Aquecendo a Vida

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sábado, 30 de setembro de 2023

A LINHA DO DESTINO

 “Nosso destino está de acordo com os nossos méritos” (Albert Einstein).


Certo Rei acreditava que o correto era aquilo que pensava. Um dia, ele reuniu suas três filhas e disse-lhes:

— Tudo o que tenho é de vocês. Por meu intermédio vieram a este mundo. Portanto, a minha vontade é que sempre determinará o Destino de vocês.

Duas das moças concordaram. Mas a terceira retrucou:

— Embora a minha posição me obrigue a acatar as leis, não posso acreditar que meu Destino deva ser sempre determinado por suas opiniões.

— É o que veremos! – disse o Rei.

E mandou prender a jovem numa pequena cela, por alguns anos.

Mas, enquanto isso, o Rei dizia para si mesmo: “Essa moça está encarcerada não por vontade própria, mas sim pela minha. Isso vem provar, de maneira cabal para qualquer mentalidade lógica, que é minha vontade, e não a dela, que está determinando seu Destino”.

Os habitantes do Reino achavam que ela devia ter feito algo grave para ser tratada assim pelo próprio pai.

De tempos em tempos, o Rei ia visitá-la no cárcere. Embora debilitada, ela, se obstinava em sua atitude, que esgotou de vez a paciência do Rei.

— Seu persistente desafio – disse o Rei – só servirá para me aborrecer ainda mais e, aparentemente, enfraquecerá meus direitos, caso você permaneça em seus domínios. Então vou desterrá-la para o deserto que faz divisa com meu Reino. É uma região inóspita, povoada por animais selvagens e pessoas exiladas, incapazes de sobreviver. Ali, você descobrirá se pode levar outra vida diferente da que conheceu aqui.

O Decreto Real foi prontamente acatado. A moça logo se encontrou num território selvagem, sem qualquer semelhança com o ambiente protetor em que havia crescido. Mas, bem depressa, ela já percebeu que uma caverna podia servir de casa, que nozes e frutas provinham tanto de árvores como de pratos de ouro, que o calor provinha do sol. Aquela região tinha um clima e uma maneira de existir próprios.

Depois de algum tempo, ela conseguiu organizar sua vida tão bem que obtinha água de mananciais, legumes da terra cultivada e fogo de uma árvore que ardia em chamas. E murmurava para si própria: “Aqui há uma vida cujos elementos se integram, formando uma unidade, mas nem individual ou coletivamente obedece às ordens de meu pai, o Rei”.

Certo dia, um rico viajante perdido por ali, encontrou a princesa exilada.  Enamorou-se dela e a levou para seu país, onde se casaram.

Passado algum tempo, os dois decidiram voltar ao deserto onde construíram uma enorme e próspera cidade. Ali, sua sabedoria, recursos próprios e sua fé se expandiram plenamente. Os “excêntricos” e outros banidos, muitos deles tidos como loucos, logo se harmonizaram plena e proveitosamente com aquela existência.

A cidade se tornou conhecida em todo mundo superando amplamente os Reinos vizinhos em progresso e beleza.

 O Rei – pai da princesa obstinada – resolveu então conhecer de perto esse estranho e misterioso lugar que brotara do deserto. Mas quando, de cabeça baixa, ele se acercou do trono onde o jovem casal estava sentado, ao erguer os olhos encontrou os daquela soberana, cuja prosperidade, fama de justiça e discernimento superava em muito o seu renome.  E, assim, pôde captar as palavras murmuradas por sua filha:

— Como pode ver meu pai, cada um tem seu próprio Destino e faz a sua própria escolha!...

Esta parábola – adaptada para este artigo –, serve de reflexão para muitos que não aceitam que pessoas da própria família sejam diferentes e que tenham direito de traçar as Linhas de seu próprio Destino. Não entendem que cada Consciência é distinta! Que o ser humano tem o livre-arbítrio, concedido por Deus, para desenhar seus caminhos na direção de sua própria Consciência...

Cada um tem a sua Realidade e o seu próprio tempo de maturidade. Pois todos realizam suas missões na Terra conforme suas vozes interiores.  Somos todos livres para decidir. Nosso Senhor é o Protetor de todos na caminhada.  E o fim de tudo é a FELICIDADE...


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