Aquecendo a Vida

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domingo, 4 de maio de 2014

VIVER SEM MÁGOAS

“Toda mágoa é orgulho ferido” (Luiz Gaspareto)



Falar sobre “Mágoas” ultimamente parece ser o sermão preferido dos líderes religiosos. Mas, por que esta preferência?
Dizem que isto acontece porque precisamos viver sem mágoas.
Atualmente, damos importância demais aos problemas não resolvidos ou às promessas não cumpridas, nutrindo amarguras no coração (mágoas), perdendo a alegria de viver e aumentando o estresse. E a ciência médica confirma que o estresse causa desequilíbrios no organismo provocando muitas doenças!
Assim, a mágoa é vista como sendo o cárcere da alma. Pois aqueles que têm mágoas alimentam-se do absinto do ranço, afogam-se no lodo do ódio e vivem prisioneiros das armadilhas da vingança.
E como se libertar dessa prisão?
Jesus, o Mestre da Luz, em João, 8:32, disse “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. E mais adiante, no versículo 34, afirma que “Em verdade, em verdade vos digo, todo homem que se entrega ao pecado, é seu escravo”.
E qual é a verdade disso tudo?
Pois, então, vejamos. Mágoa no dicionário significa mácula, mancha, nódoa. Entendemos, partindo dessa definição, que se trata de um câncer da alma, que corrói o ser por dentro e o leva a ficar soterrado debaixo dos escombros de seus ressentimentos.
O magoado é então um ser escravo do pecado, porque guarda um sentimento que é totalmente contrário a lei do amor, a qual manda amar o próximo, pagando o mal com o bem.
A energia negativa da mágoa é altamente destruidora da humanidade. Ela nasce de uma atitude equivocada da pessoa e, portanto, é um erro, um pecado, pois contraria a energia positiva do amor.
Analisando o termo pode-se até supor ser originário da seguinte fusão: MÁGOA (Má + Água = Água ruim). Ou seja, uma energia nociva. Por isso afirmamos que é uma energia totalmente contrária a energia do amor. Podemos então definir a mágoa como um sentimento que provoca tristeza, pesar, desgosto, que faz doer o peito, uma amargura que dói na alma e que leva a pessoa a ter pensamentos de ódio, de vingança... E ser infeliz!
Como ela é uma criação do ser humano, quem se magoa é porque tem a mágoa presa dentro de si.
Enfim, podemos dizer que magoar-se é a mesma coisa que beber veneno pensando que o outro é quem vai morrer.
Uma forma de libertação dessas energias negativas encontra-se na seguinte história. 
Um professor pediu aos alunos que levassem uma sacola com batatas para a sala de aula. Pediu que separassem uma batata para cada pessoa que os magoara ou de alguma forma os fizera sofrer. E então escrevessem o nome da pessoa na batata e a colocassem dentro da sacola.
Eles começaram a pensar, e foram lembrando uma a uma... Algumas sacolas ficaram muito pesadas!
A tarefa seguinte era carregar consigo, para onde fossem, durante uma semana, a sacola com as batatas.
Com o tempo as batatas foram se deteriorando. Era um incômodo carregar a sacola o tempo todo e ainda sentir seu mau cheiro. Além disso, a preocupação em não esquecê-la em algum lugar, fazia com que deixassem de prestar atenção em outras coisas mais importantes para eles.
Foi, assim, que os alunos entenderam a lição de que carregar mágoas é tão ruim quanto carregar batatas.
Vamos lá! Jogue fora suas “batatas”!
E sorria!... Diz o final dessa história.
Sorria porque Jesus nos garante a libertação do pecado (da mágoa), ao ensinar, no Sermão da Montanha, que devemos amar nossos inimigos, resistindo ao mau: “Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra. Se alguém te citar na justiça para tirar-te a túnica, cede-lhe também a capa. Se alguém vem obrigar-te a andar mil passos com ele, anda dois mil”.
E reforça isto mandando perdoar os ofensores “até setenta vezes sete”, ou seja, quantas vezes forem necessárias.
Escreve José Lázaro Boberg em O Segredo das Bem Aventuranças, Editora EME, que “Se não adquirirmos ainda o sentido do perdão, que é conquista da alma na seqüência das existências, ficamos presos aos nossos desafetos no mundo espiritual, até que eliminemos o último ceitil, ou seja, os últimos resquícios de espírito de vingança”.
Perdoar e deixar estes sentimentos de mágoas irem embora é a única forma de trazer de volta a paz e a calma.

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