Aquecendo a Vida

Aquecendo  a Vida

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sexta-feira, 29 de março de 2024

A VERDADEIRA FACE DA INFELICIDADE

 “Felizes os aflitos, porque serão consolados” (Mateus, 5:4).


DELPHINE GIRARDIN, em 1861, no Cap. V, do Evangelho Segundo o Espiritismo, discorre sobre a Verdadeira Desgraça. Para melhor interpretá-la eis a seguinte história sobre o texto:

O velho Januário e sua neta Alice sempre caminhavam pelo bosque. Ele aproveitava essas ocasiões para passar conhecimentos à inteligente jovem.

Para isso, ele a interrogava sobre assuntos que demandam reflexão sobre a vida e, certa vez resolveu questioná-la sobre a infelicidade.

— Alice, quem você acha que é infeliz na vida?

— Eu acho vovô, que infeliz é aquele que vive na miséria, no fogão sem gás, nas contas que não pode pagar, nas lágrimas, no caixão de um ente querido, que se acompanha com o coração partido...

— Pois, minha querida, a tudo isso e muitas outras coisas se dá o nome de infelicidade na linguagem humana – daqueles que veem apenas o presente.

— Mas existe outra maneira de se ver a infelicidade? – perguntou Alice.

— A verdadeira infelicidade está mais nas consequências de um fato do que nele próprio.

— Como assim?! – questionou novamente a jovem sem nada entender.

— Diga-me, querida, se o mais feliz acontecimento para o momento, que depois resulta em consequências desastrosas, não é na realidade mais infeliz do que aquele, que à primeira vista causa uma contrariedade, mas acaba produzindo o bem?

— Ih! Que complicação vovô!

— Vou facilitar o entendimento. Diga-me então, se a tempestade que quebra as árvores, mas que saneia o ar ao eliminar os vírus insalubres que causam a morte, não é antes uma felicidade do que uma infelicidade?

— Quer dizer então que pra julgar algo temos que ver as consequências?!

— Isso mesmo, querida, para apreciar o que é realmente feliz ou infeliz para as pessoas, é preciso se transportar além desta vida, pois é lá que as consequências se fazem sentir. Portanto, tudo o que uma pessoa chama de infelicidade, segundo sua curta visão, cessa com a morte do corpo e encontra sua compensação na vida futura, com a eternidade da alma.

— Então, vovô, revele-me a infelicidade sob essa nova face.

— A infelicidade assim é essa alegria falsa, o prazer egoísta, a fama enganadora, a agitação fútil, a louca satisfação da vaidade...

— Pelo que entendi, então, a real infelicidade não são as dificuldades da vida, as lutas contra a falta de bens materiais, mas os vícios da alma.

— Isso mesmo. O homem vaidoso, egoísta e orgulhoso vive os prazeres do mundo sem qualquer preparo para a vida depois da morte. E, da mesma forma aqueles que detêm poder e fortuna e vivem na corrupção, terão como consequência de seus atos os horrores da morte – como apresentados no filme Nosso Lar.

— Vovô, se eu entendi bem a verdadeira face da infelicidade, vou acrescentar mais um vício à sua lista de infelizes: o invejoso.

— Por quê? – indagou Januário.

— Porque o invejoso é um infeliz e eterno expectador. Pois enquanto você dorme pacificamente, ele perde o sono pensando em você. Se você vai para o trabalho, ele calcula o seu salário. Se você constrói sua casa, ele julga a cor das tintas, Se você estuda, tem notas boas, ele se preocupa com isso. Se você conquista um diploma, ele vive o medo do seu sucesso. Se você ensina os seus irmãos, ele quer descobrir o que você não sabe. Se você tem a simpatia do chefe, ele prefere chamá-lo de “puxa-saco”. Se você recebe aplausos, ele quer saber quem lhe vaia. Se você cria, ele copia!...

— Muito bem, Alice! O invejoso é um bom exemplo de pessoa infeliz. Ele merece compaixão, pois ainda não sabe que existimos não para sermos melhores do que os outros, mas para sermos melhores do que nós próprios.

Pois, conhecendo sua Potência e Poder, não existe nenhuma dificuldade que você não possa superá-la. “Vós sois deuses”. Lembre-se disso! Você é um fractal divino!...

Depois que as dificuldades fazem você ganhar a Si Mesmo, todos os caminhos se tornam retos e planos. E, então, Mãos de Ajuda lhe são estendidas pela Providência Divina.


sábado, 23 de março de 2024

A TRIBULAÇÃO

 

“Passei-te no cadinho como a prata, provei-te ao crisol da tribulação” (Isaias 48,10).


Tribulação é o padecimento de uma dor física ou moral, emocional ou psicológica, que provoca sofrimento, aflição, adversidade, amargura... É um acontecimento penoso e desagradável, intrinsicamente relacionado ao nosso processo evolutivo.

Vivemos momentos de tribulações no mundo: terremotos, inundações, tornados, tsunamis... Mas, temos também as tribulações do cotidiano que nos causam tristeza, abatimento e amargura.

Por que tantas tribulações? E como conviver com elas?

A história do FERREIRO, que após uma juventude cheia de excessos, resolveu consagrar sua alma a Deus, talvez seja uma das respostas.  

Durante muitos anos o Ferreiro trabalhou com afinco, praticou a caridade, mas, apesar de toda dedicação, nada parecia dar certo em sua vida. Muito pelo contrário: seus problemas e dívidas acumulavam-se cada vez mais.

Numa bela tarde, um amigo que o visitava, e que se compadecia de sua situação difícil, comentou:

— O estranho é que, justamente depois de você resolver se tornar temente a Deus, sua vida começou a piorar. Eu não desejo enfraquecer sua Fé, mas, apesar da sua crença, nada tem melhorado para você!

O Ferreiro não respondeu de imediato. Ele já havia pensado nisso muitas vezes, sem entender o que acontecia em sua vida.

Entretanto, como não queria deixar o amigo sem resposta, começou a falar e terminou encontrando a explicação que procurava, dizendo:

— Eu recebo nesta oficina o aço ainda não trabalhado e preciso transformá-lo em espadas. Você sabe como isso é feito? Primeiro eu aqueço a chapa de aço num calor absurdo, até que fique vermelha. Em seguida, sem qualquer piedade, eu pego o martelo mais pesado e aplico golpes até que a peça adquira a forma desejada. Logo ela é mergulhada num balde de água fria e a oficina inteira se enche de vapor, enquanto a peça estala por causa da mudança muito brusca de temperatura. Tenho que repetir este processo até conseguir uma espada perfeita; pois uma vez apenas não é suficiente.

O Ferreiro deu uma longa pausa, bebeu um copo d’água e continuou:

— O aço que chega até minhas mãos às vezes não consegue aguentar este tratamento. O calor, as marteladas e a água fria terminam por enchê-lo de rachaduras. E eu sei que jamais se transformará numa boa lâmina de espada. Então, simplesmente o coloco no monte de ferro-velho que você viu na entrada de minha Ferraria.

Uma pausa mais e ele concluiu:

— Sei que Deus está me colocando no fogo das tribulações. Tenho aceitado as marteladas que a vida me dá, e às vezes sinto-me insensível como a água que faz sofrer o aço. Mas eis a única coisa que peço em minhas preces:

— “Meu Deus, não desista, até que eu consiga tomar a forma que o Senhor espera de mim. Tente da maneira que achar melhor, pelo tempo que quiser, mas jamais me coloque no monte de ferro-velho das almas”.

Paulo já compreendia bem o sofrimento humano, pois declara que “a tribulação produz a paciência; e a paciência, a experiência; e a experiência a esperança”. (Rom 5, 3 e 4)

Em Vinha de Luz, de Chico Xavier, recordemos Emmanuel, quando nos afirma que, “em verdade, ninguém encontra o tesouro da experiência no pântano da ociosidade”.

A experiência, que produz a esperança, é que nos faz caminhar em busca de paz, felicidade e sabedoria. 

Deus quer fazer de nós uma pessoa melhor... Não nos preocupemos então com as marteladas da vida, ou as provas de fogo a que somos submetidos. Ele está trabalhando nosso caráter. Ainda bem!

 Deus – Nosso Pai Celestial – nunca desiste de seus filhos! Porque sabe, antes de pedirmos, o que é melhor para cada um de nós.

“Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada?” (Rom 8,35)

“A misericórdia divina no tempo da tribulação é bela; é como a nuvem que esparge a chuva na época da seca”. (Eclo 35,26)

“Aliás, sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus...”. (Rom 8,28)

sábado, 16 de março de 2024

A MADREPÉROLA

 

A Pérola é uma ferida cicatrizada...


No leito de um hospital, Narciso inconformado com tantas aflições que quase o enfartara, chorando murmurava blasfemando: “Deus não é justo! Parece que nasci só pra sofrer!... Por que é tão difícil a vida para uns, enquanto para outros tudo parece sorrir?”.

Uma Freira, benfeitora daquela instituição, que passava pela enfermaria naquele momento, ouviu aquele triste lamento e imediatamente se dispôs a consolá-lo, perguntando:

— Por que chora meu irmão?

— Ah, estou me sentindo tão infeliz! Acho que Deus não me ama...

— Isso não é verdade, meu irmão! Pois, fique sabendo que para Deus você é igual a uma valiosa Pérola!

— É... Sei que a senhora me diz isso só para não me ver triste!

— Não seja incoerente, meu amigo! Se eu lhe comparo com uma Pérola é porque para Deus você é uma jóia valiosíssima.

— Ah é? Então, bondosa irmã, que mistério é esse?

— Esse mistério, meu querido, é um milagre da natureza! É o processo milagroso da formação da Pérola, que somente Deus seria capaz de permitir.

— E como isso acontece?

— Então, preste muita atenção! A Madrepérola ou Nácar é uma substância brilhante, iridescente (que reflete cores), encontrada no interior das conchas marinhas. Ela é produzida, por alguns moluscos, como uma reação a um corpo estranho que entrou em sua membrana epitelial. Quando um grão de areia penetra uma ostra, as células da Madrepérola começam a trabalhar e o cobrem com camadas e mais camadas para proteger o corpo indefeso do animal. Qual o resultado disso? Uma linda Pérola se forma. Daí a função da Madrepérola: ser Mãe da Pérola (Madre + pérola).

Enquanto o paciente meditava, a Freira com muita serenidade continuava:

— Pérolas, então, são produtos da DOR; resultados da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como o grão de areia! Uma ostra que não foi ferida, de algum modo, não produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada...

Narciso então a interroga:

— O que eu tenho a ver com isso?

— O fato, meu irmão, é que se não fosse o terrível incômodo da dor jamais a ostra seria capaz de mostrar tanta beleza aos seus colecionadores. Da mesma forma, os seus sofrimentos são permitidos por Deus para transformá-lo numa preciosa jóia humana a ser exibida no Reino Celeste!

— Puxa vida, ninguém tinha me falado antes sobre estas coisas...!

E a bondosa Freira arrematou a história com este conselho:

— Você certamente já se sentiu ferido pelas palavras rudes de alguém; já foi acusado de ter dito coisas que não disse; foi mal interpretado; já sofreu preconceito; foi caluniado; difamado; já recebeu o troco da indiferença; e julgado sem ter feito mal algum... Pois essas aflições são mecanismos da Lei de Deus para nossa evolução. Como estão nos Salmos: “Antes de ser afligido andava errado, mas agora guardo Tua Lei... Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os Teus decretos”.

Esta preciosa história nos faz lembrar os apelos do Mestre Galileu, que constam dos evangelhos:

“Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mateus 11, 28-30).

 “Não atireis aos porcos as vossas Pérolas, para que não as calquem com os seus pés, e, voltando-se contra vós, vos despedacem” (Mateus 7,6).

Cubra suas mágoas com várias camadas de AMOR! Nada de cultivar ressentimentos, que deixam as feridas abertas. Não seja uma “Ostra Vazia”!... Não porque não tenha sido ferido!... Mas, porque você não soube compreender, perdoar e transformar a dor em amor.

Guarde bem isto: toda vez que você superar uma situação que o aflige, no mesmo momento uma nova pessoa nasce dentro de você.

Então, nada de choro, de blasfêmia, produza uma Pérola!!!

Mas, como disse o grande escritor e emérito educador Rubem Alves, saiba que: Ostras felizes não fazem Pérolas!...

sexta-feira, 8 de março de 2024

A MENTE HUMANA

 

“Quem pensa que vai fracassar, já fracassou antes mesmo de tentar”.

 

A Mente Humana grava e executa tudo que lhe é enviado. Seja através de palavras, pensamentos ou atos, seus ou de terceiros, sejam positivos ou negativos. Basta que você os aceite.

Essa ação sempre acontecerá independentemente se traga ou não resultados positivos para você.

Um cientista de Phoenix Arizona queria provar essa Teoria. Precisava de um voluntário que chegasse às últimas consequências. Em uma penitenciária, conseguiu um, condenado a morte, que seria executado em uma cadeira elétrica.

O cientista lhe propôs o seguinte:

— Você aceita participar de uma experiência científica, na qual será feito um pequeno corte em seu pulso, suficiente para gotejar o seu sangue até a última gota? Você terá uma chance de sobreviver, caso o sangue se coagule! Se isso acontecer, você ganhará a liberdade, caso contrário, irá falecer pela perda do sangue, porém, terá uma morte sem sofrimento e sem dor.

— Sim, claro, pois isso é preferível a morrer na cadeira elétrica! – disse ele. – É minha chance de sobreviver!

O condenado foi colocado em uma cama alta do hospital. Amarraram seu corpo para que não se movesse. Fizeram um pequeno corte em seu pulso e colocaram, abaixo do pulso, uma pequena vasilha de alumínio.

— Você ouvirá o gotejar de seu sangue na vasilha – disse-lhe o cientista. 

O cientista fez então um corte superficial que não atingiu nenhuma veia ou artéria, mas foi suficiente para que ele sentisse o pulso sendo cortado.

Sem que ele soubesse, debaixo de sua cama tinha um frasco de soro com pequena válvula. Ao cortarem seu pulso, abriram a válvula do frasco para que ele acreditasse que era o sangue dele que estava pingando na vasilha de alumínio. Na verdade, era o soro do frasco que gotejava.

De dez em dez minutos, o cientista sem que o condenado visse, fechava um pouco a válvula do frasco e o gotejamento diminuía.

O condenado acreditava que era seu sangue que estava diminuindo.

Com o passar do tempo, foi perdendo a cor e ficando cada vez mais pálido. Quando o cientista fechou a válvula... O condenado teve uma parada cardíaca e morreu. Sem ter perdido uma gota de sangue.

Com essa experiência, o cientista conseguiu provar que A Mente Humana cumpre ao pé da letra, tudo que lhe é enviado e aceito pela pessoa, seja positivo ou negativo, e que sua ação envolve todo o organismo, tanto na parte psíquica quanto na parte orgânica.

Isso é um alerta para filtrarmos o que enviamos à nossa Mente. Ela não distingue o real da fantasia, o certo do errado, pois, simplesmente grava e executa o que lhe é enviado.

A sua Escolha é seu próprio Desejo. E todas as coisas acontecerão na direção de seus Desejos. Pois o ser humano tem tal potencial que Morre no momento que Deseja e Ressuscita quando Deseja Viver!

Enquanto o autoconfiante é senhor de sua personalidade, o pessimista, que cria negatividade, automaticamente se desqualifica.

Você cria por si mesmo seu PARAÍSO ou seu INFERNO!

 O Apóstolo Paulo conhecia esse Poder da Mente Humana, tanto que recomenda em suas cartas:

“... irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo; tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar vossos pensamentos”. (Filipenses 4,8).

SOMOS O QUE PENSAMOS E ACREDITAMOS SER.

Jesus Cristo quando caminhava pela Terra tentou ensinar isso aos judeus, mas eles riam e se recusavam a acreditar e o chamavam de louco.

Todavia, Jesus, conhecedor desse Poder da Mente Humana, continuava alertando sobre as forças positiva e negativa do pensamento, afirmando:

“O olho é a luz do corpo. Se teu olho for são, todo o teu corpo será iluminado. Se, pois a luz, que há em ti, é trevas, quão espessas serão as próprias trevas!” (Mateus 6,22-23).

Há duas maneiras de viver a vida. Uma é acreditar que não existe milagre. A outra é acreditar que tudo é milagre.

Pense nisso!... Pense no que você está fazendo com você mesmo!

sexta-feira, 1 de março de 2024

A BESTA E OS SUICÍDIOS

 Não seja um mero espectador da vida. Acorde! Perceba o perigo!


Sentei num banco da praça e eis que um amigo chega para conversar:

— Boa tarde! Continua na política?

— Não! Nem filiado estou!...

— Então desistiu de seus ideais de lutas por nossa comunidade?

— Desisti não!... Continuo sendo um militante do bem comum!... Pois o verdadeiro cidadão é aquele que Ama, Respeita e Ajuda o seu próximo...

— Então me conte o que anda fazendo de importante?

— Pois bem, meu amigo, eu fiquei sabendo que a nossa cidade detém o maior índice de Suicídios do Estado! Você não acha que temos que fazer alguma coisa para ajudar? Já foi até criada uma Comissão Municipal! Você sabe porventura qual é a causa disso?

— Sim! – disse-me ele com muita convicção. – Os Suicídios ocorrem em larga escala por causa da BESTA!... Da Besta do Apocalipse!

— Nossa! Então me explique! E desculpe a minha total ignorância.

O amigo tirou então de uma sacola um alfarrábio sem capa, todo esfolado, com folhas caindo, o qual ele me disse ter adquirido em uma livraria de sebo, por uma mixaria. Abriu rapidamente o livro velho e já começou a me ensinar, lendo o que lá estava assim escrito:

“OBSERVE BEM: a imaginação mórbida de algumas pessoas, que seria limitada localmente há um século, agora se tornou uma INFECÇÃO CONTAGIOSA glorificada na literatura, cinema e teatro, espalhando-se pelo mundo todo, criando uma ‘Consciência Humana’ global similar à delas mesmas, expressada nos excessos sexuais, violência e perversões”...

— Ah, meu amigo, isso tá meio confuso! A Besta então é uma Infecção Contagiosa?...

— Tenha paciência! Chegaremos lá... A Besta é quem causa esta Infecção! Veja como ela se manifesta.

“Esta INFECÇÃO MENTAL se manifesta primeiro como formas egocêntricas de viver e na criação de engenhos tecnológicos que têm gerado sérios distúrbios na saúde, mudanças climáticas, diminuição de safras, degradação do meio ambiente, extinção de seres vivos e o massacre de populações inteiras de seres humanos”.

Fiz um sinal de interrompê-lo, mas ele não me deu atenção e continuou.

“A Infecção Mental se manifesta na personalidade humana como um comportamento desviado e destrutivo, com o consumo de drogas, com excessos abomináveis de crueldade e depravação, operações mafiosas e excessos sexuais. Deste modo, um círculo vicioso de atividades malignas e de perversão de pensamentos e atos está sendo criado pelos magnatas do entretenimento e da mídia”.

— Pelo que estou entendendo isso deve ter um propósito. Qual será?

— O propósito disso é prender o interesse de um público egocêntrico e, talvez, alienado. Preste atenção agora que o livro já vai falar da Besta!

Sua tela de TV e o cinema se tornaram a nova Bíblia do comportamento humano. Tragédias pessoais desconhecidas para a humanidade há cem anos se tornaram abundantes e as pessoas têm medo de andar nas ruas. Famílias estão presas atrás de muros altos. Os problemas familiares e sociais se expõem frequentemente em debates públicos – e assim a história da miséria humana se perpetua. Esta é a BESTA invadindo seus territórios e alimentando um miasma de bestialidade nas mentes inocentes”.

— Poxa! E eu que pensava que a TV lixo era a Prostituta do Apocalipse!

— A Grande Prostituta?! Sei lá!... Mas a BESTA, causadora da Infecção Mental, que leva muitos à Depressão e ao Suicídio e até à Loucura, já sabemos quem é com certeza!...

— Mas que livro é esse, e quem é o autor para você dar tanta credibilidade?

Ele então, olhando nos meus olhos, disse pausadamente:

— Este livro é intitulado “Cartas de Cristo” da Almenara Editorial.  E quem diz que a TV é a BESTA do Apocalipse, é o próprio CRISTO!... E Ele ainda diz mais:

“Estas palavras não são ditas para ameaçar ou castigar, mas para alertá-lo para a fonte dos inqualificáveis horrores que diariamente enchem seus jornais e aparelhos de TV”.

Despedi-me do amigo pensando, então, em Friedrich Nietzsche, dizendo: “Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você”.