“Quando somos bons para os
outros, somos ainda melhores para nós” (Benjamim Franklin).
A Benevolência
tem suas raízes nos bons sentimentos do coração. É, pois, uma disposição; uma
tendência natural de todo ser humano para o Bem, que se manifesta nas
qualidades de afeto; estima; respeito... Que revela bondade, altruísmo e
empatia e boa vontade para com todos. Que é indulgente com as imperfeições
alheias, perdoando as ofensas recebidas.
É o contrário da Maledicência, que aos outros deprecia
e causa danos. Lembre-se que ao se omitir de fazer o Bem, você já está fazendo
o Mal!
A Benevolência,
no seu mais amplo sentido, está relacionada com a Caridade. Pois se manifesta pelo
amor fraternal indulgente e pelos princípios de Beneficência e de
Não-Maleficência.
Beneficência quer dizer fazer um benefício ou favorecer alguém. É
um ato filantrópico, uma virtude de fazer o Bem. Um hábito de agir de acordo
com os interesses e o bem-estar do próximo, sem lhe causar o menor dano.
A Beneficência
é, portanto, uma disposição emotiva boa do caráter de alguém que quer fazer bem
aos outros, que quer agir de forma correta.
Além de promover o Bem e prevenir a miséria, a Beneficência tem a obrigação de a) prevenir danos; b) retirar danos.
Não-Maleficência
já é o princípio da Benevolência que se caracteriza apenas pela
obrigação de não causar danos.
Enquanto a Beneficência
requer ação, a Não-Maleficência, na maior das vezes,
envolve abstenção.
O princípio de Não-Maleficência
é devido a todas as pessoas, enquanto o princípio da Beneficência é, na prática, menos
abrangente.
Exemplificando: Você viajando vê um acidente na
estrada. Como você é uma pessoa do Bem, imediatamente
freia o carro e desce para prestar socorro. Pelo princípio da Beneficência, você age no sentido de
fazer o Bem aos acidentados, sinaliza a pista para prevenir danos e pede
socorro à Polícia Rodoviária.
Enquanto isso, pelo princípio da Não-Maleficência, você tem a obrigação de não causar danos às
vítimas, aguardando que socorristas experientes tomem as devidas providências.
Esses dois princípios não têm caráter absoluto, pois
nem sempre cada um deles terá prioridade em todas as situações ou dificuldades
conflituosas. E também para não aniquilar a manifestação da vontade, dos
desejos e sentimentos dos que estão sendo socorridos ou amparados.
De tudo isso, fica uma pergunta: um benefício se
perde? Não! Todo benefício feito com amor, carinho, dedicação, jamais se perde.
Porque o benefício é como uma semente que se joga na terra para germinar. Se a
terra é boa germinará rapidamente. Se a terra é fraca demorará um pouco mais,
mas germinará com o tempo e dará seus frutos.
Quando demora a semente do Bem para germinar, muitos
reclamam de ingratidão. Só que o tempo de germinação não está restrito a uma única
existência. O tempo de germinação de um benefício é eterno. E você pode colher
o que plantou em outras vidas. É da Lei
da Natureza dar o retorno a todas as causas da vida.
− Ah! Mas eu não vou beneficiar alguém que não é da
minha Igreja, ou que não é do meu Partido? Uma atitude assim é preconceituosa! Pois o
espírito de seita ou de Partido é abolido quando vemos irmãos em todos os
nossos semelhantes.
Para fazer o Bem não se deve saber a crença, a
ideologia... Nunca se deve, pois, interpelar a consciência de ninguém. Se for
um inimigo será um meio de reconciliação. Pois o benefício abranda os corações
mais endurecidos.
Não importa se a pessoa ficou agradecida ou não, pois o
benefício dará frutos e o benfeitor o receberá centuplicado, porque a
Beneficência é inesgotável.
Será abençoado por Deus aquele que recebeu o
reconhecimento imediato pelo Bem praticado. Mas, as bênçãos divinas serão ainda
muito maiores para o benfeitor que recebeu a ingratidão como medida de
compensação, porque este fez o Bem desinteressadamente, sem esperar qualquer
reconhecimento. Fez com a direita sem que a esquerda soubesse. Fez o Bem apenas
por amor e por ser cristão.
A ingratidão muitas vezes é necessária para provar a
nossa perseverança em fazer o Bem.
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