Aquecendo a Vida

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terça-feira, 28 de outubro de 2014

CONHECER A SI MESMO

“Conhecer a si mesmo significa descobrir Deus nos outros” (Sócrates)



O filósofo Tales de Mileto (625 a 547 A.C.) é considerado um dos sete sábios da Grécia Antiga. Certa vez, um sofista (enganador) tentou confundi-lo com as perguntas mais difíceis. Mas o Sábio respondeu a todas elas sem a menor vacilação, e com a maior exatidão.
01. O que é mais antigo? R - DEUS, porque sempre existiu. 02. O que é mais belo? R – O UNIVERSO, porque é a obra de Deus. 03. Qual é a maior de todas as coisas? R – O ESPAÇO, porque contém tudo do Criador. 04. O que é mais constante? R – A ESPERANÇA, porque permanece no homem, mesmo depois de ter perdido tudo. 05. O que é a melhor de todas as coisas? R – A VIRTUDE, porque sem ela não existiria nada de bom. 06. Qual é a coisa mais rápida de todas? R – O PENSAMENTO, porque em menos de um minuto, nos permite voar até o final do Universo. 07. Qual é a mais forte de todas as coisas? R – A NECESSIDADE, porque é com ela que o homem enfrenta todos os perigos da vida. 08. Qual é a mais fácil de todas as coisas? R – Dar CONSELHOS.
Mas para a nona pergunta, o sábio deu uma resposta, não entendida por seu interlocutor. A pergunta foi esta: 09. O que é o mais difícil? R – Conhecer-se a si mesmo – replicou o Sábio.  
Mas, como conhecer a si mesmo? Já ouvimos dizer que, “para descobrir o que somos; primeiro precisamos descobrir aquilo que não somos...”. E nessa análise, entram todas as atitudes que um ser humano tem diante da vida.
Somos produto de uma sociedade mercantilista. Esse é o nosso ponto fraco! Passamos muito tempo ouvindo apelos da TV e nos comportamos em conseqüência disso, consumindo... Agimos como robôs!
Como sair disso? Essa é uma grande dificuldade, pois há uma resistência: a luta interna com o próprio ego, que teimará em não aceitar mudar.
“Por que olhas a palha que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu? Com essa questão Jesus alerta, em Mateus 7,3, a dificuldade do ser humano em conhecer a si mesmo.
Conhecer o outro é só mais um passo, que ajuda na luta interna de conhecer a si mesmo.  Pois, temos uma tendência de nos vermos do jeito que vemos aos outros. Você conhece a postura alheia, e ela reflete em si mesmo!
Precisa-se compreender que somos seres em formação e que estamos sempre mudando. Dinâmica esta que constitui a práxis evolutiva: você se transforma; e quando transformado, se observa mais, e se impulsiona para nova mudança e, por isso, vai precisar se conhecer novamente e assim sucessivamente... Até chegar a uma fase mais adiantada, quando então surgem certos questionamentos, tais como: De onde eu vim? O que é que estou fazendo aqui? Para onde vou?...
É nessa fase que se dá o começo da conscientização do ser, com a busca da sua verdadeira essência.
“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8,32). Começa, assim, a busca transcendental, que irá dar o verdadeiro significado da palavra libertação. Disse Jesus: “Buscai e achareis”. Máxima esta que é semelhante ao princípio da lei do progresso: “Ajuda-te, e o céu te ajudará”; o qual põe em ação as forças da inteligência.
“Vós sois deuses” (João 10,34), disse o divino Mestre, para mostrar que somos essência divina. E é isso que em nós devemos reconhecer. E só então entenderemos porque Jesus mandou “Daí, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (MT 22,21).
Para encontrar a chama sagrada que habita em nós, cada criatura tem que se voltar, então, para dentro de si mesmo. E isso não tem receita, depende de cada um!
São imprescindíveis nessa busca: o estudo e a meditação. Mas, você não precisa de ninguém para se conhecer. Basta entrar em si mesmo!
Os ensinamentos do evangelho demonstram claramente que não somos deste mundo. Disse Jesus: “O meu reino não é deste mundo” (João 18,36): “Há muitas moradas na casa de meu Pai” (João 14,2). Estamos aqui apenas de passagem. Somos eternos!

Essa é a nossa maior riqueza, que Deus distribui de graça e equitativamente para todos os seus filhos. Essa riqueza é a única que levamos desta vida material. 

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