Aquecendo a Vida

Aquecendo  a Vida

Radio

domingo, 26 de junho de 2016

QUEM É O NOSSO MELHOR AMIGO?

“Amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito” (Milton Nascimento)

 



“Amigos para sempre é o que nós iremos ser...”. Ouvindo esta canção fiquei pensando na importância de se ter amigos. Pessoas em quem podemos confiar. Então me veio à mente aqueles que pedem a Deus por nós todos os dias e que retribuímos da mesma forma.

Mas a pergunta que não quer calar é:
Quem é o nosso melhor amigo?

Busquei resposta nos livros sagrados.

Disse o Mestre: "Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos" (João 15,13).
Lembrei-me de alguém que morreu na cruz pela nossa salvação. E ainda me lembrei de suas recomendações: "Digo-vos a vós, meus amigos: não tenhais medo daqueles que matam o corpo e depois disto nada mais podem fazer" (Lucas 12,4). "[...] Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai" (João 15,15).
Somos uma gotinha no oceano. O que importa, então, é que Jesus nos ama. Ele, na verdade, é o único que vai nos ajudar mesmo: levantando-nos todas as vezes que caímos; amparando-nos todas as vezes que nos envergonhamos; enxugando nossas lágrimas todas as vezes que choramos; socorrendo-nos todas as vezes que estamos em perigo; consolando-nos todas as vezes que nos sentimos injustiçados; guiando-nos todas as vezes que nos sentimos perdidos...
Quando pensamos que estamos sozinhos, Jesus está conosco. Mas Ele nos impõe uma condição: "Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando" (João 15,14). “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito e de todas as tuas forças. [...] Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Outro mandamento maior do que estes não existe” (Marcos 12, 30-31).

Lembrei-me então da sabedoria de um mendigo, num texto que se vê por aí:

Serapião era um mendigo que perambulava pelas ruas tendo ao seu lado um vira-lata branco e preto que atendia pelo nome de Malhado.

Serapião não pedia dinheiro. Aceitava sempre um alimento qualquer.
Quando suas roupas estavam imprestáveis, logo era socorrido por alguma alma caridosa. Mudava a apresentação e era alvo de brincadeiras.
O velho mendigo era conhecido como um homem bom, que perdera a razão, a família, os amigos e até a identidade. Não tomava bebida alcoólica e estava sempre tranqüilo, mesmo quando não recebia nada de comida.
Dizia sempre que Deus lhe daria um pouco na hora certa, e no momento que precisava alguém lhe estendia uma porção de alimentos. Rogava sempre a Deus pela pessoa que o ajudava.
Tudo que Serapião ganhava, repartia e dava primeiro para o Malhado.
Não tinham onde passar as noites; onde anoiteciam, lá dormiam. Quando chovia, se abrigavam embaixo da ponte.
Certo dia, com a desculpa de lhe oferecer umas bananas, um homem foi bater um papo com o velho mendigo. Iniciou a conversa perguntando:
− Qual a idade do Malhado?
- Não tenho ideia. Nos encontramos num certo dia perambulando aí pelas ruas. Nossa amizade começou com um pedaço de pão. Ele parecia estar faminto e eu lhe ofereci um pouco do meu almoço e ele agradeceu, abanando o rabo, e, daí, não me largou mais. Ele me ajuda muito e eu retribuo essa ajuda.
- Como vocês se ajudam?
- Ele me vigia se estou dormindo; ninguém pode chegar perto que ele late. Quando ele dorme, eu fico vigiando pra que outro cachorro não o incomode.
- E você tem algum desejo na vida?
- Sim - respondeu ele -, tenho vontade de comer um cachorro-quente.
- Só isso? - Indagou.
- No momento é só o que eu desejo.
- Bem! Vou satisfazer o seu desejo.
Saiu e comprou um cachorro-quente e o entregou ao mendigo. Ele arregalou os olhos, sorriu e agradeceu. Em seguida tirou a salsicha, deu para o Malhado, e comeu o pão com os temperos.
O homem não entendeu aquele gesto, pois imaginava que a salsicha era o melhor pedaço e, então, perguntou:
- Por que você deu para o Malhado, logo a salsicha?
E ele, com a boca cheia, comendo alegre e satisfeito, respondeu:
- PARA O MELHOR AMIGO, O MELHOR PEDAÇO!


“Sê para teu melhor amigo aquilo que desejarias ser para ti mesmo”. (Shakespeare).

sábado, 18 de junho de 2016

SINERGIA MENTAL

"[...] se dois de vós se unirem sobre a terra para pedir, seja o que for, consegui-lo-ão de meu Pai que está nos céus" (Mateus 18,19).



− Quanto é dois mais dois?
− Quatro.
− Nem sempre! Dois mais dois é quatro apenas matematicamente falando. Quando a soma é de esforços do trabalho dois mais dois pode dar cinco ou mais...
− Por quê?
− Por causa da Sinergia, que é o esforço coordenado de indivíduos na realização de uma tarefa complexa para se atingir o mesmo fim. O efeito que resulta desse esforço coletivo é maior do que a soma dos esforços individuais.
 Sinergia é o momento em que o todo supera a soma das partes.
A Sinergia ocorre então nos efeitos colaborativos. É o esforço coordenado de vários órgãos na realização de uma função. Como acontece no nosso corpo.
Todas as pessoas trazem dentro de si, além de sua individualidade, um universo de possibilidades, que utilizadas em colaboração, levam à superação.
A inteligência e a criatividade humana são ilimitadas e quando utilizadas em cooperação elas surpreendem, pois cada um dos participantes desperta no outro as possibilidades que parecem impossíveis numa atuação individual. Com um mínimo de esforço de energia se consegue um máximo de resultados. Ou seja: “faz-se mais com menos”.
No futebol vemos isso. Onze jogadores imbuídos de um espírito coletivo se superam em campo. Não são apenas onze buscando a vitória, mais doze, treze, ou até mais se considerarmos a energia vinda das arquibancadas.
Nos sistemas fechados não há troca de energia entre as partes e nem com o ambiente e, por isso, tendem a se esgotar, se desordenar e até se desintegrar.
Nos sistemas abertos há interação entre as partes e o ambiente, o que evita a desorganização. Pois a multiplicação de sinergias forma uma rede de conexões que torna a organização eficiente e eficaz melhorando a produtividade.
A Sinergia pressupõe uma forma de aprender a aprender, que produz ideias novas que evitam a repetitividade. Com a Sinergia há transformações de potenciais que leva a produção de novos resultados.
A Sinergia proporciona, dessa forma, um novo conceito de gerenciamento que se fundamenta no envolvimento de todos numa administração. O novo gestor é aquele que vai até as pessoas, observa, participa, interage e constrói. E isso fortalece decisões, mobiliza forças e gera o compromisso de todos com o resultado.
É preciso ouvir sempre os subordinados. Pois, quem participa, compromete-se. E produzir qualidade significa estar plenamente comprometido.
É preciso formar um “espírito de corpo” na organização. Um espírito de equipe, em que cada um pensa no todo e sabe da sua importância para os outros.
O objetivo é conseguir o “efeito sinergia” (o Plus a mais das partes), o qual depende do comportamento objetivo e subjetivo de cada um e, por isso, só pode ser entendido pela totalidade da mente: razão, sentimentos, emoções e intuições em uma perfeita combinação.
Temos, então, a Sinergia Mental, que produz o efeito sinérgico e que proporciona uma riqueza de alternativas, das quais nasce a capacidade de multiplicar em vez de apenas somar.
Num sistema de Sinergia Mental cada um busca o Bem da organização e daí o sucesso, pois todo esforço para o Bem pessoal ou coletivo se alicerça na criatividade que vem do Amor – a fonte da Inteligência Maior.
É preciso mostrar nesse processo o papel que desempenha o fluido universal, que é uma matéria mais sutil, etérea, suscetível de produzir dentre outras coisas a Egrégora (o ser coletivo do ambiente de trabalho) gerada pela concentração das ondas mentais do lugar.
Quando manipulado para o Bem o fluído universal proporciona emanação de boas energias espirituais (ectoplasmas), que alavancam, impulsionam e produzem o efeito sinérgico que leva à superação dos envolvidos na realização da meta proposta.
A HARMONIA DA SINERGIA gera PAZ. E, ao contrário da Guerra que leva à destruição, a Paz proporciona a construção de um mundo melhor.

Raul Seixas sintetizou tudo isso numa célebre frase: “Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só. Sonho que se sonha junto é realidade”.

sábado, 11 de junho de 2016

O GRANDE ARTÍFICE CÓSMICO

“Tudo o que existe, vive e se movimenta, o faz em Deus” (Sebastião Camargo)



Um ateu estava passeando por uma linda floresta. Vendo a beleza da natureza, as cascatas dos riachos, o vento tocando a copa das árvores e sentindo a fragrância das flores, emocionado ia dizendo a si mesmo: “Que bosque majestoso! Que belos animais! Que rios cristalinos! Que belas flores!”.
Pensava que aquele era um grande e maravilhoso acidente cósmico.
Mas, enquanto caminhava ao longo do rio, ouviu um ruído atrás de si e virou-se para olhar. Viu então um grande urso-pardo saindo dos arbustos e caminhando na sua direção.
O ateu, vendo as enormes garras e os dentes pontiagudos e afiados daquele animal, correu o mais rápido que podia, mas o urso continuava atrás dele sem desistir. Correu com todas as suas forças, mas quando olhou o urso estava mais perto ainda. Freneticamente batia o seu coração. Ao tentar imprimir ainda maior velocidade tropeçou numa pedra e caiu rolando pelo chão. Quando tentou se levantar o feroz animal já estava em cima dele, procurando ferozmente pegá-lo. Nesse instante, desesperado, e antes que fosse golpeado pelo urso, o ateu juntando todo o ar dos pulmões gritou:
Ó meu Deus, me ajuda!...
O grito ecoou pela floresta e parece que o tempo parou. A floresta mergulhou num profundo silêncio. O vento parou de soprar. Sumiu o aroma das flores. O rio parou de correr. O urso parado, sem reação, parecia esperar um julgamento. 
Então, uma luz clara começou a brilhar e uma voz vinda do céu dizia:
− Você sempre negou a minha existência e nunca acreditou em mim. Durante todos esses anos ensinou aos outros que eu não existia dizendo que o universo não era mais que um acidente cósmico, astrológico, e que eram ignorantes os que acreditavam no meu poder. Agora, que você está pronto para ser devorado, espera que eu lhe ajude a sair desse apuro? Ou devo esperar pela sua fé em mim?
O ateu olhando a luz, respondeu:
− Sei que sempre fui incrédulo, Senhor, e seria hipocrisia da minha parte pedir que, de repente, passe a me tratar como um cristão, mas, talvez, possa tornar o urso um cristão.
− Muito bem! – disse a voz.
A voz celestial se emudeceu e a luz desapareceu. Tudo voltou ao normal, o rio voltou a correr e os sons da floresta voltaram. Então, o urso recolheu as patas, ficou em silêncio por alguns segundos, abaixou a cabeça e disse:
− Senhor, muito obrigado por este alimento que me deste e que agora vou comer. Amém.
Moral da história: É melhor acreditar que Deus existe!
Esta fábula do urso e o ateu leva a gente a refletir sobre a existência de Deus e a criação de tudo o que existe.
Será o universo apenas um acidente cósmico? Ou terá um Criador?
Há pessoas que só veem o que é matéria, atribuindo a ela todos os atos humanos. Vê no corpo humano apenas uma máquina! Para elas tudo está relacionado ao funcionamento dos órgãos. Não percebem nada além da vida orgânica. Mas se assim fosse não haveria finalidade alguma para o Bem e o Mal.
Felizmente, por uma análise mais racional essas ideias perdem força, pois estão circunscritas a opiniões individuais.
A grande maioria traz do berço, por instinto, a convicção que a vida vai além da morte do corpo físico. Pois, quem suportaria a separação absoluta e sem fim de tudo o que ama e amou na vida?
Nossa intuição diz que a vida continua. E a ciência alicerça essa ideia, pois já tem catalogada mais de uma dezena de dimensões cósmicas. Em cada dimensão existem infinitos universos. Em cada universo, há mais de cem bilhões de galáxias. Em cada galáxia há centenas de bilhões de sistemas solares similares ao nosso. Basta, pois, olhar essas obras da Criação para se acreditar em Deus!...
Há um axioma aplicado à Ciência: “Não há efeito sem causa”, que é a prova mais cabal da existência de Deus.
E crer que os seres vivos só existem na Terra, seria duvidar da sabedoria de Deus, que não faz nada inutilmente.
Lembre-se de que Jesus afirmou: "Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar" (João 14,2).
Somos apenas um grão de areia no infinito. Por isso, temos que imaginar que há uma Inteligência Suprema por trás de toda essa magnífica Criação.

Há tanta beleza e perfeição divina na Criação tanto do macrocosmo quanto do microcosmo! Assim como há tanta beleza e perfeição nas leis da Criação, que fica impossível não se acreditar num Grande Artífice Cósmico!

domingo, 5 de junho de 2016

NOSSOS MAIORES TESOUROS

“Onde está o teu tesouro, lá também está teu coração” (Jesus)



Quais são nossos maiores tesouros?
Se nós pensamos em apenas uma existência, ajuntamos tesouros na Terra, porém, se pensamos numa vida eterna, ajuntamos tesouros no Céu.
Além de nos assegurar a imortalidade, Jesus nos recomenda no seu famoso Sermão da Montanha: "Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam". (Mateus 6,20).
Mas quais são esses tesouros?
 Os tesouros na Terra são os bens materiais e o dinheiro.
Os tesouros no Céu são todas as virtudes que compõem o Amor.
As virtudes são todas as qualidades da pessoa de Bem – que pratica a Lei do Amor. O ser humano virtuoso, portanto, é bom, caridoso, indulgente, laborioso, sóbrio, modesto, gentil, humilde...
Já ouvimos de muitos religiosos que o tesouro mais importante é a Fé. Porque a Fé é a mãe de todas as virtudes, pois desperta todos os nobres sentimentos que conduzem o ser humano para o bem.
Paulo, no entanto diz o contrário no capítulo 13:2, da carta que escreveu aos coríntios: “[...] mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade não sou nada”.  E arremata esse capítulo dizendo que “Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade – as três. Porém a maior delas é a caridade”.
Embora se diga que a caridade é impossível sem a fé, se depreende da Parábola do Bom Samaritano que a caridade é a única condição de salvação.
Portanto “fora da caridade não há salvação” é o ensinamento moral de Paulo a todas as criaturas que buscam tesouros no Céu. Até porque a caridade está ao alcance de todos!
Pensemos então na imortalidade, enquanto estamos na Terra, praticando as virtudes como investimentos necessários para a continuidade da vida. Pois a morte é certa tanto para ricos como para pobres.
Há um vídeo da redação do momento espírita que ilustra bem esse assunto. Conta que um homem, que detinha poder e muitas posses, foi habitar o além. E foi recebido pelo benfeitor, encarregado de conduzi-lo à sua nova residência.
Caminhavam calmamente por um lugar pitoresco, com ruas calmas, um gramado extenso e grande variedade de árvores e jardins. Ao passarem por uma das casas, o benfeitor mostrou-a ao homem e lhe disse:
− Aquela é a casa de sua cozinheira.
− Mas ela ainda não morreu – respondeu o homem.
Sem dar nenhuma resposta, andaram por mais algum tempo e o orientador mostrou outra casinha graciosa e disse:
− Essa é a casa do seu jardineiro.
Ambas eram casas muito agradáveis. Simples, mas aconchegantes. Jardins com flores silvestres e pássaros voejando e cantando por entre as borboletas que pousavam de flor em flor. Discretos regatos com águas cantantes e cristalinas cortavam os gramados verdes.
O homem estava animado, pois se seus empregados teriam moradias tão agradáveis, o que não estaria reservado a ele, um homem rico e poderoso?
Caminharam por mais tempo, quando o benfeitor parou diante de um barraco, localizado numa área escura, quase sem nenhum encanto. E com um gesto gentil indicou ao homem sua nova residência.
O homem teve um sobressalto. Indignado perguntou ao orientador:
− Como eu, sendo um homem rico e possuidor de muitos bens, posso morar agora nesse barraco caindo aos pedaços? Sem dúvida deve ser uma brincadeira!
− Infelizmente não é, meu filho – falou o benfeitor. − Todas as construções são feitas com os materiais que vocês nos enviam diariamente enquanto estão na Terra. São materiais invisíveis aos olhos físicos, mas firmes o bastante para construir um recanto sólido aqui, no mundo espiritual. Cada gesto nobre, cada boa ação, cada trabalho realizado com honestidade e desinteresse, são matérias primas importantes aplicadas nos tesouros verdadeiros deste lado da vida.
− Mas como saber disso, se ninguém me avisou enquanto estava na Terra? – objetou o infortunado.
− Ora, meu filho, talvez você tenha esquecido, mas há mais de dois milênios se ouve falar de um Homem chamado Jesus, que orientou muito bem sobre essa questão, recomendando que se construíssem tesouros no Céu, onde nem a traça come nem os ladrões roubam.
Pensativo e sem argumentos, o homem adentrou seu mísero barraco, em busca de um mínimo de conforto para sua alma inquieta.

Pense nisso!