“Toda
mágoa é orgulho ferido” (Luiz Gaspareto)
Falar sobre “Mágoas” ultimamente parece ser o sermão
preferido dos líderes religiosos. Mas, por que esta preferência?
Dizem que isto acontece porque precisamos viver sem mágoas.
Atualmente, damos importância demais aos problemas não
resolvidos ou às promessas não cumpridas, nutrindo amarguras no coração
(mágoas), perdendo a alegria de viver e aumentando o estresse. E a ciência médica
confirma que o estresse causa desequilíbrios no organismo provocando muitas
doenças!
Assim, a mágoa é vista como sendo o cárcere da alma.
Pois aqueles que têm mágoas alimentam-se do absinto do ranço, afogam-se no lodo
do ódio e vivem prisioneiros das armadilhas da vingança.
E como se libertar dessa prisão?
Jesus, o Mestre da Luz, em João, 8:32, disse “Conhecereis a verdade e a verdade vos
libertará”. E mais adiante, no versículo 34, afirma que “Em verdade, em verdade vos digo, todo homem
que se entrega ao pecado, é seu escravo”.
E qual é a verdade disso tudo?
Pois, então, vejamos. Mágoa no dicionário significa
mácula, mancha, nódoa. Entendemos, partindo dessa definição, que se trata de um
câncer da alma, que corrói o ser por dentro e o leva a ficar soterrado debaixo
dos escombros de seus ressentimentos.
O magoado é então um ser escravo do pecado, porque
guarda um sentimento que é totalmente contrário a lei do amor, a qual manda
amar o próximo, pagando o mal com o bem.
A energia negativa da mágoa é altamente destruidora da
humanidade. Ela nasce de uma atitude equivocada da pessoa e, portanto, é um
erro, um pecado, pois contraria a energia positiva do amor.
Analisando o termo pode-se até supor ser originário da
seguinte fusão: MÁGOA (Má + Água = Água ruim). Ou seja, uma energia nociva. Por
isso afirmamos que é uma energia totalmente contrária a energia do amor. Podemos
então definir a mágoa como um sentimento que provoca tristeza, pesar, desgosto,
que faz doer o peito, uma amargura que dói na alma e que leva a pessoa a ter
pensamentos de ódio, de vingança... E ser infeliz!
Como ela é uma criação do ser humano, quem se magoa é
porque tem a mágoa presa dentro de si.
Enfim, podemos dizer que magoar-se é a mesma coisa que
beber veneno pensando que o outro é quem vai morrer.
Uma forma de libertação dessas energias negativas
encontra-se na seguinte história.
Um professor pediu aos alunos que levassem uma sacola
com batatas para a sala de aula. Pediu que separassem uma batata para cada
pessoa que os magoara ou de alguma forma os fizera sofrer. E então escrevessem
o nome da pessoa na batata e a colocassem dentro da sacola.
Eles começaram a pensar, e foram lembrando uma a
uma... Algumas sacolas ficaram muito pesadas!
A tarefa seguinte era carregar consigo, para onde
fossem, durante uma semana, a sacola com as batatas.
Com o tempo as batatas foram se deteriorando. Era um
incômodo carregar a sacola o tempo todo e ainda sentir seu mau cheiro. Além
disso, a preocupação em não esquecê-la em algum lugar, fazia com que deixassem
de prestar atenção em outras coisas mais importantes para eles.
Foi, assim, que os alunos entenderam a lição de que
carregar mágoas é tão ruim quanto carregar batatas.
Vamos lá! Jogue fora suas “batatas”!
E sorria!... Diz o final dessa história.
Sorria porque Jesus nos garante a libertação do pecado
(da mágoa), ao ensinar, no Sermão da Montanha, que devemos amar nossos
inimigos, resistindo ao mau: “Se alguém
te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra. Se alguém te citar na
justiça para tirar-te a túnica, cede-lhe também a capa. Se alguém vem
obrigar-te a andar mil passos com ele, anda dois mil”.
E reforça isto mandando perdoar os ofensores “até setenta vezes sete”, ou seja,
quantas vezes forem necessárias.
Escreve José Lázaro Boberg em O Segredo das Bem
Aventuranças, Editora EME, que “Se não adquirirmos ainda o sentido do
perdão, que é conquista da alma na seqüência das existências, ficamos presos
aos nossos desafetos no mundo espiritual, até que eliminemos o último ceitil,
ou seja, os últimos resquícios de espírito de vingança”.
Perdoar e deixar estes sentimentos de mágoas irem
embora é a única forma de trazer de volta a paz e a calma.
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