Aquecendo a Vida

Aquecendo  a Vida

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sexta-feira, 25 de junho de 2021

NÃO ACREDITO EM BARBEIROS!

 “Pela obra se conhece o autor” (provérbio popular).


A existência de Deus até hoje ainda suscita muita reflexão. Enquanto os materialistas defendem a tese da “autocriação” do mundo, afirmam os espiritualistas que Deus é a Inteligência Suprema do Universo, a Causa Primária de todas as coisas.

Apesar de já ter lido muitas obras materialistas, o sentimento intuitivo de Deus sempre existiu no meu íntimo, conforme várias ocasiões que vivenciei.

Uma delas ocorreu-me depois de completar 30 anos de idade (1974), quando lecionava no Bairro Catas Altas, em Ribeira SP. Nessa época, eu fazia uns bicos tocando acordeão em bailes de mutirão dos trabalhadores da roça.

Certa vez não muito distante do Bairro Ilha Rasa, há uns 15 km de minha casa, eu retornava a cavalo de uma festa dessas, sanfona na garupa, quando do alto da serra avistei o Rio Ribeira, correndo imponente por entre a majestosa vegetação da floresta.

O colorido primaveril da mata em flores enfeitava o grande vale. A pé subi a um ponto mais alto para apreciar, prazerosamente, a magia das borboletas, o trinado da araponga, e ouvir o gorjear dos pássaros em revoada.

Encantei-me com o lindo dia de brancas nuvens e céu azulado e senti o calor de um sol radiante que aquecia aquela bela manhã que se levantava.

Percebi a brisa que soprava balançando as palhas dos coqueirais que despontavam ao lado das araucárias.

Foi um dos melhores momentos que eu vivi! Fiquei feliz e maravilhado contemplando aquele mistério da natureza e refletindo sobre a grandiosidade do Criador.

Ali, no alto da serra, sem mais ninguém, permaneci distraído, olhando a natureza em festa daquele vale encantado, pensando na sua riqueza mineral, nas espécies de peixes do rio, nos frutos e raízes nativas que alimentavam os humildes ribeirinhos.

Refleti, ainda, sobre as espécies de plantas medicinais e ornamentais, que a natureza oferece gratuitamente à humanidade e, elevando a alma por alguns instantes, em êxtase, perdi a noção do tempo... Só sei que uma sensação de infinito tomou conta de meu espírito e chorei copiosamente, diante da suprema força que criou tudo aquilo com tamanha perfeição. E redescobri Deus! Porque Deus já estava dentro de mim.

Hoje sei que Deus é Amor, a Energia Suprema do Universo, na qual todos nós estamos mergulhados, tal qual peixes no mar. Estamos em Deus e Deus está em nós. Sei que Deus é soberanamente justo e bom; suas leis são perfeitas, e sua misericórdia infinita.  E que nenhum de seus filhos se perderá.

Deus nos deu o livre-arbítrio para decidirmos e termos o mérito de tudo que realizamos para o nosso aperfeiçoamento. Ele conhece as infinitas possibilidades de nosso livre-arbítrio. Não interfere nas nossas escolhas, mas as controla para que cheguemos sempre a um porto feliz.  .

Esta intuição da existência de Deus, que por um momento nos arrebata, não é fruto da atual educação, pois existe até mesmo no íntimo dos nossos selvagens. Temos esse sentimento por instinto, em consequência do princípio da natureza de que não existe efeito sem causa.

A tese materialista de que o mundo se criou por acaso, já não se sustenta mais nem mesmo no meio acadêmico, diante do grande avanço da Física Quântica, que provocou uma verdadeira revolução na opinião científica atual.

Para finalizar, há uma conhecida história, que de maneira simples faz a gente pensar sobre a existência de Deus.

Um Senhor foi a uma barbearia.  E enquanto tinha seus cabelos cortados conversava com o Barbeiro. Falava da vida e de Deus. Daí a pouco, o Barbeiro incrédulo não aguentou mais e falou:

− Deixa disso, Deus não existe!

− Por quê?

− Ora, se Deus existisse não haveria tantos miseráveis passando fome! Olhe em volta, quanta tristeza. É só andar pelas ruas e enxergar!

− Bem, esta é a sua maneira de pensar, não é?

− Sim, claro!

O freguês pagou o corte e foi saindo, quando avistou um maltrapilho imundo, com longos e feios cabelos, barba desgrenhada, suja, abaixo do pescoço. Não aguentou, deu meia volta e interpelou o Barbeiro:

− Sabe de uma coisa? Não acredito em barbeiros!

− Como?

− Sim, se existissem barbeiros não haveria pessoas de cabelos e barbas compridas!

− Ora, eles estão assim porque querem. Se desejassem mudar viriam até mim!

− Ah! Agora você entendeu, hein!...


sábado, 19 de junho de 2021

O CANTO DAS PRAGAS

 “O justo viverá pela fé” (Rm 1,17).


Encontrei um velho amigo, que me cumprimentou com alegria.

− Bom dia! Como está passando?

− Bem, graças a Deus, e você?

− Estou bem, com a proteção lá do alto. (E apontou o dedo para o céu).

Trato o meu amigo de Senhor “M”. Prefiro não identificá-lo por ser um idoso de 90 anos, muito estimado e reconhecido pelo dom de identificar o poder de cura das ervas medicinais.

− O Senhor não está com medo da pandemia? – perguntei-lhe.

− Ah, nada mais me assusta!

− Nem a picadinha?!

− Nada me aflige!... Eu carrego a vacina de Deus contra a Corona.

− O quê?!... Deixe-me ver!

Tratava-se do Salmo 91. Li as primeiras frases e já nos despedimos.

Em casa, procurei esse texto sagrado e não o encontrei. Os versos não batiam com os que eu procurava. Fiquei pensando então em como tirar minhas dúvidas.

No outro dia, estou no Banco do Brasil para falar com o Gerente, e qual não foi minha surpresa ao deparar ali com o nonagenário amigo. Pensei logo: “isso não é por acaso, não; tem algo sobrenatural nisso tudo!”.

Voltei-me, então, ao velho amigo:

 − Não encontrei na Bíblia o Salmo 91, que você me mostrou ontem?

− Ah! O texto é da Bíblia Hebraica. Nas outras Bíblias é Salmo 90.

Em seguida, abriu uma pasta e me deu uma cópia do Salmo 91 da Bíblia Hebraica (ou Bíblia Judaica), com um rabisco feito à mão: “Vacina de Deus contra a praga da Corona Vírus”.

O SALMO 91, de acordo com a tradição judaica, foi escrito por Moisés, no dia que completou a construção do Tabernáculo no deserto. Dizem que Moisés ao entrar no Tabernáculo foi envolvido por uma nuvem divina.

Dizem, ainda, que no Monte Sinai Moisés recitou esse Salmo como proteção contra os anjos da destruição.

No meio judaico o Salmo 91 é chamado de “Canto das Pragas”, pois quem o recita com fé será protegido por Deus em tempos de perigo.

Conheça, então, o SALMO 91.

Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará.

Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei.

Porque Ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa.

Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas estarás seguro: a sua verdade é escudo e broquel.

Não temerás espanto noturno, nem seta que voe de dia.

Nem peste que ande na escuridão, nem mortandade que assole ao meio-dia.

Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas tu não serás atingido.

Somente com os teus olhos olharás, e verás a recompensa dos ímpios.

Porque tu, ó Senhor, és o meu refúgio! O Altíssimo é a tua habitação.

Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará a tua tenda.

Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos teus caminhos.

Eles te sustentarão em suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra.

Pisarás o leão e o áspide, calcarás aos pés o filho do leão e a serpente.

Pois que tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei num alto retiro porque conheceu o meu nome.

Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia, livrá-lo-ei, e o glorificarei.

Dar-lhe-ei abundância de dias, e lhe mostrarei a minha salvação.

Esta poderosa oração nos ensina a habitar e nos proteger à sombra do Altíssimo. Pois na medida em que a nossa consciência desperta, aumenta em nós a presença do Criador e ficamos imunes ao mal. Seria então esta oração a fórmula de se proteger contra o vírus?

No Livro dos Médiuns, um Espírito muito evoluído nos ensina que: “Fórmula é matéria. Um pensamento para Deus vale mais”.

Embora este Salmo exerça uma espécie de ação magnética, sua eficácia somente é alcançada pelo valor do pensamento que o informa. O poder está na repercussão do pensamento como uma espécie de vibração elétrica, e não depende das palavras.

Sem a expressão do pensamento toda oração recitada são de palavras “mortas”, que não produzem efeitos. Assim, pois, para que o Salmo toque o seu coração é necessário que cada palavra recitada revele uma ideia.

O pensamento é a energia que vibra e atinge o infinito, acionando as informações. Quando elevadas, as vibrações nos colocam em alta frequência de sintonia, que nos deixa imunes à pandemia. Até porque esse vírus é de baixíssima frequência!


sexta-feira, 11 de junho de 2021

O AMOR FAZ A DIFERENÇA!

 

 “O AMOR é força unitiva na diferença” (Platão).


Um jovem pastor, de cabelos louros e cacheados andava pela floresta quando, de repente, ao atravessar uma clareira, viu enorme e formoso castelo diante de si.

E, na torre mais alta, uma linda princesa de tranças também louras e olhar sonhador. A partir daquele dia, todas as tardes o pastor ia até a clareira e ficava olhando a princesa, que também olhava para ele.

Ele suspirava, sabendo que jamais poderia entrar no castelo e ver de perto a princesa. Eis que, um dia, encontrou uma velha na floresta carregando pesado feixe de lenha. O jovem pastor a ajudou, e a velha logo se transformou numa fada e disse que realizaria qualquer pedido dele.

“Quero ser um príncipe para entrar naquele castelo!” – pediu o pastor. A fada advertiu-o de que realizaria o seu desejo, mas que ele jamais poderia voltar a ser o que era. O jovem foi em frente. Seria um absurdo voltar a ser pastor.

Logo as fanfarras do castelo soaram para o príncipe que se aproximava. A corte recebeu o visitante com banquetes, desfiles, torneios e todas as festas. O rei gostou tanto do príncipe que lhe ofereceu a mão de sua filha.

Louco de alegria, o jovem aceitou e quis beijar a princesa. Ela recusou o beijo. Disse que não poderia casar com o príncipe porque estava apaixonada por um pastor louro de cabelos cacheados, que todas as tardes costumava aparecer na clareira na floresta. A ele dera seu coração e somente a ele amaria.

Esse pequeno conto de fadas foi escrito na Folha de São Paulo – e já faz tempo! – por Carlos Heitor Cony. Achei interessante republicá-lo aqui, em comemoração ao “Dia dos Namorados”; para homenagear aqueles que se amam.

Acrescentei a frase de Platão, em epígrafe, que é bem significativa para aqueles que se unem pelos laços do amor!

Realmente o amor faz a diferença! E na diferença tem uma força de união poderosíssima!

Se, refletimos um pouco, percebemos que mesmo na atualidade, ainda existem romances como o do pastor e a princesa. São pobres se apaixonando por ricos. E a diferença de classe social traz um complicador terrível para os casais, que pode provocar até um temporal de amor e levá-los à separação!

Amar o diferente depende muito dos valores de respeito que devemos ter para com o nosso próximo. Isso se chama Ética da Alteridade.

Numa outra crônica, recente, eu expliquei que ALTERIDADE significa enxergar o outro como um ser distinto, diferente; que ele não é igual a você, porque cada ser tem as suas próprias experiências. Você percebe, então, que as outras pessoas também evoluem e, portanto, alteram (mudam) o seu modo de ser, de ver o mundo...

Quando você reconhece isso, pode-se dizer que você adquiriu a capacidade de alteridade,

A Ética da Alteridade já é uma capacidade mais aprofundada, que vai além, pois reconhece o lado bom das pessoas, suas qualidades, suas energias positivas... E isso possibilita a gente não só compreender que não existem duas pessoas iguais no mundo; que cada uma é um universo, mas também enxergar as pessoas sempre pelo lado do que elas têm de melhor.  E entender que Deus nos fez assim, porque Ele tem uma missão especial para cada um de seus filhos.

Na vida aprendemos com as diferenças do nosso próximo para valorizá-los, respeitá-los e amá-los!

Num relacionamento amoroso, ter essa capacidade é fundamental tanto para manter um namoro, um noivado, assim como um casamento duradouro.

Nada de CENSURA! A censura é a arma dos fracos e incompetentes.

Em certas ocasiões o SILÊNCIO fala mais que a razão. Escutar as pessoas é uma regra da boa convivência. Diz um ditado que “é necessário muito silêncio para ouvir a voz de Deus”.

Disse Jesus: “Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros”. (João 13,34)

O Amor é um sentimento forte, único e verdadeiro, que embora distante, não percebe o passar do tempo; que apesar das atribulações do mundo, jamais se desgasta, pois se encontra dentro das pessoas que se se uniram em um só coração, para enfrentar a vida juntos.

Parafraseando Bersier, quero afirmar que a UNIÃO, sem o AMOR que a fecunda, é como o sol de inverno, que sem dúvida ilumina, mas cujos raios não impedem que alguém fique gelado.

 

FELIZ DIA DOS NAMORADOS!

sábado, 5 de junho de 2021

A CARIDADE DA LÍNGUA

 

“Fora da Caridade não há Salvação”.


Quando se fala em “Fazer Caridade”, a preocupação da população é, geralmente, com a esmola. Pensam logo no “óbolo da viúva”, na moeda, no dinheiro... E pensam, assim, talvez devido a uma forma condicionada à aquisição de indulgências para remissão completa dos pecados cometidos.

Isso já era!... Ninguém se salva comprando o Paraíso, pagando o dízimo, etecetera e tal... O que salva é “Fazer a Caridade”! Mas, do jeito certo de agir!  Socorrendo e amando o próximo, fazendo o Bem de tal forma a provocar mudanças de atitudes, tanto nas outras pessoas como em si próprio. 

Reforma íntima é a mudança que se dá no seu interior, por meio de seus pensamentos em interação consigo mesmo. É o Despertar da Consciência!

 Isso é como se olhar por um funil; pela sua abertura maior; e depois virá-lo de posição. A sua visão então se amplia e você percebe toda a realidade que o cerca e que se encontrava fora da sua consciência Isso permite uma interação de duplo sentido de direção: do mundo para a pessoa e da pessoa para o mundo. Ou seja, percebo o mundo fora de mim e por ele sou modificado. Modifico-me interiormente e ajo para mudar o mundo ao meu redor.

Isso explica porque a ação concreta (práxis) da Caridade leva à Salvação!

A Caridade é um complemento da Lei de Justiça, pois se resume em todos os deveres do ser humano para com o seu próximo. Como disse Jesus: “Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles” (Mateus 7,12).

Ao perguntar como Jesus entendia o verdadeiro sentido da Caridade, Kardec obteve como resposta (Questão 886 do L.E): Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”.

A Caridade consola a alma, toca o coração... Pode, então, ser um gesto de bondade!... Até mesmo um sorriso!...

O Livro dos Médiuns até nos traz A Caridade da Língua. Eis a história:

Havia duas irmãs que por muitos anos foram vítimas de depredações muito desagradáveis. Seus vestidos eram espalhados constantemente por todos os cantos da casa, e até pelos telhados, cortados, rasgados e picotados, por mais cuidado que tomassem em guardá-los à chave.

Viviam numa pequena localidade interiorana. Acreditavam ser alvo de gracejadores de mau gosto, mas a persistência dos fatos e as precauções que tomavam lhes afastaram essa ideia. Só depois de muito tempo, por algumas indicações, julgaram dever se dirigir a Kardec, para conhecer a causa desses estragos e os meios de remediá-los...

Sobre a causa não havia dúvidas; o remédio era mais difícil. O Espírito que se manifestava era evidentemente malévolo. Ele se mostrou, na evocação, de uma grande perversidade e inacessível a qualquer bom sentimento.

Contudo, a prece pareceu exercer sobre ele uma influência salutar; mas, depois de algum tempo de descanso, as depredações recomeçaram.

Eis a esse respeito, o conselho que deu um Espírito superior:

O que essas damas têm de melhor a fazer é orar para seus Espíritos protetores não abandoná-las, e não tenho melhor conselho a lhes dar do que fazer um exame de sua consciência para se confessar a si mesmas e examinar se sempre praticaram o amor ao próximo e a caridade; não digo a caridade que dá e distribui, mas a caridade da língua; infelizmente, elas não sabem dominar a sua e não justificam, com atos piedosos, o desejo que têm de se verem livres do que as atormenta. Gostam muito de maldizer o seu próximo, e o Espírito que as obsidia o faz por revanche, pois foi seu burro de carga quando vivo. Elas têm apenas que procurar em sua memória e verão logo quem ele é.

Entretanto, se chegarem a melhorar, seus anjos guardiães se reaproximarão delas, e somente sua presença bastará para afastar o Espírito mau que se agarrou a uma delas especialmente, porque seu anjo guardião precisou se afastar diante de seus atos repreensíveis e de seus pensamentos maus. O que precisam é fazer preces fervorosas para aqueles que sofrem e, principalmente, praticar as virtudes impostas por Deus a cada um segundo sua condição.

Moral da história:

Muitas pessoas, embora não acreditem, fazem o Mal com a língua. Essa imperfeição moral atrai Espíritos obsessores. E elas só se libertam dos obsessores atraindo bons Espíritos pela prática da Caridade que abrange todas as relações que temos com nossos semelhantes e, portanto, que não se restringe só a dar esmolas.