Aquecendo a Vida

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domingo, 17 de maio de 2015

SÓ POR SACANAGEM

“Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai por aqueles que vos perseguem e vos caluniam...” (Mateus 5,44).



Um jovem estava nervoso porque tinha brigado com um colega. O avô, experiente, aproveitou então o ensejo para orientá-lo sobre essa questão:
− Quem feriu você já feriu e já passou. Lá na frente ele encontrará o inevitável retorno e pelas mãos de outrem será ferido também. A vida se encarregará de dar-lhe o troco e você, talvez, nem jamais fique sabendo.
− Mas vovô, eu estou magoado e não agüento mais de raiva!
− Oh, meu querido!... O que importa de verdade é o que você sentiu e ainda sente! Pra que tanta mágoa? Rancor? Ressentimento? Ódio? Você não consegue perceber que esses sentimentos foram escolhidos por você?
− Claro que sei vovô, pois ainda me doem aqui por dentro!
− Pois então, caro neto, perceba que somos nós que escolhemos o que sentir diante de agressões e de ofensas. Quem nos faz o mal é responsável pelo que faz, mas NÓS somos responsáveis pelo que sentimos.
− Como assim? Não entendi! − questionou o jovem.
− Essa responsabilidade − esclareceu o avô − tem a ver com o Amor que devemos e temos que sentir por nós mesmos. O ofensor faz o que fez e o momento passou, mas o que ficou aí dentro de você, meu querido?
− Ficou mágoa vovô... Ficou rancor, ressentimento... E ódio.
− Você sabia que de todas as drogas a MÁGOA é a mais cancerígena? Pela sua própria saúde, jogue-a fora! Você sabia que o RANCOR é como um alimento preparado com veneno irreconhecível: dia mais, dia menos, você poderá contrair doenças de cujas origens nem suspeitará.
− E quanto ao RESSENTIMENTO?
− Pois se imagine vivendo dentro de um ambiente constantemente poluído, esfumaçado, repleto de bactérias e de incontáveis tipos de vírus: é isso que seu coração e seus pulmões estão tentando agüentar. Até quando você acha que eles vão resistir?
E, diante da atenção do jovem, o avô prosseguiu:
− Você sabia que os efeitos do ÓDIO são paralisantes? Seu sistema imunológico entrará em conflito com esse veneno que com o tempo poderá colocar você face a face com a morte e talvez muito tarde você venha a perceber que melhor seria ter deixado que seu agressor colhesse os frutos do próprio plantio.
E o velho arrematou a lição, aconselhando:
− Por isso, pelo seu próprio Bem, perdoe! O perdão o libertará e o fará livre para ser feliz. Esqueça o mal que lhe foi feito. Deixe que seu ofensor lembre-se dele através das conseqüências com que, certamente, virá a arcar. Mude seu destino... Seja o comandante da sua nau! Escolha o melhor caminho para sua “viagem”. E se outras vezes o ferirem, perdoe... Perdoe... Nem que seja só por sacanagem!

É fundamental a gente lembrar que Jesus nos ensinou a “pagar o mal com o bem”. Por isso criei a história acima com base no texto de Silvia Schimidt intitulado “Sopre as Cinzas”.
O Cristo sabia que o sentimento resulta de uma lei da física: assimilação e repulsão dos fluídos. Assim, enquanto o sentimento maldoso carrega em si mesmo uma corrente fluídica que causa e atrai maldade, por outro lado, o sentimento benevolente dá uma sensação de bem-estar.
Se a gente tem um pensamento maldoso vai se sentir mal e atrair o mal. Todavia, se o pensamento é bom a gente vai se sentir bem e atrair o bem.
Ora, se uma pessoa não quer se sentir mal tem que tirar dela todos os sentimentos de maldade e substituí-los por sentimentos de bondade.
Quer ser feliz? Então pra que Ódio? Rancor? Mágoa? Ressentimentos?

Enfim, perdoe não só por sacanagem, mas também pelo conhecimento científico! Pois, qualquer sentimento maldoso apenas nos faz desprezível e rebaixado. Seja superior ao seu ofensor! Pra isso basta você ter a alma maior, mais nobre e mais generosa. 

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