Aquecendo a Vida

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sábado, 15 de dezembro de 2018

FIÉIS TRABALHADORES DO BEM


“[...] A messe é grande, mas os operários são poucos” (Mateus 9,37).


Um velho cuidava de uma muda de árvore com muito carinho, quando um jovem dele se aproximou perguntando:
− Que planta é essa?
− É uma jabuticabeira.
− E ela demora tanto para dar frutos?
− Pelo menos uns quinze anos.
− E o senhor espera viver tanto tempo assim? – ironizou o rapaz.
− Não, não creio que viva mais tanto tempo assim, pois já estou muito velho.
− Então, que vantagem você leva com isso, meu velho?
− Nenhuma, exceto a vantagem de saber que ninguém colheria jabuticabas se todos pensassem como você...
Toda pessoa egoísta pensa como o jovem dessa história. Nada faz se não puder tirar algum proveito do menor empreendimento que seja. Tem que sair ganhando sempre em tudo o que faz! Nunca pensa em fazer alguma coisa pelo seu próximo, pela sua comunidade.
A ganância de querer tirar proveito de tudo para si faz, que pessoas assim, esqueçam que no mundo o homem é herdeiro do próprio homem.
O ser humano, embora tenha faculdades limitadas, pode ser um colaborador da criação divina, que se transforma e se realiza a todo o momento. Pois Deus dotou o Espírito de faculdades físicas, intelectuais e morais para intervir e acelerar o progresso da humanidade. Somos, pois, cocriadores do universo!
Somos capazes de intervir, no futuro, até mesmo para paralisar os efeitos dos flagelos que nos atingem – e que têm sua utilidade no quadro geral da Natureza.
Quanto mais saber o homem adquire mais civilizado se torna. E quanto mais civilizado, mais se organiza socialmente para prevenir ou até mesmo neutralizar as consequências das calamidades a que se sujeita a população do planeta.
É, assim, que o homem cocriador trabalha pelo saneamento básico, pela fertilização de terras improdutivas, pela preservação ambiental, pelo incentivo às pesquisas, pela prevenção de inundações, pela purificação da atmosfera...
Todo o mal a que estamos expostos é um estímulo para o progresso físico, intelectual e moral da humanidade. Daí – para nortear nossas vidas –, o dístico sagrado ser o “Amai-vos e instruí-vos”.
As sábias leis divinas estão gravadas no coração de cada indivíduo. Para despertá-las ele tem que trabalhar... E trabalhar muito para deixar o mundo melhor do que o encontrou; para proporcionar uma vida melhor às novas gerações. Ou, talvez, até para si mesmo, se reencarnar aqui na Terra.
Se pensássemos egoisticamente como o jovem da história da jabuticabeira, estaríamos pensando em apenas uma geração. O mundo, todavia, exige transformações, que somente com trabalho responsável se realizarão.
Sejamos, então, trabalhadores da vinha do Senhor, mesmo que DA ÚLTIMA HORA, como está na Parábola de Jesus. “Assim, pois, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos. [Muitos serão os chamados, mas poucos os escolhidos.]” (Mateus 20,16).
 Por que Deus recompensa os trabalhadores da última hora? Porque estes são trabalhadores do Bem há muito tempo. Apenas lhes faltava o que fazer. Tinham a fé, mas ainda faltavam as obras.
O fato de um indivíduo estar desempregado, não lhe tira a condição de trabalhador, de pessoa qualificada. É um trabalhador. Apenas lhe falta o emprego!
Só não é trabalhador do Bem, quem, a todo o momento, e em todas as ocasiões se recusa a servir ao próximo; ou só pensa em descansar, ou só em praticar o mal para seu benefício, sem responsabilidade alguma com o futuro da sociedade.
Não são trabalhadores do Bem, todos [vós] que “por fora pareceis justos aos olhos dos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade” (Mateus 23,28). Estes não receberão o salário do trabalho, mas o da preguiça ou da desonra, da infâmia. Além de uma dura sentença: “Não sei de onde sois; apartai-vos de mim todos vós que sois malfeitores” (Lucas 13,27).
Os fiéis trabalhadores do Bem, ao contrário, serão recompensados. Pois, segundo o Espírito da Verdade (E.S.E. Paris, 1862) “suas jornadas de trabalho serão pagas ao cêntuplo do que tenham esperado”.
Neste momento, então, em que o planeta já sente a aproximação da claridade de uma Nova Era, sejamos, pois, Fiéis Trabalhadores da Seara do Senhor, desinteressados e movidos apenas pela caridade!  

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