Aquecendo a Vida

Aquecendo  a Vida

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sábado, 28 de outubro de 2017

“MÃO DA ESPERANÇA”

Flores no túmulo murcham. Flores no coração desabrocham. Para sempre...
               


Aproxima-se o dia de Finados (02 de Novembro), e nos preocupa a necessidade de se construir um segundo cemitério para nossa cidade. Talvez, um Cemitério Parque! Moderno! Bem florido!
Essa nossa preocupação com os mortos acaba fazendo a gente pensar na VIDA. Até porque a morte não existe! Morre o corpo, mas a alma continua...
Lembro-me, então, de uma foto que circulou pela internet, de um feto que, numa cirurgia, pegou na mão do médico.
Quer saber o nome do bebê? É Samuel Alexander Armas.
Durante o pré-natal da mãe foi diagnosticado que o feto tinha a coluna vertebral fissurada e não sobreviveria se não fosse operado ainda no útero de sua mãe. Tinha apenas 21 semanas.
Julie Armas, a mãe do pequeno Samuel, enfermeira obstetra em Atlanta, ficou sabendo que o médico Dr. Joseph Bruner, que clinica no Vanderbild University Medical Center, em Nashville, poderia realizar esse tipo de procedimento cirúrgico de elevado risco em seu bebê.
Assim, procurado pelos pais do bebê, o Dr. Bruner realizou a delicada cirurgia. Durante o procedimento, o médico retirou o útero do abdômen da mãe e fez uma pequena incisão para poder operar o bebê.
Quando o médico estava terminando a cirurgia, o bebê surpreendentemente estendeu sua pequenina mão pela incisão uterina ainda aberta e agarrou a mão do cirurgião com firmeza.
Um fotógrafo registrou essa cena impressionante com perfeita nitidez.
Os editores nomearam a foto como “Mão da Esperança”. E na publicação deram uma provável explicação ao fato: “A pequena mão do feto de 21 semanas, Samuel Alexander Armas, emerge do útero de sua mãe para agarrar o dedo do Dr. Joseph Bruner como se estivesse agradecendo ao médico pela sua vida”.
A mãe do pequeno Samuel, quando viu a foto, chorou e disse: “A foto nos lembra que minha gravidez nada teve a ver com deficiência ou doença, mas sim com o dom de dar vida a um pequeno ser humano”.
Samuel nasceu com perfeita saúde no dia 02 de dezembro de 1999. A operação foi 100% bem sucedida.
Este fato, como disse no início, nos faz pensar na Vida, até mesmo na hora da Morte. Porque a morte é apenas uma passagem para a Vida em outra dimensão.
Somos herdeiros da Vida Eterna.
Pensar na vida é crer em Deus. E a crença em Deus nos mostra que não há cotidiano sem milagres. Sabe por quê? Porque Deus é a Inteligência Suprema, a Causa Primária de todas as coisas. E não há efeito sem causa! Se o universo existe é porque tem uma causa. E duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito tem uma causa.
Não seria muita pretensão acreditar que tudo vem do nada? Portanto, você ainda tem dúvida de que DEUS existe?
A crença em Deus é milenar. Já no ano 700 a.C. um profeta israelense disse:
Você não soube? Não ouviu ainda que o eterno Deus, o Senhor, o Criador de todas as coisas, não desfalece, não cansa, nem dorme? A sua compreensão é poderosa. Ele dá força aos fracos e renova a resistência dos que o buscam.
Foi uma bela notícia, não acha? 
Com certeza há um Poder Supremo que pode fazer tudo por você. Por isso, não tente vencer seus problemas sozinho. Recorra a Ele e usufrua de seu auxílio. Apresente-lhe o seu problema e acredite firmemente que Ele lhe dará resposta.
No Dia de Finados, pense na grandeza de DEUS e de seu imenso amor pela humanidade. Pense em DEUS como o Senhor da Vida! E pense no Cristo e na sua promessa de VIDA ETERNA.
Disse Jesus: "O espírito é que vivifica, a carne de nada serve. As palavras que vos tenho dito são espírito e vida" (João 6,63); "Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar" (João 14,2).
Confie no Mestre! Pois que a Vida continua para o Espírito, com certeza! Nossos laços familiares ou de amizades não se rompem com a morte do corpo.
Alguém já disse que a tristeza da separação deve ser apenas de saudade... E que as preces feitas com fervor para as almas que já partiram constituem a melhor demonstração de saudade.

No “Dia dos Mortos”, pense na VIDA após a VIDA...

domingo, 22 de outubro de 2017

DIZ-QUE-DIZ-QUE

“A fofoca é a arma dos fracos” (Leandro Karnal)



−Eu não lhe disse que não dissesse a ninguém, aquilo que lhe disse que não dissesse que eu disse?

−Mas eu não disse que você me disse que não dissesse.
−Pois então agora desdiga que eu disse que você dissesse que eu disse que você não disse.
O diz-que-diz-que faz parte do cotidiano. Principalmente quando envolve assuntos de política. Um pequeno comentário sem a menor importância, de repente pode se transformar numa difamação. É como um telefone sem fio onde “cada conto aumenta um ponto”.
Quando alguém lhe diz pra “não falar mal dos outros” está sendo seu amigo. Pois não está defendendo a outra pessoa, mas está tentando proteger você!
A maldade aciona uma lei espiritual que vai lhe trazer prejuízo..., vai colocar você em desvantagem. E seu amigo sabe disso! Ele conhece esse mandamento.
O mexeriqueiro fala o que não deve..., e sai de fininho. Age sempre com segundas intenções, pois o seu diz-que-me-diz-que tem por objetivos: melhorar a própria imagem depreciando a dos outros; ou desvalorizar as pessoas por despeito.
Diz um ditado: “A boca do tolo é a sua própria destruição”. A boca fala do que o coração está cheio. Cuidado! "Porque é do interior do coração dos homens que procedem os maus pensamentos [...]" (Marcos 7,21).
Dizem que “cabeça vazia é oficina do diabo”, sabe por quê? Porque o disse-me-disse dos murmuradores da vida alheia – que vivem na ociosidade –, além de fazer deles um canal de demônios, ainda lhes rouba a presença de Deus.
Aí existem dois pecados: um ativo e outro passivo. Ativo é o de quem difama com a língua. Passivo é o de quem escuta. E peca por cumplicidade!
E como é difícil nos policiarmos contra isso! Um dos recursos é ser prudente, como manda o ensinamento cristão: “dizei somente: ‘Sim’, se é sim; ‘Não’ se é não. Tudo o que passa além disto, vem do Maligno” (Mateus 5,37).
Jesus ainda nos ensina, em Lucas 17, que “É impossível que não haja escândalos, mas ai daquele por quem eles vêm!”, porque Quem planta vento colhe tempestades”.
Adaptei a este assunto a seguinte crônica de Martha Medeiros... FOFOCA: UMA OBRA SEM AUTOR.
O próprio som da palavra fofoca dá a ela um certo ar de frivolidade. Fofoca, mexerico, coisa sem importância. Difamação é crime, mas fofoca é só uma brincadeira. O que seria da vida sem um bom diz-que-me-diz-que, não?
Mas, dispense os fofoqueiros. Quando alguém se aproximar, segurar no seu braço e olhar para o lado antes de começar a falar, já saiba que vem aí uma lama que não te diz respeito. Se não tiver como fugir, deixe que a indiscrição entre por um ouvido e saia pelo outro, dando assim ao seu interlocutor o pior castigo: não passarei adiante nem uma palavra.
A fofoca nasce da boca de quem? Ninguém sabe. Ouviu-se falar. É uma afirmação sem fonte, uma suspeita sem indício, uma leviandade órfã de pai e mãe. Quem fabrica uma fofoca quer ter a sensação de poder. Poder o quê? Poder divulgar algo seu, ver seu “trabalho” passado adiante, provocando reações, mobilizando pessoas. Quem dera o criador da fofoca pudesse contribuir para a sociedade com um quadro, um projeto de arquitetura, um plano educacional, mas sem talento para tanto, ele gera boatos.
Quem faz intrigas sobre a vida alheia quer ter algo de sua autoria, uma obra que se alastre e cresça, que se torne pública e que seja muito comentada. Algo que lhe dê continuidade. É por isso que fofocar é uma tentação. Porque nos dá, por poucos minutos, a sensação de ser portador de uma informação valiosa que está sendo gentilmente dividida com os outros. Na verdade, está-se exercitando uma pequena maldade, não prevista no Código Penal.
Fofocas podem provocar lesões emocionais. Por mais inocente ou absurda, sempre deixa um rastro de desconfiança. Onde há fumaça há fogo, acreditam todos, o que transforma toda fofoca numa verdade em potencial.

Não há fofoca que compense. Se for mesmo verdade, é uma bala perdida. Se for mentira, é um tiro pelas costas. 

domingo, 15 de outubro de 2017

A PROFESSORA FAZ A DIFERENÇA

“Educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada instante” (Paulo Freire)



Em Romanos, 12, 6, Paulo afirma que “temos dons diferentes, conforme a graça que nos foi conferida”; e no versículo seguinte exorta: “Se tem o dom de ensinar, que ensine”.
Ser Professora é, pois, ter esse dom que ajuda a mudar e melhorar pequenos detalhes da vida de cada aprendiz.
Detalhes que dependem de atitudes simples (como dedicação, afabilidade...), mas que no resultado final faz uma grande diferença na vida de cada um. Pois o bem que a professora faz no presente determina o que será o aluno no futuro.
 Lembrei-me, então, da mensagem do livro “Pequenos Milagres”, de Yitta Halberstam & Judith Leventhal, sobre extraordinárias coincidências que transformam a Vida. E que ocorrem por um Poder Maior que age em nossas vidas.
No último dia de aula, Liz, Jennifer e Stephanie foram jantar fora para comemorar. Pediram bebidas, mas o clima não era de divertimento. Como muitas professoras de escolas públicas localizadas na área pobre da cidade de Tampa, elas estavam sentindo os efeitos depressivos da estafa após mais um ano difícil. Ainda que normalmente formassem um grupo animado, conversaram sobre como se sentiam desmoralizadas no final daquele ano letivo em particular.
– Eu não fiz diferença para ninguém este ano – disse Stephanie.
– Ah, tenho certeza de que fez – contestou Liz.
– É claro que fez – acrescentou Jennifer.
Ainda assim, ninguém parecia estar convencido. As três professoras pagaram e, com sorrisos abatidos, desejaram um bom verão umas às outras.
Stephanie Osborne foi para casa, sentindo-se desanimada e deprimida. Ela temia que a realidade diária de seu trabalho escolar acabasse reduzindo gradualmente o idealismo que alimentava sua alma. Enquanto dirigia, tentava levantar seu estado de espírito com pensamentos positivos.
“Sou uma professora de arte da sétima série na periferia da cidade”, disse a si mesma. “Meu maior talento é relacionar-me com alunos com quem ninguém mais consegue conviver. Olhe para o trabalho que fiz com os meninos ‘problema’ no programa de reforço depois das aulas”.
Era verdade, ela fizera diferença – pelo menos na vida de Steve, o primeiro aluno a quem havia dado aulas particulares. Destrutivo e beligerante no começo; tornara-se prestativo e atencioso com a ajuda dela. Ele só estava comportando daquela forma por causa de um período difícil em casa. Stephanie sabia que toda criança tem uma essência positiva que precisa apenas ser revelada e ter permissão para crescer. Ela ficara extremamente feliz quando as notas de Steve subiram e as coisas começaram a melhorar para ele.
Mas isso fora há dois anos. Desta vez, ninguém a abraçara no último dia de aula para se despedir como Steve havia feito. De alguma maneira, os últimos dois anos não haviam trazido apenas sucessos, mas alguns fracassos também – garotos que escapavam de sua influência.
Será que ela estava perdendo o jeito? Será que valia realmente a pena? Será que era apenas idealismo da juventude acreditar que todos os seres da Terra possuíam algo de único e positivo para oferecer?
Ficou perturbada com seus pensamentos e, enquanto dirigia, pediu um sinal dos Céus. E então, quando chegou na entrada da casa, ouviu o telefone tocar. Quem poderia ser àquela hora? Estacionou rápido e vasculhou desajeitadamente a bolsa procurando as chaves, tentando atender ao telefone antes que fosse tarde demais. Abriu a porta, correu para dentro e pegou o telefone.
– Alô – ela disse, sem fôlego.
– Sra. Osborne? – disse hesitante, a voz familiar do outro lado. – É o Steve!
Stephanie não conseguia acreditar no que estava ouvindo. Seu coração se encheu de orgulho enquanto seu antigo aluno lhe contava que seus problemas haviam acabado; que estava saindo bem na escola e que tinha um emprego. Disse que estivera pensando nela.

Steve não podia saber o quanto aquele telefonema significava para ela. Stephanie foi dormir naquela noite com a alma lavada, achando que, ainda que fosse apenas por uma pessoa, seu trabalho valia a pena. 

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

PEDAGOGIA DO AMOR

“O educador se eterniza em cada ser que educa” (Paulo Freire)


Para Paulo Freire “a educação é um ato de amor”. E mais..., também é, “por isso, um ato de coragem”. Pois quem educa precisa ter uma grande energia moral diante das situações difíceis do processo de aprendizagem, que exige enfrentamento, perseverança e vontade firme para mudanças de atitudes no modo de ensinar.
A boa história, a seguir – de autor desconhecido –, protagonizada por uma professora, ilustra bem esse pensamento.
A professora Teresa conta, que no seu primeiro dia de aula parou em frente aos seus alunos do 5º ano do ensino fundamental e, como os demais professores, lhes disse que gostava de todos por igual.
No entanto, ela sabia que isso era quase impossível, já que na primeira fila estava sentado um garoto chamado Ricardo. Ela, aos poucos, notava que ele não se dava bem com os colegas de classe e muitas vezes suas roupas estavam sujas e cheiravam mal.
Houve até momentos em que ela sentia certo prazer em lhe dar notas vermelhas ao corrigir suas provas e trabalhos.
Ao iniciar o ano letivo, cada professor tinha que ler com atenção a ficha escolar dos alunos, para ficar ciente das anotações. Ela deixou a ficha de Ricardo por último. Quando a leu foi grande a sua surpresa...
Ficha do 1º ano: “Ricardo é um menino brilhante e simpático. Seus trabalhos sempre estão em ordem e muito nítidos. Tem bons modos e é muito agradável estar perto dele”.
Ficha do 2º ano: “Ricardo é um aluno excelente e muito querido por seus colegas, mas tem estado preocupado com sua mãe que está com uma doença grave e desenganada pelos médicos. A vida em seu lar deve estar sendo muito difícil”.
Ficha do 3º ano: “A morte de sua mãe foi um golpe muito duro para Ricardo. Ele procura fazer o melhor, mas seu pai não tem nenhum interesse e logo sua vida será prejudicada se ninguém tomar providências para ajudá-lo”.
Ficha do 4º ano: “Ricardo anda muito distraído e não mostra interesse algum pelos estudos. Tem poucos amigos e muitas vezes ele dorme na sala de aula”.
Ela se deu conta do problema e ficou terrivelmente envergonhada... E ficou pior, quando se lembrou dos lindos presentes de Natal que recebera dos alunos, com papéis coloridos, exceto o de Ricardo, que estava enrolado num papel de supermercado.
Lembrou que abriu o pacote com tristeza, enquanto os outros garotos riam ao ver que era uma pulseira faltando algumas pedras e um vidro de perfume pela metade.
Apesar das piadas ela disse que o presente era precioso e pôs a pulseira no braço e um pouco de perfume sobre a mão.
Naquela ocasião Ricardo ficou um pouco mais de tempo na escola do que o costume. Lembrou, ainda, que ele lhe disse:
− Você está cheirosa como minha mãe!
E, naquele dia, depois que todos se foram, Teresa chorou por longo tempo... Em seguida, decidiu mudar sua maneira de ensinar e passou a dar mais atenção aos seus alunos, especialmente Ricardo.
Com o passar do tempo ela notou que o garoto só melhorava. E quanto mais ela lhe dava carinho e atenção, mais ele se animava. Ao finalizar o ano letivo, Ricardo saiu como melhor da classe.
Seis anos depois, recebeu uma carta de Ricardo contando que havia concluído o ensino médio e que ela continuava sendo a melhor professora que tivera. As notícias se repetiram até que um dia ela recebeu uma carta assinada pelo Dr. Ricardo Stoddard, seu antigo aluno.
Tempos depois recebeu um convite de casamento. E no dia marcado, ela estava lá usando a pulseira que ganhou do Ricardo anos antes, e também o perfume.
Quando os dois se encontraram, se abraçaram e Ricardo lhe disse ao ouvido:
− Obrigado por acreditar em mim e me fazer sentir importante, demonstrando que posso fazer a diferença.
E com olhos em lágrimas ela sussurrou:
− Engano seu! Depois que o conheci aprendi a lecionar e a ouvir os apelos silenciosos que ecoam na alma do educando.
Mais do que dar notas nas provas, o importante é ensinar com amor mostrando que sempre é possível fazer a diferença.
E o que faz a diferença é fazer acontecer o amor entre as pessoas, a solidariedade, a compreensão... O resto vem por acréscimo... É este o segredo do Evangelho.
Não é por acaso que Jesus é chamado de Mestre! Seus ensinamentos compõem o grande Projeto Pedagógico da Humanidade. Pois, tudo depende da Pedagogia do Amor – a arte de educar alguém com sentimento de afeição, respeito e compreensão.
Disse Jesus: "Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros" (Jo 13,35); "Assim é a vontade de vosso Pai celeste, que não se perca um só destes pequeninos" (Mt 18,14).
"Ensina à criança o caminho que ela deve seguir; mesmo quando envelhecer, dele não se há de afastar" (Provérbios 22,6).


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