“O
falso testemunho não fica sem castigo” (Provérbios 19,5).
Sabemos que o
réu, em sua defesa, pode ficar calado ou mentir e nada lhe acontece. Porém,
a testemunha tem que prestar
depoimento sob juramento. Pois, se fizer afirmação falsa, ou negar ou calar a
verdade, está sujeita à pena de um a três anos de reclusão, segundo o Código
Penal. Portanto, para evitar um juízo equivocado, falsear a verdade dá cadeia.
Falsear a
verdade também dá condenação pela justiça divina. Pois disse Jesus: “Conheces os mandamentos: não cometerás
adultério; não matarás; não furtarás; não
dirás falso testemunho; honrarás pai e mãe” (Lucas 18,20).
Um exemplo de falso testemunho é a história bíblica de
Suzana (Daniel, 13), da qual fiz a seguinte adaptação.
Na Babilônia,
dois velhos juízes freqüentavam a casa de Joaquim. Estes, ao verem Suzana, sua
esposa, passear pelo jardim, conceberam uma ardente paixão por ela. E
aguardavam uma ocasião oportuna para corrompê-la.
Aconteceu que
num dia de muito calor, ela quis banhar-se no jardim. Escondidos ali estavam os
dois juízes, que a contemplavam.
Disse, pois,
Suzana às donzelas que a acompanhavam:
– Trazei-me
os óleos e os perfumes, pois, quero banhar-me.
Elas fizeram
o que lhe tinha mandado; fecharam as portas do jardim e saíram, sem saber que
os juízes estavam ali dentro escondidos.
Logo que as
donzelas saíram, ambos correram para ela e advertiram-lhe:
– As portas
estão fechadas, ninguém nos vê, se entregue aos nossos desejos; porque, se
recusar, nós daremos testemunho contra você.
– Se eu fizer
o que desejam, – disse Suzana – serei condenada à morte; e, se recusar, eu não
escaparei das suas mãos. Não! Prefiro cair, sem culpa alguma, em vossas mãos,
do que pecar contra Deus!
E Suzana deu
um grande grito; eles também gritaram contra ela; um correu e abriu a porta do
jardim e muita gente correu lá para ver o que era.
No dia
seguinte, no julgamento, os dois velhos juízes de pensamentos iníquos, para
fazerem Suzana perder a vida, afirmaram diante do povo:
– Quando nós passeávamos
a sós pelo jardim, entrou esta mulher com duas donzelas; fechou as portas do
jardim e despediu as donzelas. Então um jovem, que estava escondido, foi ao seu
encontro e pecou com ela. A ele não pudemos apanhar, porque correndo se
escapou. Mas, ela foi apanhada e não soube nos dizer quem era aquele jovem.
Deste sucesso somos testemunhas.
Todos lhes
deram crédito, e eles a condenaram à morte.
Então Suzana
exclamou e disse:
– Deus
eterno, eis que morro sem ter feito nada e sabe que o que pesa contra mim é um falso testemunho.
Quando a
conduziam à morte, suscitou o Senhor o santo espírito num jovem, chamado
Daniel, o qual gritou:
– Eu estou
inocente do sangue desta mulher! Insensatos! Como é possível que sem formar
juízo tenham condenado uma filha de Israel? Julgai-a de novo, porque eles deram
falso testemunho contra ela.
− Vem e
assenta-te no meio de nós – disseram a Daniel – e instruí-nos.
− Separai-os
longe um do outro e eu os julgarei – disse Daniel.
Depois de
separados Daniel chamou um deles e indagou-lhe:
− Diz-me
agora, debaixo de que árvore você viu eles se unirem?
− Debaixo de
uma aroeira – respondeu-lhe o primeiro juiz.
E tendo feito
retirar este, mandou que viesse o outro, ao qual disse:
– Diz-me,
debaixo de que árvore você os surpreendeu ao se unirem?
– Debaixo de
um carvalho – respondeu-lhe o outro velho juiz.
Então toda a assembleia
gritou e louvou a Deus por ter salvado Suzana.
Esta história do Antigo Testamento nos alerta a nunca
dar falso testemunho contra ninguém,
mas a falar sempre a verdade, pois, só a verdade liberta.
“Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o
vós a eles. Esta é a lei e os profetas” (Mateus 7,12). “Porque do mesmo modo que julgardes, sereis
também vós julgados e, com a medida com que tiverdes medido, também vós sereis
medidos”. (Mateus 7,2).
Pode crer! Tendo estes ensinamentos de Jesus como
regra você viverá de consciência tranquila.
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