Aquecendo a Vida

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sábado, 5 de junho de 2021

A CARIDADE DA LÍNGUA

 

“Fora da Caridade não há Salvação”.


Quando se fala em “Fazer Caridade”, a preocupação da população é, geralmente, com a esmola. Pensam logo no “óbolo da viúva”, na moeda, no dinheiro... E pensam, assim, talvez devido a uma forma condicionada à aquisição de indulgências para remissão completa dos pecados cometidos.

Isso já era!... Ninguém se salva comprando o Paraíso, pagando o dízimo, etecetera e tal... O que salva é “Fazer a Caridade”! Mas, do jeito certo de agir!  Socorrendo e amando o próximo, fazendo o Bem de tal forma a provocar mudanças de atitudes, tanto nas outras pessoas como em si próprio. 

Reforma íntima é a mudança que se dá no seu interior, por meio de seus pensamentos em interação consigo mesmo. É o Despertar da Consciência!

 Isso é como se olhar por um funil; pela sua abertura maior; e depois virá-lo de posição. A sua visão então se amplia e você percebe toda a realidade que o cerca e que se encontrava fora da sua consciência Isso permite uma interação de duplo sentido de direção: do mundo para a pessoa e da pessoa para o mundo. Ou seja, percebo o mundo fora de mim e por ele sou modificado. Modifico-me interiormente e ajo para mudar o mundo ao meu redor.

Isso explica porque a ação concreta (práxis) da Caridade leva à Salvação!

A Caridade é um complemento da Lei de Justiça, pois se resume em todos os deveres do ser humano para com o seu próximo. Como disse Jesus: “Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles” (Mateus 7,12).

Ao perguntar como Jesus entendia o verdadeiro sentido da Caridade, Kardec obteve como resposta (Questão 886 do L.E): Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”.

A Caridade consola a alma, toca o coração... Pode, então, ser um gesto de bondade!... Até mesmo um sorriso!...

O Livro dos Médiuns até nos traz A Caridade da Língua. Eis a história:

Havia duas irmãs que por muitos anos foram vítimas de depredações muito desagradáveis. Seus vestidos eram espalhados constantemente por todos os cantos da casa, e até pelos telhados, cortados, rasgados e picotados, por mais cuidado que tomassem em guardá-los à chave.

Viviam numa pequena localidade interiorana. Acreditavam ser alvo de gracejadores de mau gosto, mas a persistência dos fatos e as precauções que tomavam lhes afastaram essa ideia. Só depois de muito tempo, por algumas indicações, julgaram dever se dirigir a Kardec, para conhecer a causa desses estragos e os meios de remediá-los...

Sobre a causa não havia dúvidas; o remédio era mais difícil. O Espírito que se manifestava era evidentemente malévolo. Ele se mostrou, na evocação, de uma grande perversidade e inacessível a qualquer bom sentimento.

Contudo, a prece pareceu exercer sobre ele uma influência salutar; mas, depois de algum tempo de descanso, as depredações recomeçaram.

Eis a esse respeito, o conselho que deu um Espírito superior:

O que essas damas têm de melhor a fazer é orar para seus Espíritos protetores não abandoná-las, e não tenho melhor conselho a lhes dar do que fazer um exame de sua consciência para se confessar a si mesmas e examinar se sempre praticaram o amor ao próximo e a caridade; não digo a caridade que dá e distribui, mas a caridade da língua; infelizmente, elas não sabem dominar a sua e não justificam, com atos piedosos, o desejo que têm de se verem livres do que as atormenta. Gostam muito de maldizer o seu próximo, e o Espírito que as obsidia o faz por revanche, pois foi seu burro de carga quando vivo. Elas têm apenas que procurar em sua memória e verão logo quem ele é.

Entretanto, se chegarem a melhorar, seus anjos guardiães se reaproximarão delas, e somente sua presença bastará para afastar o Espírito mau que se agarrou a uma delas especialmente, porque seu anjo guardião precisou se afastar diante de seus atos repreensíveis e de seus pensamentos maus. O que precisam é fazer preces fervorosas para aqueles que sofrem e, principalmente, praticar as virtudes impostas por Deus a cada um segundo sua condição.

Moral da história:

Muitas pessoas, embora não acreditem, fazem o Mal com a língua. Essa imperfeição moral atrai Espíritos obsessores. E elas só se libertam dos obsessores atraindo bons Espíritos pela prática da Caridade que abrange todas as relações que temos com nossos semelhantes e, portanto, que não se restringe só a dar esmolas.

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