“Saber viver é a
maneira feliz de saber fazer as coisas” (Ralph Waldo Emerson).
Em
Itararé (SP) era famosíssima a Feijoada do Zé Vieira!
José
Vieira de Barros (de 15 /11/ 1924 a 04 /07 /2016), – de saudosa memória –, ferroviário,
residente em Itararé SP, mas natural de Buri SP, por muito tempo se dedicou a
fazer e vender Feijoada para obras assistenciais. Um trabalho notável, que
parecia fazer parte de nossas vidas.
Essa
foi uma forma encontrada pelo Zé e por sua equipe de voluntários, para ajudar
nossos irmãos mais necessitados.
Eu
sei que Solidariedade humana, Fraternidade e Caridade são atos beneficentes
muito dignos, que revelam belos exemplos de responsabilidade humana e social!
Por isso, quando o Zé Vieira completou 80 anos, escrevi em sua homenagem a
seguinte história, bem propícia para aquela ocasião.
“O Rei e a Omelete”
Era uma vez um Rei que tinha todos os
poderes da terra, mas apesar disso, não se sentia feliz e a cada ano ficava
mais melancólico.
Um dia, ele chamou o seu cozinheiro
preferido e disse:
— Você tem cozinhado muito para mim e
tem trazido para a minha mesa as melhores iguarias, de modo que eu lhe sou
agradecido. Agora, porém, quero que você me dê uma última prova de sua arte.
Você deve preparar uma Omelete de Amoras igual àquela que eu comi há cinquenta
anos na infância. Naquele tempo, meu pai tinha perdido a guerra contra o reino
vizinho e nós precisamos fugir; viajamos dia e noite, através da floresta, onde
afinal acabamos nos perdendo. Estávamos famintos e cansadíssimos quando
chegamos a uma cabana, onde morava uma velhinha, que nos acolheu generosamente.
Ela preparou para nós uma Omelete de Amoras. Quando a comi, fiquei maravilhado:
a Omelete era deliciosa e me trouxe novas esperanças ao coração. Na época eu
era criança e não dei importância à coisa. Mais tarde, já no trono, lembrei-me
da velhinha, mandei procurá-la, vasculhei todo o reino, porém não foi possível
localizá-la. Agora, quero que você me atenda a esse desejo: faça uma Omelete de
Amoras igual à dela. Se você conseguir, eu lhe darei ouro e o designarei meu
herdeiro, meu sucessor no trono. Se não conseguir, entretanto, mandarei
matá-lo!
— Senhor – falou o cozinheiro –, pode
chamar imediatamente o carrasco. É claro que eu conheço todos os segredos da
preparação de uma Omelete de Amoras e sei empregar todos os temperos. Conheço
as palavras mágicas que devem ser pronunciadas enquanto os ovos são batidos e a
melhor técnica para batê-los. Mas, isso não me impedirá de ser executado,
porque a minha Omelete jamais será igual a da velhinha. Ela não terá os
condimentos, Senhor, que deixaram essa impressão inesquecível. Ela não terá o
sabor picante do perigo, a emoção da fuga, não será comida com o sentido alerta
do perseguido, não terá a doçura inesperada da hospitalidade calorosa e do
ansiado repouso, conseguido. Não terá o sabor do presente estranho e do futuro
incerto.
Assim falou o cozinheiro. O Rei ficou
calado durante algum tempo. Mais tarde, consta que lhe deu muitos presentes,
tornou-o um homem rico e despediu-o do serviço real.
Tal
qual essa história da Omelete de Amoras, é impossível também fazer uma Feijoada igual a que o Zé fazia. Pois
era uma Feijoada que continha
ingredientes que não se acham mais tão facilmente! Tinha calor humano!... O
sabor do Amor!... O suave cheiro dos condimentos que alimentam corações!...
Tais como: generosidade, solidariedade, afeto, fraternidade e caridade.
Por
esse trabalho tão generoso e necessário que realizava, o Zé Vieira era reconhecido por todos na nossa região, como Um grande Paizão! Era sempre recebido
com aplausos efusivos nos eventos de que participava.
Zé Vieira, que Deus o
abençoe onde estiver! Que estas bênçãos sejam extensivas à sua equipe pelo belo
trabalho assistencial que ainda realizam!
E
com a energia deste querido PAIZÃO,
aproveitamos o ensejo para parabenizar todos os Pais, neste Dia dos Pais,
que se comemora no segundo domingo de Agosto.
SALVE O DIA DOS PAIS!...
👏👏👏👏👏👏
ResponderExcluir👏👏👏
ResponderExcluirAneor, em nome da nossa família, grato pelas lembranças do nosso pai. Essas memórias nos deixam bastante emocionados, lembrando desses momentos, e da obra por ele deixado. Muito obrigado.
ResponderExcluirO José Vieira foi realmente um Paizão para muita gente de Itararé. Eu que agradeço pelo comentário. Deus te abençoe!
ExcluirObrigado, Sr. Aneor!
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