“O Senhor Deus tomou o homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e guardar” (Gênesis 2, 15).
Um dia, o Executivo de uma grande empresa contratou, pelo telefone, um Jardineiro autônomo para fazer a manutenção do seu jardim.
Chegando à sua casa, o Executivo viu que estava contratando um garoto de apenas 15 ou 16 anos de idade. Contudo, como já estava contratado, ele pediu para que o garoto executasse o serviço.
Quando terminou, o garoto solicitou ao dono da casa permissão para utilizar o telefone e o Executivo não pôde deixar de ouvir a conversa.
O garoto ligou para uma mulher e perguntou:
− A senhora está precisando de um Jardineiro?
− Não. Eu já tenho um − foi a sua resposta.
− Mas, além de aparar a grama − frisou o garoto −, eu também tiro o lixo.
− Nada demais − ela retrucou do outro lado da linha − o meu Jardineiro também faz isso!
O garoto insistiu:
− Eu limpo e lubrifico todas as ferramentas no final do serviço.
− O meu Jardineiro também − tornou a falar a senhora.
− Eu faço a programação de atendimento, o mais rápido possível.
− Bom, o meu Jardineiro também me atende prontamente. Nunca me deixa esperando. Nunca se atrasa.
Numa última tentativa, o menino arriscou:
− O meu preço é um dos melhores.
− Não! − disse firme a voz ao telefone. − Muito obrigada! O preço do meu Jardineiro também é muito bom.
Desligado o telefone o Executivo disse ao Jardineiro:
− Meu rapaz, você perdeu uma cliente.
− Claro que não! − respondeu rápido o garoto. − Eu sou o Jardineiro dela. Fiz isto apenas para medir o quanto ela estava satisfeita comigo!
Em se falando do jardim da vida, quantos de nós teríamos a coragem de fazer a pesquisa deste Jardineiro? E, se fizéssemos, qual seria o resultado?
Será que alcançaríamos o grau de satisfação da cliente do pequeno Jardineiro?
Será que temos sempre, em tempo oportuno e preciso, aparado arestas de azedumes e de pequenos mal-entendidos?
Estamos permitindo que se acumule o lixo das mágoas e da indiferença nos canteiros onde deveriam se concentrar as flores da afeição mais pura?
Temos lubrificado, diariamente, as ferramentas da gentileza, da simpatia entre os nossos amores, atendendo as suas necessidades e carências, com presteza?
Quanto ao jardim das afeições, temos cuidado das mudinhas com carinho e as deixamos florescer, sem sufocá-las?
E, por fim, quanto ao cuidado com o meio ambiente, qual tem sido nosso preço? Temos usado de chantagem ou − como o Jardineiro sábio −, cuidamos do planeta com carinho, dedicação e respeito à natureza?
A vida é uma escola que ensina o bem viver à nossa alma. Se cuidarmos dela como fez o sábio Jardineiro desta história, observando, analisando, planejando e avaliando a maneira de interagirmos com as outras pessoas e com o meio ambiente, verificaremos que os acontecimentos do cotidiano, sejam bons ou maus, sempre trazem experiências importantes para a evolução da humanidade.
Ser Jardineiro da vida é ao mesmo tempo um ato de inteligência, de sabedoria e de amor.
Fonte: Adaptação de um texto de autoria ignorada.
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