Aquecendo a Vida

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sábado, 25 de março de 2023

AUTO-HIPNOSE

 Nossas palavras e atitudes são decretos espirituais.


 Bairro de Santa Cruz, dos Lopes, município de Itararé/SP. No começo da década de cinquenta testemunhei aí a cura do meu irmão, de apenas três anos, que estava com “tosse comprida” (Coqueluche) – infecção respiratória, que naquela época, levava muitos enfermos a óbito.

Numa certa manhã vi chegar à nossa casa uma benzedeira bem velhinha, moradora de uma casinha de sapé ali na vizinhança, a quem minha mãe implorava pela cura de meu irmão.

A benzedeira, Maria Antónia de Jesus, era conhecida por um apelido nada animador: “Toninha Tonta”. Talvez pelos dons místicos que possuía! Mas, Toninha de tonta nada tinha! Sabia o que fazia! E curava com uma técnica simples de autossugestão.

Com o doente ao seu lado, Toninha pega uma faca, um graveto e lhe diz o que vai fazer. Quando eu lhe perguntar: “o que é que eu corto?”; você responde: “tosse comprida”.   Tá certo! Agora eu vou rezar!... Minha mãe, ao meu lado, então se lembra de Jesus, e diz, lembrando (Marcos 11,24): “Seja o que for que peçais na prece, crede que obtereis, e vos será concedido”.

 

A cura começa com Toninha rezando, depois cortando o graveto e perguntando: “o que é que eu corto?”. E meu irmão respondendo: “tosse comprida”. Em seguida, batendo com a faca no graveto ela repetia: “corta tosse”, “corta tosse”, “corta tosse”..., por mais de 20 vezes – eu contei!  E, assim, esse procedimento se renovava. Demorou um bom tempo, até que a tosse parou. E o menino sarou!...

Mesmo que inconscientemente, a Toninha conhecia este poder criativo das palavras. Porque cada Palavra tem uma forma especial de “consciência”, que se manifesta no mundo visível. Pois, quando damos às palavras a força da energia do pensamento, num tom elevado, que transcende de nós, elas se tornam Decretos Divinos!

Há, pois, nessa ação, uma mística de empoderamento das palavras pela transmutação da energia emitida pelo pensamento para outra frequência vibratória, de outra realidade, onde acontecem as coisas tanto para o bem, quanto para o mal, dependendo do sentimento que há no coração naquele instante. E, por isso, é que se proibiam os filhos de dizer “palavrão”!...

Na década de setenta, lecionando na Escola do Bairro Catas Altas, em Ribeira/SP, entendi esse processo de cura, quando ouvi no meu radinho de pilha, o astrólogo Omar Cardoso abrir seu programa, dizendo:

Todos os dias, sob todos os pontos de vista, eu vou cada vez melhor!

Embora seja um mantra popular, o verdadeiro autor dessa frase foi o Psicólogo francês Émile Coué, que é o criador da Auto-Hipnose – um método que consiste apenas na repetição – todos os dias – de uma mesma frase. Pois, segundo Coué, a repetição sistemática dessa frase, ao acordar e antes de dormir é suficiente para transformar para melhor a vida de quem a exercite.

O processo se explica porque os momentos logo após o acordar ou, antes do adormecer (denominada zona do crepúsculo) são períodos em que a mente inconsciente, está aflorada à superfície, e fica mais propensa a receber e aceitar sugestões!... E essa fórmula pode ser modificada para outros fins, como por exemplo: Todos os dias, sob todos os pontos de vista, minha saúde vai cada vez melhor!

O pai da auto-hipnose dizia que nunca curou ninguém, apenas ensinava as pessoas a se curar. Não há dúvidas, porém, de que curas aconteceram! Mas esse método, até por ser muito fácil, desapareceu com a morte de Émile Coué, em 1926.

A essência do método está no controle mental, com base no seguinte:

1º. Só se pode pensar em uma coisa de cada vez;

2º. Quando se concentra em um pensamento, esse pensamento – através da autossugestão – torna-se Verdade, porque o corpo o transforma em ação.

Você pode ativar os mecanismos de cura do seu próprio corpo, que estão bloqueados por pensamentos negativos (conscientes ou inconscientes), apenas repetindo 20 vezes esse mantra citado por Omar Cardoso. Fazendo isso, duas vezes por dia, você estará praticando o Método Coué de Psicoterapia.


6 comentários:

  1. O véio Santo sempre falava do Bairro Santa Cruz dos Lopes...

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  2. Muito bom o texto, Vô!

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  3. Dalai lama repetia sempre numa contagem apenas uma palavra até chegar ao número 21.000 vezes depois passava para outra palavra, seguia em uma espécie de rosário. Assim dizia ele a palavra se concretização internamente

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    1. Gratidão meu irmão! Aprendi mais uma do Dalai Lama.

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