Aquecendo a Vida

Aquecendo  a Vida

Radio

sábado, 23 de maio de 2015

A MELHOR ÉPOCA DA VIDA

A melhor época da vida é aquela em que você consegue enxergar o lado bom das pessoas.



− Qual a melhor época de sua vida?
Sem hesitar Nicholas respondeu:
− Bem, Joe, esta é minha resposta filosófica à sua pergunta filosófica: quando era criança, na Áustria e meus pais cuidavam de mim, sem que eu precisasse me preocupar com nada, aquela foi a melhor época de minha vida... Quando fui para a escola e aprendi as coisas que sei hoje, aquela foi a melhor época da minha vida... Quando arrumei meu primeiro emprego, passei a ter responsabilidade e a ser pago por meu esforço, aquela foi a melhor época de minha vida... Quando conheci minha mulher e me apaixonei aquela foi a melhor época da minha vida... Veio a Segunda Guerra e minha mulher e eu tivemos de sair da Áustria para salvar nossas vidas. Quando estávamos juntos e a salvo num navio, vindo para a América do Norte, aquela foi a melhor época da minha vida! Quando viemos para o Canadá e formamos uma família, aquela foi a melhor época de minha vida. Quando me tornei um jovem pai e pude ver meus filhos crescerem, aquela foi a melhor época de minha vida... E agora Joe, eu tenho setenta e nove anos e estou com saúde. Sinto-me bem e continuo apaixonado por minha mulher; exatamente quando a conheci. Esta é a melhor época da minha vida!
Lendo o diálogo supracitado, escrito por Joe Kemp, e que integra o livro “Histórias para aquecer o coração”, fiquei imaginando quais os melhores tempos nesta minha passagem pela Terra, pois neste mês de maio completei 71 anos de idade e 46 anos de casado.
Depois de meditar e ponderar sobre todas as situações vividas desde o meu tempo de criança até a juventude, desde estudante até a formatura num curso superior, desde o casamento, nascimento dos filhos até o último neto, e de todas as atividades que exerci até a minha aposentadoria, foi então que escolhi qual foi a melhor fase da minha vida.
Sem dúvidas, posso afirmar então que a melhor época da minha vida foi quando, ainda na flor da idade, descobri Deus através dos ensinamentos de Jesus.
Os ensinamentos do evangelho mudaram o rumo de minha vida e me ajudaram a superar os momentos difíceis de dor, de tristeza, de doenças, de dificuldades financeiras...
Descobri, através deles, que somos todos irmãos! E que somos eternos... Que a vida não termina no cemitério! A morte do corpo material é apenas como uma troca de roupas, pois nos despimos de um corpo material grosseiro, o qual é substituído por uma veste fluídica, que nos permite alçarmos vôos mais altos numa ascensão constante, pois a casa de nosso Pai tem muitas moradas...
Descobri que temos uma intimidade com o Criador e que Ele está presente em tudo e que nenhum de seus filhos se perde, embora os erros mais absurdos. A todos é permitido o arrependimento e a oportunidade de reparação de suas faltas.
Somos Deuses, como disse Jesus, e temos condição de conquistar tudo o que almejamos se formos merecedores dessa conquista, e se isso nos proporcionar um aperfeiçoamento moral.
Descobri que não é a religião que salva, pois “fora da caridade não há salvação”. Fazer o bem é uma condição que Deus permite a todo ser humano de boa vontade! Percebi que o bem que fazemos aos outros tem retorno e faz muito bem pra gente! Faz bem pra nossa saúde física e mental, para o nosso trabalho e até pra saúde do nosso bolso!..
Descobri a energia do pensamento, o poder da oração e o contato com seres de outras dimensões que nos ajudam a solucionar os problemas mais difíceis, alguns até considerados impossíveis...
Descobri que Deus é Amor, e aprendi então a ser calmo, paciente, tolerante, compreensivo, afetuoso... Aprendi a perdoar, pois o perdão é fundamental para a construção de nossa felicidade.
Sei, agora, que estamos de passagem pela Terra e somente levamos daqui os ensinamentos morais que adquirimos. E são estes conhecimentos que nortearão a nossa jornada pela eternidade afora!
Descobri que o Amor é tudo o que interessa na vida. Por isso, descobri que essa foi a melhor época da minha vida!

"Porque o que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas o que perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, salvá-la-á". (Jesus em Mc 8,35).

quarta-feira, 20 de maio de 2015

A VERGONHA

“Quando a parede racha, não adianta tentar consertá-la, a fenda permanece”. (Ghandi).



Eis o noticiário diário da tevê: crise, grampos, irregularidades, ilegalidades, fraudes, casos de negociatas, “cartas marcadas” em licitações, “laranjas”, empresas de fachadas, lavagem de dinheiro, corrupção, máfias, paraíso fiscal, maracutaias, furtos, ladroagem, tráfico, contrabando, drogas, sonegação, nepotismo, propinas, escândalo dos bingos, dólares na cueca, mensalão, mensalinho, operação Lava Jato, escândalo da Petrobrás, CPI, invasões de propriedade, “golpismo”, etc.
Diante de tanta lama, me incorpora a indignação de Rui Barbosa – “a Águia de Haia” –: “De tanto ver triunfar a nulidade; de tanto ver prosperar a desonra; de tanto ver crescer a injustiça; de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos maus; o homem chega a desanimar-se da virtude; a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.
A vergonha é um sentimento de angústia, de humilhação e remorso, de dor intensa na alma, quando temos a percepção de ter feito algo errado.
Judas, quando percebeu o erro de sua traição, de vergonha se suicidou. Será que os nossos governantes e os representantes do povo se sentem envergonhados por todos esses escândalos?
Parece que não! A maioria nem sabe o que é sentir vergonha! E pela falta do senso de vergonha vão se perder com os escândalos e outras sem-vergonhices!
“Meter em brios” era o modo de meu saudoso pai me chacoalhar para agir com dignidade e zelar pela própria reputação. Era um “puxão de orelha” para me mostrar que a falta de brio leva à desonra, à humilhação, ao ridículo. Quem tem brios tem vergonha na cara! – dizia-me ele. Então aprendi que sentir vergonha é uma questão de formação do ser humano.
E a sem-vergonhice como é que fica?
Que me perdoe o Rui, mas não quero me desanimar da virtude! Na vida, a virtude é fundamental! E vou responder essa questão valendo-me de um conto polonês sobre UMA FESTA NO CÉU.
Certo dia, o Criador lembrou-se de festejar todas as virtudes nos seus palácios azuis. Mas, Ele só convidou as damas, os cavalheiros não.
Compareceu então um grande número delas. As pequenas virtudes eram mais afáveis e corteses do que as grandes, mas todas conversavam amavelmente, como deve acontecer entre pessoas íntimas e aparentadas.
Em dado momento, o Eterno notou duas belas damas que pareciam desconhecidas uma da outra. Levou uma na presença da outra e disse:
– Apresento-lhe a Beneficência, disse Ele, designando a primeira; apresento-lhe a Gratidão, ajuntou, indicando a outra.
As duas virtudes ficaram pasmadas, pois desde que o mundo é mundo, era a primeira vez que se encontravam.
Encerrada a festa, a orquestra Angélica entoou belíssima harmonia e as convidadas respeitosamente despediram-se, repetindo seus nomes e oferecendo suas residências.
Assim, a declarou que sua morada era nas almas grandes e nos corações firmes; a Caridade disse que vivia no seio das pessoas praticantes da Beneficência: sua irmã gêmea; a Honra indicou sua moradia no peito dos bravos, no coração das virgens, na fronte dos homens de bem e das mulheres honestas; a Esperança declarou ser encontrada em todos os lugares onde não houvesse passado seu pior inimigo: o Desengano; a Abnegação declarou residir onde não houvesse o Interesse; a Consciência disse que morava juntamente com a ... Deste modo, cada virtude foi fazendo sua despedida, declarando aonde podia ser encontrada.
Entretanto, uma virtude sem resolver sair, estava triste, cabisbaixa, sentada a um canto, com os olhos banhados em lágrimas! Era a Vergonha.
Penalizada, a Honra aproximou-se dela e perguntou-lhe:
– Por que está assim? A festa já terminou e é preciso que as convidadas se retirem. Abraça-me e dize-me onde a posso encontrar.

– Eis aí a razão do meu abatimento e da minha tristeza – respondeu a Vergonha. – As minhas amigas, quando se separaram, designaram suas moradas, ao passo que eu, com profundo pesar, só lhes posso dizer o seguinte: quem me perder uma vez, nunca mais me encontrará!

domingo, 17 de maio de 2015

SÓ POR SACANAGEM

“Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai por aqueles que vos perseguem e vos caluniam...” (Mateus 5,44).



Um jovem estava nervoso porque tinha brigado com um colega. O avô, experiente, aproveitou então o ensejo para orientá-lo sobre essa questão:
− Quem feriu você já feriu e já passou. Lá na frente ele encontrará o inevitável retorno e pelas mãos de outrem será ferido também. A vida se encarregará de dar-lhe o troco e você, talvez, nem jamais fique sabendo.
− Mas vovô, eu estou magoado e não agüento mais de raiva!
− Oh, meu querido!... O que importa de verdade é o que você sentiu e ainda sente! Pra que tanta mágoa? Rancor? Ressentimento? Ódio? Você não consegue perceber que esses sentimentos foram escolhidos por você?
− Claro que sei vovô, pois ainda me doem aqui por dentro!
− Pois então, caro neto, perceba que somos nós que escolhemos o que sentir diante de agressões e de ofensas. Quem nos faz o mal é responsável pelo que faz, mas NÓS somos responsáveis pelo que sentimos.
− Como assim? Não entendi! − questionou o jovem.
− Essa responsabilidade − esclareceu o avô − tem a ver com o Amor que devemos e temos que sentir por nós mesmos. O ofensor faz o que fez e o momento passou, mas o que ficou aí dentro de você, meu querido?
− Ficou mágoa vovô... Ficou rancor, ressentimento... E ódio.
− Você sabia que de todas as drogas a MÁGOA é a mais cancerígena? Pela sua própria saúde, jogue-a fora! Você sabia que o RANCOR é como um alimento preparado com veneno irreconhecível: dia mais, dia menos, você poderá contrair doenças de cujas origens nem suspeitará.
− E quanto ao RESSENTIMENTO?
− Pois se imagine vivendo dentro de um ambiente constantemente poluído, esfumaçado, repleto de bactérias e de incontáveis tipos de vírus: é isso que seu coração e seus pulmões estão tentando agüentar. Até quando você acha que eles vão resistir?
E, diante da atenção do jovem, o avô prosseguiu:
− Você sabia que os efeitos do ÓDIO são paralisantes? Seu sistema imunológico entrará em conflito com esse veneno que com o tempo poderá colocar você face a face com a morte e talvez muito tarde você venha a perceber que melhor seria ter deixado que seu agressor colhesse os frutos do próprio plantio.
E o velho arrematou a lição, aconselhando:
− Por isso, pelo seu próprio Bem, perdoe! O perdão o libertará e o fará livre para ser feliz. Esqueça o mal que lhe foi feito. Deixe que seu ofensor lembre-se dele através das conseqüências com que, certamente, virá a arcar. Mude seu destino... Seja o comandante da sua nau! Escolha o melhor caminho para sua “viagem”. E se outras vezes o ferirem, perdoe... Perdoe... Nem que seja só por sacanagem!

É fundamental a gente lembrar que Jesus nos ensinou a “pagar o mal com o bem”. Por isso criei a história acima com base no texto de Silvia Schimidt intitulado “Sopre as Cinzas”.
O Cristo sabia que o sentimento resulta de uma lei da física: assimilação e repulsão dos fluídos. Assim, enquanto o sentimento maldoso carrega em si mesmo uma corrente fluídica que causa e atrai maldade, por outro lado, o sentimento benevolente dá uma sensação de bem-estar.
Se a gente tem um pensamento maldoso vai se sentir mal e atrair o mal. Todavia, se o pensamento é bom a gente vai se sentir bem e atrair o bem.
Ora, se uma pessoa não quer se sentir mal tem que tirar dela todos os sentimentos de maldade e substituí-los por sentimentos de bondade.
Quer ser feliz? Então pra que Ódio? Rancor? Mágoa? Ressentimentos?

Enfim, perdoe não só por sacanagem, mas também pelo conhecimento científico! Pois, qualquer sentimento maldoso apenas nos faz desprezível e rebaixado. Seja superior ao seu ofensor! Pra isso basta você ter a alma maior, mais nobre e mais generosa. 

segunda-feira, 4 de maio de 2015

NEPOTISMO CRUZADO?!

“Dizei-me, vós que quereis estar sujeito a uma lei: não ouvis a lei? (Gálatas 4,21).



Nepotismo se transformou num dos temas mais “quentes” dos debates políticos. Porém, agora voltou aos jornais, adjetivado: “Nepotismo Cruzado!”.
Nepotismo significa indivíduo protegido, predileto, especialmente favorecido no serviço público. Como são as nomeações de parentes para cargos e funções de confiança ou em comissão. 
A Constituição Federal veda a prática de nepotismo, pois não exime qualquer Autoridade dos princípios de moralidade e de impessoalidade.
Há ainda a 13ª Súmula Vinculante, do Supremo Tribunal Federal (STF), aprovada em 21/08/2008, que proíbe o nepotismo nos Três Poderes, no âmbito da União, dos Estados e Municípios. Então, a partir daí, está proibida a nomeação de cônjuge, companheiros (as) e parentes até 3° grau em linha reta, colateral ou por afinidade, para cargos de confiança em repartições públicas.
O “Nepotismo Cruzado”, que ocorre quando dois agentes públicos empregam familiares um do outro como troca de favor, também ficou vedado pela Súmula.
Muitos, quando assumem um cargo se esquecem dos objetivos reais de ali estarem, e passam a se locupletar do poder agindo em benefício próprio. Cadê o princípio de responsabilidade?
Por causa do Nepotismo, um Vereador de Carpina, em Pernambuco, foi assassinado numa emboscada. Então, dá pra sentir a gravidade do problema!
A sociedade há tempos já se mobiliza contra esse mal. Uma ONG divulga na internet um filme contra o Nepotismo. Existem na justiça ações públicas, que visam o cancelamento imediato desse tipo de nomeações.  
Nepotismo é, pois, uma atitude antiética, imoral e antidemocrática. “Atrás do Nepotismo, está, sempre, a corrupção”, disse o jurista Roberto Busato, quando Presidente da OAB, destacando a importância de se denunciar todo e qualquer indício dessa prática.
Nunca se deve esquecer que, quanto maior a Autoridade maior é a responsabilidade, e maior ainda é a cobrança! E que o Poder é transitório! Como alertou Jesus a Pilatos, antes de ser condenado, dizendo: “Procurador, a autoridade de que desfrutas não é tua: foi-te concedida e poderá ser-te retirada”.
Aos mandatários irresponsáveis, que agem em seu próprio interesse, cabe bem o alerta do Mestre! Assim, como também cabe a história de um Mandarim Chinês, que envaidecido com o Poder, resolveu mandar confeccionar roupas novas.
Como agora era uma Autoridade importante, um amigo lhe recomendou que buscasse um sábio alfaiate, que sabia dar a cada cliente um corte perfeito.
O alfaiate anotou todas as medidas do novo Mandarim e, precisando de uma informação importante para dar o talhe perfeito à roupa, perguntou-lhe:
– Há quanto tempo já é Mandarim?
– Ora, o que isso tem a ver com a medida do meu manto?
– A informação é preciosa – disse o alfaiate. – Um Mandarim recém-nomeado fica tão deslumbrado com o cargo que anda com o nariz empinado, a cabeça erguida. Preciso então fazer a parte da frente maior que a de trás.
Mas, após alguns anos, o Mandarim está ocupado com seu trabalho e, com os transtornos advindos de sua experiência, torna-se sensato e olha para diante para ver o que vem em sua direção e o que precisa ser feito. Para esse então costuro um manto de modo que fiquem igualadas as partes da frente e a de trás.
Mais velho, o corpo do Mandarim está curvado sob o peso dos anos e pelos trabalhos exaustivos, sem se falar na humildade que adquiriu pela vida de esforços. Então é o momento de eu fazer o manto com a parte de trás mais longa.
Portanto, preciso saber a quanto tempo o senhor está no cargo para que a roupa lhe assente perfeitamente.
O Mandarim saiu pensando, muito mais nos motivos de seu amigo ter lhe indicado aquele sábio alfaiate, do que no manto que viera encomendar.

“Sabemos que uma lei é boa, contanto que se faça dela uso legítimo”.
(I a Timóteo 1,8).