Infeliz de quem faz
julgamentos de alguém apenas por um comentário.
Havia numa aldeia um Velho que possuía um lindo cavalo
branco. Numa manhã ele descobriu que o cavalo não desaparecera. Os amigos lhe
disseram:
- Mas que desgraça, seu cavalo foi roubado da cocheira!
- Calma! – ele respondeu –, não cheguem a tanto.
Simplesmente digam que o cavalo não está mais na cocheira. O resto é julgamento
de vocês.
As pessoas riram do Velho!
Quinze dias depois, de repente, o cavalo voltou. Ele
havia fugido para a floresta. E não apenas isso; ele trouxera uma dúzia de
cavalos selvagens consigo.
Novamente as pessoas disseram:
- Velho, você tinha razão. Não era mesmo uma desgraça,
e sim uma benção!
- Vocês estão se precipitando! Quem garante se é uma
benção ou não? Apenas digam que o cavalo está de volta...
O Velho tinha um único filho que começou a treinar os
cavalos selvagens. Apenas uma semana mais tarde, ele caiu de um dos cavalos e
fraturou as pernas.
As pessoas se puseram a julgar:
- E não é que você tinha razão, Velho? Foi uma desgraça
seu único filho perder o uso das duas pernas.
- Mas vocês estão obcecados por julgamentos, hein? Não
se adiantem tanto. Digam apenas que meu filho fraturou as pernas. Ninguém sabe
ainda se isso é uma desgraça ou uma benção...
Aconteceu que, depois de algumas
semanas, o país entrou em guerra e todos os jovens da aldeia foram obrigados a
se alistar, menos o filho do Velho. E os que foram pra guerra, morreram!...
Prejulgar é formar ou emitir um juízo
antes de examinar realmente um assunto. E isso é defeito de personalidade! Pois
é um ato desqualificado o de quem julga a
priori, levianamente, sem ter visto tudo. O obcecado por assim julgar, cai
sempre na armadilha de basear seu juízo em fragmentos de informação, o que o
levará a conclusões precipitadas.
Para julgar é preciso ter bom senso; evitar ideias preconcebidas;
observar as coisas por diferentes ângulos... Olhar a vida pela perspectiva dos
outros, para compreendê-los nos seus sentimentos. Isto se chama Empatia — a prática que nos convida a sentir
as dores alheias.
Certa vez, o Rei Creso da Lídia foi condenado a ser
queimado vivo. Mas antes disso acontecer, ele se lamentando bradou o nome de
Sólon — o grande filósofo grego.
Ouvindo
isso, Ciro, o Rei Persa, que o derrotara, quis saber o motivo daquela
lamentação. Então, o condenado lhe contou que aquele sábio filósofo o alertara
que a nossa vida na Terra é efêmera; aqui estamos apenas de passagem e,
portanto, não podemos julgar se uma situação é boa ou má, sem observar as consequências
disso. Nesse momento o antes imbatível Rei da Lídia, que agora estava
humilhado, reavaliava seu ponto de vista. E Ciro, o Rei da Persa, nesse mesmo
instante mandou que o libertassem. Poupou sua vida e ainda nomeou-o como seu
assessor, pois desejava tê-lo bem próximo, para se lembrar: que ninguém sabe julgar a realidade, porque ela é
transitória.
Delphine de Gerardin (E.S.E.) diz que “Para julgar, é necessário ver-lhe as consequências”. E transportar-se para
além desta vida, porque é lá que as consequências
de tudo se fazem sentir.
Assim é que se aprende a não se sentir o dono da verdade — de orgulho
disfarçado!... Infalível!... Equiparando-se a Deus! Pobre infeliz, que quanto
mais teima em ter razão, cada vez mais está próximo do erro!
“Os fatos, eis o verdadeiro critério de
nossos julgamentos” — disse Kardec.
Pois, sem fundamento, nenhum juízo pode, em quaisquer circunstâncias,
representar um julgamento irrevogável.
Disse-nos o Mestre, respectivamente, em Lucas (6,41);
e em Mateus (7,1-2):
“Por que vês
tu o cisco no olho de teu irmão e não reparas na trave que está no teu olho?”.
“Não
julgueis, e não sereis julgados. Porque do mesmo modo que julgardes, sereis
também vós julgados”.
Que possamos
encontrar no princípio desta moral cristã, mesmo para as nossas menores ações, a
Regra Universal de Conduta, que manda “agir para com os outros como gostaríamos
que os outros agissem para conosco”!...
Bom diaaa.... sou uma admiradora do seu trabalho e da sua dedicação incondicional pela educação. Pessoa incrível e de coração nobre...aprendi e aprendo muito com suas reflexões. Carinhoso abraço
ResponderExcluirGratidão 🙏😊
ResponderExcluirExcelente reflexão, obrigado
ResponderExcluirNão julgue um livro pela capa...🙏👍👍👍
ResponderExcluirO verdadeiro cristão . Não julgueis. Jesus falava por parábolas e suas pregações após séculos encontram-de atuais. Gratidão por nos lembrar semanalmente ,através dos ensinamentos do nosso Mestre.
ResponderExcluirExcelente
ResponderExcluir