“[...] A messe é grande, mas os operários são poucos” (Mateus
9,37).
Um velho cuidava de uma muda de árvore com muito
carinho, quando um jovem dele se aproximou perguntando:
− Que planta é essa?
− É uma jabuticabeira.
− E ela demora tanto para dar frutos?
− Pelo menos uns quinze anos.
− E o senhor espera viver tanto tempo assim? –
ironizou o rapaz.
− Não, não creio que viva mais tanto tempo assim,
pois já estou muito velho.
− Então, que vantagem você leva com isso, meu velho?
− Nenhuma, exceto a vantagem de saber que ninguém
colheria jabuticabas se todos pensassem como você...
Toda pessoa egoísta pensa como o jovem dessa
história. Nada faz se não puder tirar algum proveito do menor empreendimento
que seja. Tem que sair ganhando sempre em tudo o que faz! Nunca pensa em fazer
alguma coisa pelo seu próximo, pela sua comunidade.
A ganância de querer tirar proveito de tudo para si
faz, que pessoas assim, esqueçam que no mundo o homem é herdeiro do próprio homem.
O ser humano, embora tenha faculdades limitadas, pode
ser um colaborador da criação divina, que se transforma e se realiza a todo o
momento. Pois Deus dotou o Espírito de faculdades físicas, intelectuais e
morais para intervir e acelerar o progresso da humanidade. Somos, pois, cocriadores
do universo!
Somos capazes de intervir, no futuro, até mesmo para
paralisar os efeitos dos flagelos que nos atingem – e que têm sua utilidade no
quadro geral da Natureza.
Quanto mais saber o homem adquire mais civilizado se
torna. E quanto mais civilizado, mais se organiza socialmente para prevenir ou
até mesmo neutralizar as consequências das calamidades a que se sujeita a
população do planeta.
É, assim, que o homem cocriador trabalha pelo saneamento básico, pela fertilização de
terras improdutivas, pela preservação ambiental, pelo incentivo às pesquisas, pela
prevenção de inundações, pela purificação da atmosfera...
Todo o mal a que estamos expostos é um estímulo para o
progresso físico, intelectual e moral da humanidade. Daí – para nortear nossas
vidas –, o dístico sagrado ser o “Amai-vos e instruí-vos”.
As sábias leis divinas estão gravadas no coração de
cada indivíduo. Para despertá-las ele tem que trabalhar... E trabalhar muito para
deixar o mundo melhor do que o encontrou; para proporcionar uma vida melhor às novas
gerações. Ou, talvez, até para si mesmo, se reencarnar aqui na Terra.
Se pensássemos egoisticamente como o jovem da
história da jabuticabeira, estaríamos pensando em apenas uma geração. O mundo,
todavia, exige transformações, que somente com trabalho responsável se
realizarão.
Sejamos, então, trabalhadores da vinha do Senhor,
mesmo que DA ÚLTIMA HORA, como está na Parábola de Jesus. “Assim, pois, os últimos
serão os primeiros e os primeiros serão os últimos. [Muitos serão os chamados,
mas poucos os escolhidos.]” (Mateus 20,16).
Por que Deus
recompensa os trabalhadores da última hora? Porque estes são trabalhadores do
Bem há muito tempo. Apenas lhes faltava o que fazer. Tinham a fé, mas ainda faltavam
as obras.
O fato de um indivíduo estar desempregado, não lhe
tira a condição de trabalhador, de pessoa qualificada. É um trabalhador. Apenas
lhe falta o emprego!
Só não é trabalhador do Bem, quem, a todo o momento,
e em todas as ocasiões se recusa a servir ao próximo; ou só pensa em descansar,
ou só em praticar o mal para seu benefício, sem responsabilidade alguma com o
futuro da sociedade.
Não são trabalhadores do Bem, todos [vós] que “por fora pareceis justos aos olhos dos
homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade” (Mateus 23,28). Estes não receberão
o salário do trabalho, mas o da preguiça ou da desonra, da infâmia. Além de uma
dura sentença: “Não
sei de onde sois; apartai-vos de mim todos vós que sois malfeitores” (Lucas 13,27).
Os fiéis
trabalhadores do Bem, ao contrário, serão recompensados. Pois, segundo o
Espírito da Verdade (E.S.E. Paris, 1862) “suas jornadas de trabalho serão pagas ao cêntuplo
do que tenham esperado”.
Neste momento, então, em que o planeta já sente a
aproximação da claridade de uma Nova Era, sejamos, pois, Fiéis Trabalhadores da
Seara do Senhor, desinteressados e movidos apenas pela caridade!
Nenhum comentário:
Postar um comentário