Aquecendo a Vida

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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

A FACE DO MAL

“No princípio havia o Caos. E Deus ordenou que do Caos nascesse a luz, e a luz se fez”.



Estudiosos do esoterismo afirmam que o Mal não existe, pois, o Bem e o Mal são diferentes estratégias divinas para a evolução humana.
A Teoria do Caos procura dar uma explicação para isso.
Há alguns anos fui estudar a Teoria do Caos. Para ilustrar o assunto, o professor do curso mandou amontoar as carteiras da sala de aula, durante o intervalo de almoço – sem que os alunos soubessem.
Ao retornar, no período da tarde, encontramos uma pilha enorme de carteiras! Cada aluno que chegava retirava uma das carteiras da pilha e sentava perto de um amigo para conversar. Quando todos já estavam presentes na sala e não havendo mais nenhuma carteira empilhada, o professor reiniciou a preleção, perguntando:
− Qual era a ordem das carteiras antes?
− De frente para o quadro-negro – respondemos.
− Pois bem, agora, conforme vocês se sentaram, temos várias ordens!
O professor mandou então um aluno contar e descrever cada uma das novas ordens. Feito isso, todos perceberam então que na sala tinha diversas ordens de alunos: uma formada por alunos olhando pra frente e outras formadas por alunos em: círculo, semicírculo, retângulo, triângulo, e assim por diante...
Então, ele comentou que o Caos provocado (com a pilha de carteiras) criou novas ordens diferentes de carteiras na sala, algumas até muito melhores do que a ordem tradicional – de frente pra lousa.
Na vida, a humanidade caminha sempre numa direção evolutiva. Quando alguém erra e sai do caminho certo, a vida por suas leis se incumbe de colocá-la novamente no rumo certo. O Caos, então, é uma dessas leis da natureza que faz correção de rota: corrige e transforma o indivíduo e o mundo que ele habita.
Quando a desordem surge, a Teoria do Caos vem mostrar que ordens muito melhores de evolução aparecem. É como diz o texto sagrado: “Deus ordenou que do Caos (desordem) nascesse a luz”.
Quando estudamos a Teoria do Caos, descobrimos e reverenciamos a grandeza da Perfeição do Criador! Pois, o Bem e o Mal têm por meta a perfectibilidade humana. Temos o livre-arbítrio para decidir. Podemos evoluir rapidamente pelo Bem ou demoradamente pela vereda do Mal. Mas, ninguém se perde!
Conta a lenda da Santa Ceia – quadro concebido por Leonardo da Vinci –, que certa vez ele se deparou com uma grande dificuldade: precisava pintar o Bem e o Mal. O Bem, na imagem de Jesus e o Mal, na figura de Judas (o traidor).
Interrompeu o trabalho até que conseguisse encontrar os modelos ideais.
Certo dia viu num dos cantores do coral da igreja a imagem perfeita de Jesus. Levou-o ao seu ateliê, e reproduziu seus traços em estudos e esboços.
Passaram-se três anos. A “Última Ceia” estava quase pronta – mas Da Vinci ainda não havia encontrado o modelo ideal de Judas. O responsável pela igreja começou a pressioná-lo, exigindo que terminasse logo o mural.
Depois de muitos dias procurando, o pintor finalmente encontrou um jovem prematuramente envelhecido, bêbado, esfarrapado, atirado na sarjeta. Imediatamente pediu aos seus assistentes para que o levassem até a igreja.
Da Vinci, copiava as linhas da impiedade, do pecado, do egoísmo, tão bem delineadas na face do mendigo que mal conseguia parar em pé.
Quando terminou, o jovem – já um pouco refeito da bebedeira – abriu os olhos, notou a pintura à sua frente e, numa mistura de espanto e tristeza, disse:
− Eu já vi este quadro antes!
− Quando? – perguntou Da Vinci.
− Há três anos, antes de perder tudo o que tinha. Numa época em que eu cantava num coro, tinha uma vida cheia de sonhos, e o artista me convidou para posar como modelo para a face de Jesus!
Concluindo: o Bem e o Mal têm a mesma face! Tudo depende apenas da época em que cruzam o caminho de cada ser humano...

Diz Kardec, em “Obras Póstumas”, da Editora Lake, sobre a Regeneração da Humanidade, que, “As lutas fortificam a alma, o contato do mal faz apreciar melhor as vantagens do bem”.

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