A alma amadurece quando experimenta as tristezas da vida; porque as lágrimas são os fertilizantes
da humanidade.
Vivemos tempo de mudanças. Estamos em transição para
uma nova era.
Toda transição é um processo que vai de uma condição
para outra. É um procedimento para ir adiante, para uma situação melhor. Mas
isso provoca crise, acarreta problemas e sofrimentos. Vive-se então um momento
de turbulências, incertezas e expectativas. E o ser humano nesse emaranhado
todo se agita; “entra em parafuso”,
como vulgarmente se diz; fica emocionalmente desordenado e se frustra. Daí se
entristece e chora...
Essa desordem
mental se reflete no ambiente social, atrapalha os negócios, provoca doenças no
corpo físico e o sofrimento aumenta. É nesse momento que ela busca um milagre!
Todavia o milagre requer certas condições para acontecer.
Por exemplo, é necessário compreendermos que:
– somente no contínuo combate às nossas próprias
imperfeições, seremos merecedores de um milagre dos Céus.
– somente colocando sobre os ombros a nossa própria
cruz, preservando no Bem, que o auxílio espiritual se fará presente em nossas
vidas.
– somente vivenciando a mensagem do Cristo, com o
firme propósito de melhorarmos moralmente, alcançaremos a luz que almejamos.
Essas condições faz lembrar um texto do capítulo 3 da obra Pontos e Contos
(FEB) do Irmão X / Chico Xavier, que
adaptamos e apresentamos a seguir.
Um grupo de trabalhadores vivia, há muito tempo, em
precárias condições, onde tudo era motivo para muito sofrimento. Enfim, um
verdadeiro laboratório de aflições, que se transformava, pouco a pouco, numa
grave síndrome de enfermidade social.
Após muito se queixarem e sofrerem, eles tinham os
ânimos abatidos. Viam seus sonhos se desmoronarem rapidamente. Revoltados com
essa situação resolveram orar. Pediam fervorosamente um milagre divino pra sair
daquela situação. Em resposta à prece, foram surpreendidos por um anjo, que
apareceu ali milagrosamente. Surgiu não se sabe de onde! Na verdade, era um emissário, vindo em nome
do Senhor, que lhes perguntou o que desejavam.
Passado o susto, um dos inconformados, em nome de
todos, disse ao anjo que todos eles aguardavam uma melhora das condições de
vida e não entendiam porque Deus os abandonara. E, enquanto ele falava lágrimas
ardentes lhe escorriam dos olhos, acompanhadas pelas dos demais sofredores.
O enviado do Céu considerou que a Justiça Divina nunca
falhou no Universo. Mas seu interlocutor respondeu-lhe que todos ali sofriam
sem saber por quê. De certo, reclamava, haviam sido vítimas de algum
esquecimento, que esperavam fosse reparado.
Foi então que o anjo lhes fez dez perguntas sem que
nenhuma delas pudesse ocultar-lhe a verdade, tal era a luz do enviado celeste a
invadir e descortinar-lhes as almas:
– Vocês amam a Deus sobre todas as coisas, de toda a
sua alma e de todo o seu entendimento?
– Não, responderam a uma só voz.
– Procuram carregar a própria cruz sem egoísmo?
– Não, responderam imediatamente.
– Seguem os ensinamentos do Mestre?
– Não.
– Colocam a Divina Vontade acima de seus desejos?
– Não.
– Fazem brilhar na Terra a luz conferida pelo Céu?
– Não.
– Auxiliam seus inimigos?
– Não.
– Oram pelos que os perseguem e fazem o bem aos que os
caluniam?
– Não.
E as questões se sucederam até à décima pergunta. Todas
as respostas, unânimes, do grupo foram “não”.
Então, o anjo olhou-os serenamente e observou, após longa pausa:
– Se em dez lições do Divino Mestre vocês não praticam
nem ao menos uma sequer, como desejam merecer um milagre?
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