Aquecendo a Vida

Aquecendo  a Vida

Radio

sábado, 8 de janeiro de 2022

A DOUTRINA DO RETORNO

 

“Ninguém está deserdado do progresso” (Allan Kardec).


O Professor Barbosa, aposentado, recebeu a visita de um estimado aluno seu, do curso do magistério.

− Bom dia, professor! Como vai!      

− Vou bem, graças a Deus!

− Estou passando aqui só para matar a saudade da sua vasta erudição.

Durante o bate-papo o professor comentou sobre a doutrina do Retorno.

− Doutrina do Retorno? Não me lembro de ter aprendido isso!

− A doutrina do Retorno é uma das mais antigas da humanidade. É a que explica o progresso da humanidade.

− Professor, o senhor está então se referindo a uma Lei Natural Universal! Por favor, me passe esse conhecimento, que sou todo ouvido.

− Você se lembra da Lei da Física Clássica de Isaac Newton?

− Do Princípio da Ação e Reação?

− Sim! Que tem como enunciado: “A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em sentidos opostos”.

− Professor, essa Lei da Física se aplica também à espiritualidade?

− Por que não? Se todo Bem feito tem compensações, todo Mal feito tem dívidas! Isso é da Lei do Retorno: quem faz o Bem recebe o Bem; quem faz o Mal recebe o Mal.

− O que você planta você colhe!

− É isso aí! – disse o professor – a ciência já comprova que a interação entre o que você pensa (reflexão) e o que você faz (ação) é que capacita você para a execução de um trabalho ou exercer uma função... A isso se dá o nome de PRÁXIS.

A Práxis é a reflexão e ação do ser humano sobre o mundo para se transformar e mudar a sua realidade.

Dessa forma é que ocorre a construção do saber – imprescindível ao progresso intelectual e espiritual.  O ser humano tem sempre que considerar o que já sabe; refletindo sobre a sua Prática para modificá-la e reconstruir o conhecimento numa Nova Ideia (nova ação), que o leva a outra Prática; prática esta que o leva a um Novo Jeito de fazer as coisas... E, assim, sucessivamente...

Talvez por motivo dessa melhora constante da humanidade, que Jesus tenha dito a Nicodemos que “não pode ver o Reino de Deus, senão aquele que nascer de novo” (João 3,3).

Os humanos são seres que pensam o tempo todo. Ninguém para de pensar! Pensar é fazer reflexão. E toda reflexão reflete na prática experimental da vida e, portanto leva a pessoa a mudar (a nascer de novo), por mais lento que seja este processo. Pois ninguém fica estacionário. Pensou, mudou!

O ciclo de reencarnações funciona como essa engrenagem da Práxis, pois todas as nossas aquisições feitas em vidas anteriores (bagagem espiritual) servem para nos tornar mais apto a adquirir novos conhecimentos.

Quando você reencarna você nasce com essa bagagem, a qual começa a despontar na infância. Mas você traz também dívidas: erros do passado, que devem ser corrigidos. E a possibilidade de reparar esses danos é o mais poderoso meio de adiantamento moral.

Assim, a vida na Terra é passageira; uma etapa apenas na qual podemos ter maior aprendizagem, mais ganhos que levamos para a erraticidade – dimensão da população espiritual do globo, onde os seres humanos ficam no intervalo de suas existências corpóreas.

  Pelas mortes e renascimentos as populações de encarnados e reencarnados da Terra se mesclam, incessantemente, uma na outra. Há diariamente emigrações do mundo corporal para o espiritual e imigrações do mundo espiritual para o corpóreo.

Esse vaivém constante, que contribui para o progresso tanto na ordem física, intelectual ou moral da humanidade, faz parte da Lei Natural.

 Esta doutrina científica é a única explicação plausível da causa do progresso social e da evolução espiritual. Ela que demonstra que somos seres perfectíveis. Pois a mente humana está em movimento de expansão constante. Por isso, o Espírito não regride, quando muito pode estacionar num dos graus (da escada evolutiva) de sua ascensão espiritual.

Melhorar sempre é possível!  

O princípio da reencarnação é, pois, então, uma consequência inevitável da lei do progresso. E Jesus ensinou sobre isso nos seus evangelhos.

Depois de se despedir do velho e sábio mestre, o ex-aluno comentou:

− Certamente, foi baseado nesses princípios, que Jesus assegurou que nenhuma de suas ovelhas se perderá!

Diz um ditado, que “Deus concede o progresso a passos lentos, porque a luz repentina ofusca a vista...”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário