Aquecendo a Vida

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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

AMOR E JUSTIÇA

“Tende amor imenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados”



Paulo escreveu aos Coríntios falando sobre a grandeza do Amor: “Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver amor, nada serei...”.
Qual é a coisa mais importante da nossa existência? Seria a Fé a coisa mais importante? Ou seria a Caridade?
Por que o Amor é mais importante que a Fé?
− Porque a Fé é apenas uma estrada que nos conduz ao Amor Maior.
Por que o Amor é mais importante que a Caridade?
− Porque a Caridade é apenas uma das manifestações do Amor. E o todo é sempre mais importante que a parte. Além disso, a Caridade é também uma estrada, uma das muitas estradas que o Amor utiliza para fazer com que o Homem se una ao seu próximo.
E todos nós sabemos que há um bocado de “Caridade” sem Amor! É muito fácil jogar uma moeda para um pobre na rua. É barato para nós, e resolve o problema do mendigo. Entretanto, se realmente amássemos aquele pobre, nós faríamos muito mais por ele.
Paulo compara o Amor com muitas coisas que, em seu tempo, tinham valor para o homem. Além de comparar com a Fé e a Caridade, compara o Amor com a Eloqüência, com a Profecia, com os Mistérios, com a Esperança, com o Sacrifício e o Martírio.
E depois dessas comparações, termina afirmando que se tivermos tudo isso e esquecermos o Amor, para nada servirá o nosso esforço. Porque podemos conseguir tudo. Mas, se não tivermos Amor, tudo isso não significará nada para nós nem para a causa de Deus.
O Amor é vida, tudo pode e tudo vence, encontrando soluções para as situações mais difíceis.
Há um conto de autor desconhecido, que ilustra bem isso.
Houve, séculos atrás, uma tribo cujo Chefe, além de poderoso, era conhecido também por sua sabedoria.
Desejando que o povo vivesse em segurança, ele criou leis abrangendo todos os aspectos da vida tribal.
Eram leis severas que ele, como juiz imparcial, fazia cumprir com rigor.
Certa feita, problemas começaram acontecer na tribo. Alguém estava cometendo pequenos furtos.
O Chefe reuniu a tribo e com tristeza no olhar, frisou que as leis tinham sido feitas para protegê-los, para ajudá-los. Como todos tinham o de que necessitavam para viver, não havia necessidade de ocorrerem furtos.
Assim, ele estabeleceu o castigo habitual de 20 chibatadas ao responsável.
Os furtos, entretanto, continuaram. Ele voltou a reunir o grupo e alterou o castigo para 30 chibatadas. Mas os furtos não cessaram. Então ele aumentou o castigo para 40 chibatadas.
Finalmente, um homem veio dizer que tinha identificado o autor dos furtos. Todos se reuniram para ver quem era.
Um murmúrio de espanto percorreu a pequena multidão, quando a pessoa foi trazida por dois guardas. A face do Chefe empalideceu de susto e sofrimento. Era sua mãe. Uma senhora idosa e frágil.
Então, todos começaram a se questionar: “E agora? O Chefe seria imparcial? Será que cumpriria a lei? O amor da mãe seria capaz de impedi-lo?”.
Notava-se a luta íntima do Chefe.
− Meu amado povo – disse ele –, eu faço isso pela nossa segurança e pela nossa paz. As 40 chibatadas devem ser aplicadas, porque o sofrimento que este delito nos causou foi grande demais.
Acenou com a cabeça e os guardas fizeram sua mãe dar um passo à frente.
O carrasco se aproximou, retirou o manto dela, deixando à mostra as costas arqueadas, e levantou o chicote.
Nesse momento, o Chefe deu um passo à frente. Retirou o seu manto e todos puderam ver seus largos ombros.
Com muito carinho, ele passou os braços ao redor de sua querida mãe, protegendo-a, por inteiro, com o próprio corpo. Ele encostou o seu rosto ao da mãe e misturou as suas lágrimas com as lágrimas dela. Murmurou-lhe algo ao ouvido e, então, fez um sinal afirmativo para o encarregado.
O homem se aproximou e desferiu nos ombros fortes e vigorosos do Chefe da tribo uma chibatada após outra, até completar exatamente 40.

Foi um momento inesquecível para toda a tribo que aprendeu, naquele dia, como se pode harmonizar com perfeição o AMOR E A JUSTIÇA. 

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