Aquecendo a Vida

Aquecendo  a Vida

Radio

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

CONSTRUINDO TESOUROS NO CÉU

“Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua vida?”
(Mateus 16, 26)



A frase de Jesus, em epígrafe, não tem nexo se tomada fora do contexto.
Jesus pregava, simbolicamente, a vida eterna depois da morte, no além, em mundos espirituais. Nesse contexto, “ganhar o mundo” é viver para esta vida material, com riqueza e poder, pensando somente em si. E “perder a vida” é deixar de ganhar a vida espiritual, pra onde iremos depois da morte.
“Todo o que procurar salvar a sua vida, perdê-la-á; mas todo o que a perder, encontrá-la-á”. Esta frase dita também por Jesus, em Lucas 17,33, complementa a anterior, e a esclarece, se entendermos o sublime espírito dela.  
Buscando somente riqueza e poder, garantimos nosso bem estar até o momento da nossa morte, mas isso não nos deixa sobrar tempo para aprender as coisas espirituais. Deixamos de praticar a caridade, de investir em educação, em virtudes e valores, que são essenciais para construções sólidas, que nos preparam para a imortalidade da alma.
Seja rico ou pobre, um dia morreremos e daremos continuidade a nossa viagem espacial por universos os mais diferentes, por desconhecidos mundos dos quais não temos a menor idéia. Jesus nos garante isso afirmando que “Existem muitas moradas na casa de meu Pai”.
Foi refletindo sobre isso, que um dia tomei conhecimento – através do site: “Momento Espírita” – da história de um homem rico, que foi habitar o além.
Recebido pelo Benfeitor, encarregado de conduzi-lo a sua nova residência, iniciaram uma caminhada por um lugar pitoresco, com ruas calmas, um gramado extenso e grande variedade de árvores e jardins. Ao passarem, no entanto por uma das casas, o Benfeitor mostrou-a ao homem e lhe disse:
− Observe! Aquela é a casa de sua cozinheira.
− Mas ela ainda não morreu – respondeu o homem.
Sem dar nenhuma resposta, andaram por mais algum tempo e o orientador mostrou outra casinha graciosa e disse:
− Essa é a casa do seu jardineiro.
Ambas eram casas agradáveis. Simples, mas aconchegantes. Jardins com flores silvestres e pássaros voejando e cantando por entre as borboletas que pousavam de flor em flor. Discretos regatos com águas cantantes e cristalinas cortavam os gramados verdes.
O homem estava muito animado, pois se seus empregados teriam moradias tão agradáveis, o que não estaria reservado a ele, um homem rico e poderoso?
Caminharam por mais algum tempo, quando o Benfeitor parou diante de um barraco, localizado numa área menos clara e quase sem nenhum encanto.
Com um gesto gentil indicou ao homem sua nova residência.
O homem teve um sobressalto. Indignado perguntou ao orientador:
− Como um homem rico e possuidor de muitos bens, como eu, pode morar agora nesse barraco caindo aos pedaços? Sem dúvida deve ser uma brincadeira!
− Infelizmente não é, meu filho – falou amavelmente o Benfeitor. − Todas as construções são feitas com os materiais que vocês nos enviam diariamente enquanto estão na Terra. São materiais invisíveis aos olhos físicos, mas firmes o bastante para construir um recanto sólido aqui, no mundo espiritual. Cada gesto nobre, cada boa ação, cada trabalho realizado com honestidade, são matérias primas importantes aplicadas nos tesouros verdadeiros deste lado da vida.
− Mas como saber disso – objetou o infortunado –, se ninguém me avisou enquanto estava na Terra?
− Ora, meu filho, talvez você tenha esquecido, mas há mais de dois milênios se ouve falar de um Homem chamado Jesus, que orientou muito bem sobre essa questão, recomendando que se construíssem tesouros no céu, onde nem a traça come nem os ladrões roubam.
Pensativo e sem argumentos, o homem adentrou seu mísero barraco, em busca de um mínimo de conforto para sua alma inquieta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário