“Ninguém está
deserdado do progresso” (Allan
Kardec).
O Professor Barbosa, aposentado, recebeu
a visita de um estimado aluno seu, do curso do magistério.
− Bom dia,
professor! Como vai!
− Vou bem, graças a Deus!
− Estou passando aqui só para matar a
saudade da sua vasta erudição.
Durante o bate-papo o professor comentou
sobre a doutrina do Retorno.
− Doutrina do Retorno? Não me lembro de
ter aprendido isso!
− A doutrina do Retorno é uma das mais
antigas da humanidade. É a que explica o progresso da humanidade.
− Professor, o senhor está então se
referindo a uma Lei Natural Universal! Por favor, me passe esse conhecimento,
que sou todo ouvido.
− Você se lembra da Lei da Física
Clássica de Isaac Newton?
− Do Princípio da Ação e Reação?
− Sim! Que tem como enunciado: “A
toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: as ações mútuas
de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em sentidos
opostos”.
− Professor, essa Lei da Física se
aplica também à espiritualidade?
− Por que não? Se todo Bem feito tem compensações,
todo Mal feito tem dívidas! Isso é da Lei do Retorno: quem faz o Bem recebe o
Bem; quem faz o Mal recebe o Mal.
− O que você planta você colhe!
− É isso aí! – disse o professor – a ciência
já comprova que a interação entre o que você pensa (reflexão) e o que você faz (ação)
é que capacita você para a execução de um trabalho ou exercer uma função... A
isso se dá o nome de PRÁXIS.
A Práxis é a reflexão e ação do ser
humano sobre o mundo para se transformar e mudar a sua realidade.
Dessa forma é que ocorre a construção do
saber – imprescindível ao progresso intelectual e espiritual. O ser humano tem sempre que considerar o que
já sabe; refletindo sobre a sua Prática para modificá-la e reconstruir
o conhecimento numa Nova Ideia (nova ação), que o leva a outra Prática; prática
esta que o leva a um Novo Jeito de fazer as coisas... E, assim,
sucessivamente...
Talvez por motivo dessa melhora constante
da humanidade, que Jesus tenha dito a Nicodemos que “não pode ver o Reino de Deus,
senão aquele que nascer de novo” (João 3,3).
Os humanos são seres que pensam o tempo
todo. Ninguém para de pensar! Pensar é fazer reflexão. E toda reflexão reflete
na prática experimental da vida e, portanto leva a pessoa a mudar (a nascer de novo), por mais lento que
seja este processo. Pois ninguém fica estacionário. Pensou, mudou!
O ciclo
de reencarnações funciona como essa engrenagem da Práxis, pois todas as nossas
aquisições feitas em vidas anteriores (bagagem espiritual) servem para nos
tornar mais apto a adquirir novos conhecimentos.
Quando você reencarna você nasce com essa
bagagem, a qual começa a despontar na infância. Mas você traz também dívidas: erros
do passado, que devem ser corrigidos. E a possibilidade de reparar esses danos é
o mais poderoso meio de adiantamento moral.
Assim, a vida na Terra é passageira; uma
etapa apenas na qual podemos ter maior aprendizagem, mais ganhos que levamos para
a erraticidade
– dimensão da população espiritual do globo, onde os seres humanos ficam no
intervalo de suas existências corpóreas.
Pelas
mortes e renascimentos as populações de encarnados e reencarnados da Terra se
mesclam, incessantemente, uma na outra. Há diariamente emigrações do mundo
corporal para o espiritual e imigrações do mundo espiritual para o corpóreo.
Esse vaivém constante, que contribui
para o progresso tanto na ordem física, intelectual ou moral da humanidade, faz
parte da Lei Natural.
Esta doutrina científica é a única explicação
plausível da causa do progresso social e da evolução espiritual. Ela que
demonstra que somos seres perfectíveis. Pois a mente humana está em movimento
de expansão constante. Por isso, o
Espírito não regride, quando muito pode estacionar num dos graus (da escada
evolutiva) de sua ascensão espiritual.
Melhorar sempre é possível!
O princípio
da reencarnação é, pois, então, uma consequência inevitável da lei do
progresso. E Jesus ensinou sobre isso nos seus evangelhos.
Depois de se despedir do velho e sábio
mestre, o ex-aluno comentou:
− Certamente, foi baseado nesses
princípios, que Jesus assegurou que nenhuma
de suas ovelhas se perderá!
Diz um ditado, que “Deus concede o progresso a
passos lentos, porque a luz repentina ofusca a vista...”.
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