Aquecendo a Vida

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sábado, 17 de setembro de 2022

PREJULGAMENTO

 

Infeliz de quem faz julgamentos de alguém apenas por um comentário.


Havia numa aldeia um Velho que possuía um lindo cavalo branco. Numa manhã ele descobriu que o cavalo não desaparecera. Os amigos lhe disseram:

- Mas que desgraça, seu cavalo foi roubado da cocheira!

- Calma! – ele respondeu –, não cheguem a tanto. Simplesmente digam que o cavalo não está mais na cocheira. O resto é julgamento de vocês.

As pessoas riram do Velho!

Quinze dias depois, de repente, o cavalo voltou. Ele havia fugido para a floresta. E não apenas isso; ele trouxera uma dúzia de cavalos selvagens consigo.

Novamente as pessoas disseram:

- Velho, você tinha razão. Não era mesmo uma desgraça, e sim uma benção!

- Vocês estão se precipitando! Quem garante se é uma benção ou não? Apenas digam que o cavalo está de volta...

O Velho tinha um único filho que começou a treinar os cavalos selvagens. Apenas uma semana mais tarde, ele caiu de um dos cavalos e fraturou as pernas.

As pessoas se puseram a julgar:

- E não é que você tinha razão, Velho? Foi uma desgraça seu único filho perder o uso das duas pernas.

- Mas vocês estão obcecados por julgamentos, hein? Não se adiantem tanto. Digam apenas que meu filho fraturou as pernas. Ninguém sabe ainda se isso é uma desgraça ou uma benção...

Aconteceu que, depois de algumas semanas, o país entrou em guerra e todos os jovens da aldeia foram obrigados a se alistar, menos o filho do Velho. E os que foram pra guerra, morreram!...

Prejulgar é formar ou emitir um juízo antes de examinar realmente um assunto. E isso é defeito de personalidade! Pois é um ato desqualificado o de quem julga a priori, levianamente, sem ter visto tudo. O obcecado por assim julgar, cai sempre na armadilha de basear seu juízo em fragmentos de informação, o que o levará a conclusões precipitadas.

Para julgar é preciso ter bom senso; evitar ideias preconcebidas; observar as coisas por diferentes ângulos... Olhar a vida pela perspectiva dos outros, para compreendê-los nos seus sentimentos. Isto se chama Empatia — a prática que nos convida a sentir as dores alheias.

Certa vez, o Rei Creso da Lídia foi condenado a ser queimado vivo. Mas antes disso acontecer, ele se lamentando bradou o nome de Sólon — o grande filósofo grego.

Ouvindo isso, Ciro, o Rei Persa, que o derrotara, quis saber o motivo daquela lamentação. Então, o condenado lhe contou que aquele sábio filósofo o alertara que a nossa vida na Terra é efêmera; aqui estamos apenas de passagem e, portanto, não podemos julgar se uma situação é boa ou má, sem observar as consequências disso. Nesse momento o antes imbatível Rei da Lídia, que agora estava humilhado, reavaliava seu ponto de vista. E Ciro, o Rei da Persa, nesse mesmo instante mandou que o libertassem. Poupou sua vida e ainda nomeou-o como seu assessor, pois desejava tê-lo bem próximo, para se lembrar: que ninguém sabe julgar a realidade, porque ela é transitória.

Delphine de Gerardin (E.S.E.) diz que “Para julgar, é necessário ver-lhe as consequências”. E transportar-se para além desta vida, porque é lá que as consequências de tudo se fazem sentir.

Assim é que se aprende a não se sentir o dono da verdade — de orgulho disfarçado!... Infalível!... Equiparando-se a Deus! Pobre infeliz, que quanto mais teima em ter razão, cada vez mais está próximo do erro!

Os fatos, eis o verdadeiro critério de nossos julgamentos” — disse Kardec. Pois, sem fundamento, nenhum juízo pode, em quaisquer circunstâncias, representar um julgamento irrevogável.

Disse-nos o Mestre, respectivamente, em Lucas (6,41); e em Mateus (7,1-2):

“Por que vês tu o cisco no olho de teu irmão e não reparas na trave que está no teu olho?”.

“Não julgueis, e não sereis julgados. Porque do mesmo modo que julgardes, sereis também vós julgados”.

Que possamos encontrar no princípio desta moral cristã, mesmo para as nossas menores ações, a Regra Universal de Conduta, que manda “agir para com os outros como gostaríamos que os outros agissem para conosco”!...

6 comentários:

  1. Bom diaaa.... sou uma admiradora do seu trabalho e da sua dedicação incondicional pela educação. Pessoa incrível e de coração nobre...aprendi e aprendo muito com suas reflexões. Carinhoso abraço

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  2. Excelente reflexão, obrigado

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  3. Não julgue um livro pela capa...🙏👍👍👍

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  4. O verdadeiro cristão . Não julgueis. Jesus falava por parábolas e suas pregações após séculos encontram-de atuais. Gratidão por nos lembrar semanalmente ,através dos ensinamentos do nosso Mestre.

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