“Uma criança, um professor, uma caneta e um livro
podem mudar o mundo”.
(Malala
Yousafzai – Prêmio Nobel da Paz 2014)
Dia 12 – Feliz Dia das
Crianças!
Dia 15 – Feliz Dia dos Professores!
“Disse-lhes Jesus: Deixai vir a mim estas criancinhas
e não as impeçais, porque o Reino dos céus é para aqueles que se lhes
assemelham”. (Mat. 19,14).
“Que os educadores se tornem mais semelhantes às
crianças, para que as crianças possam se tornar homens de verdade!” (Miro).
Quero homenagear as Crianças e os Professores com um
texto sobre a música, porque a música aproxima as pessoas.
Escolhi uma fascinante palestra de Mozart, publicada no livro “A Educação
Segundo o Espiritismo” da Ed. Comenius, que, de certa forma, ratifica a tese de
defesa da música na escola, já abordada aqui, anteriormente.
Alguns cortes
foram feitos para enquadrá-lo no espaço desta coluna, todavia sem que se
alterasse a compreensão do texto. Veja, então, a seguir, que bela explanação,
intitulada:
“A Música na Escola”.
Deixai que a música freqüente a alma desde cedo,
tocando sutilmente as fibras divinas do ser e a moralidade e o amor brotarão
mais facilmente nas vossas crianças. Mas..., é preciso antes entender-vos a
respeito dessa palavra, pois quantos arremedos de sons, quantos desencontros
harmônicos e quanta sonoridade brutal vós chamais de música...
Direi, antes de tudo, que o primeiro elemento da
verdadeira música é o silêncio. Quem não for sensibilizado para ouvir o
que a natureza nos oferece de musicalidade, o que o silêncio nos proporciona de
introspecção; quem não for capaz de apalpar a sutiliza de um grilo noturno ou
comover-se com o canto de um pássaro, ou ainda contemplar em si mesmo o
silêncio da paz, jamais compreenderá a essência da música. Sabeis que fazem
parte, da própria composição musical, as pausas, que marcam a pulsação da alma,
quando se retrai na inspiração, para depois expirar novamente o som...
Assim, educai o ouvido para o silêncio da natureza e
para a natureza divina do silêncio.
Depois do silêncio – a simplicidade. Começai
por introduzir às crianças melodias simples, cantantes, doces. Mas eis o
segredo: faça com que degustem cada nota, cada acorde, cada suspiro da alma.
Longe de mim, entretanto, sugerir-vos a aproximação da criança com a mediocridade,
com o feio, com o banal. A simplicidade pode ser divina – é isso que deveis
procurar (e não apenas no domínio das artes, mas da própria vida, pois quereis
divindade mais simples que a de Jesus?).
Outro requisito da sensibilidade musical é o vagar.
Que o espírito se abandone às harmonias e se evole às alturas! Não o enlevo
contemplativo da inutilidade, em que as horas ecoam num sonhar vazio. Mas a
ação, mesmo a mais nobre, não prescinde do apoio do ócio, esse ócio que os
filósofos pregavam, no qual o espírito possa se cultivar para o bem e para o
belo, apurando os laços de sintonia com as estrelas... Por isso, não corrais
tanto de alguns minutos de encontro com o belo e permiti também que as crianças
tenham tempo para a música; para fazê-la, para conhecê-la, para amá-la.
E afinal, uma última palavra sobre outro aspecto deste
vasto tema: o das crianças prodígio. Digo das crianças que assim se
apresentam espontaneamente e não dessas que, muitas vezes, treinais a força do
cansaço e às quais conseguis impingir uma mecanização precoce das técnicas de
interpretação. Quanto às que realmente se mostram talentosas – evitai a
idolatria! Protegei-as das manobras dos interesses mesquinhos e confie-lhes o
tesouro da moral de Jesus. Esse é o melhor presente ao talento.
E, sobretudo, sabei que o Mestre conta com todos, para
a sinfonia de um mundo novo e os músicos serão chamados a captar as harmonias
do cosmos, traduzindo-as para a Terra e elevando o tônus vibratório do planeta.
Mas, então, ajudai os músicos, para que se elevem a si mesmos e suas melodias
serão mais puras, suas traduções mais fiéis e suas harmonias mais doces – para
embalar o terceiro milênio...
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