Aquecendo a Vida

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sábado, 31 de outubro de 2020

COMBATE À FOME

 

“Pertence àquele que tem fome o pão que tu guardas...” (São Basílio).


Um tema relevante que deve ser debatido nas eleições municipais é sobre uma das causas mais nobres – a promoção da dignidade humana.

A Pandemia de Coronavirus já causa desemprego e fome. E a FOME é a mais aviltante calamidade social!

Apesar de o Auxílio Emergencial ter diminuído a pobreza em 23,7%, há ainda, segundo o IBGE, mais de dez milhões de brasileiros em situações de segurança alimentar grave.  E mais de um milhão e meio esperando cadastro no programa Bolsa Família.

Dentre estes, que passam fome, a mortalidade se sobressai. Se não fosse a conspiração da mídia convencional, que quase não aborda essa questão, os números dos que morrem de fome certamente assustariam e suscitaria a necessidade de se travar uma grande batalha pela erradicação da fome.

Aqueles que passam fome são “invisíveis”! E não sendo vistos pela mídia são pouco lembrados pelos parlamentos e palácios de governos.

Os candidatos destas eleições precisam ter propostas claras para essa gente marginalizada que tudo o que tem é Resto! Restos de farinha, de sal... Que tem fome também de esperança, de dignidade, de solidariedade!...

A Fome não é Fake!... É uma realidade que precisa ser enfrentada. Os necessitados choram de fome. E esse choro é diferente! É um choro-revolta de quem “já morreu muitas vezes”. Um choro que explode no peito de vergonha... E de indignação, porque o miserável – apesar da sua ignorância – sabe por intuição que a fome que passa não é obra divina; e sim, humana.

Existe uma cegueira moral e social! Esquecemos as recomendações de Jesus – previstas em Mateus (25,31-46)!

Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, [...] colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então dirá aos que estão à direita:

− Vinde benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo, porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes visitar-me.

Perguntar-lhe-ão os justos:

− Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber? Quando te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos? Quando te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar?

Responderá o Senhor:

− Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes.

Voltar-se-á em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá:

− Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos. Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; era peregrino e não me acolhestes; nu e não me vestistes; enfermo e na prisão e não me visitastes.

Também estes lhe perguntarão:

− Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão e não te socorremos?

E ele responderá:

− Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer.

E estes irão para o castigo eterno, e os justos, para a vida eterna.

Por quanto tempo ainda ignoraremos irmãos nossos que são castigados pela miséria?

O Político que deseja ajudar encontrará os meios necessários para isso. Basta desenvolver uma Política Municipal de Erradicação da Fome (Programa “Fome Zero”). Criação de um Centro Municipal Contra a Fome com Cadastro transgovernamental.

Pode-se inclusive criar Frentes de Trabalho; ou um Auxílio Emergencial Municipal para complementação de renda às famílias carentes.

Mas todos esses programas só alcançarão sucesso com a participação da sociedade. Como disse Betinho (1935 – 1997): “Só a participação cidadã é capaz de mudar o país”.

Para esse sucesso é preciso também lembrar que “Fora da Caridade não há Salvação”. Pois, a Caridade e a Compaixão fortalecem a nossa alma.

Então, como disse Frei Betto: “Não te deixes desiludir pelo mundo que te cerca. Saiba que és chamado a transformá-lo”.

“Mudar é difícil, mas não é impossível” – disse Paulo Freire.

“Faze justiça ao aflito e ao indigente" (Provérbios 31,9). Pois, quem planta o Bem haverá de colher um NOVO MUNDO!

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