“No princípio havia o Caos. E Deus ordenou que do Caos
nascesse a luz, e a luz se fez”.
Estudiosos do esoterismo afirmam que o Mal não existe,
pois, o Bem e o Mal são diferentes estratégias divinas para a evolução humana.
A Teoria do Caos procura dar uma explicação para isso.
Há alguns anos fui estudar a Teoria do Caos. Para
ilustrar o assunto, o professor do curso mandou amontoar as carteiras da sala
de aula, durante o intervalo de almoço – sem que os alunos soubessem.
Ao retornar, no período da tarde, encontramos uma
pilha enorme de carteiras! Cada aluno que chegava retirava uma das carteiras da
pilha e sentava perto de um amigo para conversar. Quando todos já estavam
presentes na sala e não havendo mais nenhuma carteira empilhada, o professor
reiniciou a preleção, perguntando:
− Qual era a ordem das carteiras antes?
− De frente para o quadro-negro – respondemos.
− Pois bem, agora, conforme vocês se sentaram, temos
várias ordens!
O professor mandou então um aluno contar e descrever
cada uma das novas ordens. Feito isso, todos perceberam então que na sala tinha
diversas ordens de alunos: uma formada por alunos olhando pra frente e outras
formadas por alunos em: círculo, semicírculo, retângulo, triângulo, e assim por
diante...
Então, ele comentou que o Caos provocado (com a pilha
de carteiras) criou novas ordens diferentes de carteiras na sala, algumas até muito
melhores do que a ordem tradicional – de frente pra lousa.
Na vida, a humanidade caminha sempre numa direção
evolutiva. Quando alguém erra e sai do caminho certo, a vida por suas leis se
incumbe de colocá-la novamente no rumo certo. O Caos, então, é uma dessas leis
da natureza que faz correção de rota: corrige e transforma o indivíduo e o
mundo que ele habita.
Quando a desordem surge, a Teoria do Caos vem mostrar
que ordens muito melhores de evolução aparecem. É como diz o texto sagrado:
“Deus ordenou que do Caos (desordem) nascesse a luz”.
Quando estudamos a Teoria do Caos, descobrimos e
reverenciamos a grandeza da Perfeição do Criador! Pois, o Bem e o Mal têm por
meta a perfectibilidade humana. Temos o livre-arbítrio para decidir. Podemos
evoluir rapidamente pelo Bem ou demoradamente pela vereda do Mal. Mas, ninguém
se perde!
Conta a lenda da Santa Ceia – quadro concebido por
Leonardo da Vinci –, que certa vez ele se deparou com uma grande dificuldade:
precisava pintar o Bem e o Mal. O Bem, na imagem de Jesus e o Mal, na figura de
Judas (o traidor).
Interrompeu o trabalho até que conseguisse encontrar
os modelos ideais.
Certo dia viu num dos cantores do coral da igreja a imagem
perfeita de Jesus. Levou-o ao seu ateliê, e reproduziu seus traços em estudos e
esboços.
Passaram-se três anos. A “Última Ceia” estava quase pronta – mas Da Vinci ainda não havia
encontrado o modelo ideal de Judas. O responsável pela igreja começou a
pressioná-lo, exigindo que terminasse logo o mural.
Depois de muitos dias procurando, o pintor finalmente
encontrou um jovem prematuramente envelhecido, bêbado, esfarrapado, atirado na
sarjeta. Imediatamente pediu aos seus assistentes para que o levassem até a
igreja.
Da Vinci, copiava as linhas da impiedade, do pecado,
do egoísmo, tão bem delineadas na face do mendigo que mal conseguia parar em
pé.
Quando terminou, o jovem – já um pouco refeito da
bebedeira – abriu os olhos, notou a pintura à sua frente e, numa mistura de
espanto e tristeza, disse:
− Eu já vi este quadro antes!
− Quando? – perguntou Da Vinci.
− Há três anos, antes de perder tudo o que tinha. Numa
época em que eu cantava num coro, tinha uma vida cheia de sonhos, e o artista
me convidou para posar como modelo para a face de Jesus!
Concluindo: o Bem e o Mal têm a mesma face! Tudo
depende apenas da época em que cruzam o caminho de cada ser humano...
Diz Kardec, em “Obras Póstumas”, da Editora Lake,
sobre a Regeneração da Humanidade, que, “As lutas fortificam a alma, o contato do
mal faz apreciar melhor as vantagens do bem”.
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