“O olhar, a expectativa e a ideia do outro, podem nos
modificar”.
Pigmaleão, segundo a mitologia
greco-romana, era o rei de Chipre. Escultor famoso, um belo dia criou uma
estátua de mulher tão perfeita, que considerava ser o de uma mulher ideal.
Admirando a beleza da estátua todos os
dias, acabou se envolvendo de tal maneira com sua criação que acabou se
apaixonando pela estátua. Via aquela estátua como uma mulher cheia de vida, verdadeira
deusa, passeando pelos jardins do palácio, exibindo toda a sua beleza. E rogou
de braços abertos:
− Oh deuses! Dê vida a esta magnífica obra
de arte! Pois não sei viver sem seu amor.
A deusa Afrodite se compadeceu do rei e
apareceu dizendo:
− Pigmaleão, os deuses do universo me
permitiram dar vida à sua belíssima obra de arte. Que assim se faça!
E apontando sua varinha de condão, disse a
palavra mágica que imediatamente transformou a estátua numa linda mulher de
carne e osso, com quem o rei se casou e teve uma filha.
Imaginei o diálogo desta lenda para falar
sobre O EFEITO PIGMALEÃO, que em psicologia é o nome dado ao seguinte fenômeno:
quanto maiores são as expectativas que
se têm de uma pessoa, melhor é o seu desempenho.
O Efeito
Pigmaleão, também chamado de Efeito
Rosenthal ou de Profecia
Autorrealizadora, mostra que temos uma tendência natural de corresponder de
forma coerente com as expectativas da sociedade.
Os psicólogos americanos Rosenthal e
Jacobson (1968) fizeram um estudo sobre essa tendência, demonstrando como as expectativas
dos professores afetam o desempenho dos alunos.
Numa escola primária, estudaram alunos de
três classes: uma classe média, uma acima e outra abaixo da média.
Após aplicar o Teste de Inteligência,
cerca de 20% dos alunos foram apontados como “acelerados”. E os nomes desses alunos foram passados para nove professores
no início do ano letivo. Esses alunos deveriam, pois, mostrar um bom progresso
intelectual pelos escores obtidos no Teste de Inteligência.
Na verdade, entretanto, os nomes desses
alunos “acelerados” foram sorteados
aleatoriamente e, portanto, não havia diferença entre os alunos das três
classes; a diferença entre os alunos indicados e os demais existia apenas na
cabeça dos professores.
Conclusão do estudo: os alunos
considerados “acelerados” foram todos
aprovados. Portanto, ficou demonstrado quanto ao desempenho intelectual, que os
alunos realmente correspondem à expectativa favorável dos professores.
Robert K Merton, denominou essa teoria de
Profecia Autorrealizadora, porque quem faz a profecia é, na verdade, quem faz
acontecer. E porque as expectativas se realizam também nas demais atividades de
nossa vida.
Se uma criança é vista como “marginal” pela sociedade, há uma
tendência dela – orientada por este esquema – de se convencer de que ela é isso
mesmo “confirmando” assim a profecia do
meio em que vive.
A expectativa dos gerentes afeta o
desempenho dos empregados. Se o gerente tem expectativas positivas dos
empregados, essas tendências serão confirmadas; se, entretanto, espera coisas
ruins deles, provavelmente eles corresponderão a essas expectativas.
Se alguém vê o outro como ranzinza, “chato”, não colaborador ou mesmo
inimigo, tende a agir como se o outro realmente fosse assim, levando-o a
fechar-se para a colaboração e tornar-se parecido com a imagem criada.
O pensamento é uma onda de energia que se
irradia por toda a parte. E o universo funciona como um grande espelho. Todo
pensamento (ideia) que a gente manda para o universo reflete na gente. Colhemos
o que plantamos!
Seja
então um automotivador. Estabeleça metas elevadas para si mesmo e deseje
atingi-las que o universo corresponderá à sua expectativa. Pois, uma meta
positiva é o ponto de partida de toda realização que vale a pena.
Lembre-se do astrólogo Omar Cardoso,
precursor do positivismo, que iniciava os seus programas de rádio, com a frase:
“Todos
os dias, sob todos os pontos de vista, vou cada vez melhor”.
E obtenha sucesso em tudo que faz. Você
nasceu para ser campeão. Afinal, somos cocriadores do universo! Não está na lei: “Sois deuses”? (Salmos 81,6).
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