Aquecendo a Vida

Aquecendo  a Vida

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sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

QUAL É A COISA MAIS IMPORTANTE DA VIDA?


“É o AMOR... Que faz eu pensar em você esquecer de mim” (Zezé Di Camargo).


Um homem bastante idoso procurava uma Clínica para um curativo em sua mão ferida, dizendo-se muito apressado porque estava atrasado para um compromisso.
Enquanto o tratava, o jovem médico quis saber o motivo da sua pressa.  Ele disse que precisava ir a um Asilo de Velhos para tomar o café da manhã com sua mulher, que estava internada lá há bastante tempo...
Ela sofria do Mal de Alzheimer em estágio bastante avançado.
Enquanto terminava o curativo, o médico perguntou-lhe se ela não ficaria assustada pelo fato dele estar atrasado.
− Não − disse ele. − Ela não sabe quem eu sou. Há quase cinco anos ela nem me reconhece...
Intrigado o médico pergunta:
− Mas, se ela já nem sabe quem o senhor é, porque essa necessidade de estar com ela todas as manhãs?
O velho sorriu, deu uma palmadinha na mão do médico e disse:
− É verdade... Ela não sabe quem eu sou, mas eu sei muito bem quem ela é!
Enquanto o velhinho saía apressado, o jovem médico sorria emocionado e pensava: “Esta é a qualidade de Amor que eu gostaria para a minha vida”.
Na Bíblia encontramos um trecho que Paulo escreveu aos coríntios, no capítulo 13 da primeira epístola, que nos dá toda a dimensão do Amor.
Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver Amor, serei como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.
Ainda que eu tenha todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver Amor, nada serei.
E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver Amor, nada disso me aproveitará.
O Amor é paciente, é benigno, o Amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O Amor jamais acaba. Mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará. Porque em parte conhecemos, e em parte profetizamos. Quando, porém, vier o que é perfeito, o que então é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como um menino sentia como um menino. Quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino.
Porque agora vemos como em espelho, obscuramente, e então veremos face a face; agora conheço em parte, e então conhecerei como sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a Fé, a Esperança, e o Amor. Porém, o maior deles é o Amor.
AMOR é a palavra divina, que ao pronunciá-la há mais de dois mil anos, Jesus fez estremecer toda a humanidade.
Lázaro, no Evangelho Segundo o Espiritismo, afirma que “O Amor resume toda a doutrina de Jesus, porque é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso realizado”. E mais adiante, no mesmo texto, acrescenta: “Feliz aquele que ama, porque não conhece as angústias da alma, nem as do corpo!”.
Portanto, o Amor não se reduz ao físico, ao romântico... Pois, Paulo nos mostra que o Amor é a coisa mais importante da vida, por estar presente em tudo o que foi criado. Mostra-nos ainda, que Deus é Amor.
Por isso, só o Amor nos transforma para melhor, para o bem, para a perfeição, porque o Amor permanece, enquanto as coisas se acabam...
O Amor verdadeiro é aceitação: De tudo o que o outro é... De tudo o que o outro foi... Do que será... Do que já não é!
Como o bom velhinho, da história acima, que também nós possamos dar e receber Amor em abundância!
Neste final de 2018, que você e sua família tenham UM FELIZ NATAL REPLETO DE MUITO AMOR!

sábado, 15 de dezembro de 2018

FIÉIS TRABALHADORES DO BEM


“[...] A messe é grande, mas os operários são poucos” (Mateus 9,37).


Um velho cuidava de uma muda de árvore com muito carinho, quando um jovem dele se aproximou perguntando:
− Que planta é essa?
− É uma jabuticabeira.
− E ela demora tanto para dar frutos?
− Pelo menos uns quinze anos.
− E o senhor espera viver tanto tempo assim? – ironizou o rapaz.
− Não, não creio que viva mais tanto tempo assim, pois já estou muito velho.
− Então, que vantagem você leva com isso, meu velho?
− Nenhuma, exceto a vantagem de saber que ninguém colheria jabuticabas se todos pensassem como você...
Toda pessoa egoísta pensa como o jovem dessa história. Nada faz se não puder tirar algum proveito do menor empreendimento que seja. Tem que sair ganhando sempre em tudo o que faz! Nunca pensa em fazer alguma coisa pelo seu próximo, pela sua comunidade.
A ganância de querer tirar proveito de tudo para si faz, que pessoas assim, esqueçam que no mundo o homem é herdeiro do próprio homem.
O ser humano, embora tenha faculdades limitadas, pode ser um colaborador da criação divina, que se transforma e se realiza a todo o momento. Pois Deus dotou o Espírito de faculdades físicas, intelectuais e morais para intervir e acelerar o progresso da humanidade. Somos, pois, cocriadores do universo!
Somos capazes de intervir, no futuro, até mesmo para paralisar os efeitos dos flagelos que nos atingem – e que têm sua utilidade no quadro geral da Natureza.
Quanto mais saber o homem adquire mais civilizado se torna. E quanto mais civilizado, mais se organiza socialmente para prevenir ou até mesmo neutralizar as consequências das calamidades a que se sujeita a população do planeta.
É, assim, que o homem cocriador trabalha pelo saneamento básico, pela fertilização de terras improdutivas, pela preservação ambiental, pelo incentivo às pesquisas, pela prevenção de inundações, pela purificação da atmosfera...
Todo o mal a que estamos expostos é um estímulo para o progresso físico, intelectual e moral da humanidade. Daí – para nortear nossas vidas –, o dístico sagrado ser o “Amai-vos e instruí-vos”.
As sábias leis divinas estão gravadas no coração de cada indivíduo. Para despertá-las ele tem que trabalhar... E trabalhar muito para deixar o mundo melhor do que o encontrou; para proporcionar uma vida melhor às novas gerações. Ou, talvez, até para si mesmo, se reencarnar aqui na Terra.
Se pensássemos egoisticamente como o jovem da história da jabuticabeira, estaríamos pensando em apenas uma geração. O mundo, todavia, exige transformações, que somente com trabalho responsável se realizarão.
Sejamos, então, trabalhadores da vinha do Senhor, mesmo que DA ÚLTIMA HORA, como está na Parábola de Jesus. “Assim, pois, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos. [Muitos serão os chamados, mas poucos os escolhidos.]” (Mateus 20,16).
 Por que Deus recompensa os trabalhadores da última hora? Porque estes são trabalhadores do Bem há muito tempo. Apenas lhes faltava o que fazer. Tinham a fé, mas ainda faltavam as obras.
O fato de um indivíduo estar desempregado, não lhe tira a condição de trabalhador, de pessoa qualificada. É um trabalhador. Apenas lhe falta o emprego!
Só não é trabalhador do Bem, quem, a todo o momento, e em todas as ocasiões se recusa a servir ao próximo; ou só pensa em descansar, ou só em praticar o mal para seu benefício, sem responsabilidade alguma com o futuro da sociedade.
Não são trabalhadores do Bem, todos [vós] que “por fora pareceis justos aos olhos dos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade” (Mateus 23,28). Estes não receberão o salário do trabalho, mas o da preguiça ou da desonra, da infâmia. Além de uma dura sentença: “Não sei de onde sois; apartai-vos de mim todos vós que sois malfeitores” (Lucas 13,27).
Os fiéis trabalhadores do Bem, ao contrário, serão recompensados. Pois, segundo o Espírito da Verdade (E.S.E. Paris, 1862) “suas jornadas de trabalho serão pagas ao cêntuplo do que tenham esperado”.
Neste momento, então, em que o planeta já sente a aproximação da claridade de uma Nova Era, sejamos, pois, Fiéis Trabalhadores da Seara do Senhor, desinteressados e movidos apenas pela caridade!  

sábado, 8 de dezembro de 2018

CRIANDO RAÍZES


“Vocês riem de mim por eu ser diferente, e eu rio de vocês por serem todos iguais”.
(Frase de autor desconhecido)


Certo dia eu decidi dar-me por vencido. Renunciei ao meu trabalho, às minhas relações, à minha espiritualidade. Resolvi desistir até da minha vida. Dirigi-me ao bosque para ter uma última conversa com Deus.
− Oh Deus! Poderia me dar uma boa razão para eu não entregar os pontos?
Sua resposta me surpreendeu:
− Olha em redor. Estás vendo a Samambaia e o Bambu?
− Sim, estou vendo – respondi.
− Pois bem! Quando eu semeei as Samambaias e o Bambu, cuidei deles muito bem. Não lhes deixei faltar luz e água. A Samambaia cresceu rapidamente. Seu verde cobria o solo. Porém, da semente do Bambu nada saía. Apesar disso, eu não desisti do Bambu.
No segundo ano, a Samambaia cresceu ainda mais brilhante e viçosa. E, novamente, da semente do Bambu nada apareceu. Mas, eu não desisti do Bambu.
No terceiro ano, no quarto, a mesma coisa... Mas eu não desisti.
Mas..., no quinto ano, um pequeno broto saiu da terra. Aparentemente, em comparação com a Samambaia era muito pequeno, até insignificante.
Seis meses depois, o Bambu cresceu mais de 50 metros de altura. Ele ficara cinco anos afundando raízes. Aquelas raízes o tornaram forte e lhe deram o necessário para sobreviver. A nenhuma de minhas criaturas eu faria um desafio que elas não pudessem superar!... E, olhando bem no meu íntimo, disse:
− Sabe que durante todo esse tempo em que vem lutando, na verdade você estava CRIANDO RAÍZES? – Eu jamais desistiria do Bambu. Nunca desistiria de você. Não se compare com os outros. – O Bambu foi criado com uma finalidade diferente da Samambaia, mas ambos eram necessários para fazer do bosque um lugar bonito.
− Seu tempo vai chegar – continuou Deus me dizendo –, você crescerá muito!
− Quanto tempo eu tenho de crescer? Tão alto como o Bambu? – perguntei.
− TÃO ALTO QUANTO PUDER!
Essa é a história da SAMAMBAIA E O BAMBU. Ela mostra que Deus, sendo soberanamente justo e bom, jamais desistirá de qualquer um de seus filhos, tal como afirma Jesus em Lucas (15,4): “Quem de vós que, tendo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la?”.
“Entretanto, não se perderá um só cabelo da vossa cabeça” (Lucas 21,18).
Por isso, nunca se arrependa de um dia sequer de sua vida. Pois, se os bons dias lhe dão felicidade, os dias de sofrimento lhe dão experiências. A felicidade o mantém alegre, mas são os problemas que lhe fortalecem. As penas o mantém humano, mas são as quedas que lhe mantém humilde. O bom êxito o mantém brilhante. Mas, só Deus lhe mantém caminhando, caminhando...
Somos viajantes das estrelas. Espíritos respirando em diversas faixas evolutivas, embora ainda presos às condições materiais do planeta Terra.  
André Luiz, no livro “No Mundo Maior” afirma que: “Não somos criações milagrosas, destinadas ao adorno de um paraíso de papelão. Somos filhos de Deus e herdeiros dos séculos, conquistando valores, de experiência em experiência, de milênio a milênio”.
Cada ser humano é um universo com todas as suas peculiaridades, que está sendo capacitado para uma missão especial da Criação para a harmonia da vida universal. A experiência é única!
Disse Jesus: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar” (João 14,2). Portanto, as possibilidades de servir a Deus se perdem ao infinito. São como estrelas no céu.
Disse Jesus, citando os Salmos 81,6: “Vós sois deuses?” (João 10,34).
Você está sendo preparado para isso! Como? Afundando suas raízes na Terra.
O que você quer muitas vezes não é o que lhe é necessário. Pois, Deus busca em você: aperfeiçoamento.  Para fazê-lo um colaborador, um cocriador ou um agente de um Mundo Maior, que Ele não cessa de criar.
Há uma frase atribuída a Coco Chanel que diz: “Para ser insubstituível, você precisa ser diferente”.
Graças a Deus somos diferentes!

sábado, 1 de dezembro de 2018

A PEDAGOGIA DE JESUS


“A vida é uma viagem onde Jesus é a estrada...” (Osvaldo A. da Silva)


Um marco relevante na Pedagogia de Jesus foi seu Método de Ensino popular, ímpar, como caminho para chegar a um fim determinado – a verdade.
Educador de toda a Humanidade, o Mestre se valia, então, da Parábola para o entendimento de suas ideias.
Parábola significa “colocar as coisas lado a lado”, com a finalidade de fazer uma comparação com a vida quotidiana. É uma alegoria! Uma realidade que evoca outra de ordem superior, que contêm verdades escondidas nos fatos presentes nessas histórias, indispensáveis de serem compreendidas.
Esse método de ensino comparativo, não deixa de ser também construtivista, pois considera que o aprendiz deve construir o seu conhecimento.
As parábolas são apenas um guia, que permitem ao ser humano, por meio da meditação, descobrir as respostas de cada ensinamento. Pela sua humildade, o Mestre não se coloca como o sabe-tudo. É o próprio aprendiz, interessado, que deve se ajudar no processo de construção do seu saber espiritual.
O fim último desse método é a aprendizagem do conhecimento moral, de dentro para fora, de maneira eficaz. Essa é a ideia do construtivismo! Até porque o Evangelho é de Deus e está na consciência de cada ser humano. Jesus é o grande mensageiro dessa notícia.
Quais as vantagens desse método?
É atraente, motivador, mais fácil de ser memorizado. Auxilia a mente a raciocinar para compreender as lições. O contato com essas mensagens, desperta a consciência do ser humano... E o saber espiritual dentro de si o transforma.
 São famosas, dentre outras, as Parábolas: do Semeador, do Joio, do Grão de Mostarda, da Ovelha Perdida, dos Trabalhadores da Vinha, da Figueira Estéril, das Bodas, dos Talentos, da Semente, do Filho Pródigo.
Estude-as. Você vai gostar! Vale a pena conhecê-las! Nelas você encontra tudo o que precisa para ser feliz.
Diante das dificuldades dos dias atuais, uma preciosa lição que poderia certamente fazer parte do ministério do Mestre dos mestres, seria:

A PARÁBOLA DO CAVALO

Um fazendeiro, que lutava com muitas dificuldades, possuía alguns cavalos para ajudar nos trabalhos em sua pequena fazenda.
Um dia, seu capataz veio trazer a notícia de que um dos cavalos havia caído num velho poço abandonado. O poço era muito profundo e seria extremamente difícil tirar o Cavalo de lá.
O fazendeiro foi rapidamente até o local, avaliou a situação, certificando-se que o animal havia se machucado. Mas, pela dificuldade e alto custo para retirá-lo do fundo do poço, achou que não valia a pena investir na operação de resgate. Tomou, então, a difícil decisão: determinou ao capataz que sacrificasse o animal jogando terra no poço até soterrá-lo ali mesmo. E assim foi feito.
Os empregados, comandados pelo capataz, começaram a lançar terra para dentro do buraco de forma a cobrir o Cavalo. Mas, à medida que a terra caía em seu dorso, o animal a sacudia e ela ia se acumulando no fundo, possibilitando ao Cavalo ir subindo.
Logo os homens perceberam que o Cavalo não se deixava enterrar, mas, ao contrário, estava subindo à medida que a terra enchia o poço, até que, finalmente conseguiu sair!

Moral da História

Se você estiver “lá embaixo”, sentindo-se pouco valorizado, quando certos de seu “desaparecimento”, os outros jogarem sobre você a “terra” da incompreensão, da falta de oportunidade e de apoio, lembre-se do Cavalo. Não aceite a “pá de terra” que jogam sobre você, sacuda-a e suba sobre ela. Quanto mais jogarem, mais você vai subindo...
Faça de seus problemas um degrau para subir e se elevar. Você pode sair dos buracos mais profundos se não se der por vencido. Use a “pá de terra” que lhe jogam para seguir adiante sempre!
Pense apenas no valor que você tem. Pois só fica no fundo do poço quem não dá valor a si mesmo. Para Deus não existe beco sem saída! Tenha fé. “Se meu pai e minha mãe me abandonarem, o Senhor me acolherá” (Salmos 26,10).
Você é obra de Deus! Não abaixe sua cabeça para os problemas do mundo.
 “Amai-vos e instruí-vos” – eis os mandamentos divinos que alimentarão sua mente e libertarão seu Espírito.



sábado, 24 de novembro de 2018

O HOMEM E O MUNDO


O Homem é tudo aquilo que a educação faz dele.


Diz Emanuel que somente o lar educa. A escola apenas instrui. E André Luiz nos diz que o Lar é o principal agente transformador de nossa conduta.
Já para Allan Kardec: “É pela educação, mais do que pela instrução, que se transformará a Humanidade”.
Entendo que todos esses pensadores têm razão, porque definem a educação como a mais importante para a aprendizagem da vida. Embora Emanuel apenas defina onde se dá a educação e a instrução, André Luiz já diz ser o Lar o principal agente de transformação.
Kardec, porém, não nega o valor da instrução, que também tem um percentual no processo de transformação da humanidade. O que ele faz é apenas enfatizar a educação nesse processo.
A instrução é a aprendizagem científica, que forma o talento e desenvolve a inteligência. Enquanto que a educação tem uma amplitude maior, porque desenvolve valores e virtudes que formam o caráter do homem.
A instrução fortalece o cérebro, a educação fortifica o coração.
Diz um dito popular que “a educação vem do berço”. Isso significa dizer que a educação é, primeiramente, responsabilidade dos pais e familiares. Posteriormente, quando a criança está na escola, passa também a ser responsabilidade dos Professores. Embora a prioridade dos professores seja a escolarização do aluno (a instrução).
Alguns colocam, como diferencial, o fato da educação dar-se de dentro para fora e a instrução de fora para dentro. Nesse sentido a educação é transformadora e libertadora, enquanto a instrução funciona como adestramento. A instrução sem a educação moral, de valores para a vida, serviria apenas para um autoritarismo de dominação.
Outros, no entanto, entendem que a educação é o produto da interação do conhecimento interior com o conhecimento exterior. Ou seja, é um processo de ação e reação, entre o conhecimento interno e externo, que produz um conhecimento mais elevado, aprimorado, que muda e aperfeiçoa a visão de mundo do ser humano.
Sempre procurei levar esses ensinamentos aos meus alunos do curso de Pedagogia. E ilustrava a aula com a seguinte história:
Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava resolvido a encontrar meios de minorá-los. Passava dias em seu laboratório em busca de respostas para suas dúvidas.
Certo dia, seu filho de sete anos invadiu o seu santuário decidido a ajudá-lo a trabalhar. O cientista, nervoso pela interrupção, tentou que o filho fosse brincar em outro lugar.
Vendo que seria impossível demovê-lo, o pai procurou algo que pudesse ser oferecido ao filho, com o objetivo de distrair sua atenção. De repente, deparou-se com o mapa do mundo; era o que procurava! Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários pedaços e, junto com um rolo de fita adesiva, entregou-o ao filho, dizendo:
− Você gosta de quebra-cabeças? ... Então vou lhe dar o mundo para consertar. Aqui está o mundo todo quebrado. Veja se consegue consertá-lo bem direitinho! Faça tudo sozinho.
Calculou que a criança levaria dias para recompor o mapa.
Passadas algumas horas, ouviu a voz do filho que o chamava calmamente:
Pai, pai..., já fiz tudo!...  Consegui terminar “tudinho”!
A princípio, o pai não deu crédito às palavras do filho. Seria impossível, na sua idade, ter conseguido recompor um mapa que jamais havia visto.
Relutante, o cientista levantou os olhos de suas anotações, certo de que veria um trabalho digno de uma criança. Para sua surpresa, o mapa estava completo. Todos os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como seria possível? Como o menino tinha sido capaz?
− Você não sabia como era o mundo, meu filho, como conseguiu?
Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando você tirou o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem. Quando você me deu o mundo para consertar, eu tentei, mas não consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar o homem, que eu sabia como era. Quando consegui consertar o homem, virei a folha, e vi que havia consertado o mundo.

sábado, 17 de novembro de 2018

A PEDRA DA FELICIDADE


“A verdadeira felicidade custa pouco; quando é cara não é de boa qualidade”.
(Chateaubriand)


Um moço achou uma pedra muito brilhante e levou-a para casa. Ele não sabia, mas era a Pedra da Felicidade. Ela possuía o poder de realizar desejos.
Uma Fada apareceu ao moço em sonho e disse-lhe que a Pedra tinha poderes para atender a três pedidos: um bem material; uma alegria e uma caridade. Bastava pensar no pedido e apertar a Pedra entre as mãos. Mas, que esses benefícios somente poderiam ser utilizados a favor de outras pessoas.
Ele acordou e tentou pedir alguma coisa só para si, apertando a Pedra entre as mãos. Mas, sem êxito algum, resolveu guardá-la, desinteressado em usá-la.
Anos depois, já bem velhinho, ele se lembrou do sonho e dos prováveis poderes da Pedra da Felicidade, guardada. E decidiu usá-la em proveito dos outros.
Primeiro, realizou o desejo de uma jovem, dando-lhe um bem material. Depois, proporcionou uma grande alegria a uma mãe, revelando o paradeiro da filha há anos desaparecida. E, por último, diante de um doente, condoeu-se de suas feridas, ofertando-lhe a cura.
Ao realizar o terceiro benefício, a Pedra transformou-se numa nuvem de fumaça e, no meio dessa nuvem apareceu a Fada do sonho, dizendo:
− Por que demorou tanto a usá-la? Antes, devia fazer o bem aos outros para merecer o atendimento do seu desejo! Mas, agora, que já cumpriu o nosso trato, o que pedir para você, eu farei.
O homem, que tivera desde a juventude, a oportunidade de construir uma vida plena de felicidade, ficou se lamentando pelo seu desamor. Jamais pensara que fazendo o bem aos outros colheria o bem para si mesmo. Triste e arrependido desse erro, ele pediu:
− Dá-me tão somente a felicidade de esquecer meu passado egoísta.
Esta história nos mostra que buscamos a Felicidade nos prazeres externos, nos bens materiais e, entretanto, só a encontraremos dentro de nós mesmos, nas ações do coração. Como nos ensinou Jesus: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo” (João 15,12).
O texto, de autor desconhecido, a seguir, ilustra bem essa assertiva:
Passamos a vida em busca da felicidade, procurando o tesouro escondido. Corremos de um lado para o outro esperando descobrir a chave da felicidade. Esperamos que tudo que nos preocupa se resolva num passe de mágica. Achamos que a vida seria tão diferente, se pelo menos fôssemos felizes.
E, assim, uns fogem de casa para serem felizes e outros fogem para casa para serem felizes.
Uns se casam para serem felizes e outros se divorciam para serem felizes.
Uns fazem viagens caríssimas para serem felizes e outros trabalham além do normal para serem felizes.
Uma busca infinda.
Anos desperdiçados.
Nunca a lua está ao alcance da mão, nunca o fruto está maduro, nunca o vinho está no ponto. Sombras, lágrimas. Nunca estamos satisfeitos.
Mas, há uma forma melhor de viver!
A partir do momento em que decidimos ser feliz, nossa busca da felicidade chegou ao fim.
É que percebemos que a felicidade não está na riqueza material, na casa nova, no carro novo, naquela carreira, naquela pessoa que jamais está à venda. Quando não conseguimos achar satisfação dentro de nós para ter alegria, estamos fadados à decepção.
A felicidade não tem nada a ver com conseguir. Consiste em satisfazer-nos com o que temos e com o que não temos.
Poucas coisas são necessárias para fazer feliz o homem sábio, ao mesmo tempo em que nenhuma fortuna satisfaria a um inconformado.
As necessidades de cada um de nós são poucas.
Enquanto nós tivermos alguma coisa a fazer, alguém para amar ou alguma coisa a esperar, seremos felizes.
Saiba: A única fonte de felicidade está dentro de você, e deve ser repartida.
Repartir suas alegrias é como espalhar perfumes sobre os outros: sempre algumas gotas acabam caindo sobre você mesmo!

sábado, 10 de novembro de 2018

PRINCÍPIOS DA BENEVOLÊNCIA


“Quando somos bons para os outros, somos ainda melhores para nós” (Benjamim Franklin).


A Benevolência tem suas raízes nos bons sentimentos do coração. É, pois, uma disposição; uma tendência natural de todo ser humano para o Bem, que se manifesta nas qualidades de afeto; estima; respeito... Que revela bondade, altruísmo e empatia e boa vontade para com todos. Que é indulgente com as imperfeições alheias, perdoando as ofensas recebidas.
É o contrário da Maledicência, que aos outros deprecia e causa danos. Lembre-se que ao se omitir de fazer o Bem, você já está fazendo o Mal!
A Benevolência, no seu mais amplo sentido, está relacionada com a Caridade. Pois se manifesta pelo amor fraternal indulgente e pelos princípios de Beneficência e de Não-Maleficência.
Beneficência quer dizer fazer um benefício ou favorecer alguém. É um ato filantrópico, uma virtude de fazer o Bem. Um hábito de agir de acordo com os interesses e o bem-estar do próximo, sem lhe causar o menor dano.
A Beneficência é, portanto, uma disposição emotiva boa do caráter de alguém que quer fazer bem aos outros, que quer agir de forma correta.
Além de promover o Bem e prevenir a miséria, a Beneficência tem a obrigação de a) prevenir danos; b) retirar danos.
Não-Maleficência é o princípio da Benevolência que se caracteriza apenas pela obrigação de não causar danos.
Enquanto a Beneficência requer ação, a Não-Maleficência, na maior das vezes, envolve abstenção.
O princípio de Não-Maleficência é devido a todas as pessoas, enquanto o princípio da Beneficência é, na prática, menos abrangente.
Exemplificando: Você viajando vê um acidente na estrada. Como você é uma pessoa do Bem, imediatamente freia o carro e desce para prestar socorro. Pelo princípio da Beneficência, você age no sentido de fazer o Bem aos acidentados, sinaliza a pista para prevenir danos e pede socorro à Polícia Rodoviária.
Enquanto isso, pelo princípio da Não-Maleficência, você tem a obrigação de não causar danos às vítimas, aguardando que socorristas experientes tomem as devidas providências.
Esses dois princípios não têm caráter absoluto, pois nem sempre cada um deles terá prioridade em todas as situações ou dificuldades conflituosas. E também para não aniquilar a manifestação da vontade, dos desejos e sentimentos dos que estão sendo socorridos ou amparados.
De tudo isso, fica uma pergunta: um benefício se perde? Não! Todo benefício feito com amor, carinho, dedicação, jamais se perde. Porque o benefício é como uma semente que se joga na terra para germinar. Se a terra é boa germinará rapidamente. Se a terra é fraca demorará um pouco mais, mas germinará com o tempo e dará seus frutos.
Quando demora a semente do Bem para germinar, muitos reclamam de ingratidão. Só que o tempo de germinação não está restrito a uma única existência. O tempo de germinação de um benefício é eterno. E você pode colher o que plantou em outras vidas. É da Lei da Natureza dar o retorno a todas as causas da vida.
− Ah! Mas eu não vou beneficiar alguém que não é da minha Igreja, ou que não é do meu Partido?  Uma atitude assim é preconceituosa! Pois o espírito de seita ou de Partido é abolido quando vemos irmãos em todos os nossos semelhantes.
Para fazer o Bem não se deve saber a crença, a ideologia... Nunca se deve, pois, interpelar a consciência de ninguém. Se for um inimigo será um meio de reconciliação. Pois o benefício abranda os corações mais endurecidos.
Não importa se a pessoa ficou agradecida ou não, pois o benefício dará frutos e o benfeitor o receberá centuplicado, porque a Beneficência é inesgotável.
Será abençoado por Deus aquele que recebeu o reconhecimento imediato pelo Bem praticado. Mas, as bênçãos divinas serão ainda muito maiores para o benfeitor que recebeu a ingratidão como medida de compensação, porque este fez o Bem desinteressadamente, sem esperar qualquer reconhecimento. Fez com a direita sem que a esquerda soubesse. Fez o Bem apenas por amor e por ser cristão.
A ingratidão muitas vezes é necessária para provar a nossa perseverança em fazer o Bem.

sábado, 3 de novembro de 2018

FERRAMENTAS DE GESTÃO EMOCIONAL


Uma curva pode significar a solução de problemas


O discípulo foi procurar seu velho mestre, um filósofo que estava pra morrer, e perguntou-lhe:
− Não teria mais alguma coisa a dizer a este seu amigo?
O sábio então abriu a boca; disse ao jovem que olhasse lá dentro, e perguntou:
− Vê minha língua?
− Claro – respondeu o discípulo.
− E os meus dentes, estão perfeitos?
− Não... – replicou o discípulo.
− Você sabe por que a língua sobrevive aos dentes?...
− Não tenho a menor ideia!
− É porque é mole e flexível – explicou o mestre. – Os dentes se acabam e caem primeiro porque são duros. Assim você aprendeu tudo o que vale a pena aprender. Nada mais tenho a lhe ensinar!
O diálogo, acima, mostra a importância da qualidade de ser flexível; maleável; daquilo que se pode dobrar ou curvar; que é dócil, ou seja: fácil de manejar; de conduzir, ensinar ou guiar. 
O rio tem muito dessa qualidade, pois ele flui de acordo com o terreno. Com ele aprendemos que uma curva pode ser a solução de uma dificuldade.
Flexibilidade é tão importante que se tornou imprescindível na educação escolar, por ser uma característica fundamental da Proposta Curricular para a seleção e a organização dos conteúdos.
Ser flexível é uma característica importante também no que diz respeito ao relacionamento humano, para se adquirir bom senso e prudência na forma de agir.
“Passar vaselina na cara”, “ser liso que nem bagre ensaboado”, “devagar com o andor” “cautela e caldo de galinha não faz mal a ninguém” e “sair pela tangente”, são alguns ditos populares usados para se sair apertadamente de complicações.
Entretanto, Flexibilidade não é bem isso, se for confundida com banalização, ingenuidade, permissividade total... Ou até com maldade! Pois ela é uma atitude de ponderação, que precisa ser transparente, honesta, imbuída de benevolência e de sentimentos fraternos.
Pela elasticidade do conceito, a Flexibilidade se confunde, muitas vezes, com a qualidade de Resiliência.
Resiliência vem da física e significa a propriedade de um corpo de recuperar a sua forma original após sofrer um choque. É o poder de recuperação como o ato de retorno de mola, de elástico. É a capacidade que a pessoa tem de voltar ao seu estado normal, após ser submetido a uma pressão. A capacidade de não ceder quando coagido, numa situação crítica, e mesmo assim “dar a volta por cima” conseguindo altos níveis de produtividade e de realização. É a capacidade de transformar toda a energia de um problema em uma solução criativa.
A Flexibilidade é um dom de nascimento, enquanto que a Resiliência é um comportamento adquirido, que deve ser exercitado. Ambas são Ferramentas de Gestão Emocional que visam a potencialização do desempenho do ser humano. Como elas nos predispõem a ser benevolente e condescendente com as solicitações do mundo, são essenciais à vida e a carreira profissional.
Em momentos de raiva, de cabeça quente, fica difícil a utilização dessas ferramentas. Pois, exigem calma nas suas “jogadas”. E devem ser utilizadas com empatia, de comum acordo, sem prejuízo ao próximo. Enfim, são formas cordatas de agir para contornar os problemas e seguir em paz as trilhas do destino – que Deus nos deu na busca da perfeição.
Neste mundo não adianta ser radical aos extremos. Se quiser ser duro na queda você vai acabar se arrebentando. Ao contrário, se for mole demais, vai acabar massacrado. O melhor é ter um jogo de cintura, um gingado, pra driblar as dificuldades e encontrar o caminho do meio, do “gol”, da vitória, do sucesso...
São ferramentas, então, que nos permite ceder voluntariamente em muitas situações e aceitar as coisas como elas são a fim de encontrarmos uma saída para os problemas que nos afligem.
Não deixam também de ser qualidades de fé, que nos dão a certeza – tal qual ao rio – que depois da curva há um vale desconhecido.
Jesus sabia que essas ferramentas são fundamentais ao processo evolutivo do ser humano, e, por isso, recomendou pagar o mal com o bem. “Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra. Se alguém te citar em justiça para tirar-te a túnica, cede-lhe também a capa. Se alguém vem obrigar-te a andar mil passos com ele, anda dois mil (Mateus 5: 39 a 41).

domingo, 28 de outubro de 2018

MENDIGOS EMOCIONAIS


Vivemos um período de alto descontrole emocional


Um idoso ao ser interrogado resumiu a sua existência em três etapas:
− Aos 20 anos eu fazia a seguinte oração: “Meu Deus, ajuda-me a mudar este mundo tão insustentável, tão impiedoso!”. E durante os próximos 20 anos, eu lutei como uma fera para constatar que afinal nada tinha mudado.
− Aos 40 anos, minha oração já era outra: “Meu Deus, ajuda-me a mudar a minha mulher, os meus pais e os meus filhos!”. E até chegar aos 60 anos, lutei como uma fera para isso. Mas, no final, pude constatar que nada tinha mudado.
− Agora sou um homem velho e apenas tenho uma oração: “Meu Deus, ajuda-me a mudar-me!”. – E não é que o mundo a minha volta realmente mudou!!!
Para mudar o mundo, está comprovado que o que cada um deve fazer é melhorar a sua perspectiva de vida. Deixar de ser pessimista e encarar as coisas pelo seu lado positivo. Ou seja, depende só de uma mudança interior.
A ciência demonstra que somos cocriadores da nossa realidade. Pensou, criou! Se eu mudo o meu modo de pensar vou criar uma nova realidade a minha volta. Pois os resultados indesejados, tanto de uma pessoa quanto da coletividade só se alteram quando chegamos ao cerne da questão: quais as crenças que criaram tudo isso?
Crenças são opiniões que você adota com fé e convicção, mas que não se pode provar. Então, crença não é conhecimento e nem filosofia; é só uma crença!
Crenças são, pois, aquelas que você fala todo dia! Que você aprendeu em casa, na igreja ou na escola, que estão gravadas em você, no seu subconsciente, mas que não combinam com a nossa realidade. “Culpar os outros pelo seu insucesso” é uma delas. E há muitas outras, como: “Acreditar que o trabalho é castigo” “Achar que é preciso sofrer”; “Que a felicidade não é deste mundo”; “Que a riqueza é uma maldição”, “Que nada dá certo para você”; etc.
Quando você encarece essas crenças negativas, nas suas ações do cotidiano, você fica dependente delas... Torna-se um escravo de uma maneira de ser e de agir inconveniente com a nossa realidade. Deixa de evoluir para se transformar num verdadeiro mendigo emocional.  
Então, você precisa com urgência diagnosticá-las todas e começar a romper com elas. Pois, alterando as crenças, acabam os problemas. A máxima “Conhece-te a ti mesmo”, de um sábio da antiguidade, revela a importância do autoconhecimento para a sua superação. 
Se essas crenças antigas têm sido o paradigma de sua vida, você precisa superar tudo isso com novas informações. Você tem que adotar um novo paradigma para limpar todo esse lixo emocional que até agora o impediu de progredir, de ter sucesso e ser feliz. E isso não se faz com mudanças externas. É preciso realmente uma mudança interior. Um ser novo que deve nascer dentro de você!
Conta-se que numa praça pública, um Pastor falava a um grande número de fiéis. E como às vezes acontece, um escarnecedor o interrompeu lhe dizendo:
− Pastor, se Deus pode fazer tanta coisa como você está dizendo, porque Ele não pode mudar a roupa desse mendigo que está ao seu lado aqui na praça!...
Sem se perturbar, ele respondeu:
− Realmente. Nisso o senhor tem razão. Deus não vai mudar a roupa desse mendigo ao meu lado, mas pode mudar o mendigo que está dentro dessa roupa!
Há mendigos esfarrapados como este, porém, atualmente, o que mais se vê são os mendigos emocionais, socialmente desajustados por falta de autoestima.  
Disse Jesus: "Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei" (Mateus 11,28). Esta não é uma frase de efeito... Pois a dor é um fardo! Pesa! E a ciência já comprova que a dor física é consequência da dor moral, a qual tem raízes nos pensamentos negativos. Estar com Jesus no coração é ser saudável emocionalmente. É amar e perdoar, não julgar ninguém para não ser julgado, é ser indulgente e caridoso... É se distanciar do comportamento negativo e passar a viver e agir positivamente. Só assim, o seu fardo fica mais leve! E você deixa de ser um mendigo emocional.
Não se esqueça de que Jesus, após dizer que toda autoridade lhe foi dada no Céu e na Terra, finalizou sua passagem aqui, afirmando: “[...] Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mateus 28,20).

domingo, 21 de outubro de 2018

A DOSAGEM EXATA DA EDUCAÇÃO


A criança é a esperança de um mundo melhor.


Um tema constante nos meios de comunicação é o problema educacional de crianças abandonadas, tanto pelos pais quanto pela sociedade. Por ser um tema que exige muita reflexão, já foi retratado até em novelas para forçar o telespectador a pensar sobre o assunto.
A discussão desse tema merece uma considerável atenção no Brasil, pois vivemos um momento triste de precária educação tanto no lar como na escola, e de muitas crianças abandonadas: pelos pais; pela sociedade; e pelo governo! Essa discussão é edificante, por proporcionar uma reflexão importante sobre a vida.
O problema, além de ser uma irresponsabilidade da sociedade, também é uma falta de confiança em Deus!
Se considerarmos que todo ser humano é uma Centelha Divina, que um dia brilhará intensamente; se ainda considerarmos, que no coração de cada ser humano há um germe do amor que um dia crescerá, florescerá e dará muitos frutos; vamos descobrir que um filho ou uma filha é o melhor presente que Deus dá aos pais. Um presente – com o mais rico dos diamantes cravado no peito –, e que só depende da sua segurança e do seu amor para ser lapidado e brilhar.   
E como esquecer a emoção de uma gestação, e a emoção dos movimentos do neném dentro da barriga da mãe?
Essa reflexão importa muito neste tempo de grandes transformações da nossa sociedade, que afetam os relacionamentos sociais. Vemos filhos abandonados pelos pais dentro do próprio lar. Em corpo os pais estão ali, mas sempre envolvidos com outras coisas! Os filhos se sentem, então, abandonados. São ignorados pelos pais, que estão com sua atenção em outro foco: celular, notebook, televisão, jogos, etc.
Essa falta de atenção dos pais e de um relacionamento mais afetivo gera, no filho, um sentimento negativo, de tristeza, de não ser amado, de não ser importante...
Por causa disso o filho desenvolve sentimentos de baixa autoestima; de instabilidade emocional; de insegurança...
Esta degeneração emocional até tem consequências mais graves, pois pode levar a criança a se tornar um aluno de baixo rendimento escolar, revoltado, ou, ainda, descambar para as drogas. E os pais respondem severamente por isso perante a justiça divina!
Não temos a dimensão exata dos danos que o trauma psicológico causa numa criança abandonada. Mas sabemos que é muito grande!  E como lidar com isso? Como superar essa mágoa?
“Confiai em Deus” (João 14:1), ensinou o Mestre, para que a criança abandonada possa sobreviver ao sofrimento e a dor do abandono. Confiando nos ensinamentos do Mestre é possível superar traumas e entender os sentimentos humanos. E deve-se confiar nele, não porque se sinta fraco e carente, mas, porque esta é a única maneira pela qual se pode crescer plenamente neste planeta. A confiança em Deus pode se transformar numa grande alegria.
Preocupado com a educação de seus filhos, um Jovem Pai procurou a Escola de Pais de sua cidade e perguntou a um dos Conselheiros:
− Por favor, oriente-me! Devo ser severo com meus filhos para que tenham mais respeito e se afastem de qualquer possibilidade de revolta ou outro tipo de desajustamento emocional..., ou devo ser benevolente para obter carinho dos meus filhos, fazendo-lhes, então, as suas vontades? Ajude-me!
O sábio Conselheiro pensou um pouco, e perguntou-lhe:
− Você tem vasos de porcelana?
− Tenho dois – disse o Jovem Pai.
− Se você encher um desses vasos com água fervente e o outro vaso com água gelada, o que acontecerá?
− A água fervente fará o vaso em pedaços e a água gelada trincará o outro vaso – respondeu o Jovem Pai.
− Exatamente – disse o sábio Conselheiro. – Assim será a educação de seus filhos, pois se usar de autoridade severa ou de benevolência excessiva, não será um bom Pai. Entretanto, se souber dosar os dois, terá seu nome gravado para sempre no coração de seus filhos!
− Obrigado por este bom conselho!
− De nada! E não se esqueça: misture sempre a água fervente com a água gelada para obter água morna – a dosagem exata da educação. Assim, pai, você vai ajudar o desenvolvimento intelectual e moral dos seus filhos, sem lhes causar qualquer dano na formação do caráter!

domingo, 14 de outubro de 2018

A MAIOR AULA DO MUNDO


“O Professor que deixou de aprender já parou de ensinar...”.


Ser professor (especialmente de Escola Pública) é uma tarefa para aqueles que querem servir a Deus. Por isso, me dirijo a todos vocês amigos professores, que no seu cotidiano ajudam a construir o cidadão de hoje e de amanhã.
Que Deus possa abençoá-los para enfrentar as difíceis tarefas do dia-a-dia, desta sociedade extremamente complexa, na maior crise da história da humanidade: a crise da inversão de valores.
As novas gerações estão chegando às salas de aula sem uma base educacional familiar, devido o distanciamento dos pais e avós na convivência das crianças.
E é preciso lembrar a grande diferença que existe entre educação e escolarização. A educação vem do berço (ou seja, vem da família) e a escolarização se dá no processo ensino-aprendizagem que ocorre dentro de uma instituição de ensino. O professor complementa a educação do aluno, com os conhecimentos dos componentes curriculares: português, matemática, história, geografia, ciência...
Além disso, a política educacional brasileira não é funcional. É um modelo totalmente superado, que não busca desenvolver valores, como o respeito, a responsabilidade, o dever...
Um País que não valoriza seus professores, que permite o desvio de verbas da educação, que usa a política educacional como recurso de dominação e permanência no poder, não é um país sério... Só pode mesmo ser um país de corruptos, criminosos, traficantes, bandidos, semianalfabetos...
E o que fazer quando a violência vai parar dentro das escolas?  Professoras agredidas covardemente por alunos!
Sente-se, em muitos desses casos, a ausência total de ensinamentos cristãos; do Evangelho no Lar; da aprendizagem de valores éticos e morais.
Disse Jesus, no Evangelho de João 8,34 que: “todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo”. Então, às vezes, é necessário que o mal chegue ao extremo para que os homens sintam a necessidade do Bem, da reforma íntima para sua libertação.
Diante do nosso triste quadro social, rogamos ao Criador, levar ao coração do Professor e da Professora a esperança de dias melhores, e a suavidade da paz que só conhecem aqueles que acreditam: num gesto de carinho, numa palavra de perdão, na presença de amor...
Que o “Dia do Professor” seja, pois, sempre uma passagem feita da soma das experiências do passado enriquecida das promessas do futuro... Assim, o trabalho de educação nunca será monótono nem sem esperança.
Bendito seja o Mestre, que é capaz de ser carinhoso, de perdoar, de amar o aluno estendendo a mão para ajudá-lo a crescer. Bendito seja o Professor que é grande... Porque grande é o seu ideal que se define e se expressa por ações significativas, por diálogo de coração.
Bendito o Professor que é generoso... A ponto de fazer de cada dia um novo despertar de entusiasmo, para motivar a obra que realiza com amor e simplicidade, na sua sala de aula. Bendito o Professor que ama... Porque Jesus se repete em cada gesto de carinho, de perdão, e em cada presença de amor.
A educação é um processo que transcende à escola quando a aula, mesmo sendo simples, tem um profundo significado. A aula fica pela sua importância e não pelo jeito de apagar a lousa ou pela disposição das carteiras.
Lembre-se que a maior aula do mundo foi dada de costas para os alunos. O Mestre, abaixado, escrevia na areia, quando os escribas e fariseus chegaram com a mulher adúltera:
“Mestre, esta mulher foi apanhada no próprio ato de adultério”.
−“Quem não tiver pecado atire a primeira pedra”.
Essa aula foi dada há dois mil anos, sem material didático e sem plano de aula. E até hoje, a humanidade está estudando a lição. Por isso, queridos Professores, as melhores lições são aquelas que ficam pra sempre na mente dos nossos alunos. E não se esqueçam:
− Se a criança vive criticada aprenderá a condenar... Mas, se viver elogiada, tornar-se-á compreensiva...
− Se a criança vive hostilizada aprenderá a ser violenta... Mas, se viver amparada, aprenderá a amar...
Lembre-se de que a cada educador perguntará Deus: que fizestes dos meus filhos confiados aos seus cuidados?

sábado, 6 de outubro de 2018

ENTREVISTA COM DEUS


“Eu vos invoco, pois me atendereis, Senhor; [...] escutai minha voz”. (Salmos 16,6)


Sonhei que tinha marcado uma entrevista com DEUS.
− Entre – falou DEUS. Então, você gostaria de me entrevistar?
− Se tiver um tempinho, disse eu.
DEUS sorriu e falou:
− Meu tempo é eterno, suficiente para fazer todas as coisas. Que perguntas você tem em mente?
− O que mais o surpreende na humanidade? – perguntei...
DEUS respondeu:
Que se aborreçam de ser criança e queiram logo crescer e aí, desejam ser criança outra vez; − Que desperdicem a saúde para fazer dinheiro e aí percam dinheiro para restaurar a saúde; − Que pensem ansiosamente sobre o futuro e esqueçam o presente e, dessa forma não vivam nem o presente, nem o futuro; − Que vivam como se nunca fossem morrer e que morram como se nunca tivessem vivido.
Em seguida, a mão de DEUS segurou a minha e por um instante ficamos silenciosos... Então perguntei:
− PAI, quais são as lições de vida que deseja que seus filhos aprendam?
Com um sorriso DEUS respondeu:
Que aprendam que não podem fazer com que alguém os ame. O certo é se deixar amar; − Que aprendam que o mais valioso não é o que se tem na vida, mas QUEM se tem na vida; − Que aprendam que não é bom se compararem uns com os outros. Porque todos serão julgados individualmente sobre seus próprios méritos; − Que aprendam que uma pessoa rica não é a que tem mais, mas a que precisa menos; − Que aprendam que só é preciso alguns segundos para abrir profundas feridas nas pessoas amadas e que é necessário muito amor para curá-las; − Que aprendam a perdoar, praticando o perdão; − Que aprendam que há pessoas que os amam muito, mas que simplesmente não sabem como expressar ou demonstrar seus sentimentos; − Que aprendam que dinheiro pode comprar tudo, exceto felicidade; − Que aprendam que duas pessoas podem olhar para a mesma coisa e vê-las de forma totalmente diferente; − Que aprendam que um amigo verdadeiro é alguém que sabe tudo sobre você e gosta de você do jeito que você é; − Que aprendam que não é suficiente que sejam perdoados, mas que perdoem a si mesmos.
Por um tempo, permaneci sentado, desfrutando aquele momento. Agradeci a DEUS pelo seu tempo e por todas as coisas que tem feito por mim.
ELE respondeu:
“Estarei aqui sempre que alguém precisar de ajuda. Tudo que precisam fazer é chamar por mim. Todos podem esquecer o que EU disse, podem esquecer o que EU fiz, mas jamais me esquecerei de cada um de vocês!”.
O sonho, acima relatado, é de autor desconhecido. Mas é um texto que proporciona muitas reflexões.
Primeiro é preciso lembrar que DEUS não é uma pessoa. Não se pergunta “Quem é Deus?”; mas “Que é Deus”. Segundo o Livro dos Espíritos (questão n° 1) “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”.
E, segundo essa mesma obra, o homem não pode compreender a natureza íntima de Deus, porque lhe falta o sentido para isso. Mas, “quando o espírito do homem, não estiver mais obscurecido pela matéria e, por sua perfeição, se houver aproximado do mistério da Divindade, ele então O verá e compreenderá” (Questão n° 11).
Percebe-se que o homem, confunde CRIADOR com CRIATURA. Mas, que à medida que seu sentido de moralidade se desenvolve, passa a ter uma ideia mais precisa da natureza de Deus. 
Segundo Paulo, na primeira epístola de João (4,16): Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele”. Como sabemos que o AMOR é energia pura. DEUS pode, então, ser interpretado como um Oceano Primordial de Energia Pura, Infinita, que cria tudo incessantemente.
Para Hélio Couto, no seu livro “Mentes In-formadas”, DEUS é o TODO. E afirma, que “O Todo não está em tudo; o Todo é tudo. Tudo o que existe é Ele”.
A partir dessa constatação, muda a maneira de se ver o mundo e de se relacionar com as pessoas. Assim, ficam mais claros os ensinamentos de Deus, sobre o que mais O surpreende na humanidade; e as lições que Ele deseja que seus filhos aprendam. Pense nisso!