“Passei-te no cadinho como a prata, provei-te ao
crisol da tribulação” (Isaias
48,10).
Tribulação é o padecimento de uma dor
física ou moral, emocional ou psicológica, que provoca sofrimento, aflição, adversidade,
amargura... É um acontecimento penoso e desagradável, intrinsicamente relacionado
ao nosso processo evolutivo.
Vivemos momentos de tribulações no
mundo: terremotos, inundações, tornados, tsunamis... Mas, temos também as
tribulações do cotidiano que nos causam tristeza, abatimento e amargura.
Por que tantas tribulações? E como
conviver com elas?
A história do FERREIRO, que após uma juventude cheia de excessos, resolveu consagrar
sua alma a Deus, talvez seja uma das respostas.
Durante muitos anos o Ferreiro trabalhou com afinco, praticou
a caridade, mas, apesar de toda dedicação, nada parecia dar certo em sua vida.
Muito pelo contrário: seus problemas e dívidas acumulavam-se cada vez mais.
Numa bela tarde, um amigo que o
visitava, e que se compadecia de sua situação difícil, comentou:
— O estranho é que, justamente depois de
você resolver se tornar temente a Deus, sua vida começou a piorar. Eu não
desejo enfraquecer sua Fé, mas, apesar da sua crença, nada tem melhorado para
você!
O Ferreiro
não respondeu de imediato. Ele já havia pensado nisso muitas vezes, sem
entender o que acontecia em sua vida.
Entretanto, como não queria deixar o
amigo sem resposta, começou a falar e terminou encontrando a explicação que
procurava, dizendo:
— Eu recebo nesta oficina o aço ainda
não trabalhado e preciso transformá-lo em espadas. Você sabe como isso é feito?
Primeiro eu aqueço a chapa de aço num calor absurdo, até que fique vermelha. Em
seguida, sem qualquer piedade, eu pego o martelo mais pesado e aplico golpes
até que a peça adquira a forma desejada. Logo ela é mergulhada num balde de
água fria e a oficina inteira se enche de vapor, enquanto a peça estala por
causa da mudança muito brusca de temperatura. Tenho que repetir este processo
até conseguir uma espada perfeita; pois uma vez apenas não é suficiente.
O Ferreiro
deu uma longa pausa, bebeu um copo d’água e continuou:
— O aço que chega até minhas mãos às
vezes não consegue aguentar este tratamento. O calor, as marteladas e a água
fria terminam por enchê-lo de rachaduras. E eu sei que jamais se transformará
numa boa lâmina de espada. Então, simplesmente o coloco no monte de ferro-velho
que você viu na entrada de minha Ferraria.
Uma pausa mais e ele concluiu:
— Sei que Deus está me colocando no fogo das tribulações. Tenho aceitado as
marteladas que a vida me dá, e às vezes sinto-me insensível como a água que faz
sofrer o aço. Mas eis a única coisa que peço em minhas preces:
— “Meu Deus, não desista, até que eu
consiga tomar a forma que o Senhor espera de mim. Tente da maneira que achar
melhor, pelo tempo que quiser, mas jamais me coloque no monte de ferro-velho das
almas”.
Paulo já compreendia bem o sofrimento
humano, pois declara que “a tribulação produz a paciência; e a
paciência, a experiência; e a experiência a esperança”. (Rom 5, 3 e 4)
Em Vinha de Luz, de Chico Xavier,
recordemos Emmanuel, quando nos afirma que, “em verdade, ninguém encontra o
tesouro da experiência no pântano da ociosidade”.
A experiência,
que produz a esperança, é que nos faz
caminhar em busca de paz, felicidade e sabedoria.
Deus quer fazer de nós uma pessoa
melhor... Não nos preocupemos então com as marteladas da vida, ou as provas de
fogo a que somos submetidos. Ele está trabalhando nosso caráter. Ainda bem!
Deus – Nosso Pai Celestial – nunca desiste de
seus filhos! Porque sabe, antes de
pedirmos, o que é melhor para cada um de nós.
“Quem nos separará do amor de Cristo? A
tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada?” (Rom 8,35)
“A misericórdia divina no tempo da
tribulação é bela; é como a nuvem que esparge a chuva na época da seca”. (Eclo 35,26)
“Aliás, sabemos que todas as coisas
concorrem para o bem daqueles que amam a Deus...”. (Rom 8,28)
Obrigado pela postagem Aneor. Precisamos estar preparados para os momentos de angústia e sofrimento.
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