“Fora da
Caridade não há Salvação”.
Quando se fala em “Fazer Caridade”, a preocupação da população é, geralmente, com a
esmola. Pensam logo no “óbolo da viúva”,
na moeda, no dinheiro... E pensam, assim, talvez devido a uma forma
condicionada à aquisição de indulgências para remissão completa dos pecados
cometidos.
Isso já era!... Ninguém se salva
comprando o Paraíso, pagando o dízimo, etecetera e tal... O que salva é “Fazer a Caridade”! Mas, do jeito certo de
agir! Socorrendo e amando o próximo,
fazendo o Bem de tal forma a provocar mudanças de atitudes, tanto nas outras
pessoas como em si próprio.
Reforma
íntima
é a mudança que se dá no seu interior, por meio de seus pensamentos em
interação consigo mesmo. É o Despertar da Consciência!
Isso
é como se olhar por um funil; pela sua abertura maior; e depois virá-lo de
posição. A sua visão então se amplia e você percebe toda a realidade que o
cerca e que se encontrava fora da sua consciência Isso permite uma interação de
duplo sentido de direção: do mundo para a
pessoa e da pessoa para o mundo. Ou seja, percebo o mundo fora de mim e por
ele sou modificado. Modifico-me interiormente e ajo para mudar o mundo ao meu
redor.
Isso explica porque a ação concreta
(práxis) da Caridade leva à Salvação!
A Caridade é um complemento da Lei de
Justiça, pois se resume em todos os deveres do ser humano para com o seu
próximo. Como disse Jesus: “Tudo o que
quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles” (Mateus 7,12).
Ao perguntar como Jesus entendia o
verdadeiro sentido da Caridade, Kardec obteve como resposta (Questão 886 do
L.E): “Benevolência para com
todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das
ofensas”.
A Caridade consola a alma, toca o
coração... Pode, então, ser um gesto de bondade!... Até mesmo um sorriso!...
O Livro dos Médiuns até nos traz A Caridade da Língua. Eis a história:
Havia duas irmãs que por muitos anos
foram vítimas de depredações muito desagradáveis. Seus vestidos eram espalhados
constantemente por todos os cantos da casa, e até pelos telhados, cortados,
rasgados e picotados, por mais cuidado que tomassem em guardá-los à chave.
Viviam numa pequena localidade
interiorana. Acreditavam ser alvo de gracejadores de mau gosto, mas a
persistência dos fatos e as precauções que tomavam lhes afastaram essa ideia. Só
depois de muito tempo, por algumas indicações, julgaram dever se dirigir a Kardec,
para conhecer a causa desses estragos e os meios de remediá-los...
Sobre a causa não havia dúvidas; o
remédio era mais difícil. O Espírito que se manifestava era evidentemente
malévolo. Ele se mostrou, na evocação, de uma grande perversidade e inacessível
a qualquer bom sentimento.
Contudo, a prece pareceu exercer sobre
ele uma influência salutar; mas, depois de algum tempo de descanso, as
depredações recomeçaram.
Eis a esse respeito, o conselho que deu
um Espírito superior:
O
que essas damas têm de melhor a fazer é orar para seus Espíritos protetores não
abandoná-las, e não tenho melhor conselho a lhes dar do que fazer um exame de
sua consciência para se confessar a si mesmas e examinar se sempre praticaram o
amor ao próximo e a caridade; não digo a caridade que dá e distribui, mas a caridade da língua; infelizmente, elas
não sabem dominar a sua e não justificam, com atos piedosos, o desejo que têm
de se verem livres do que as atormenta. Gostam muito de maldizer o seu próximo,
e o Espírito que as obsidia o faz por revanche, pois foi seu burro de carga quando
vivo. Elas têm apenas que procurar em sua memória e verão logo quem ele é.
Entretanto,
se chegarem a melhorar, seus anjos guardiães se reaproximarão delas, e somente
sua presença bastará para afastar o Espírito mau que se agarrou a uma delas
especialmente, porque seu anjo guardião precisou se afastar diante de seus atos
repreensíveis e de seus pensamentos maus. O que precisam é fazer preces
fervorosas para aqueles que sofrem e, principalmente, praticar as virtudes
impostas por Deus a cada um segundo sua condição.
Moral
da história:
Muitas pessoas, embora não acreditem,
fazem o Mal com a língua. Essa imperfeição moral atrai Espíritos obsessores. E
elas só se libertam dos obsessores atraindo bons Espíritos pela prática da
Caridade que abrange todas as relações que temos com nossos semelhantes e,
portanto, que não se restringe só a dar esmolas.
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