Você pode desacreditar de
tudo na vida, menos de Deus!
Em 2007, terminado o trabalho, fomos até uma padaria, no
centro de Apiaí (SP) e, enquanto o lanche era preparado, resolvi comentar um
fato com as pessoas que me acompanhavam: minha filha Cristiane e Carlos César
Diniz, ex-prefeito do município de Riversul (SP).
- Carlos César, neste local há 37 anos, eu vivi uma
emoção muito forte que nunca me esqueço. Você quer ouvir essa história? É uma
história de fé...
- Com o maior prazer! Até porque estou precisando de um
exemplo de fé, visto que ando meio desiludido da vida!
- Então preste atenção! Em 1970 eu era professor
efetivo da escola estadual do Bairro Catas Altas no município de Ribeira (SP),
40 km distante daqui de Apiaí. Por um erro da Secretaria da Fazenda, fiquei 10
meses sem pagamento. Não tinha mais crédito. Eu e a Clarice, minha esposa,
mudamos para a escola para não pagar aluguel. A situação era caótica. Com
exageradas preocupações, numa noite fizemos uma prece e a leitura do sermão da
montanha, referente às “aves do céu que
não semeiam nem ceifam, nem recolhem nos celeiros e nosso Pai celeste as
alimenta...”.
- Carlos – continuei -, naquela mesma noite minha esposa teve uma ameaça de
aborto e tive de levá-la para Ribeira, de carona, num caminhão. Lá procuramos
pela única farmácia local, mas estava fechada. Médico só tinha na cidade
vizinha de Adrianópolis (PR), mas estava viajando. Procurei então alguém que me
emprestasse algum dinheiro pra levá-la até Apiaí. Não consegui! Ficamos então
desesperados ali na frente de um hotel. Tomei a mão de minha esposa e lhe disse
para não se preocupar que até o meio-dia a gente teria dado jeito naquela
situação. Deus, certamente, não nos ia faltar naquela hora! E eu a lembrei do
evangelho: “Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto. Porque
todo aquele que pede, recebe. Quem busca, acha. A quem bate, abrir-se-á. Quem
dentre vós dará uma pedra a seu filho, se este lhe pedir pão?”.
- Puxa pai! – comentou a minha filha - E Deus lhe atendeu ao pedido?
- Minha filha, pois deu meio-dia e o ônibus saiu. E,
vendo o ônibus partir, eu entrei numa depressão total. Naquele momento
desacreditei de tudo. Não era possível o que estava acontecendo: minha esposa
ali com hemorragia, e eu não conseguir fazer nada para aliviá-la!
- Que situação hein! – exclamou Carlos César.
- Dizem que depois da tempestade sempre vem a bonança.
Pois foi o que me aconteceu! Um carro parou na frente do hotel e o motorista
(Sr. Alberto Augusto Lambert, conhecido por “Negrinho”), levantando os braços
gritou: “Professor tenho uma boa notícia
pra você! Joguei no bicho na sua intenção e faturei oito mil! E duzentos é
seu!”. Eu não me contive e comecei a chorar. Ele também se emocionou e
acabou me dando mais quinhentos! Já
era o dobro do que eu recebia por mês. Em seguida, ele que já sabia do meu drama,
providenciou que o Cláudio – um conhecido caminhoneiro da região –, me levasse
até Apiaí.
Na padaria, numa mesa ao lado, percebi que um velho
prestava muita atenção no que eu contava. Mas, não me incomodei com isso e
continuei:
- Chegando a Apiaí, o Cláudio nos levou até a farmácia.
E depois conseguiu um caminhoneiro de Monte Alto pra me levar até Sorocaba onde
a Clarice poderia ser hospitalizada. Recomendou ao motorista que pagasse todas
as despesas minhas. E assim foi feito! Até, hoje, Carlos, não sei por que essas
pessoas fizeram tudo isso por nós! Mas, não me esqueço delas. Todas as noites eu
peço a Deus pelo “Negrinho” e pelo Cláudio. Que Deus os recompense!
Nesse momento, uma voz misteriosa, grave, forte e
firme, vindo da mesa ao lado, interrompe a nossa conversa e diz: “O CLÁUDIO SOU EU!”.
E era realmente o Cláudio,
o caminhoneiro que me ajudou e que eu, depois de tantos anos sem vê-lo, não
tinha reconhecido! Comovidamente abraçamo-nos, enquanto o Carlos César
arrematava.
- É... Eu precisava realmente ouvir isto; e ver esta
cena de testemunha!
- Depois termino a história, - eu lhes disse - mas, em resumo, no final daquela viagem recebi os 10
meses de salário atrasado e mais 08 meses de substituição atrasada de Diretor
de Escola de Santa Cruz dos Lopes, em Itararé (SP), que eu tinha direito,
referente a 1967.
Hoje, após 52 anos de casado, 06 filhos e 07 netos, louvo
a DEUS pelo que passei na vida: “Então minh’alma canta a Ti, Senhor: Quão
grande és Tu! Quão grande és Tu!”.
Ótima história. . ☝️🙌👏👏👏👏👏👏👏👏
ResponderExcluir👏👏👏👏👏👏
ResponderExcluirMeu professor preferido.Catas Altas/ Ribeira. S.Paulo
ResponderExcluirOi professor! Saudades!
ResponderExcluirO senhor foi meu professor. Escola catas altas.saudades.
ResponderExcluir( Elena)