Aquecendo a Vida

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quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

A MAGIA DE UMA NOITE DE NATAL

 

“Natal não são as luzes lá fora, mas a luz que brilha em seu coração”.


Noite de Natal, tudo preparado, músicas natalinas, presentes aos pés da árvore, bebidas, mesa pronta para o jantar, convidados, familiares e crianças correndo por toda a casa. E assim começou mais uma noite de Natal. Mas foi no momento de maior ansiedade, que uma criança perguntou:

— O que significa Natal?

Um senhor respondeu:

— É o aniversário de Jesus.

— O senhor quer dizer que o Natal é uma festa de aniversário?

— Claro! Isso mesmo! Mas...

— Aniversário como? – insiste a criança – Jesus sequer está presente. Por que ninguém convidou Jesus?

Uma jovem se ergueu e respondeu:

— Isto é apenas uma ação religiosa, Jesus morreu e não pode vir a sua festa.

A criança então olhou um por um dos convidados e afirmou:

— O Natal é o nascimento de Cristo nas nossas vidas, ele não quer festas ou presentes, mas ele nos quer fazendo o que ele fez. Jesus veio ao mundo para expressar amor, paz, confiança... Vamos então celebrá-lo deixando que a verdade dele nos liberte dos preconceitos...

A jovem começou a chorar...

— Festejemos o Natal – continuou a criança –, nos comprometendo fazer de nossos dias os melhores de nossa vida... Vamos comemorar de braços abertos como Jesus que morreu de braços abertos... Vamos esquecer as dívidas, perdoar aos que nos devem, lutar pelos que neste momento estão sem sequer um abraço amigo... Vamos ser sensíveis com o nosso semelhante e amar o próximo como a nós mesmos... Só assim estaremos então festejando o verdadeiro Natal!...

Nesse momento de choro e clamor todos se abraçaram e a alegria reinou naquela noite. A festa apenas começou.

O aniversariante estava presente!

Ao fazer esta adaptação do texto original de Fabian Diniz, publicado no Youtube em 12/11/2007, descobri a magia de uma noite de natal e pude sentir a paz do Cristo me despertando a consciência para uma vida melhor.

Então me lembrei da bela prece de Chico Xavier para esta noite, que transmito a seguir, desejando a todos os meus leitores um FELIZ NATAL!

ORAÇÃO PARA ESTA NOITE!

Que eu continue a acreditar no outro, mesmo sabendo de alguns valores tão esquisitos que permeiam o mundo;

Que eu continue otimista, mesmo sabendo que o futuro que nos espera nem sempre é tão alegre;

Que eu continue com a vontade de viver, mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, uma lição difícil de ser aprendida;

Que eu permaneça com a vontade de ter grandes amigos (as), mesmo sabendo que com as voltas do mundo, eles (as) vão indo embora de nossas vidas;

Que eu realmente tenha sempre a vontade de ajudar as pessoas, mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver, sentir, entender ou utilizar esta ajuda;

Que eu mantenha meu equilíbrio, mesmo sabendo que os desafios são inúmeros ao longo do caminho;

Que eu exteriorize a vontade de amar, entendendo que amar não é sentimento de posse, é sentimento de doação;

Que eu sustente a luz e o brilho no olhar, mesmo sabendo que muitas coisas que vejo no mundo escurecem meus olhos;

Que eu retroalimente minha garra, mesmo sabendo que a derrota e a perda são ingredientes tão fortes quanto o Sucesso e a Alegria;

Que eu atenda sempre mais a minha intuição que sinaliza o que de mais autêntico possuo;

Que eu pratique sempre mais o sentimento de justiça, mesmo em meio à turbulência dos interesses;

Que eu não perca o meu forte abraço e o distribua sempre;

Que eu perpetue a Beleza e o Brilho de ver, mesmo sabendo que as lágrimas também brotam dos meus olhos;

Que eu manifeste o amor por minha família, mesmo sabendo que ela muitas vezes me exige muito para manter sua harmonia;

Que eu acalente a vontade de ser grande, mesmo sabendo que minha parcela de contribuição no mundo é pequena;

E, acima de tudo...

Que eu lembre sempre que todos nós fazemos parte desta maravilhosa teia chamada Vida, criada por alguém bem superior a nós!

E que as grandes mudanças não ocorrem por grandes feitos de alguns e, sim, nas pequenas parcelas cotidianas de todos nós!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

“O PODEROSO CHEFÃO”

 Nunca o poder lhe põe em tal altura, que um dia não precise de uma mão amiga.


Segundo Napoleon Hill, o poder “é a força com a qual o homem consegue êxito em qualquer empreendimento”.

 Assim definido, Poder e Triunfo são praticamente sinônimos. Pois Triunfar é desenvolver o Poder com o qual se obtém tudo o que se deseja na vida. Obviamente, sem ferir os direitos dos outros.

Conta-se que um pai desejava dar uma demonstração do esforço organizado aos seus sete filhos. Pegou um feixe com sete estacas bem amarradas e mandou que cada um, individualmente, tentasse parti-lo. Cada um experimentou, mas não conseguiu. O pai então desfez o feixe, entregou uma estaca para cada filho e pediu que quebrassem as estacas com o joelho. Depois que eles cumpriram a ordem, o velho deu-lhes a seguinte lição:

— Quando vocês, meus filhos, trabalham juntos, em perfeita harmonia, vocês representam o feixe de estacas... E nenhum pode ser derrotado!

 

O Poder do esforço organizado é sempre bom! Ele é que proporciona o sucesso empresarial! Seu valor é, pois, inestimável, e deve ser buscado por todos, sem nenhuma condenação por isso!

  Mas, como tudo no mundo tem dois lados, este lado bom do Poder também tem o seu lado negativo: o do ganancioso.

A ganância pelo Poder é uma atitude mesquinha, materialista, de ambição desmedida e de valorização do amor-próprio pela conquista de posição social cada vez mais elevada, com o intuito de aparecer, de usufruir de ganhos ilícitos e de benesses que isso lhe proporciona. Então, precisa ser penalizado!

O “poderoso chefão” já é figurinha carimbada do Poder público. No ápice da pirâmide social, ele, sem se dar conta, cada vez mais se afunda na lama da ambição, empurrado pelos vícios da inveja, da vaidade, do orgulho, da difamação, do ódio, da perseguição... Até se atolar de vez na corrupção!

Por isso, a sociedade precisa escolher representantes dignos, com espírito de liderança e capacidade em organizar o esforço de participação da população, através de ações éticas, democráticas, transparentes, responsáveis, voltadas exclusivamente para o interesse público...

Mas, o pior é que o chefão se torna tão arbitrário, que vira um xerife tirano, déspota, absolutista... Que escraviza o provo!... Acaba com a educação, a saúde, a segurança pública... E amordaça a população, a qual fica refém de sua prepotência. Contraria ele até mesmo o que apregoa a Encíclica Populorum Progressio, de S.S., o Papa Paulo VI, de 26/03/1967, que afirma: “Não é lícito aumentar as riquezas dos ricos e o poder dos fortes, confirmando a miséria dos pobres e tornando maior a escravidão dos oprimidos”.

Por que Deus permite isso?

Com fulcro nas ideias espíritas (Livro dos Espíritos – Questões 536 / 532):

“Tudo tem uma razão de ser, e nada acontece sem a permissão de Deus”.

 “Sabei ainda que nem sempre é um mal, o que parece ser. Muitas vezes dele resultará um bem, e esse bem será maior que o mal...”.

E ainda, pelo item “a” da Q. 536, isso é permitido para “o restabelecimento do equilíbrio e da harmonia...”.

Como por um termo a isso?

“Orando por ele” (Q. 531 “a”).

Não foi isso que Jesus nos ensinou?

“Amai vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos perseguem” (Mt. 5,44). Oremos também pelos que sofrem todas essas maldades!...

Dá-se, assim, o Grande Despertar da humanidade... Pois, com a retirada do véu da ilusão rompe-se a bolha da Matrixum tipo de visão coletiva (determinada pela Grande Mídia), onde as pessoas ficam imersas numa mentira, como se estivessem vivendo dentro de um filme produzido para esse fim... Só, então, a verdade aparece!...

O mundo sofre com os ditadores dos poderes constituídos. Mas, como disse Ruy Barbosa: “A pior ditadura é a ditadura do Poder Judiciário. Contra ela, não há a quem recorrer".

 A não ser que haja um forte Poder Moderador de Estado, que se sobrepõe aos demais, cabendo-lhe equilibrar e harmonizar os poderes!

Confie em Jesus! Pois “O machado já está posto à raiz das árvores...”.


sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

O SOLIDÁRIO E O SOLITÁRIO

 

“O Céu ou Inferno é um estado de espírito”


Diz uma lenda chinesa...

Naquele tempo, um discípulo perguntou a um Vidente:

— Mestre, qual é a diferença entre o Céu e o Inferno?

— Ela é muito pequena e, contudo, com grandes consequências.

 

“Vi um grande monte de arroz. Cozido e preparado como alimento. Ao redor dele muitos homens. Famintos, quase a morrer. Não podiam se aproximar do monte de arroz. Mas, possuíam longos palitos de dois a três metros de comprimento. Apanhavam, é verdade, o arroz; mas não conseguiam levá-lo à boca porque os palitos, em suas mãos, eram muito longos. E assim, famintos e moribundos, juntos, mas solitários, permaneciam curtindo a fome eterna, diante de uma fartura inesgotável. E isso era o Inferno”.

“Vi outro grande monte de arroz. Cozido e preparado como alimento. Ao redor dele muitos homens. Famintos, mas cheios de vitalidade. Não podiam se aproximar do monte de arroz, mas possuíam longos palitos de dois a três metros de comprimento. Apanhavam os grãos de arroz e não conseguiam levá-los à própria boca porque os palitos, em suas mãos, eram muito longos. Mas, com seus longos palitos, em vez de levá-los à própria boca, serviam-se uns aos outros de arroz. E assim, matavam a fome insaciável, numa grande comunhão fraterna, juntos e solidários, gozando a excelência dos homens e das coisas. E isso era o Céu”.

 

A lição deste Mestre não só responde a pergunta do discípulo como, também, trata da questão da cooperação entre as pessoas para o bem-viver. Cooperação no sentido de Solidariedade humana, que junto com a Fraternidade constituem dois grandes pilares do Amor ao próximo. São virtudes fundamentais para a prática da Caridade – a preciosa semente do Cristo, que ao germinar no coração, transforma o mais desnudo dos humanos num ser resplandecente.

“O Céu e o Inferno estão dentro de nós”

Para quem é sempre do contra, que é impaciente, intolerante, rancoroso, que tem ódio e revolta no coração, que busca a justiça através da vingança, podemos afirmar, sem dúvida alguma, que sua vida é um Inferno.

Todavia, para quem é tolerante, paciente, indulgente, que procura compreender seus semelhantes, que tem muito amor no coração, que é misericordioso e sabe perdoar, que é piedoso e pratica a caridade, podemos garantir que a sua vida é plena de felicidade. Que tem o Céu dentro de si!

Essa diferença se explica, porque “semelhante atrai semelhante”. Se eu me transformo interiormente, altero a minha vibração e vou para uma faixa de frequência mais elevada. Portanto, troco de estação, mudo de lugar, de região ou de espaço. Troco de dimensão espiritual! Porque o meu pensamento estará em sintonia com aqueles que se afinam comigo. E “onde estiver o meu pensamento aí estará o meu coração!”.

Sendo a felicidade inerente às nossas qualidades, em toda parte que nos encontrarmos ela vai nos envolver e nos contagiar. Como a história de dois amigos que se encontram em um concerto: um músico e o outro não. O músico logo experimenta uma sensação de harmonia, de esplendor, de felicidade, enquanto que o outro permanece insensível e chateado.

Enfim, Céu e Inferno são estados da alma que nós próprios elegemos no cotidiano. O que leva você para o Céu ou para o Inferno é apenas o que você é; ou seja, o que determina a sua frequência; o que você sintoniza, pela sua conduta, pelo que você sente e faz pelos outros..., ou faz a você mesmo!... Depende somente de você, de suas atitudes, para descobrir o Céu ou o Inferno em seu coração.

Analise- se!... Céu e Inferno estão na razão da nossa sensibilidade. Felicidade ou desgraça depende unicamente de nós mesmos, conforme as regras do Cristo: “A cada um segundo suas obras”.

“Por onde andardes anunciai que o Reino dos Céus está próximo”...

 Quando deu este recado em Mateus (10,7), com certeza o Mestre não prevaricou!... Sabe por quê? Porque sabia – embora mais de 20 séculos já se tenham passados –, que o Céu está ali bem pertinho..., dentro de nós!...

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

A MAGIA DO AMOR

 

“O maior bem da vida é a paz interior”.


Um executivo foi a uma palestra e ouviu um grande tribuno falar sobre o maior bem da vida, que á a paz interior. Podemos tê-la em qualquer lugar, sozinhos ou acompanhados.

Pois o executivo resolveu fazer uma experiência. Pegou cinco belas flores e saiu com elas pela rua, em plena cidade de São Francisco, na Califórnia. Logo notou que as cabeças se viravam e os sorrisos se abriam para ele.

Chegou ao estacionamento e a funcionária da caixa elogiou o seu pequeno buquê. Ela quase caiu da cadeira quando ele lhe disse que podia escolher uma flor.

Segundos depois ele se aproximou de outra mulher, que não assistira à cena anterior, e ela falou do perfume que ele trazia ao ambiente. Ele lhe ofereceu uma flor.

Espantada e feliz com o inesperado, saiu dali quase a flutuar. Afinal, quem distribui flores perfumadas numa garagem pública quase deserta, num domingo, perto das 22 horas?

Completamente embriagado pela magia daqueles momentos, entrou num restaurante. Uma garçonete com ar de preocupação foi atendê-lo. Ele percebeu que as flores mexeram com ela.

Como se sentia com poderes especiais para fazer os outros felizes, depois das duas experiências anteriores, ele deu a ela uma flor e um botão por abrir e lhe disse que cuidasse bem dele, pois, ao desabrochar, lhe traria uma mensagem de amor.

Dias depois ele voltou ao restaurante. A garçonete sorriu para ele com ar de quem tinha encontrado a fórmula da felicidade e falou: “A flor abriu. A mensagem era linda. Muito obrigada”.

O executivo sorriu também. Sentia-se um mágico: com flores, amor no coração e uma mensagem positiva, inventada ao sabor do momento, que produzia alegria. Tão simples que até parecia irreal.

Na manhã seguinte, ele precisava abrir um portão para passar com o carro. Surgida não se sabe de onde, uma sorridente mulher desconhecida, que passava correndo, o abriu e o fechou para ele, espontaneamente.

Ele então compreendeu que havia uma harmonia universal ao seu dispor. Somente bastava que a buscasse. E recomenda: “Tente você também, desinteressadamente. Dá certo e a recompensa é doce!”.

 

Este lindo texto, que integra o vol. 2 do Momento Espírita, faz a gente refletir sobre o amor ao próximo. E como estamos carentes deste amor!...

Achei oportuno comentá-lo, porque estamos no mês das festas de fim de ano, e a magia do Natal de certa forma reflete também a magia do Amor.

Neste momento é que o Amor eleva sua frequência e faz a gente sentir a sua ressonância energética mais forte e contagiante. Nestes instantes felizes, de muita alegria no coração, é que todos sentem o prazer de compartilhar a sua felicidade.

A cidade toda está enfeitada! Aproveite, então, e melhore seu local de trabalho. Já pensou em levar flores para embelezar o seu lar, perfumar a sua sala, alegrar o ambiente e a todos de seu convívio. E por falar em flores, lembre-se do Girassol, que gira de acordo com a direção do sol. Que acompanha o astro celeste para aproveitar melhor a luz e obter sua energia! Que quanto mais luz absorve, mais ainda cresce!

Por isso, nesta época do ano seja como o Girassol, “olhando” sempre para o alto, em direção da Luz divina, para o seu crescimento espiritual! Porque é do alto que vem o socorro!  Pois, disse Jesus: “Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8,12).

Neste tempo, como uma plantação de girassóis se movimentando, sejamos um “exército de flores amarelas” – de irmãos unidos num mesmo propósito, com suas coroas douradas! Porque aonde vai um, vamos todos!...

Diante disso, faça um avivamento colorido, surpreendente, para todos que merecem a sua gratidão. Salve seus dias de festividades, vivenciando esta magia do AMOR. Pratique a caridade, sorria, dê atenção aos mais humildes! E viva a grandiosidade deste momento sem alfinetar ninguém!... Para que Deus também se lembre de você e lhe proporcione um NOVO ANO de muita prosperidade...

Boas Festas!...

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

MEU ENCONTRO COM O GRANDE ESPÍRITO

 

“Que o Grande Espírito conceda-me o privilégio de saber Amar e Perdoar” (Lio Souza).


Sonhei que tive uma conversa com o Grande Espírito.

— Entre! – disse-me Ele. – Você quer conversar comigo?

— Se o Senhor tiver tempo.

O Grande Espírito sorriu e falou:

— Meu tempo é a eternidade!... O que você quer saber?

— Bem!... O que mais o surpreende na raça humana?

E o Grande Espírito respondeu:

— Que se aborreçam por serem crianças e se apressem em crescer; para depois, já adultos, se lamentarem por não serem mais crianças!

— Que percam a saúde para conseguir dinheiro e, então, que percam dinheiro para restaurar sua saúde!

— Que pensem com ansiedade sobre o futuro e se esqueçam do presente de tal forma que não vivam nem para o presente nem para o futuro!

— Que vivam como se jamais fossem morrer e morram como se jamais tivessem vivido!

As mãos d’Ele apertaram as minhas e permanecemos em silêncio por instantes. Então lhe fiz outra pergunta.

— Quais lições os jovens devem aprender para ensinar a seus filhos?

E o Grande Espírito sorrindo, assim me respondeu:

— Que não podem fazer alguém passar a amá-los! O que eles podem fazer é deixar-se que sejam amados!

— Que a pessoa rica não é aquela que tem o máximo possível, mas é aquela que necessita do mínimo!

— Que se levam apenas alguns segundos para abrir feridas profundas nas pessoas que amamos; e que se levam muitos anos para curá-las!

— Que há pessoas com o poder de amar intensamente, mas que simplesmente não sabem como expressar ou mostrar seus sentimentos!

— Que duas pessoas podem olhar para uma mesma coisa e vê-la de modos totalmente diferentes!

— Que nem sempre basta que eles sejam perdoados pelos outros, mas sim, que saibam como perdoar a si mesmos!

Sensibilizado, agradeci pela sua dedicação e por tudo que sei que tem feito por mim e por minha família.

Ele, então, me respondeu:

— Não tem porque agradecer!... Sempre estou com você, 24 horas por dia. Tudo o que tem a fazer é tirar suas dúvidas e sempre lhe responderei.

Esta parábola, adaptada do Livro de Alexandre Rangel, vol. II, serve para a gente refletir sobre as surpresas da vida e as lições que ela nos ensina.

A vida é uma escola. Aprendemos desde o nascimento até o derradeiro suspiro libertador de nossa alma, ao fazer a passagem para outras dimensões de aprendizados mais sublimes.

E, depois de angariar novas ideias, voltamos para a escola terrena para colocá-las em prática.

Essa é a lei divina. A lei do progresso; da evolução do Espírito de cada uma das criaturas da humanidade. Essa lei chama-se REENCARNAÇÃO.

Todos nós passamos por uma pluralidade de existências no planeta
Terra e em outras moradas do Criador. Como se deu com João Batista, que Jesus disse ser o espírito de Elias: "E, se quereis compreender, é ele o Elias que devia voltar". (Mateus 11,14).

Mais adiante, no cap. 17, 10-13 de Mateus, Jesus confirma isso quando os discípulos assim o interrogaram:

— Por que dizem os escribas que Elias deve voltar primeiro?

 Jesus respondeu-lhes:

— Elias, de fato, deve voltar e restabelecer todas as coisas. Mas eu vos digo que Elias já veio, mas não o conheceram; antes, fizeram com ele quanto quiseram [...]. Os discípulos compreenderam, então, que ele lhes falava de João Batista.

Ao anunciar a sua vinda inesperada no final dos tempos: "Em verdade vos declaro: não passará esta geração antes que tudo isto aconteça" (Mateus 24,34), com certeza Jesus não prevaricou! Pois na geração atual há muitas pessoas, daqueles idos tempos, que chegaram até aqui por meio de uma multiplicidade de existências.  

E quando metaforicamente afirma em Lucas 15,4, que “nenhuma de suas ovelhas se perderá”, a garantia do Mestre traz o selo das vidas sucessivas! 

Diz Hermínio C. Miranda, que “a Bíblia ‘fala’, sim, em reencarnação, tanto quanto fala em bombas atômicas. É só ter as chaves apropriadas e os olhos de ver para identificar as referências, ou melhor, onde e como está o espírito que vivifica atrás da letra que mata”.

sábado, 19 de novembro de 2022

LIÇÃO DE VIDA

 

“A alma da educação é a educação da alma”. (De Hovre)

 


Há tempos, numa roda de amigos numa das canchas do jogo de bochas do Itararé Clube de Campo – ICC, Francisco Orejana Ortega (Chico), historiava uma de suas pescarias:

— Na Semana Santa eu e meus amigos de Sorocaba, Zezinho, João e Mané pescamos durante três dias na Represa de Jurumirim, em Itaí, formada pelo represamento do rio Paranapanema.

 — E lá – continuou ele – também nos divertimos bastante! Pois sempre tinha alguém a todo o momento aprontando travessuras! No domingo de Páscoa, antes da hora de regressar, foi a minha vez de aprontar uma traquinagem! Com uma corda de nylon amarrei o eixo traseiro do veículo num toco de raízes enormes, que vi debaixo do carro, pensando comigo: “depois disso, o Mané nunca mais vai se gabar dessa camionete!”.

— Podem subir – gritou Mané. – Está na hora de ir embora!

Então, embarcamos todos. Zezinho subiu na carroceria pra viajar deitado nos colchões, enquanto eu e os demais fomos à cabine. Mané deu a partida, engatou a marcha, acelerou e a camionete nem saiu do lugar. Engatou a ré e nada! O carro patinava. Fedia borracha queimada. Encabulado, Mané desceu do veículo e foi ver o que acontecia. Olhou por baixo do carro e esbravejou, indignado, quando viu a malvadeza:

— Só podia mesmo ser coisa do Chico! Essa De Soto nunca me deixou na mão! Mas, por vingança, vou cortar a corda dele em “mil” pedaços!

— Dito e feito. Fiquei no prejuízo! E, assim, saímos de viagem. Próximo do rio Paranapanema, na rodovia Raposo Tavares, alcançamos um Andante com um saco nas costas, que caminhava em direção à Angatuba.

— Vou levar esse Andante – decidiu o dono da condução.

— Mané – aconselhei –, é melhor não parar. Não sabemos as intenções dessa criatura, do seu sofrimento e o porquê desta sua vida.

— Já decidi. Vou levá-lo em cima da carroceria pra ir molestando o Zezinho. E, ao se aproximar do Andante, gritou:

— Suba aí, moço!...

O Andante aproximou-se da janela direita do veículo e, com um português de dar inveja a qualquer mortal, calmamente interpelou:

— Subir aí para quê?

— Para você chegar mais rápido no seu destino!

— Mas, para que pressa? – retrucou o Andante – se eu não tenho para onde ir! Boa viagem! Vão com Deus! Muito obrigado!

Diante da nossa curiosidade, Francisco concluiu a história assim:

— O Andante continuou sua viagem a pé, mas nós ficamos ali, boquiabertos, pensando e refletindo na grande lição que ele nos deu. Não foi lição escolar, lição de livro. Foi, sem dúvida, uma bela lição de Vida!...

Este é um pequeno caso de pescaria, dentre tantos que já ouvimos... E que sempre têm um final educativo...  Que trazem a beleza de uma lição de Vida, que educa a alma da gente. Pois, a Vida realmente é uma Escola onde se ensina e se aprende ao mesmo tempo; onde dor e sofrimento são mestres a nos dizer que:

— É do jeito dessa lição, que a própria Vida realiza o aprimoramento de cada uma de suas criaturas...

— É por meio de lições, assim, que a própria Vida vai se transformando num mundo cada vez melhor...

— É dessa forma, enfim, que a própria Vida prepara a humanidade para viver a Eternidade da Vida...

Cada Lição de Vida que a vida nos prega é, na verdade, uma grande Lição de Amor. Do amor que reverbera no próximo; que age, qualifica e purifica...; que é Luz!... Pois, a mão estendida em socorro aos infelizes evita que muitos caiam nos abismos do erro.

Uma das máximas de André Luiz diz que “(...) o maior sustentáculo das criaturas é justamente o amor... porque no fundo, o verme, o animal, o homem e nós, dependemos absolutamente do amor. Todos nos movemos nele e sem ele não teríamos existência (...)”.

André Luiz ainda ressalta que “o amor é o requinte do sentimento”. Pois, segundo Paulo, na 1ª epístola de São João: "Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor".

A Vida é a prova de Amor escolhida por nós, para que as virtudes e valores cultivados cresçam e se desenvolvam como o cedro em nosso coração.

sábado, 12 de novembro de 2022

A ÁGUIA QUE QUASE VIROU GALINHA

 

“Somos águia porque fomos criados para vencer...”.


Conta-se que uma águia foi criada num galinheiro. Ali ela foi aprendendo o jeito galináceo de ser, de pensar, de comer milho, de dormir em poleiros... Mas, ao mesmo tempo em que ela aprendia também se esquecia das poucas lembranças do seu passado.

 

Passaram-se os anos e a águia ficou velha... E ela desaprendeu tudo sobre os cumes das montanhas; os voos nas nuvens; o frio nas alturas; a vista se perdendo no horizonte; o sentimento de liberdade...

Como não havia ninguém que lhe falasse dessas coisas e todas as galinhas cacarejassem o mesmo catecismo, ela acabou acreditando que não passava de uma galinha com perturbação hormonal, bico curvo, tudo grande demais...

Um dia apareceu, por lá um homem que vivera nas montanhas e vira o voo orgulhoso das águias:

— O que é que você faz aqui?

— Estou aqui no meu lugar — disse a águia. — Todo mundo sabe que galinhas vivem em galinheiros. Comem milho, ciscam no chão, botam ovos...

— Mas você não é galinha. Você é uma águia! – disse ele.

— De jeito nenhum. Águia voa alto. Eu nem sequer voar sei. Para dizer a verdade, nem quero. A altura me dá vertigens. É mais seguro ir andando...

E não houve argumento que mudasse a cabeça da águia esquecida. Até que o homem, não aguentando mais ver aquela coisa triste, uma águia transformada em galinha, agarrou a águia a força e a levou cacarejando de terror até o alto da montanha; e, sem compaixão, jogou-a no vazio do abismo. O pavor desse instante, misturado às memórias que ainda moravam em seu corpo, fez as asas baterem, a princípio, em pânico; mas, depois, com tranquila dignidade, até se abrirem confiantes, reconhecendo aquele espaço imenso que lhe fora roubado. E ela finalmente compreendeu que não era galinha, mas ÁGUIA...

Disse o Profeta: “mas aqueles que contam com o Senhor renovam suas forças; ele dá-lhes asas de águia. Correm sem se cansar, vão para frente sem se fatigar". (Isaías 40,31).

Por que será que a Bíblia nos compara com as águias? Será para demonstrar a grandeza do Criador e a Sua confiança em nós! Será, porque somos “deuses”, como ensinou Jesus... Ou será, ainda, porque somos um miniuniverso, como dizem alguns...

O Profeta deve ter nos comparado às águias, talvez porque sabia que elas são dotadas de uma habilidade incrível para lidar com as adversidades. Voam até 90 km por hora para se afastar de uma tormenta; e sabem, que acima das nuvens escuras e das descargas elétricas o sol brilha intensamente.

Se você é uma Águia, por que ainda age como uma galinha?

Desperte sua consciência... Saia da ilusão... Tire o véu que o envolve, para não ser manipulado... Saia da alienação mental para nunca ser escravizado!... Seja um eterno vencedor, sempre em busca da vitória. Viva a vida! Porque viver implica em crescimento físico, mental, emocional, moral e intelectual.  

Descubra por si mesmo, que os humanos são seres soberanos, com todas as potencialidades divinas embutidas dentro de cada um!... Ou será preciso que alguém o empurre para começar a voar por conta própria?

Não espere milagres! Atitude é fundamental! Conheça a si mesmo, voando como águias pelas energias do amor! Sabe por quê? Porque a sua consciência é que vai lhe dizer, que:

— Somos Luz, uma partícula do Amor Maior, e temos a Fé que nos faz vencedores do mal, sem perder a esperança, pois sabemos que “depois da tormenta há sempre um sol a brilhar!”.

— Temos a velocidade do pensamento, que nos projeta pelo universo afora como anjos alados, cocriadores, participantes ativos da incessante Obra do Criador.

— Possuímos uma herança divina de liberdade: o livre-arbítrio, que nos permite voar cada vez mais alto em busca da perfeição... Viajando pelas diversas moradas do Nosso Pai, através de uma pluralidade de existências, transmigrando progressivamente para corpos mais aperfeiçoados até conquistarmos o Reino dos Céus...

Quer ser águia? Saia do ninho... Enxergue recomeços, e ouse voar!...

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

UBUNTU PARA VOCÊ!...

 

“Sou quem sou porque somos todos nós”.


Um antropólogo visitou um povoado africano. Ele quis conhecer a sua cultura e averiguar quais eram os seus valores fundamentais. Assim que lhe ocorreu uma brincadeira para as crianças. Ele colocou um cesto de frutas perto de uma árvore. E disse o seguinte às crianças:

— A primeira que chegar à árvore ficará com o cesto de frutas.

Mas, quando o homem deu o sinal para que começasse a corrida em direção ao cesto, aconteceu algo inusitado: as crianças deram as mãos umas as outras e começaram a correr juntas. Ao chegarem ao mesmo tempo todos desfrutaram do prêmio. Eles se sentaram e repartiram as frutas.

O antropólogo lhes perguntou por que tinham feito isso, quando somente um poderia ter ficado com todo o cesto. Uma das crianças respondeu:

— UBUNTU! Como um de nós poderia ficar feliz se o resto estivesse triste?

O homem ficou impressionado pela resposta sensata desse pequeno. UBUNTU é uma antiga palavra africana que na cultura Zulu e Xhosa significa: “Sou quem sou porque somos todos nós”.

É uma filosofia que consiste em acreditar que cooperando se consegue a harmonia, já que se consegue a felicidade de todos.

UBUNTU é uma lenda africana sobre o valor da cooperação para as crianças – publicada nas redes sociais –; mas, que é também um ensinamento precioso para todos de qualquer idade. É uma fantástica lição!...

“A cooperação existe entre todas as coisas criadas” — disse Carlos Torres Pastorino.

Ela proporciona uma reflexão sobre a vida, sobre a forma de enxergar as coisas. Mostra-nos a importância de se viver em igualdade, em harmonia; sentindo as energias do amor, do entusiasmo, da alegria e de tudo que nos proporciona a felicidade. Pois se baseia em princípios, como os de lealdade, humildade, empatia, respeito...

Quem não é sensível a uma atitude de gentileza, quando é tratado com consideração ou cortesia? Quem de nós não se sente bem, quando respeitado pelo que nós somos!... E quem não tem um sentimento de gratidão, quando recebe ajuda alheia para resolver uma situação sua do cotidiano? O apoio que nos vem num momento difícil da vida representa um valor considerável para nós, que jamais fica esquecido.

Por isso, a cooperação é um dos fatores essenciais para o bem estar social daqueles que têm necessidades de ajuda para solução de suas dificuldades. Cooperar é, pois, esse ato de você se interessar pela pessoa do outro, para ajudá-lo a resolver alguns problemas de seus afazeres. Ao fazer isso, você está exercitando a cordialidade e partilhando a sua energia em prol do seu próximo, lhe proporcionando satisfação e criando com ele um forte vínculo de afetividade.

Para essa interação, imprescindível é a tolerância, a paciência, a resignação e a renúncia de si mesmo. Pois, quando se está disposto a ajudar, a competição perde sua importância na concretização do trabalho, pois não importa quem manda mais!... Ou quem é o melhor!

Diz André Luiz que: “A desejável cooperação é aquela que colabora, mas sem intervir na maneira de pensar e agir dos outros, pois não impõe pontos de vista e nem faz exigências”.

Disse Jesus: “Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus”. (Mateus 7,21).

E a vontade de Nosso Pai Celestial o cristão já sabe! É amar o próximo como a si mesmo! Pois ninguém cresce sozinho. Precisamos sempre de ajuda para aprender também a ajudar.  Pois forças que se unem sempre criam mais possibilidades!

Saiba que o único comportamento que impede a cooperação é a preguiça!

Quando estamos todos juntos, com vontade de cooperar, empenhados no mesmo propósito, não existem obstáculos que não sejam superados... Nem corridas que não possamos vencer... Não existe missão, que unidos, não possamos cumprir!...

Para servir na edificação do Reino de Deus é preciso ajudar aos outros, sempre mais, e realizar, cada dia, algo mais do que seja justo fazer.

UBUNTU para você!...

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

TUDO PASSARÁ!...

 

“Só se encontra a felicidade, quando se entrega o coração...”. (Nelson Ned).


Ouvindo a música de Nelson Ned, me passou pela cabeça dois conhecidos textos: o primeiro atribuído ao Chico Xavier e o segundo uma história de autor que desconheço.

Vamos ao primeiro texto:

 Havia um homem que costumava ter em cima de sua cama uma placa escrita: ISSO TAMBÉM PASSA... Então, perguntaram a ele o porquê disso...

Ele disse que era para se lembrar de que, quando estivesse passando por momentos ruins, poder se lembrar de que eles iriam embora e que ele teria que passar por aquilo por algum motivo.

Mas essa placa também era para lembra-lo que quando estivesse muito feliz, que não deixasse tudo para trás, porque esses momentos também iriam passar e momentos difíceis viriam de novo...

E é exatamente disso que a vida é feita: MOMENTOS! Momentos os quais temos de passar, sendo bons ou não, para o nosso próprio aprendizado. Por algum motivo...

Nunca se esqueça do mais importante: NADA É POR ACASO! Absolutamente nada! Por isso, temos que nos preocupar em fazer a nossa parte da melhor forma possível.

E lembre-se sempre, na tristeza ou na felicidade, que ISSO TAMBÉM PASSA! (Chico Xavier).

Eis a história seguinte:

Havia um rei sábio e bom, que se encontrava adoecido e, pressentindo o fim de sua vida, chamou o seu único filho, que o sucederia no trono, e ao mesmo tempo em que tirava um anel do dedo, disse-lhe:

— Meu filho, eu estou na eminência da morte, quando você for rei, leve sempre consigo este anel. Nele há uma inscrição. Quando viveres situações extremas de glória ou de dor, tira-o e lê o que há nele.

Morto o rei, o filho passou a reinar, sempre usando o anel que o seu pai lhe deixara.

O tempo passou e surgiram conflitos com um reino vizinho, desencadeando uma terrível guerra.

O jovem rei, a frente de seu exército, partiu para enfrentar o inimigo. No auge da batalha, vendo que os seus soldados morriam lutando bravamente, num cenário de intensa dor e tristeza, de feridos agonizando, o rei se lembrou do anel. Tirou-o e nele leu a inscrição: “Isto também passará”.

Isso o motivou a continuar lutando. Venceu algumas batalhas, perdeu outras tantas, mas no fim saiu vitorioso. E retornou ao seu reino coberto de glórias, aclamado pelo povo.

Nesse instante de triunfo, ele se lembrou de novo de seu velho e sábio pai. Tirou o anel e leu: “Isto também passará”.

Resumindo, podemos dizer que: a) A vida é feita de momentos bons e ruins; b) O melhor momento é o presente; c) Somos incompletos, pois sempre nos faltará algo que tem um propósito e que faz parte do nosso aprendizado; d) Somos responsáveis pelas nossas escolhas.

Disse Aristóteles que “A vida está no movimento”. O universo está em constante deslocamento. A Terra gira. Ora estamos no inverno, ora no verão. Temos o dia e a noite. O movimento da vida não para!... Tudo se renova! Acredite no Criador de tudo isso e se mexa... Pois, Depois da Tempestade sempre vem a Bonança. Então, faça a sua parte na vida da melhor maneira possível! Encare a vida com resiliência e tudo passará!...

Há um texto muito bom sobre isso, também de autoria desconhecida, que retransmito a seguir para nossa reflexão:

“Se pudéssemos ter consciência do quanto nossa vida é passageira, talvez pensássemos duas vezes antes de jogar fora as oportunidades que temos de ser e de fazer os outros felizes. Muitas flores são colhidas cedo demais. Algumas, mesmo ainda sem botão. Há sementes que nunca brotaram e há aquelas flores que vivem a vida inteira até que pétala por pétala, tranquilas, vividas, se entregam ao vento. Mas a gente não sabe adivinhar por quanto tempo estará enfeitando esse Éden e tampouco aquelas que foram plantadas ao nosso redor. Por isso não devemos nos descuidar de nós e nem dos outros. E o tempo passa... Mas ainda é tempo de apreciar as flores que estão inteiras ao nosso redor. Ainda é tempo de voltar a Deus e agradecer pela vida física, que embora passageira, se perpetua em nós espiritualmente”.

sábado, 22 de outubro de 2022

O FALSO MESTRE

 

“A gente se forma como educador permanentemente na prática e na reflexão sobre a prática” (Paulo Freire).


Um destes renomados mestres, que correm atrás da fama, após reunir seus seguidores, levantou-se, e disse:

— Escutem a voz de quem sabe.

Fez-se um silêncio tão grande, de se poder escutar um mosquito voando!

— Irmãos, vocês não devem se relacionar com a mulher de outro... Nunca! Vocês jamais devem beber álcool e tão pouco comer carne!

Contrariado, alguém lhe pergunta:

— Mas não era você que eu vi abraçado com a mulher do vizinho?

— Sim, era eu – disse o mestre.

E logo mais um lhe pergunta:

— Não era você que ontem à noite estava bebendo no bar?

— Sim! Esse era eu.

E outro ainda lhe interroga:

— Não era você que ontem estava comendo carne lá no mercado?

— Exatamente! – Era eu sim.

Então todos se sentiram indignados e começaram a protestar.

— Por que pede a nós que façamos o que você mesmo não faz?

— Porque eu ensino, mas não pratico!... – respondeu o falso mestre.

Diz um Provérbio bíblico (3,13): “Feliz do homem que encontrou a sabedoria”. Pois para ser feliz não basta ter conhecimento; mas é preciso ir além da simples instrução, do conhecer só por conhecer. Se você ensina e não pratica o que ensina..., você detém o Conhecimento, mas não a Sabedoria.

Teoria é conhecimento; a prática é sabedoria. Ninguém obtém Sabedoria sem uma reflexão sobre sua Prática! Somente a Teoria (Conhecimento) com a Prática constante, ininterrupta, proporcionará uma experiência interna, que lhe sustentará, (como um rochedo!), na construção de uma vida melhor.

A experiência resultante da Prática faz você reformular a sua Teoria (Ideia), a qual, por sua vez o levará a uma Prática mais aperfeiçoada. Assim, sucessivamente... Até chegar, em sua última instância, na plenitude do Saber.

A Luz do Saber é o resultado dessa conexão (Teoria / Prática), que aderida às pessoas, vai impregnando-lhe os sentidos para reinterpretar os fatos, e dar-lhes um novo significado. Depois disso, a pessoa já não é a mesma! É uma nova criatura, com outro entendimento. Pois cria dentro de si uma atitude e uma atmosfera mental permanente de total transformação pelo “agir que segue o ser”, para vencer o velho EGO, e renascer com um novo EU Espiritual, pronto para servir o seu próximo.

Esse é o processo do Nascer de Novo, que ocorre sistematicamente... Mas não isoladamente! Pois depende da interação da pessoa consigo mesma, com Deus e com o próximo. E é nesse processo de evolução da humanidade que o Conhecimento se efetiva e se transmuta em Sabedoria – o saber fazer de maneira genuína.

A partir daí, pode-se definir a Sabedoria, como a capacidade de:

a)   Fazer reflexões sobre o mundo para entender a sua existência;

b)   Enfrentar dificuldades, cientes de como dar-lhes a melhor solução;

c)     Auxiliar as pessoas para terem uma vida melhor.

A Questão 905 do Livro dos Espíritos diz que: “A Moral sem as ações é como a semente sem o trabalho”.  “Esses homens são mais culpados, pois tiveram inteligência para compreender. Ao deixarem de praticar as máximas que ensinaram aos outros, renunciaram a colher-lhe os frutos”.

Só quando Teoria e Prática se unem em sua plenitude, há coerência entre o que se pensa; o que se fala; e o que se faz... E este é o momento propício para que as boas atitudes sejam traduzidas em atos de Amor.

Se Jesus garantiu que “nenhuma de suas Ovelhas se perderá”, é porque sabia que para as Almas Desgarradas; não existe Erro, mas apenas Aprendizado! Os próprios Erros servem para ressaltar a Verdade. E a Verdade nos liberta do Erro. Experiência então é o nome dos Erros que cometemos! Pois, um dia todos os filhos de Deus tornar-se-ão perfeitos!

Essa Práxis – ação e reação constante entre o que se Ensina e se Pratica – é que leva ao aperfeiçoamento humano. E como a perfeição não se dá numa única existência, ela somente ocorrerá numa multiplicidade de existências. Num “Vaivém” de Idas e Vindas pela eternidade afora, entre a Terra e as muitas moradas do nosso Pai Celestial.