Aquecendo a Vida

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domingo, 20 de setembro de 2015

RESILIÊNCIA ESPIRITUAL

“Cair sete vezes e levantar oito” (Provérbio Japonês)



Era uma vez um homem que nunca se irritava. Para testá-lo, seus amigos armaram uma situação em um jantar, para levá-lo a estrema irritação. Tudo foi combinado com a garçonete.
Assim que iniciou o jantar, como entrada, foi servida uma saborosa sopa. A garçonete se aproximou do homem, pela esquerda e ele levou seu prato para aquele lado, a fim de facilitar a tarefa. Mas ela serviu todos os demais e, quando era a vez dele, foi servir a outra mesa.
Ele, em silêncio, esperou a garçonete voltar. Como ela agora se aproximava pela direita, ele levou outra vez o seu prato na direção dela, que novamente se distanciou ignorando-o.
Após servir todos os demais, passou a seu lado, acintosamente, com a sopeira fumegante, e se dirigiu à cozinha. Naquele momento todos o observavam, discretamente, para ver sua reação.
Para surpresa dos amigos, ele educadamente chamou a garçonete que chegou fingindo impaciência, e lhe disse:
− O que o senhor quer?
− A senhora não me serviu a sopa!
− Servi sim senhor!
 O homem sentiu a provocação da garçonete e por instante ficou pensativo...
Todos apostaram que ao chegar nesse momento ele iria se irritar e brigar. Mas ele surpreendeu a todos, ponderando:
− É verdade, a senhorita serviu sim, mas eu aceito um pouco mais!
Conclusão: o comportamento desse homem foi de uma pessoa resiliente!
Resiliência vem da física e significa a propriedade de um corpo de recuperar a sua forma original após sofrer um choque. É o poder de recuperação como o ato de retorno de mola, de elástico.
Psicologicamente falando, resiliência é a capacidade que a pessoa tem de voltar ao seu estado normal, após ser submetido a uma pressão. A capacidade de não ceder quando coagido, numa situação crítica.
Quem não tem essa capacidade, diante de qualquer problema já “entra em parafuso” e se desiquilibra. Daí “o bicho pega” de vez! A pessoa se estressa, fica traumatizada, depressiva, com dores nas articulações, vai ao médico, faz exames e dá tudo negativo. Não percebe que é ela que está num polo negativo, sem saída!
Hélio Couto, em “Mentes In-formadas”, vai além e defini resiliência como “a capacidade de a pessoa atuar sob pressão e mesmo assim conseguir alto nível de produtividade e realização”. Pois o Resiliente é capaz de transformar toda a energia de um problema em uma solução criativa. Tem habilidade para reagir e poder de recuperação, tal qual o bambu diante do mau tempo, que se verga pelo vento, mas não quebra!
Ninguém nasce resiliente. Isso evolui com o passar do tempo, pois é uma atitude que pressupõe sabedoria, que vem de experiências anteriores.
A RESILIÊNCIA ESPIRITUAL já é uma capacidade mais ampla, de quem está moralmente amadurecido e não sofre por antecipação. Que sabe, como bem ensinou o Príncipe da Paz, que “a cada dia basta a sua preocupação”. Que é capaz de enxergar sempre algo de bom em cada momento ruim que lhe acontece.
Pessoas, assim, aceitam os próprios erros e aprendem com eles. Quando sentem o “coração apertado”, sabem lidar com isso, porque têm um sentido melhor da vida, sabem das suas forças e limitações, não culpam ninguém por isso. Põem a mente a serviço do coração!
O Resiliente Espiritual, embora resignado, não entra em surto psicológico, compreende o processo da adversidade que sofre, e a enfrenta com galhardia, pois se reconhece como um artífice da sua própria evolução. É pessoa de fé que acredita que “tudo que pedir em oração, crendo que recebeu, receberá”, como garante Jesus (Mat 21,22 c/c Mar 11,24).
E não coloca o foco no problema, mas na solução, no resultado que deseja. Pois já entende, pela energia do pensamento, que quanto mais se coloca o foco no problema mais problema se tem!
Paulo Vanzolin, na voz de Noite Ilustrada, definiu bem o conceito da Resilência Espiritual: “Um homem de moral não fica no chão... Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”.
Haja resiliência nos dias de hoje!

Que os exemplos de Pedro, Paulo e Jó, no nos inspirem! Lembrando-se do Cristo, nosso exemplo maior: “No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo” (João 16,33).

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