“Onde
não há compaixão; os crimes multiplicam-se” (Textos Judaicos)
A palavra compaixão (do latim compassione) significa dó, piedade. É o desejo de aliviar a
dificuldade alheia, associado a um sentimento de gentileza com aqueles que
sofrem.
O contrário da compaixão é a indiferença, a desatenção
por alguém.
Renato Russo, na música “Há Tempos”, afirma que “Compaixão
é fortaleza; Ter bondade é ter coragem”.
Acredito
que ele compôs esses versos sabiamente, porque a compaixão é um sentimento de almas nobres: daqueles que têm a
coragem dos bons; do que sabe se colocar no lugar do outro, porque tem a noção
clara de que todos os indivíduos têm o mesmo direito à felicidade.
Na Parábola do Fariseu e o Coletor de Impostos
(Publicano) em Lucas 18:9-14 Jesus fala a respeito daqueles que desprezam os
outros. E faz a gente refletir sobre a humildade e a compaixão pela dor alheia. O Mestre termina esta parábola com uma
conhecida frase: “Pois todo o que se
exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”.
Portanto, a compaixão
tem força, pois é um ensinamento sagrado. Ela se fundamenta nos princípios
de liberdade, igualdade e fraternidade, que levam as pessoas – que têm um senso
de preocupação com seus iguais –, a serem humildes e a praticar atos de
caridade.
E “fora da
Caridade não há Salvação”, nos alerta o Evangelho Segundo o Espiritismo, confirmando o ensinamento do
Cristo para todos os que querem ascender espiritualmente.
A compaixão
proporciona ao ser humano uma força interior, que lhe dá a coragem de agir com
bondade com aqueles que sofrem. Força esta que aproxima as pessoas de Deus. E
até as tornam mais saudáveis! Pois, vão se desfazendo das energias negativas
próprias do ódio, do egoísmo, do desamor...
É preciso que as pessoas pensem nos benefícios da compaixão!
Há uma pequena história que mostra a beleza e a
qualidade da compaixão.
Conta-se, que na sala de aula do 3° ano, Carlos, um aluno
de nove anos, estava sentado à sua carteira e de repente surge uma poça entre
seus pés. E a parte dianteira de suas calças está toda molhada.
Carlos pensa que seu coração vai parar, porque não
pode imaginar como isso aconteceu. Nunca havia acontecido antes! Ele sabe que
quando descobrirem, os meninos nunca o deixarão em paz, e as meninas nunca mais
falarão com ele enquanto viver.
Inconformado e cabisbaixo faz então esta oração:
− Querido Deus, isto é uma emergência! Eu necessito de
ajuda agora! Mais cinco minutos e serei um menino morto.
Levanta os olhos e vê a professora chegando. Pelo
olhar dela percebeu que foi descoberto. Enquanto a professora caminha até ele, sua
colega Susie aparece na frente dela carregando um aquário cheio d’água. Susie
tropeça de propósito e despeja inexplicavelmente a água no colo do menino.
Ele finge estar irritado, mas ao mesmo tempo
interiormente diz:
− Obrigado, Senhor! Obrigado, Senhor!
De repente, em vez de ser objeto de ridículo, Carlos é
objeto de compaixão.
A professora desce apressadamente com ele e dá-lhe
shorts de ginástica para vestir, enquanto suas calças secam. As outras crianças,
ajoelhadas, vão limpando ao redor de sua carteira.
A compaixão
é maravilhosa! Mas como tudo na vida, o ridículo que deveria ter sido de Carlos
foi transferido para Susie.
Ela tenta ajudar, mas dizem-lhe:
− Saia daqui. Você já fez demais, sua estabanada!...
Finalmente, no fim do dia, enquanto estão esperando o
ônibus, Carlos caminha até Susie e, abaixando a voz, lhe diz:
− Você fez aquilo de propósito, não foi?
− Claro! – respondeu Susie, sussurrando –, uma vez eu
também molhei minha calçinha.
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