“Cair
sete vezes e levantar oito”
(Provérbio Japonês)
Era uma vez um homem que nunca se irritava. Para
testá-lo, seus amigos armaram uma situação em um jantar, para levá-lo a estrema
irritação. Tudo foi combinado com a garçonete.
Assim que iniciou o jantar, como entrada, foi servida
uma saborosa sopa. A garçonete se aproximou do homem, pela esquerda e ele levou
seu prato para aquele lado, a fim de facilitar a tarefa. Mas ela serviu todos
os demais e, quando era a vez dele, foi servir a outra mesa.
Ele, em silêncio, esperou a garçonete voltar. Como ela
agora se aproximava pela direita, ele levou outra vez o seu prato na direção
dela, que novamente se distanciou ignorando-o.
Após servir todos os demais, passou a seu lado,
acintosamente, com a sopeira fumegante, e se dirigiu à cozinha. Naquele momento
todos o observavam, discretamente, para ver sua reação.
Para surpresa dos amigos, ele educadamente chamou a
garçonete que chegou fingindo impaciência, e lhe disse:
− O que o senhor quer?
− A senhora não me serviu a sopa!
− Servi sim senhor!
O homem sentiu
a provocação da garçonete e por instante ficou pensativo...
Todos apostaram que ao chegar nesse momento ele iria
se irritar e brigar. Mas ele surpreendeu a todos, ponderando:
− É verdade, a senhorita serviu sim, mas eu aceito um
pouco mais!
Conclusão: o comportamento desse homem foi de uma pessoa resiliente!
Resiliência vem da física e significa a propriedade de um corpo
de recuperar a sua forma original após sofrer um choque. É o poder de
recuperação como o ato de retorno de mola, de elástico.
Psicologicamente falando, resiliência é a capacidade
que a pessoa tem de voltar ao seu estado normal, após ser submetido a uma
pressão. A capacidade de não ceder quando coagido, numa situação crítica.
Quem não tem essa capacidade, diante de qualquer
problema já “entra em parafuso” e se desiquilibra.
Daí “o bicho pega” de vez! A pessoa
se estressa, fica traumatizada, depressiva, com dores nas articulações, vai ao
médico, faz exames e dá tudo negativo. Não percebe que é ela que está num polo
negativo, sem saída!
Hélio Couto, em “Mentes
In-formadas”, vai além e defini resiliência como “a capacidade de a pessoa atuar sob pressão e mesmo assim conseguir alto nível de produtividade e realização”.
Pois o Resiliente é capaz de
transformar toda a energia de um problema em uma solução criativa. Tem
habilidade para reagir e poder de recuperação, tal qual o bambu diante do mau
tempo, que se verga pelo vento, mas não quebra!
Ninguém nasce resiliente. Isso evolui com o passar do
tempo, pois é uma atitude que pressupõe sabedoria, que vem de experiências
anteriores.
A RESILIÊNCIA ESPIRITUAL já é uma capacidade mais
ampla, de quem está moralmente amadurecido e não sofre por antecipação. Que sabe,
como bem ensinou o Príncipe da Paz, que “a
cada dia basta a sua preocupação”. Que é capaz de enxergar sempre algo de
bom em cada momento ruim que lhe acontece.
Pessoas, assim, aceitam os próprios erros e aprendem
com eles. Quando sentem o “coração apertado”,
sabem lidar com isso, porque têm um sentido melhor da vida, sabem das suas
forças e limitações, não culpam ninguém por isso. Põem a mente a serviço do
coração!
O Resiliente
Espiritual, embora resignado, não entra em surto psicológico, compreende o
processo da adversidade que sofre, e a enfrenta com galhardia, pois se
reconhece como um artífice da sua própria evolução. É pessoa de fé que acredita
que “tudo que pedir em oração, crendo que
recebeu, receberá”, como garante Jesus (Mat 21,22 c/c Mar 11,24).
E não coloca o foco no problema, mas na solução, no
resultado que deseja. Pois já entende, pela energia do pensamento, que quanto
mais se coloca o foco no problema mais problema se tem!
Paulo Vanzolin, na voz de Noite Ilustrada, definiu bem
o conceito da Resilência Espiritual: “Um
homem de moral não fica no chão... Levanta, sacode a poeira e dá a volta por
cima”.
Haja resiliência nos dias de hoje!
Que os exemplos de Pedro, Paulo e Jó, no nos inspirem!
Lembrando-se do Cristo, nosso exemplo maior: “No mundo haveis de ter aflições.
Coragem! Eu venci o mundo” (João 16,33).
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