Não seja um mero espectador da vida. Acorde! Perceba o perigo!
Sentei
num banco da praça e eis que um amigo chega para conversar:
—
Boa tarde! Continua na política?
— Não!
Nem filiado estou!...
—
Então desistiu de seus ideais de lutas por nossa comunidade?
— Desisti
não!... Continuo sendo um militante do bem comum!... Pois o verdadeiro cidadão
é aquele que Ama, Respeita e Ajuda o seu próximo...
—
Então me conte o que anda fazendo de importante?
—
Pois bem, meu amigo, eu fiquei sabendo que a nossa cidade detém o maior índice de Suicídios do Estado!
Você não acha que temos que fazer alguma coisa para ajudar? Já foi até criada
uma Comissão Municipal! Você sabe porventura qual é a causa disso?
— Sim!
– disse-me ele com muita convicção. – Os Suicídios
ocorrem em larga escala por causa da BESTA!...
Da Besta do Apocalipse!
— Nossa!
Então me explique! E desculpe a minha total ignorância.
O amigo
tirou então de uma sacola um alfarrábio sem capa, todo esfolado, com folhas
caindo, o qual ele me disse ter adquirido em uma livraria de sebo, por uma
mixaria. Abriu rapidamente o livro velho e já começou a me ensinar, lendo o que
lá estava assim escrito:
“OBSERVE
BEM: a imaginação mórbida de algumas pessoas, que seria limitada localmente há
um século, agora se tornou uma INFECÇÃO CONTAGIOSA glorificada na literatura,
cinema e teatro, espalhando-se pelo mundo todo, criando uma ‘Consciência
Humana’ global similar à delas mesmas, expressada nos excessos sexuais,
violência e perversões”...
— Ah,
meu amigo, isso tá meio confuso! A Besta
então é uma Infecção Contagiosa?...
—
Tenha paciência! Chegaremos lá... A Besta
é quem causa esta Infecção! Veja
como ela se manifesta.
“Esta
INFECÇÃO MENTAL se manifesta primeiro como formas egocêntricas de viver e na
criação de engenhos tecnológicos que têm gerado sérios distúrbios na saúde,
mudanças climáticas, diminuição de safras, degradação do meio ambiente,
extinção de seres vivos e o massacre de populações inteiras de seres humanos”.
Fiz
um sinal de interrompê-lo, mas ele não me deu atenção e continuou.
“A
Infecção Mental se manifesta na personalidade humana como um comportamento
desviado e destrutivo, com o consumo de drogas, com excessos abomináveis de
crueldade e depravação, operações mafiosas e excessos sexuais. Deste modo, um
círculo vicioso de atividades malignas e de perversão de pensamentos e atos
está sendo criado pelos magnatas do entretenimento e da mídia”.
—
Pelo que estou entendendo isso deve ter um propósito. Qual será?
—
O propósito disso é prender o interesse de um público egocêntrico e, talvez,
alienado. Preste atenção agora que o livro já vai falar da Besta!
“Sua
tela de TV e o cinema se tornaram a nova Bíblia do comportamento humano. Tragédias
pessoais desconhecidas para a humanidade há cem anos se tornaram abundantes e
as pessoas têm medo de andar nas ruas. Famílias estão presas atrás de muros
altos. Os problemas familiares e sociais se expõem frequentemente em debates
públicos – e assim a história da miséria humana se perpetua. Esta é a BESTA
invadindo seus territórios e alimentando um miasma de bestialidade nas
mentes inocentes”.
—
Poxa! E eu que pensava que a TV lixo era a Prostituta do Apocalipse!
—
A Grande Prostituta?! Sei lá!... Mas a BESTA,
causadora da Infecção Mental, que
leva muitos à Depressão e ao Suicídio e
até à Loucura, já sabemos quem é com certeza!...
—
Mas que livro é esse, e quem é o autor para você dar tanta credibilidade?
Ele
então, olhando nos meus olhos, disse pausadamente:
—
Este livro é intitulado “Cartas de
Cristo” da Almenara Editorial. E quem diz que a TV é a BESTA do
Apocalipse, é o próprio CRISTO!... E
Ele ainda diz mais:
“Estas
palavras não são ditas para ameaçar ou castigar, mas para alertá-lo para a fonte
dos inqualificáveis horrores que diariamente enchem seus jornais e aparelhos de
TV”.
Despedi-me
do amigo pensando, então, em Friedrich Nietzsche, dizendo: “Quando se olha muito tempo para
um abismo, o abismo olha para você”.
Esta é uma explicação muito simplista para um fenômeno muito velho. Na Grécia antiga não havia TV e muitas cidades sofriam com surtos de suicídio. Havia até decreto de proibição.
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