“Amai
os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai por aqueles que vos
perseguem e vos caluniam...” (Mateus
5,44).
Um jovem estava nervoso porque tinha brigado com um
colega. O avô, experiente, aproveitou então o ensejo para orientá-lo sobre essa
questão:
− Quem feriu você já feriu e já passou. Lá na frente
ele encontrará o inevitável retorno e pelas mãos de outrem será ferido também. A
vida se encarregará de dar-lhe o troco e você, talvez, nem jamais fique
sabendo.
− Mas vovô, eu estou magoado e não agüento mais de
raiva!
− Oh, meu querido!... O que importa de verdade é o que
você sentiu e ainda sente! Pra que tanta mágoa? Rancor? Ressentimento? Ódio? Você
não consegue perceber que esses sentimentos foram escolhidos por você?
− Claro que sei vovô, pois ainda me doem aqui por
dentro!
− Pois então, caro neto, perceba que somos nós que
escolhemos o que sentir diante de agressões e de ofensas. Quem nos faz o mal é
responsável pelo que faz, mas NÓS somos responsáveis pelo que sentimos.
− Como assim? Não entendi! − questionou o jovem.
− Essa responsabilidade − esclareceu o avô − tem a ver
com o Amor que devemos e temos que sentir por nós mesmos. O ofensor faz o que
fez e o momento passou, mas o que ficou aí dentro de você, meu querido?
− Ficou mágoa vovô... Ficou rancor, ressentimento... E
ódio.
− Você sabia que de todas as drogas a MÁGOA é a mais
cancerígena? Pela sua própria saúde, jogue-a fora! Você sabia que o RANCOR é
como um alimento preparado com veneno irreconhecível: dia mais, dia menos, você
poderá contrair doenças de cujas origens nem suspeitará.
− E quanto ao RESSENTIMENTO?
− Pois se imagine vivendo dentro de um ambiente
constantemente poluído, esfumaçado, repleto de bactérias e de incontáveis tipos
de vírus: é isso que seu coração e seus pulmões estão tentando agüentar. Até
quando você acha que eles vão resistir?
E, diante da atenção do jovem, o avô prosseguiu:
− Você sabia que os efeitos do ÓDIO são paralisantes?
Seu sistema imunológico entrará em conflito com esse veneno que com o tempo
poderá colocar você face a face com a morte e talvez muito tarde você venha a
perceber que melhor seria ter deixado que seu agressor colhesse os frutos do
próprio plantio.
E o velho arrematou a lição, aconselhando:
− Por isso, pelo seu próprio Bem, perdoe! O perdão o
libertará e o fará livre para ser feliz. Esqueça o mal que lhe foi feito. Deixe
que seu ofensor lembre-se dele através das conseqüências com que, certamente,
virá a arcar. Mude seu destino... Seja o comandante da sua nau! Escolha o
melhor caminho para sua “viagem”. E se outras vezes o ferirem, perdoe... Perdoe... Nem que seja só por sacanagem!
É fundamental a gente lembrar que Jesus nos ensinou a “pagar o mal com o bem”. Por isso criei
a história acima com base no texto de Silvia Schimidt intitulado “Sopre as Cinzas”.
O Cristo sabia que o sentimento resulta de uma lei da
física: assimilação e repulsão dos fluídos. Assim,
enquanto o sentimento maldoso carrega em si mesmo uma corrente fluídica que
causa e atrai maldade, por outro lado, o sentimento benevolente dá uma sensação
de bem-estar.
Se a gente tem um pensamento maldoso vai se sentir mal
e atrair o mal. Todavia, se o pensamento é bom a gente vai se sentir bem e
atrair o bem.
Ora, se uma pessoa não quer se sentir mal tem que
tirar dela todos os sentimentos de maldade e substituí-los por sentimentos de
bondade.
Quer ser feliz? Então pra que Ódio? Rancor? Mágoa? Ressentimentos?
Enfim, perdoe não só
por sacanagem, mas também pelo conhecimento científico! Pois, qualquer
sentimento maldoso apenas nos faz desprezível e rebaixado. Seja superior ao seu
ofensor! Pra isso basta você ter a alma maior, mais nobre e mais generosa.
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