Aquecendo a Vida

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sábado, 27 de abril de 2019

ILUSÃO DO REFLEXO


“O que está acontecendo é apenas um reflexo das suas escolhas” (Luadson Carvalho).


Um rei tinha presenteado sua filha, a princesa, com um belo colar de diamantes. O colar foi roubado e as pessoas do reino procuravam por toda parte, sem conseguir encontrá-lo.
Alguém disse que um pássaro poderia tê-lo levado, fascinado pelo brilho. O rei pediu a todos que voltassem a procurá-lo e anunciou uma recompensa de 50 mil para quem o encontrasse.
Um dia, um rapaz caminhava de volta para casa, pela margem de um lago de uma área industrial. O lago estava completamente poluído, sujo e com um mau cheiro terrível. Enquanto andava, o rapaz viu algo brilhar no lago e, quando olhou, viu o colar de diamantes.
Decidiu tentar pegá-lo, de forma que pudesse receber os 50 mil de recompensa. Pôs sua mão no lago imundo e agarrou o colar, mas, de alguma forma, o perdeu e não o pegou.
Tirou a mão para fora e olhou outra vez, e o colar estava lá, imóvel. Recomeçou. Desta vez entrou no lago imundo, emporcalhando sua calça, e afundou seu braço para pegar o colar.
Mas, estranhamente, ele perdeu o colar novamente! Saiu e começou a ir embora, sentindo-se deprimido. Então, outra vez ele viu o colar, bem ali. Desta vez ele estava determinado a pegá-lo, não importava como.
Decidiu mergulhar, embora fosse algo repugnante, tal a sujeira, a lama do lago. Seu corpo inteiro tornou-se imundo.
Mergulhou e mergulhou e procurou por toda parte pelo colar, mas fracassou novamente. Desta vez, ele ficou realmente aturdido e saiu, sentindo-se mais deprimido ainda, já que, sem conseguir pegar o colar, não receberia os 50 mil.
Um velho, que passava por ali, perguntou-lhe sobre o que estava havendo. O rapaz não quis compartilhar o segredo, pensando que ele poderia tomar-lhe o colar para si. Então se recusou a lhe explicar a situação.
Mas o velho pôde perceber que o rapaz estava incomodado e, sendo compassivo, outra vez pediu que lhe contasse qual o problema, prometendo que não contaria nada para ninguém.
O rapaz reuniu alguma coragem e, como já dava o colar por perdido, decidiu pôr alguma fé no velho. Contou tudo sobre o colar e como ele tentou pegá-lo, mas continuava fracassando.
O velho, então, lhe disse que talvez ele devesse olhar para cima, em direção aos galhos da árvore, em vez de olhar para o lago imundo. O rapaz olhou para cima e, para sua surpresa, o colar estava pendurado no galho de uma árvore.
Tinha o tempo todo tentado capturar um simples reflexo do colar.
Desconheço o autor da referida história. Mas achei-a interessante para comentá-la. Pois ela nos mostra que a felicidade que buscamos aqui na terra é exatamente um mero reflexo da felicidade verdadeira que encontraremos no mundo espiritual.
Nesta vida, procuramos a felicidade como o rapaz procurava o colar de diamantes no lago imundo. Mas ela não está na terra... É preciso olhar para o alto, para cima, para além desta vida... Pois aqui não alcançaremos a felicidade plena que procuramos, não importa o quanto nos esforcemos.
Paulo Coelho disse: “Descubra sua própria luz, ou passará o resto da vida sendo um pálido reflexo da luz alheia”.
Descobrir a própria luz é fazer uma viagem ao interior de si mesmo, para o autoconhecimento. E a partir daí buscar uma luz maior que o aproxime cada vez mais do Criador para não ser um escravo de uma pálida luz alheia, alienante, cheia de dogmas que nenhuma verdade demonstra ou comprova.
Deus habita o coração de todas as criaturas. Todas as Suas Leis estão gravadas na consciência de cada ser humano. Descubra-O e se transforme. E transformado acelere sua evolução, pois a felicidade plena o espera.
E peça a Deus para livrá-lo desses homens cuja única felicidade está nesta vida, que amontoam tesouros na terra pensando que a vida termina no túmulo.
“Reconcilia-te, pois, com (Deus) e faz as pazes com ele, é assim que te será de novo dada a felicidade;” (Jó 22,21).
Diga a Deus: “Sois o meu Senhor, fora de vós não há felicidade para mim” (Salmos 15,2). Pois, “a felicidade é a recompensa dos justos”. (Provérbios 13,21).

domingo, 21 de abril de 2019

OS NECESSITADOS DA PONTE


“Hoje auxiliamos, amanhã seremos os necessitados de auxílio” (Chico Xavier).


Há um fato verídico de Chico Xavier, contado por Divaldo Pereira Franco, que reproduzo, a seguir, com as adaptações necessárias que esta crônica requer.
Diz Divaldo, que o Chico lhe contou que ele tinha o hábito, em Pedro Leopoldo, de visitar pessoas que ficavam embaixo de uma velha ponte numa estrada abandonada, e que ruíra. Ia ele, sua irmã Luíza e mais duas ou três pessoas muito pobres de sua comunidade.
À medida que eles aumentavam a frequência de visitas, os necessitados foram se avolumando, e mal eles conseguiam víveres para o grupo.
O esposo de Luíza, que era fiscal da prefeitura, recolhia, quando nas feiras-livres havia excedente, legumes e outros alimentos, e que eram doados para distribuir aos necessitados da ponte.
Houve, porém, um dia em que ele, Luíza e suas auxiliares não tinham absolutamente nada; decidiu-se então, não irem, pois aquela gente estava com fome e nada teriam para oferecer. Foi quando apareceu ao Chico o espírito de Dr. Bezerra de Menezes, que sugeriu colocassem alguns jarros com água, que ele iria magnetizá-los para serem distribuídas aos necessitados.  
Ele assim o fez, e o Espírito benfeitor, utilizando-se do seu ectoplasma bem como o das demais pessoas presentes, fluidificou o líquido. Este adquiriu um suave perfume, e então o Chico tomou as moringas e, com suas amigas, após a reunião convencional do sábado, dirigiram-se à ponte.
 Quando lá chegaram encontraram umas 200 pessoas, entre crianças e adultos; enfermos em geral, pessoas com graves problemas espirituais.
− Lá vem o Chico – gritaram.
E ele, constrangido e angustiado, por ter levado apenas água fluidificada, pretendeu explicar a ocorrência e falou:
− Meus irmãos, hoje nós não temos nada – e narrou o porquê da dificuldade.
As pessoas ficaram logo ofendidas, tomando atitudes de desrespeito, e ele começou a chorar. Neste momento, uma das assistidas levantou-se e disse:
− Alto lá! Este homem e estas mulheres vêm sempre aqui nos ajudar, e hoje, que eles não têm nada para nos dar, cabe-nos dar-lhes alguma coisa. Vamos dar-lhes a nossa alegria, vamos cantar, vamos agradecer a Deus.
Enquanto ela estava dizendo isso, apareceu um caminhão carregado, e alguém lá dentro, interrogou:
− Quem é Chico Xavier?
Quando ele atendeu, o motorista perguntou se ele se lembrava de certo Dr. Fulano de Tal?
Chico recordava-se de um senhor de grandes posses materiais que vivia em São Paulo, que um ano antes estivera em Pedro Leopoldo. Seu filho querido desencarnara, ele e a esposa estavam desesperados. Chico se compadeceu do casal. Durante a reunião, o filhinho veio trazido pelo Dr. Bezerra de Menezes e escreveu uma consoladora mensagem.
Então o pai da criança lhe disse:
− Um dia, Chico, eu hei de retribuir-lhe de alguma forma esta graça recebida.
Foi quando o motorista lhe narrou:
− Estou trazendo este caminhão de alimentos mandado pelo Senhor Fulano de Tal, que me deu o endereço do Centro onde deveria entregar a carga, mas tive um problema na estrada, e atrasei-me; quando cheguei, estava tudo fechado. Olhei para os lados e apareceu-me um senhor de idade com barbas brancas, e perguntou o que eu desejava.
− Estou procurando o Senhor Chico Xavier – respondi.
− Pois olhe: dobre ali e vá até uma ponte caída... Diga que fui eu quem o orientou – respondeu-me.
− E qual o seu nome?- indaguei.
− Bezerra de Menezes.
A referida história é a confirmação de que “Deus tarda, mas não falha”. Deus não perde tempo e age sempre na hora certa. Ele nunca se atrasa. Nós é que não sabemos esperar e não entendemos seu tempo. Alguém até já me disse que “Deus não demora, DEUS CAPRICHA”.
"Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus: [...]" (Eclesiastes 3,1). Há tempo de semear, e há tempo de colher...
 “Aos homens isto é impossível, mas a Deus tudo é possível” (Mateus 19,26).
“Se Deus veste assim a erva dos campos, que hoje cresce e amanhã será lançada ao fogo, quanto mais a vós, homens de pouca fé?” (Mateus 6,30).

sábado, 13 de abril de 2019

FALSO TESTEMUNHO


“O falso testemunho não fica sem castigo” (Provérbios 19,5).


Sabemos que o réu, em sua defesa, pode ficar calado ou mentir e nada lhe acontece. Porém, a testemunha tem que prestar depoimento sob juramento. Pois, se fizer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade, está sujeita à pena de um a três anos de reclusão, segundo o Código Penal. Portanto, para evitar um juízo equivocado, falsear a verdade dá cadeia.
 Falsear a verdade também dá condenação pela justiça divina. Pois disse Jesus: “Conheces os mandamentos: não cometerás adultério; não matarás; não furtarás; não dirás falso testemunho; honrarás pai e mãe” (Lucas 18,20).
Um exemplo de falso testemunho é a história bíblica de Suzana (Daniel, 13), da qual fiz a seguinte adaptação.
Na Babilônia, dois velhos juízes freqüentavam a casa de Joaquim. Estes, ao verem Suzana, sua esposa, passear pelo jardim, conceberam uma ardente paixão por ela. E aguardavam uma ocasião oportuna para corrompê-la.
Aconteceu que num dia de muito calor, ela quis banhar-se no jardim. Escondidos ali estavam os dois juízes, que a contemplavam.
Disse, pois, Suzana às donzelas que a acompanhavam:
– Trazei-me os óleos e os perfumes, pois, quero banhar-me.
Elas fizeram o que lhe tinha mandado; fecharam as portas do jardim e saíram, sem saber que os juízes estavam ali dentro escondidos.
Logo que as donzelas saíram, ambos correram para ela e advertiram-lhe:
– As portas estão fechadas, ninguém nos vê, se entregue aos nossos desejos; porque, se recusar, nós daremos testemunho contra você.
– Se eu fizer o que desejam, – disse Suzana – serei condenada à morte; e, se recusar, eu não escaparei das suas mãos. Não! Prefiro cair, sem culpa alguma, em vossas mãos, do que pecar contra Deus!
E Suzana deu um grande grito; eles também gritaram contra ela; um correu e abriu a porta do jardim e muita gente correu lá para ver o que era.
No dia seguinte, no julgamento, os dois velhos juízes de pensamentos iníquos, para fazerem Suzana perder a vida, afirmaram diante do povo:
– Quando nós passeávamos a sós pelo jardim, entrou esta mulher com duas donzelas; fechou as portas do jardim e despediu as donzelas. Então um jovem, que estava escondido, foi ao seu encontro e pecou com ela. A ele não pudemos apanhar, porque correndo se escapou. Mas, ela foi apanhada e não soube nos dizer quem era aquele jovem. Deste sucesso somos testemunhas.
Todos lhes deram crédito, e eles a condenaram à morte.
Então Suzana exclamou e disse:
– Deus eterno, eis que morro sem ter feito nada e sabe que o que pesa contra mim é um falso testemunho.
Quando a conduziam à morte, suscitou o Senhor o santo espírito num jovem, chamado Daniel, o qual gritou:
– Eu estou inocente do sangue desta mulher! Insensatos! Como é possível que sem formar juízo tenham condenado uma filha de Israel? Julgai-a de novo, porque eles deram falso testemunho contra ela.
− Vem e assenta-te no meio de nós – disseram a Daniel – e instruí-nos.
− Separai-os longe um do outro e eu os julgarei – disse Daniel.
Depois de separados Daniel chamou um deles e indagou-lhe:
− Diz-me agora, debaixo de que árvore você viu eles se unirem?
− Debaixo de uma aroeira – respondeu-lhe o primeiro juiz.
E tendo feito retirar este, mandou que viesse o outro, ao qual disse:
– Diz-me, debaixo de que árvore você os surpreendeu ao se unirem?
– Debaixo de um carvalho – respondeu-lhe o outro velho juiz.
Então toda a assembleia gritou e louvou a Deus por ter salvado Suzana.
Esta história do Antigo Testamento nos alerta a nunca dar falso testemunho contra ninguém, mas a falar sempre a verdade, pois, só a verdade liberta.
“Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles. Esta é a lei e os profetas” (Mateus 7,12). “Porque do mesmo modo que julgardes, sereis também vós julgados e, com a medida com que tiverdes medido, também vós sereis medidos”. (Mateus 7,2).
Pode crer! Tendo estes ensinamentos de Jesus como regra você viverá de consciência tranquila.  

sábado, 6 de abril de 2019

NÃO JULGUEIS PELA APARÊNCIA


“Evita julgar os outros pela aparência” (Jean de La Fontaine).


Por que não devemos julgar? Será errado emitirmos uma opinião? Leia a seguinte história e tire as suas conclusões.
O Cachorro e o Coelho
Eram dois vizinhos. Um deles comprou um Coelho para os filhos. Dias depois, o outro vizinho, atendendo pedido dos filhos, comprou um Pastor alemão.
− Mas ele vai comer meu Coelho.
− De jeito nenhum. Imagina! O Pastor é filhote. Vão crescer juntos e pegar amizade. Eu entendo de bicho!
E parece que o dono do Cachorro tinha razão. Cresceram juntos e ficaram amigos. Era normal ver o Cachorro no quintal do Coelho, e vice-versa.
As crianças estavam felizes. Mas, eis que numa sexta-feira o dono do Coelho foi com a família passar um final de semana na praia..., sem levar o Coelho.
No domingo, o dono do Cachorro e a família tomavam um lanche, quando entrou o Pastor alemão na cozinha. Trazia o Coelho entre os dentes, todo imundo, sujo de terra e, é claro, morto.
Quase mataram o Cachorro!
− O vizinho estava certo. E agora?
− E agora eu é que quero ver!
A primeira providência foi bater no Cachorro, escorraçá-lo, para ver se ele aprendia a lição. E só podia dar nisso!
 Mais algumas horas e os vizinhos iam chegar. E agora? Todos se olhavam. O Cachorro lá fora, lambia as pancadas.
− Como vão ficar as crianças?
− Cale a boca!
Alguém teve uma ideia infalível.
− Vamos dar banho no Coelho e deixá-lo bem limpinho, depois nós o secamos com o secador da sua mãe e colocamos na casinha dele, no quintal.
Como o Coelho não estava muito estraçalhado, assim se fez. Até perfume colocaram no falecido.
− Ficou lindo! – diziam as crianças.
E lá foi colocado, com as perninhas cruzadas, como convém a um Coelho cardíaco. Parecia até que estava vivo!
Horas depois, eles ouvem a vizinhança chegar. Notam o alarido e os gritos das crianças... Descobriram!...
Não se passaram cinco minutos e o dono do Coelho veio bater à porta. Estava branco, lívido, assustado. Parecia até que tinha visto um fantasma.
− O que foi? Que cara é essa?
− O Coelho... O Coelho...
− O que tem o Coelho?
− Morreu!
− Morreu? Hoje parecia tão bem!...
− Morreu na sexta-feira!
− Na sexta?
− Foi... Antes de viajarmos, as crianças o enterraram ali no quintal.
A mentira tem mesmo a perna curta!
Jesus Cristo já nos ensinava: “Não julgueis pela aparência, mas julgai conforme a justiça” (João 7,24).
Se podemos nos enganar ao julgar um animal, quanto mais uma pessoa!
Ao analisar qualquer situação devemos ter, primeiramente, a “cabeça fria”, ter calma e não ser prepotente a ponto de se achar superior a qualquer um.
Devemos não esquecer que somos seres imperfeitos, que a todo o momento aumentamos a nossa bagagem de vida com mais aprendizagens. Nossa evolução, certamente, depende de uma boa convivência e de amor ao próximo.
Mais importante que indicar culpados, de pré-julgar ou julgar pelas aparências é compreender, amar, auxiliar, confortar e dispor meios necessários para nossos irmãos evoluírem.
Praticar a Empatia ajuda muito nessa hora! Empatia, segundo a psicologia, é a tendência de você sentir o que outra pessoa sentiria caso você estivesse na situação experimentada por ela. Ou, trocando em “miúdos” é você se colocar no lugar do outro. 
“Por que olhas a palha que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu?” (Mateus 7,3).
“Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar a palha do olho do teu irmão” (Mateus 7,5).
Se você fizer isso, ao invés de apontar “de dedo em riste” (de dedo julgador, agressivo, ditatorial) deve, com humildade, estender a mão amiga para aquele que, nessa hora, mais do que uma condenação, precisa rever seus equívocos, seus conceitos e mudar sua postura.
A pessoa do Bem não julga pelas aparências, não faz pré-julgamentos... Mas busca sempre a verdade para o esclarecimento de qualquer situação.
Jesus, em Lucas (6,37) nos alerta: “Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados”.