“Não ouvistes falar do homem
que cavava a terra à procura de raízes e descobriu um tesouro?”.
(Gibran)
O
Almiscareiro é um animal ruminante da família dos Cervídeos. Tem mais ou menos
meio metro de altura por 1,20m de comprimento. É de hábitos noturnos e vive nas
montanhas e bosques da Ásia. O macho possui uma glândula na bolsa abdominal,
que segrega o almíscar.
Certa vez um
Almiscareiro sentiu um odor agradável e diferente. Começou então a procurar
pela região para saber de onde vinha aquele inebriante perfume. Porém, não conseguia encontrá-lo.
Depois de
percorrer todo o bosque ele subiu pelas encostas da montanha até alcançar o
ponto mais elevado da região.
Lá do pico
contemplou toda a beleza da natureza que se estendia à sua frente. Extasiado,
sentiu novamente o aroma do perfume que vinha perseguindo há tempo e foi,
então, num movimento mais brusco, que escorregou numa pedra e caiu no
despenhadeiro.
Acordou da
queda com fortes dores e sentiu um líquido escuro, untuoso e perfumado saindo
de seu corpo e escorrendo pela pele. Lambeu o líquido e reconheceu o perfume de
almíscar que procurara por todos os lugares.
Em seguida,
agonizou e morreu.
O ser humano não é muito diferente desse conto do
Almiscareiro. Pois passa a vida toda procurando paz e felicidade onde elas não
se encontram.
Segundo Humberto Rhoden, a felicidade existe... Não
fora de nós, onde em geral a procuramos, mas dentro de nós, onde raras vezes a
encontramos.
Por isso que Sócrates, na antiga Grécia, já ensinava a
primeira regra de identificação do ser humano: “Conhece-te a ti mesmo” e ditava aos seus discípulos que “o homem é a sua alma”.
No século dezenove, Sigmund Freud, pela primeira vez,
organiza uma estrutura para nossa constituição psíquica: O Id, o Ego e o Superego.
E ainda traz à tona o inconsciente, que revela um mundo interior jamais
suspeitado até mesmo pelos grandes filósofos da antiguidade.
Se o complexo conflito humano está no inconsciente, é
só vasculhando os porões do nosso interior para termos a definição de quem
somos.
O inconsciente retém os dramas fundamentais das
vivências que, com freqüência repercutem nas decisões e comportamentos de cada
um de nós.
Ao se mergulhar no mundo das condutas, principalmente
morais, o indivíduo vai encontrar sua verdadeira aparência psíquica, que
imprime as formas que os pensamentos constroem por força dos desejos que se
cultivam.
E ao se aprofundar mais ainda no imo dessas questões,
cavando até as raízes – como afirma Gibran, no pensamento em epígrafe –
certamente encontrar-se-á, lá num ponto transcendental da compreensão humana,
um precioso tesouro: o mundo espiritual, com suas energias, luzes e
aromas, que inebriam de felicidade a mente de cada um e ampliam os horizontes
da humanidade.
Nosso tesouro, portanto, está dentro de nós. Nascemos
com ele! E não é um tesouro qualquer! É imenso, inesgotável...
Vivemos carregando esse enorme tesouro para todos os
lados e continuamos pobres! Por quê? Porque nos esquecemos de procurá-lo
cavando até o fundo do nosso ser.
E quando alguém ensina que cada um deve conhecer a si
mesmo, explorar o seu interior, buscar Deus no fundo de sua alma, essas
recomendações não são ouvidas! Ou porque a pessoa tem medo de descobrir sua
realidade, ou porque duvida de tudo isso. Mas, nada disso importa, pois é lá
dentro de cada ser que está seu tesouro esperando para ser descoberto.
O seu tesouro é a sua maneira real de ser, de se
relacionar com as pessoas, de ver o mundo...
Procure perceber, então, que sua realidade está no seu
mundo interior. Se você buscá-la com persistência, não vai demorar a
encontrá-la.
Jesus, numa grandiosidade ímpar, vai além a tudo que
se tem ensinado. Ele se refere às potencialidades do ser humano, nos afirmando
categórico: “sois deuses”.
A bondade do Generoso Mestre e dos espíritos amigos,
quando nos envolve, nos leva a descobrir o potencial divino que temos guardado
dentro do coração.
Quando encontrado, esse tesouro interior altera a participação
de cada um na vida deste planeta!
Transformemo-nos
que o mundo será bem melhor!
Nenhum comentário:
Postar um comentário