“Onde
houver dois ou mais reunidos em meu nome, aí estarei” (Jesus / Mt 18,20).
Samir e Omar, descendentes de imigrantes turcos, eram
prósperos comerciantes. Samir havia mudado o endereço de seu comercio há alguns
meses e estava com algumas dificuldades. Encontrando o “patrício”, desabafou:
− Sabe Omar, meus negócios foram pra trás. Está num
ponto mais central e caiu a freguesia. Não sei mais o que faço!
− Eu acho que você escolheu um ponto-morto, Samir, por
isso que a loja não vai pra frente.
− Ponto-morto?
− É isso mesmo, Samir, tem comércio em ponto-morto,
sem freguesia. As pessoas evitam esse local! Parece que a marcha das vendas não
engrena!
− Isso tem explicação?
− Um amigo Maçom me falou que é por causa da Egrégora
do local.
− Egrégora? O que é isso?
− Disse-me ele que é uma rede de energia de
pensamentos, como uma teia de aranha, que forma a abóboda do lugar.
− Então ponto-morto é lugar de egrégora
ruim? Por quê?
− Dizem que são lugares onde viveu pessoas maldosas,
cheias de ódio, raiva, vingativas, às vezes suicidas...
− E como a gente faz pra mudar isso?
− O melhor é você se mudar de lá, mas me falaram de um
vidente que sabe dessas coisas! (e sussurrou no ouvido do amigo o nome do “Bruxo”).
No outro dia Samir localizou o endereço do “Bruxo” e pra lá se dirigiu.
Foi muito bem recebido, contou o seu problema e ouviu
uma explicação.
O vidente, homem culto, falou sobre o significado da
Egrégora. Palavra de origem grega “Egregorien”,
que significa “velar”, “cuidar”, sendo o resultado de uma força
energética elaborada a partir da conjugação de energias de duas ou mais
pessoas. Disse ser a atmosfera coletiva plasmada espiritualmente num certo
ambiente, decorrente da soma de pensamentos das pessoas; atmosfera psíquica
como se fosse uma “abóboda protetora”; como um “ser vivo”, um “filho
coletivo” produzido pela interação de diferentes pessoas do lugar.
− E no meu caso, isso atrapalha?
− Senhor Samir, diz um preceito que “o
que vai volta”. E isso, longe de ser um dogma é uma consequência dos
fatos, que você mesmo pode observar. Lá tem uma “consciência energética”.
Tudo, que atinge essa consciência recebe um “coice”
do vórtice dessa energia e volta.
− Coice?
− Um impacto energético.
− E quanto custa pra tirar isso de lá?
− Oh “seu”
Omar! Não cobro nada por “trabalho
espiritual”. E nesse caso é o senhor mesmo que pode resolver isso!
− Mas como?
− Criando lá uma Egrégora
do Bem, da Virtude, do Amor. Uma entidade coletiva luminosa a qual se
agregam outras consciências extrafísicas alinhadas com aquela sintonia
espiritual. A Egrégora do Bem vai ser a verdadeira ABÓBODA PROTETORA desse lugar.
− E como eu começo a fazer isso?
− O Evangelho
no Lar e no trabalho, diariamente, é o primeiro passo para se formar uma
Egrégora do Bem. Depois, é preciso “orar e vigiar” como nos ensinou o
Mestre. Orar para produzir boas energias e vigiar para não cair em tentações de
maus pensamentos.
− A gente tem então que aprender a bloquear estes maus
pensamentos?
− Sim. E mais uma coisa: saiba que as palavras têm
poder. Por isso evite palavras negativas. Lembre-se, que quando o Amor se
manifesta, desaparece qualquer força negativa e só fica o que interessa – a
LUZ.
− Se bem entendi, essa Egrégora é produzida por gente
feliz, descomplicada, saudável, de bom caráter, boa índole.
− Mas também por gente com fibra, dinamismo e capacidade
de realização, sem vícios nem mentiras, sem preguiça...
− Aprendi muito vindo aqui. Agora sei que o dia em que
os homens despertarem para isso, com certeza, este mundo será melhor de viver!
− Obrigado Samir! Mas lembre-se: no caso da sua loja
vai demorar um pouco, pois primeiro você tem que eliminar as energias negativas
de lá para depois criar a abóboda
protetora.
Seu Omar saiu resmungando: “Chega de Ponto-morto!”. Estava decidido não só mudar a Loja de
endereço como também a sua maneira de viver.