeito!


“Se um dia você tiver que escolher entre o mundo e o amor, lembre-se: Se escolher o mundo ficará sem amor, mas se você escolher o amor, com ele conquistará o mundo” (Albert Einstein).

sábado, 15 de novembro de 2014

A BOLSA DE ÁGUA QUENTE

“Eu darei a eles o que desejam, antes mesmo de Me pedirem”. (Is 65, 24).
        


Certa noite eu estava ajudando uma mãe em trabalho de parto. Apesar do esforço ela não resistiu e nos deixou com um bebê prematuro e uma filha de dois anos em prantos.
Era muito complicado manter o bebê vivo sem uma incubadora. E mesmo morando na África, na linha do equador, as noites eram frias com aragens traiçoeiras.
Uma das alunas de parteira foi acender o fogo para aquecer uma chaleira com água, para a bolsa de água quente. E, sem demora, retornou desconsolada, pois a bolsa disponível havia rompido. “Era nossa última bolsa”, disse-me ela.
Borracha estraga fácil em clima tropical! E não existem farmácias no meio das florestas...
“Muito bem!”, eu disse, “coloque o bebê em segurança o mais próximo quanto possível do fogo e durmam entre a porta e o bebê para protegê-lo das rufadas de vento frio. Precisamos manter o bebê aquecido”.
Na manhã seguinte, fui orar com as órfãs. Contei-lhes sobre o bebê. Expliquei nossa dificuldade em manter o bebê aquecido, em função da única bolsa de água que havia estourado, e que o bebê poderia morrer de frio. Mencionei a irmãzinha de dois anos, que chorava pela perda da mãe.
Então, uma das de nossas meninas africanas de 10 anos, orou: “Por favor, Deus, manda-nos uma bolsa de água quente. Amanhã talvez já vá ser tarde, Deus, porque o bebê pode não agüentar. Por isso, manda a bolsa ainda hoje, meu Pai”. Depois acrescentou: “E já que está cuidando disso, Deus, por favor, manda junto uma boneca para a irmãzinha dela”.
Embora a bíblia nos ensine que a fé não tem limites, honestamente, não podia acreditar que Deus atenderia aquele pedido. Pois o único jeito de realizar esse pedido, seria por encomenda à minha terra natal, via correio. E eu na África há quatro anos jamais havia recebido uma encomenda postal de casa. De qualquer forma, se alguém enviasse algo, mandaria uma bolsa de água quente? Eu morava na linha do Equador!
À tarde, um carro estacionara no portão de minha casa. Corri... Ao chegar a minha casa, o carro já havia partido, mas deixara um pacote de 11 kg na varanda.
Pedi que algumas crianças do orfanato me ajudassem abrir o pacote. Tudo foi feito com muito cuidado, para que não fosse danificado. Os corações batiam fortes e os olhos acompanhavam cada ação.
A camada de cima da caixa era composta de roupas coloridas e cintilantes. O silêncio tomava conta, à medida que ia tirando as novidades. Havia ataduras, caixinhas de uvas-passa, farinha... Quando pus as mãos de novo, pasmem... “Uma bolsa de água quente, novinha em folha”. Eu gritei!
Eu não havia feito nenhuma encomenda neste sentido. Ruth, que estava perto, saltou e começou a gritar: “Se Deus mandou a bolsa, Ele também mandou a boneca”.
Enfiando as mãos na caixa, procurava pela boneca. E lá estava ela!... Ruth nunca duvidara. Olhou pra mim e perguntou: “Posso ir junto levar a boneca para aquela menina, para que ela saiba que Deus também a ama muito?”.

O texto acima é uma adaptação de uma história real traduzida pelo Reverendo Oscar Lehenbauer. Uma história acontecida com uma missionária americana, em pleno coração africano, que nos revela como Deus se preocupa com a gente! Pois, antes de pedirmos Ele já sabe do que precisamos!

O pacote da missionária estivera a caminho por cinco meses. Foi uma iniciativa de sua ex-professora de escola bíblica. E uma das meninas de turma decidiu mandar junto uma boneca... Cinco meses antes!!! Em resposta a uma oração, de outra menina de 10 anos que acreditou fielmente em Deus!

domingo, 2 de novembro de 2014

A EXISTÊNCIA DE DEUS

“Pela obra se conhece o criador” (provérbio popular).
   


O farmacêutico de uma pequena cidade do interior era um homem bastante inteligente, mas que não acreditava na existência de Deus ou de qualquer outra coisa além do seu mundo material.
Certo dia estava ele fechando a farmácia quando chegou uma criança aos prantos dizendo que sua mãe estava passando mal e que se ela não tomasse o remédio logo iria morrer.
Muito nervoso e após insistência da criança, ele resolveu reabrir a farmácia para pegar o remédio.
Sua insensibilidade perante aquele momento era tal, que acabou pegando o remédio no escuro mesmo, e entregou-o à criança, que saiu dali às pressas.
Alguns minutos depois, percebera que havia entregado o remédio errado para a criança. E, se aquela mãe tomasse aquele remédio, seria morte instantânea!
Desesperado, tentou alcançar a criança, mas não teve êxito. Gritou em desespero... E o tempo passava e nada acontecia. Sem saber o que fazer e com a consciência pesada, ajoelhou-se e começou a chorar e dizer em voz alta: “Oh Deus, se realmente existes não me deixe passar por assassino!”.
O tempo passava e ele, de joelhos ficava pensando que a mulher poderia já estar morta e, certamente, ele teria de pagar por isso.
Refletiu sobre suas intemperanças, sobre seu mau humor, principalmente, sobre sua insensatez. E de repente, sentiu uma mão tocar-lhe o ombro esquerdo e ao virar deparou-se com a criança em prantos.
Ficou desconsolado naquele momento! Mas voltou a ter uma certeza: Deus de fato não existia! Já podia imaginar o que estava para lhe acontecer.
O choro e o olhar triste daquela criança lhe atravessavam a alma. No entanto, como um lampejo de sabedoria, perguntou ao menino:
− O que foi que te aconteceu?
− Senhor – respondeu a criança −, por favor, não brigue comigo, mas é que caí e quebrei o vidro do remédio; dá pro senhor me dar outro?
O farmacêutico, a partir daquele momento, teve a sua convicção abalada e deixou de ser ateu!
E você? Acredita na existência de Deus? Será que Deus existe mesmo?
Embora seja desconhecido o autor, a referida história serve muito bem para ilustrar a questão da existência de Deus.
Duvidar da existência de Deus é o mesmo que negar que todo efeito tem uma causa e pretender que o nada dê origem a alguma coisa.
Portanto, a prova da existência de Deus está na máxima científica: não há efeito sem causa. Se o mundo existe é porque existe uma causa! E nada existe por acaso!
Atribuir a formação do mundo ao acaso é uma insensatez, pois um acaso não pode ser inteligente! E se fosse inteligente já não seria o acaso! O acaso é cego e, portanto, não pode produzir efeitos inteligentes!
 A harmonia existente no Universo revela um poder inteligente. E essa inteligência suprema é a causa primeira de todas as coisas. Não importa o nome que o ser humano dê a ela, seja Ser Supremo, Poder Maior, Divindade, Criador, Grande Arquiteto do Universo, Jeová, Senhor da Vida, Providência Divina, Deus...
Não podemos compreender a natureza divina, mas podemos ter uma idéia de seus atributos. Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom.
A verdade é que Deus existe e conhece você pelo nome. E Ele sempre tem o melhor para você, por mais que as circunstâncias mostrem o contrário.
Creia no amor de Deus, que é maior do que qualquer um dos seus problemas, mesmo que estes sejam grandes e de difícil solução. Creia na vida melhor que Ele tem preparada para você! Creia neste amor que faz você ficar bem próximo ao seu Pai!
Creia em todos os instantes deste dia como se fossem milagres realizados somente para você, pois você é, com toda certeza, um dos milagres de Deus aqui na Terra.
Creia num mundo cada vez melhor... Creia num Planeta mais azul, mais suave, mais coração... Creia no bem!

Que Deus o abençoe!

terça-feira, 28 de outubro de 2014

CONHECER A SI MESMO

“Conhecer a si mesmo significa descobrir Deus nos outros” (Sócrates)



O filósofo Tales de Mileto (625 a 547 A.C.) é considerado um dos sete sábios da Grécia Antiga. Certa vez, um sofista (enganador) tentou confundi-lo com as perguntas mais difíceis. Mas o Sábio respondeu a todas elas sem a menor vacilação, e com a maior exatidão.
01. O que é mais antigo? R - DEUS, porque sempre existiu. 02. O que é mais belo? R – O UNIVERSO, porque é a obra de Deus. 03. Qual é a maior de todas as coisas? R – O ESPAÇO, porque contém tudo do Criador. 04. O que é mais constante? R – A ESPERANÇA, porque permanece no homem, mesmo depois de ter perdido tudo. 05. O que é a melhor de todas as coisas? R – A VIRTUDE, porque sem ela não existiria nada de bom. 06. Qual é a coisa mais rápida de todas? R – O PENSAMENTO, porque em menos de um minuto, nos permite voar até o final do Universo. 07. Qual é a mais forte de todas as coisas? R – A NECESSIDADE, porque é com ela que o homem enfrenta todos os perigos da vida. 08. Qual é a mais fácil de todas as coisas? R – Dar CONSELHOS.
Mas para a nona pergunta, o sábio deu uma resposta, não entendida por seu interlocutor. A pergunta foi esta: 09. O que é o mais difícil? R – Conhecer-se a si mesmo – replicou o Sábio.  
Mas, como conhecer a si mesmo? Já ouvimos dizer que, “para descobrir o que somos; primeiro precisamos descobrir aquilo que não somos...”. E nessa análise, entram todas as atitudes que um ser humano tem diante da vida.
Somos produto de uma sociedade mercantilista. Esse é o nosso ponto fraco! Passamos muito tempo ouvindo apelos da TV e nos comportamos em conseqüência disso, consumindo... Agimos como robôs!
Como sair disso? Essa é uma grande dificuldade, pois há uma resistência: a luta interna com o próprio ego, que teimará em não aceitar mudar.
“Por que olhas a palha que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu? Com essa questão Jesus alerta, em Mateus 7,3, a dificuldade do ser humano em conhecer a si mesmo.
Conhecer o outro é só mais um passo, que ajuda na luta interna de conhecer a si mesmo.  Pois, temos uma tendência de nos vermos do jeito que vemos aos outros. Você conhece a postura alheia, e ela reflete em si mesmo!
Precisa-se compreender que somos seres em formação e que estamos sempre mudando. Dinâmica esta que constitui a práxis evolutiva: você se transforma; e quando transformado, se observa mais, e se impulsiona para nova mudança e, por isso, vai precisar se conhecer novamente e assim sucessivamente... Até chegar a uma fase mais adiantada, quando então surgem certos questionamentos, tais como: De onde eu vim? O que é que estou fazendo aqui? Para onde vou?...
É nessa fase que se dá o começo da conscientização do ser, com a busca da sua verdadeira essência.
“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8,32). Começa, assim, a busca transcendental, que irá dar o verdadeiro significado da palavra libertação. Disse Jesus: “Buscai e achareis”. Máxima esta que é semelhante ao princípio da lei do progresso: “Ajuda-te, e o céu te ajudará”; o qual põe em ação as forças da inteligência.
“Vós sois deuses” (João 10,34), disse o divino Mestre, para mostrar que somos essência divina. E é isso que em nós devemos reconhecer. E só então entenderemos porque Jesus mandou “Daí, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (MT 22,21).
Para encontrar a chama sagrada que habita em nós, cada criatura tem que se voltar, então, para dentro de si mesmo. E isso não tem receita, depende de cada um!
São imprescindíveis nessa busca: o estudo e a meditação. Mas, você não precisa de ninguém para se conhecer. Basta entrar em si mesmo!
Os ensinamentos do evangelho demonstram claramente que não somos deste mundo. Disse Jesus: “O meu reino não é deste mundo” (João 18,36): “Há muitas moradas na casa de meu Pai” (João 14,2). Estamos aqui apenas de passagem. Somos eternos!

Essa é a nossa maior riqueza, que Deus distribui de graça e equitativamente para todos os seus filhos. Essa riqueza é a única que levamos desta vida material. 

terça-feira, 21 de outubro de 2014

VOCÊ É ESPECIAL

“Dou a minha vida pelas minhas ovelhas” (Jesus, em João 10,15).



Em um dia quente de verão, um menino decidiu nadar no lago atrás de sua casa. Na pressa foi deixando para trás sapatos, meias e a camisa. Mergulhou e nadava para o meio do lago, sem perceber que um jacaré estava entrando na água.
Sua mãe, em casa, olhava pela janela enquanto os dois estavam cada vez mais perto um do outro. Com medo absoluto, correu para o lago, gritando para seu filho o mais alto quanto conseguia. Ouvindo-a, o pequeno se alarmou, deu um giro e começou a nadar de volta.
Mas era tarde. Assim que alcançou a sua mãe, o jacaré também o alcançou. A mãe o agarrou pelos braços enquanto seus pés já estavam na boca do jacaré. Começou, então, um cabo-de-guerra incrível, entre eles. Muito mais forte do que a mãe, o jacaré arrastava o menino para o lago, mas a mãe era apaixonada por demais para deixá-lo ir.
Um fazendeiro ouviu os gritos, pegou uma arma e disparou no jacaré.
De forma impressionante, após semanas no hospital, o pequeno sobreviveu. Seus pés, extremamente machucados pelo ataque do animal, e em seus braços, os riscos profundos onde as unhas de sua mãe, no esforço, estiveram cravadas sobre o filho que ela amava.
Um repórter entrevistou o menino após o trauma:
− Você pode me mostrar os pés.
− Posso – disse o menino apontando para as cicatrizes de seus pés.
Depois, com obvio orgulho, ele acrescentou ao repórter:
− Mas olhe em meus braços. Veja que grandes cicatrizes! Eu as tenho porque minha mãe não me deixou ir!...
Todos nós nos identificamos com esse menino. Também temos cicatrizes. Não a de um jacaré, ou de qualquer coisa assim tão dramática. Mas as cicatrizes de um passado doloroso. Algumas feias e que causam profunda dor.
Mas algumas feridas são porque DEUS se recusou a nos abandonar. Se hoje o momento é difícil, talvez o que está nos causando dor seja Deus nos segurando para não nos deixar ir.
Lembre-se do jacaré e muito mais d’Aquele que mesmo em meio a tantas lutas nunca o deixará.
Jesus nos assegura tudo isso, ao afirmar que veio para salvar as vidas dos homens (LC 9,56). E que não foi enviado senão às ovelhas perdidas (MT 15,24).
Disse mais: “Quem de vós que, tendo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la?” (LC 15,4). “Assim é a vontade de vosso Pai celeste, que não se perca um só destes pequeninos”. (MT 12,14).
Deus certamente vai fazer o que for necessário para que nenhum de seus filhos se perca, ainda que para isso seja preciso deixar-lhes cicatrizes.
Ele tem o controle de tudo, pois não cai uma folha de uma árvore sem ser por Sua vontade. Nada temais: “(...), porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes que vós lho peçais” (MT 6,8); “Até os cabelos de vossa cabeça estão todos contados” (MT 10,30).
Lembre-se sempre: Você é Especial para DEUS. Tanto que as leis divinas estão colocadas em seu coração (consciência). Dessa forma, você tem toda a possibilidade de se corrigir. A salvação vai ser sempre uma porta aberta para você. Tudo é questão de tempo, depende exclusivamente de você. Para isso Deus lhe deu o livre-arbítrio, para colocar ordem na casa quando a dor surgir em conseqüência de seus erros.
Assim, todos se salvarão, pois a obra divina não seria perfeita se alguém não se salvasse. A perfeição de Deus não permite a condenação de uma única criatura sequer. Caso contrário, Deus não teria esse atributo.
Jesus alerta: “Não te maravilhes de que eu te tenha dito: Necessário vos é nascer de novo (JO 3:7).
Nada então de castigo e punição!
Somos imortais! Os sofrimentos, causados por escolhas erradas, levam a um aperfeiçoamento do ser humano, cada vez maior, até atingir a meta estabelecida por Deus para todos os seus filhos: à plena felicidade. Confie...

“(...) porque ele (Jesus) salvará o seu povo dos seus pecados” (MT, 1,21).

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

A PAZ INTERIOR

“A paz interior é o seu maior tesouro” (André Luiz).



O que é paz? O dicionário diz que é tranqüilidade da alma; outros dizem que é um estado de espírito permanente.
A paz não é ausência de barulho, de brigas... E nem pode ser confundida com ganhar na loteria pra se ter conforto e gozar a vida. Silêncio também não é sinônimo de paz, pois “quem vê cara não vê coração”. Embora calado, a pessoa pode estar num estado mental lastimável!
Quem vive realmente em paz não se perturba e, mesmo quieto, mantém a consciência tranqüila.
De onde vem a paz? Vem de dentro de nós mesmos. Não a procure em sua volta. Ela é fruto do amor. Diz um dos textos judaicos que, “Quem faz o bem, conquista paz interior”.
Jesus, devido o seu imenso amor pela humanidade, demonstrou essa paz interior nos momentos de sua prisão, mantendo-se calado quando interrogado pelo sumo sacerdote Caifás, como relata Mateus. Ele nada respondia às injustas acusações dos príncipes dos sacerdotes e dos anciãos.
Quando Pilatos lhe perguntou: “Não ouves todos os testemunhos que levantam contra ti?”. Relata o evangelho, que para grande admiração do governador, Jesus não quis responder a nenhuma acusação.
Depois de entregue aos soldados, Ele foi diversas vezes ultrajado e injuriado até ser crucificado, mas em nenhum momento perdeu a serenidade. Isto porque tinha uma grande paz interior.
“Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz”, disse Jesus em João 14,27.
O Príncipe da Paz nos deu o seu maior tesouro: a paz interior. Paz que todos os cristãos desejam, mas muitos não conseguem. Por que será?
As leis de Deus, os evangelhos e os ensinamentos de Jesus falam sobre a paz. Mas, apenas esses conhecimentos não bastam! Necessário se faz praticá-los pra se adquirir a paz interior.
Chico Xavier irradiou um pensamento fantástico sobre isso: “Quem sabe pode muito, mas quem ama pode muito mais”. Então, não basta saber, é preciso amar – e amar muito! – para se ter a paz do Cristo.
A Terra vive um momento de transição, pois caminha celeremente para o melhoramento moral da humanidade. Já se diz até que neste instante Jesus está literalmente na Terra. E que a Onda Mental do Cristo nos impulsiona para essa elevação moral, no intuito de preparar no mundo o REINO DA PAZ.
É difícil entender essa PAZ, que o Mestre nos legou – como exemplo de comportamento diante das dificuldades da vida –, e para a qual o mundo está sendo preparado. Mas, há uma lenda que talvez possa dar luz a este entendimento.
È uma lenda japonesa sobre um grande samurai, que vivia perto de Tóquio. Mesmo idoso, ele se dedicava a ensinar a arte Zen aos jovens.
Corria a lenda, que apesar da idade, ele ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.
Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu por ali. Queria derrotar o samurai e aumentar sua fama.
O velho aceitou o desafio e o jovem começou a insultá-lo. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou insultos, ofendeu seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível.
No final do dia, sentindo-se já exausto e humilhado, o guerreiro retirou-se. E os alunos, surpresos, perguntaram ao mestre como ele pudera suportar tanta indignidade.
− Se alguém chegar até você com um presente, e você não aceitar, a quem pertence o presente?
− A quem tentou entregá-lo, respondeu um dos discípulos.
− O mesmo vale para a inveja, a raiva e outros insultos. Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carrega consigo.
Moral da história: A sua paz interior depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma. Só se você permitir.

Ave Cristo! Que a paz do Senhor esteja com todos nós. Amém.

domingo, 5 de outubro de 2014

O RESSENTIMENTO

“Nada nos destrói mais rapidamente que o ressentimento” (Mansour Challita).



Certo dia, ao chegar da escola, o pequeno Zeca entrou em casa muito magoado e batendo com força os pés no assoalho.
Seu pai, que saía para o quintal, a fim de fazer alguns serviços na horta, ao ver aquilo chamou o menino para uma conversa.
Zeca, de oito anos de idade, aproximou-se do pai um tanto desconfiado. Porém, antes que seu pai dissesse alguma coisa, o menino falou irritado:
– Pai, eu estou com muita raiva! O Juca não deveria ter feito aquilo comigo! Eu desejo tudo de ruim para ele.
Seu pai – um homem simples, mas portador de grande sabedoria –, escutou calmamente o filho, que continuava a reclamar:
– O Juca me humilhou na frente dos meus amigos. Eu não aceito isso! Gostaria que ele ficasse doente sem poder ir à escola por muitos dias.
O pai escutava calado o desabafo do filho enquanto caminhava até um abrigo onde costumava guardar algumas coisas de uso doméstico.
Apanhou um saco cheio de carvão e pediu ao menino que o acompanhasse até o fundo do quintal. O menino o seguiu sem entender bem o que estava acontecendo.  O pai abriu o saco e, antes mesmo que o Zeca pudesse fazer alguma pergunta, propôs algo:
– Filho, você está vendo aquela camisa branquinha estendida ali no varal para secar?
– Sim – respondeu Zeca.
– Pois bem, faça de conta que ela é seu colega Juca, e cada pedaço de carvão é um mau pensamento seu endereçado a ele. Quero que você jogue todo esse carvão naquela camisa, até o último pedaço, como se fosse tiro ao alvo. Quando terminar, avise-me que eu volto para ver como ficou.
O menino achou a brincadeira divertida e pôs mãos à obra. Todavia, o varal estava longe e, por esse motivo, poucos pedaços acertavam a camisa.
Após uma hora, o garoto concluiu a tarefa e gritou por seu pai.
O pai aproximou-se devagar, olhou para a camisa e perguntou:
– E então, filho, como está se sentindo agora?
– Cansado – respondeu o filho prontamente – mas feliz porque acertei muitos pedaços de carvão no Juca, quero dizer, na camisa.
O pai olhou com carinho para o menino, que ficou sem entender a razão daquela brincadeira, e lhe falou:
– Venha comigo até meu quarto que quero lhe mostrar uma coisa.
Ambos se dirigiram ao quarto e o menino foi colocado na frente de um grande espelho onde podia ver seu corpo por inteiro.
Que susto! Só se conseguia enxergar seus dentes e seus olhinhos.
– Filho – disse então o pai com ternura – você viu que a camisa quase não sujou, mas olhe para você... O mal que desejamos aos outros é como o que lhe aconteceu. Por mais que possamos atrapalhar a vida de alguém com nosso ressentimento, a borra, os resíduos e a fuligem dos maus pensamentos ficam sempre em nós mesmos.
Zeca entendeu a lição e, sorrindo e envergonhado, foi depressa tomar um banho pra depois lavar a certa camisa...

E você, entendeu a lição? Pense nisso pra entender o funcionamento dos nossos pensamentos (bons ou maus!) de acordo com a lei da causa e efeito!
Quem fere com maus pensamentos, com maus pensamentos será ferido. Pois, a cada ação nossa corresponde uma reação justamente oposta.
Olho por olho e dente por dente é Lei. E foi, por isso, que o Mestre ensinou que devemos amar a Deus, ao próximo e até aos nossos inimigos.


Fonte: Adaptação com base na Revista Allan Kardec, ano IX, nº 34.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

A FACE DO MAL

“No princípio havia o Caos. E Deus ordenou que do Caos nascesse a luz, e a luz se fez”.



Estudiosos do esoterismo afirmam que o Mal não existe, pois, o Bem e o Mal são diferentes estratégias divinas para a evolução humana.
A Teoria do Caos procura dar uma explicação para isso.
Há alguns anos fui estudar a Teoria do Caos. Para ilustrar o assunto, o professor do curso mandou amontoar as carteiras da sala de aula, durante o intervalo de almoço – sem que os alunos soubessem.
Ao retornar, no período da tarde, encontramos uma pilha enorme de carteiras! Cada aluno que chegava retirava uma das carteiras da pilha e sentava perto de um amigo para conversar. Quando todos já estavam presentes na sala e não havendo mais nenhuma carteira empilhada, o professor reiniciou a preleção, perguntando:
− Qual era a ordem das carteiras antes?
− De frente para o quadro-negro – respondemos.
− Pois bem, agora, conforme vocês se sentaram, temos várias ordens!
O professor mandou então um aluno contar e descrever cada uma das novas ordens. Feito isso, todos perceberam então que na sala tinha diversas ordens de alunos: uma formada por alunos olhando pra frente e outras formadas por alunos em: círculo, semicírculo, retângulo, triângulo, e assim por diante...
Então, ele comentou que o Caos provocado (com a pilha de carteiras) criou novas ordens diferentes de carteiras na sala, algumas até muito melhores do que a ordem tradicional – de frente pra lousa.
Na vida, a humanidade caminha sempre numa direção evolutiva. Quando alguém erra e sai do caminho certo, a vida por suas leis se incumbe de colocá-la novamente no rumo certo. O Caos, então, é uma dessas leis da natureza que faz correção de rota: corrige e transforma o indivíduo e o mundo que ele habita.
Quando a desordem surge, a Teoria do Caos vem mostrar que ordens muito melhores de evolução aparecem. É como diz o texto sagrado: “Deus ordenou que do Caos (desordem) nascesse a luz”.
Quando estudamos a Teoria do Caos, descobrimos e reverenciamos a grandeza da Perfeição do Criador! Pois, o Bem e o Mal têm por meta a perfectibilidade humana. Temos o livre-arbítrio para decidir. Podemos evoluir rapidamente pelo Bem ou demoradamente pela vereda do Mal. Mas, ninguém se perde!
Conta a lenda da Santa Ceia – quadro concebido por Leonardo da Vinci –, que certa vez ele se deparou com uma grande dificuldade: precisava pintar o Bem e o Mal. O Bem, na imagem de Jesus e o Mal, na figura de Judas (o traidor).
Interrompeu o trabalho até que conseguisse encontrar os modelos ideais.
Certo dia viu num dos cantores do coral da igreja a imagem perfeita de Jesus. Levou-o ao seu ateliê, e reproduziu seus traços em estudos e esboços.
Passaram-se três anos. A “Última Ceia” estava quase pronta – mas Da Vinci ainda não havia encontrado o modelo ideal de Judas. O responsável pela igreja começou a pressioná-lo, exigindo que terminasse logo o mural.
Depois de muitos dias procurando, o pintor finalmente encontrou um jovem prematuramente envelhecido, bêbado, esfarrapado, atirado na sarjeta. Imediatamente pediu aos seus assistentes para que o levassem até a igreja.
Da Vinci, copiava as linhas da impiedade, do pecado, do egoísmo, tão bem delineadas na face do mendigo que mal conseguia parar em pé.
Quando terminou, o jovem – já um pouco refeito da bebedeira – abriu os olhos, notou a pintura à sua frente e, numa mistura de espanto e tristeza, disse:
− Eu já vi este quadro antes!
− Quando? – perguntou Da Vinci.
− Há três anos, antes de perder tudo o que tinha. Numa época em que eu cantava num coro, tinha uma vida cheia de sonhos, e o artista me convidou para posar como modelo para a face de Jesus!
Concluindo: o Bem e o Mal têm a mesma face! Tudo depende apenas da época em que cruzam o caminho de cada ser humano...

Diz Kardec, em “Obras Póstumas”, da Editora Lake, sobre a Regeneração da Humanidade, que, “As lutas fortificam a alma, o contato do mal faz apreciar melhor as vantagens do bem”.

domingo, 28 de setembro de 2014

A PACIÊNCIA

“Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus” (Mateus, 5:9).



Era uma vez um garotinho de gênio mau. Preocupado com isso, seu pai lhe deu um saco cheio de pregos e lhe disse:
– Meu filho, cada vez que você perder a paciência bata um prego na cerca dos fundos de nossa casa.
E foi assim que, no primeiro dia, o garoto pregou trinta e sete pregos na cerca. Mas, gradativamente, o número foi decrescendo.
O garotinho descobriu que era mais fácil controlar seu gênio do que pregar pregos na cerca. Até que chegou, enfim, o dia no qual não perdeu mais o controle sobre o seu gênio!
Ele correu e contou isso a seu pai, que lhe fez a seguinte sugestão:
– Agora, meu filho, tire um prego da cerca a cada dia que você controlar seu gênio.
O tempo foi passando até que, finalmente, o garoto cumpriu sua tarefa.
– Pai, não há mais pregos a serem tirados!
– Você fez bem, garoto! – disse o pai, conduzindo o filho até os fundos da casa. – Mas dê uma olhada na cerca. Ela nunca mais será a mesma. Quando você diz coisas, irado, elas deixam uma cicatriz como esta. Você pode esfaquear um homem e retirar a faca em seguida que a ferida continuará ali. E pouco importa quantas vezes você diga que sente muito! Da mesma forma, uma ferida verbal é tão má quanto uma física. Amigos, meu filho, são coisas raras. Eles fazem você sorrir e o encorajam a ter sucesso. Eles sempre lhe ouvem, lhe apóiam e querem abrir seu coração para você. Mantenha isso em mente antes de se irar contra alguém.
Depois dessa lição, pode-se ainda perguntar: Por que será que uma simples palavra pode ser tão grave quando dita com rancor, com ódio, na hora da raiva? Por que será que uma simples palavra, mal dita, possa merecer censura e tão severa admoestação?
A resposta é simples. A ofensa é um sentimento contrário à lei de amor.
No relacionamento humano, a concórdia e a união são mantidas pela benevolência recíproca, pela afeição, pela fraternidade... Enfim, pela caridade.
Quando a lei do amor imperar no mundo, não haverá mais ofensa, pois prevalecerá a caridade no relacionamento.
A paciência é um tipo de caridade que deve ser praticada e ensinada com carinho aos nossos filhos. Pois ela é muito mais difícil do que o simples gesto de dar esmolas. Ela depende de um controle interior, que só adquirimos com a pratica de valores e virtudes.
Para ser paciente é preciso, primeiro, aprender a perdoar aqueles que Deus colocou em nosso caminho para nos servirem de teste em nossos momentos de sofrimentos, transtornos, tragédias e aflições.
É muito melhor aprender a ser paciente interagindo com outras pessoas do que ter que aprender na marra, ao “ser paciente” de um hospital. Pois, na natureza do mundo é assim: quando não aprendemos por bem acabamos aprendendo por mal!
A vida é difícil, mas é preciso olhar pra trás! Quantos já não nos perdoaram pelas mesmas alfinetadas?!
Curvemos nossa fronte para a terra e reconheçamos que as bênçãos que temos recebido na vida são muito mais numerosas do que as dores. E, então, olhemos para o alto e o fardo de nossos sofrimentos se tornará leve, pois teremos a nos sustentar a luz do Mestre, que foi crucificado para nos salvar.
Sejamos pacíficos. Sejamos cristãos, para sermos bem-aventurados e reconhecidos como filhos de Deus.
Mas não somos todos filhos de Deus?
Sim, somos todos filhos de Deus, não importa a condição espiritual de cada um. Por isso, Deus não deserda ninguém. Nenhuma de Suas ovelhas se perderá, mesmo a mais arredia, pois somos criaturas em evolução!
Então, ninguém se perde, mas apenas se afasta das Leis de Deus. E estando em desacordo com as leis divinas não é reconhecido pela humanidade como Filhos de Deus. Somente a conduta no Bem nos proporciona a paz interior. E isso é que credencia alguém a ser distinguido verdadeiramente como filho de Deus.

Somos felizes, quando a paz faz morada em nossa intimidade.