Aquecendo a Vida

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domingo, 28 de outubro de 2012

O TOK DE SANFONA DE WALTER MAZORCA


“Salve o sol dessas sanfonas / Que pra essa vida empurrou / A mim e a meu companheiro / Que o destino juntou” (Gilberto Gil)


A música é uma arte que deve ser levada a sério. Não apenas pelo respeito que o público merece, mas porque ela é a terapia da alma. Pois, combina sons e pausas em acordes harmônicos que acalmam, levantam o astral e revitalizam corações nos colocando em sintonia com as energias mais sublimes, que fluem do grande estuário divino.
O verdadeiro músico é aquele que interpreta exemplarmente e com alma uma melodia. Aquele que toca mecanicamente um instrumento mata o repertório e a própria alma e não pode, pois, ser reconhecido como músico.  
Conheço alguns que judiam da sanfona, assassinando o repertório; porém há muitos sanfoneiros que podem ser considerados verdadeiros músicos e que merecem um reconhecimento público.
Alguns, de saudosa memória para os itarareenses, e que – sem a nossa permissão – partiram para o Reino do Pai Eterno.
Que saudades do Mestre Ataliba, do Zé Diniz, Barbosinha, João Barbosa, Ortivino (de Santa Cruz), Tio Zico (pai do Marquinhos do Supermercado da Vila Osório), Herculano (Barbeiro), José Edilson Lopes, Mamede Abraão!...
Para o nosso amigo Gilberto Cortes e muitos outros conterrâneos, a nossa maior expressão musical ainda é o saudoso Paschoal Melillo – autor do baião CUCO, gravado pelo famoso Trio Paschoal Melillo (Oswaldo Argento / Melillo / Plínio Metropólo). Um clássico brasileiro, em Discos Copacabana, que ainda faz sucesso na TV e no Rádio.
Dentre os sanfoneiros que ainda convivem conosco aqui em Itararé, eu menciono apenas como referência os meus parceiros em alguns eventos, tais como: Santos Galdino, Carijó (de Santa Cruz dos Lopes), Joinha (Pipoqueiro), Jorinha, Tchê Loco (Claudinei), Hilarino, Anderson e o Alceu (Santa Cruz) irmão do Jora da Cofesa.
Todavia, há um toque que muito me impressiona e que profundamente me marca. É o Tok de Sanfona de WALTER MAZORCA.
Dentre as muitas coisas da lida do nosso conterrâneo Walter Mazorca, o que pra mim ele mais sabe fazer é tocar bem uma gaita 120 baixos, seja Scandalli, Todeschini, Paolo Soprano, Hohner, ou de qualquer outra marca.
Seu dom musical despertou muito cedo, antes dos quatro anos de idade. Com cinco anos apenas o “menino prodígio” já se apresentava na Rádio Clube Paranaense PRB 2.
Um ano depois se apresentou no Circo Irmãos Queirollo e na Rádio Clube desta cidade. Posteriormente, participou de eventos em Campo Largo, na Grande Curitiba.
Acompanhou a dupla “Nhô Belarmino e Nhá Gabriela” – uma das primeiras duplas sertanejas do Paraná – nas Rádios: Paranaense, Marumbi, e Guairacá.
Também se apresentou para autoridades ilustres do cenário político: Ministro Corrêa Castro, Manoel Ribas, Moysés Lupion...
Em Itararé participou da Orquestra Fronteira, da Banda Municipal, da Lira Itarareense e de um conjunto musical com João Hélio e José Melilo Filho.
Devido a sua extraordinária musicalidade fez amizades com pessoas famosas como o comunicador Carlos Massa – o “Ratinho” do SBT.
Por tudo isso, e igualmente pela sua atuação social e na administração municipal, a Câmara Municipal de Itararé lhe outorgou o Diploma de “Honra ao Mérito”.
Walter Mazorca (hoje com 74 anos de idade) é acordeonista de “chorinhos” famosos. Sua interpretação do baião CUCO do Paschoal Melillo é primorosa, contagiante e sentimental!
Walter, você tem a música nas veias e realmente toca de saltar fagulhas no ar... Seu nível de excelência musical merece realmente muitos aplausos.
Você merece todas as nossas homenagens, como reconhecimento pela sua arte. Esta arte musical que o coloca como a maior referência viva para os demais concertistas de Itararé.
Como diz a canção “Os sons são todos tão seus como um presente de Deus”. Haja alegria ou saudade!

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