Aquecendo a Vida

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sábado, 30 de setembro de 2017

AS BENÇÃOS DO SENHOR

“A família é a fonte da prosperidade e da desgraça dos povos” (Martinho Lutero).



Havia uma Jovem muito rica, que tinha tudo: um marido maravilhoso, filhos perfeitos, um emprego que pagava muitíssimo bem, uma família unida.
O estranho é que ela não conseguia conciliar tudo isso: o trabalho e os afazeres que ocupavam todo o tempo. A sua vida estava deficitária em algumas áreas. Se o trabalho consumia muito tempo, ela tirava dos filhos; se surgiam problemas, ela deixava de lado o marido... E assim, as pessoas que ela amava eram sempre deixadas para depois.
Até que um dia, seu pai, um homem muito sábio, lhe deu um presente: um vaso de flores cuja planta era muito cara e raríssima, da qual havia apenas um exemplar em todo o mundo. E disse a ela:
− Filha, esta planta vai ajudá-la muito mais do que você imagina! Você terá apenas que regá-la e podá-la de vez em quando, às vezes conversar um pouquinho com ela, e ela lhe dará em troca esse perfume maravilhoso e essas lindas flores.
A Jovem ficou emocionada. Afinal, aquela planta era − com suas flores − de uma beleza sem igual. Mas o tempo foi passando, dificuldades e problemas surgiam, o trabalho consumia todo o seu tempo, e a vida, que continuava confusa, não permitia cuidar da planta.
Em casa, quando ela chegava, olhava a planta, e as flores ainda estavam lá. Não mostravam sinal de fraqueza ou morte. Apenas estavam lá, lindas, perfumadas. Então ela passava direto.
Até que um dia, sem mais nem menos, a planta morreu. Ela acabou de chegar a casa e levou um susto! A planta estava completamente morta, suas raízes estavam ressecadas, suas flores caídas e suas folhas amarelas. A Jovem chorou muito e contou a seu pai o que havia acontecido.
Seu pai, então, respondeu:
− Eu já imaginava que isso aconteceria, e eu não posso dar-lhe outra plantinha desta, porque não existe outra igual. Ela era a única, assim como seus filhos, seu marido e sua família. Todos estes são Bênçãos que o Senhor lhe deu, mas você tem que aprender a regá-los, podá-los e dar atenção a eles, pois assim como a flor, os sentimentos também morrem. Você se acostumou a ver a planta lá, sempre florida, sempre perfumada, e se esqueceu de cuidar dela. Cuide das pessoas que você ama!
Por que a família reunida no Dia das Mães, no Dia dos Pais ou no Natal parece ter algo de sobrenatural, de sagrado? É que nessas datas todos os familiares estão voltados para a alegria, a felicidade, a paz, o bem... Enfim, estão imbuídos de amor. Assim reunidos, as pessoas da família são Bênçãos de Deus!
A família é a base para uma formação moral. A sua estruturação está diretamente vinculada à organização da sociedade. Se as famílias se desestruturam a sociedade obviamente irá se desorganizar! E nessa desorganização social aparecerão problemas de toda ordem: insegurança, indisciplina, desobediência, violência, drogas...
Atualmente, os problemas são conseqüências dos diferentes papéis que atualmente as pessoas vêm desempenhando dentro do meio familiar.
O tempo destinado à educação dos filhos se restringiu muito com o trabalho profissional da mulher. Considerem-se ainda os apelos enormes da mídia sobre os jovens. Assim, os filhos de agora, sem os cuidados maternos de outrora, têm que ir aprendendo a se virar sozinhos desde muito cedo.
Essa mudança de paradigmas não é fácil para os pais. Muita coisa mudou. Foi-se o tempo em que a mulher era a “rainha do lar” e tinha que arcar com todas as tarefas. O trabalho doméstico tem que ter a cooperação de todos.
Agora, que o pai e a mãe têm as mesmas 24 horas para dividir entre tantas outras ocupações, cabe-lhes também dividir a atenção com os filhos e demais pessoas da família: que são as Bênçãos que Deus lhes deu!
E você? Tem cuidado das Bênçãos que Deus lhe tem dado? Lembre-se da flor, pois assim são as Bênçãos do Senhor. Ele nos dá, mas todos nós temos que cuidar delas.

Disse o Papa Francisco que “As famílias não são um problema, são, sobretudo, uma oportunidade; uma oportunidade que temos de cuidar, proteger, acompanhar, quer dizer, são uma benção” (“sic”). 

domingo, 24 de setembro de 2017

RESPONSABILIDADE

“Nenhum sucesso na vida compensa o fracasso no lar” (David O. McKay)


Um homem chegou tarde, cansado do trabalho. Encontrou seu filho caçula esperando por ele na porta.
− Posso lhe fazer uma pergunta?
− Claro meu filho, o que é?
− Pai, quanto você ganha por dia?
O pai disse quanto recebia, mas o menino o questionou novamente:
− E por hora, quanto você ganha?
− Ah, isso não é da sua conta meu filho! Por que você me pergunta isso?
− Só pra saber. Por favor, me diga!
− Bem, já que você quer saber, eu ganho R$120,00 por hora.
− E por dez minutos?
O pai se irrita, calcula mentalmente, mas antes quer saber o porquê dessa preocupação do filho.
− Bem, papai, eu só quero saber quanto o senhor ganha em 10 minutos!?
− Eu ganho R$20,00! Tá bom?
− Oh, obrigado papai!
O filho então abre o bolso da calça, conta suas economias e diz:
− Aqui está R$20,00, papai, dê-me agora dez minutos de sua atenção.
O pai, abatido, carregou o filho nos braços, abraçou-o e lhe pediu perdão.
Nesse momento ele sentiu toda a responsabilidade de ser um pai presente na educação de seus filhos. De passar algum tempo com aqueles que realmente importam para ele e que estão bem perto de seu coração. Pois aqueles entes queridos, que deixamos para trás, sentirão a perda da nossa convivência para o resto de suas vidas.
A missão dos pais é a educação dos filhos, a qual exige, além de dedicação, atenção..., dar o bom exemplo. Isso faz parte da lei divina. E tudo que foge da lei divina cai no desiquilíbrio. E respondemos pelos nossos atos.
Agir com equilíbrio, com perfeita noção da gravidade dos assuntos que nos dizem respeito é ser responsável.
O ser humano quando desperta para a responsabilidade tem consciência de seus deveres e o discernimento do que é bom do que é mau. E quanto mais evoluído moralmente, mais responsável se torna. Sabe que tem deveres de responsabilidade para consigo mesmo, para com os outros, para a com a sociedade e para com Deus.
A Responsabilidade para consigo mesmo consiste em ter consciência de que está no mundo para evoluir, se aprimorar através do conhecimento que adquire de todas as formas possíveis, principalmente através do trabalho, do relacionamento humano. E buscando sempre a libertação de vícios e erros que tanto prejudicam o ser humano.
A Responsabilidade para com os outros é a que se fundamenta no mandamento cristão de amor ao próximo. Pois pelas mãos dos outros a gente nasce, cresce, aprende e se alimenta. Com ajuda dos outros nós construímos nossos bens, nosso futuro... E pelos outros somos levados num caixão no final da existência! Então valorizemos os outros ajudando com muito amor todas as instituições sociais, desde a família, a escola, o trabalho... Participando das organizações não governamentais, da política e das atividades filantrópicas. Principalmente, como voluntário, praticando a caridade, a fraternidade, a solidariedade...
A Responsabilidade para com a sociedade diz respeito as nossas obrigações e deveres para com a nossa comunidade e a sociedade em geral.
Agindo com Responsabilidade Social as organizações estarão voltadas para o desenvolvimento sustentável, contribuindo para uma sociedade mais justa, mais humana e para um ambiente mais limpo e agradável. E seus proprietários e gestores, além dos seus interesses, devem considerar os interesses da comunidade, dos seus trabalhadores, fornecedores, clientes, concorrentes, autoridades públicas...
A Responsabilidade para com Deus – que também incorpora as anteriores citadas – consiste em cumprir seus mandamentos sagrados, cientes da nossa imortalidade..., que na terra temos uma vida passageira e que daqui nada levamos das nossas riquezas materiais.
Estejamos cônscios de nossos deveres para com o mundo em que vivemos, defendendo o meio ambiente, as formas democráticas de governo, a cidadania, o respeito às liberdades individuais e coletivas, a moral, a justiça, a equidade, a paz social...
Sejamos, pois, ético e transparente, considerando os interesses daqueles que conosco interagem, objetivando um canal de diálogo e de compromissos apenas com a verdade.
Enfim, que sejamos cocriadores de um mundo melhor. Pois, segundo Hélio Couto, “Não há como competir com um cocriador”. Você pensa/cria, pensa/cria.
"Vós sois deuses" (João 10,34).

domingo, 10 de setembro de 2017

OS ESCOLHIDOS

"Porque muitos são os chamados, e poucos os escolhidos". (Mateus 22,14)



“Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos”. Essa frase de Albert Einstein tem provocado polêmica. Há quem diga até que está na Bíblia! Pois de forma velada, pode até ser encontrada no seguinte versículo de Mateus (22,14): "Porque muitos são os chamados, e poucos os escolhidos".
Há muitos exemplos no Antigo Testamento de pessoas que não se consideravam capacitados para executar as missões a que foram escolhidos. É o caso de Moisés, de Davi, Jonas, Jeremias... No Novo Testamento há o exemplo de Pedro, que era pescador, pessoa simples e que foi escolhido como protagonista do cristianismo nascente.
Por que poucos são os escolhidos?
Porque os que se julgam capacitados detêm muito conhecimento, mas não adquiriram sabedoria. Pois a sabedoria não vem com o conhecimento escolar. Você a encontra dentro de você mesmo, quando encontra Deus. Aquele que procura a Sabedoria encontra Deus e quem procura Deus encontra a Sabedoria.
Conta-se que numa pequena aldeia de Marrocos, um velho contemplava o único poço de toda a região. Um garoto aproximou-se e quis saber:
− O que tem lá dentro?
− Deus.
− Deus está escondido aí nesse poço?
− Está.
− Quero ver – disse o garoto.
O velho ajudou-o a debruçar-se na borda do poço. Refletido na água, o menino pôde ver o seu próprio rosto.
− Mas esse sou eu – gritou.
− Isso mesmo – disse o homem, tornando a colocar delicadamente o menino no chão. – Agora você sabe onde Deus está escondido!
Ora, se Deus está escondido aí dentro de você – e Ele é a Sabedoria por excelência –, você somente vai encontrar a Sabedoria aí dentro de você mesmo! Pela meditação... Pela reflexão sobre suas experiências de vida...
Segundo Ken O’ Donnell, “Podemos obter conhecimento, mas não a sabedoria. Podemos transmitir conhecimento, mas não a sabedoria. É algo que tem que brotar de dentro”.
Sabemos que o conhecimento é indispensável para nosso crescimento intelectual, por isso temos de valorizar o seu uso na forma inteligente de proceder (que é agir com Sabedoria!).
Sabedoria é riqueza espiritual e não material. Tem a vivência moral dos ensinamentos de Jesus e, por isso, sorri, enquanto a insensatez do conhecimento se exibe. Daí só encontrarem amigos fiéis os que são simples, humildes, bons e generosos, porque têm Deus no coração.
Homens de Sabedoria são escolhidos, porque ajudam o próximo sem pensar em receber algo em troca. São felizes e fiéis nas pequenas coisas. Por isso lhes disse o Senhor: “- Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor" (Mateus 25,23).
Sem humildade não há Sabedoria e tampouco bondade. Por isso, os humildes são os escolhidos, pois são os verdadeiros sábios. E todos podem ser sábios, porque o germe da Sabedoria encontra-se em todos os indivíduos, aguardando o seu florescimento, a sua prontidão. E “quando o discípulo está pronto, o mestre aparece!”.
Pelas mãos de Chico Xavier, Emmanuel nos anima, pelo chamamento da fé viva que nos traz à Sabedoria, a guardar a certeza de que,
 JÁ SOMOS OS ESCOLHIDOS:
− para a regeneração de nós mesmos;
− para o cultivo sistemático e intensivo do bem;
− para o esquecimento de todas as faltas do próximo, de modo a recapitular com rigor as nossas próprias imperfeições redimindo-as;
− para o perdão incondicional, em todas as circunstâncias da vida;
− para a atividade infatigável na confraternização verdadeira;
− para ensinar aos mais ignorantes que nós mesmos;
− para suportar o sacrifício, no amparo aos que sofrem ainda sem a força da fé renovadora que já nos robustece o espírito;
− para servir, além de nossas próprias obrigações, sem direito à recompensa;
− para compreender os nossos irmãos de jornada evolutiva, sem exigir que nos entendam;

− para apagar as fogueiras do ódio e da incompreensão, ao preço de nossa própria renúncia.

sábado, 2 de setembro de 2017

A “SOLUCIONÁTICA”

“O Conhecimento ajuda a ganhar a vida; a Sabedoria a constrói”.





O “futebolês” é um vocabulário conhecido no mundo esportivo. Tem palavras e frases com significados totalmente diferentes do convencional, tais como: “nó tático”; “chocolate”; “pereba”; “caneta”; “chapéu”; “elástico”... E dentre os atores do futebol há uma porção de frases de efeito, algumas famosas, que às vezes têm um fundo de verdade. Assim é a frase “Quem reclama não joga” de Telê Santana – citada até em palestras!
Dadá Maravilha (Dario José dos Santos), ex-jogador da seleção brasileira e um dos cinco maiores artilheiros do nosso futebol com 926 gols, diz que “A palavra tem poder”. Quando entrevistado sobre as dificuldades de um clássico, alegremente dizia: “Isso é mamão com açúcar!”. E sobre os gols que fazia: “Não existe gol feio. Feio é não fazer gol!”.  
Ele levitava num cabeceio, e zombeteava disso perguntando: “Me diz três coisas que param no ar? E ele mesmo respondia: beija-flor, helicóptero e Dadá Maravilha!”.
Dadá Maravilha incorporou o lado positivo em tudo que fez, sendo considerado pelo mundo jornalístico como “o homem que driblou a vida”. É sua a célebre frase poética: “Não me venha com a problemática que eu tenho a solucionática”.
Há no mundo aqueles que são sábios naquilo que fazem, por serem simples e humildes. Dadá Maravilha foi um deles enquanto boleiro. Agia só com a prática do saber que tinha e impressionava.  Dava “solucionática” pra tudo! Pois tinha e tem a Sabedoria que faz a diferença. Que vai além do Conhecimento.
Conhecimento é a somatória de informações que recebemos. É cultura, saber, estudos que se faz. Nem sempre dá a “solucionática”. É a Sabedoria que faz isso. Como mostra a história a seguir.
Dois discípulos procuram um Mestre pra saber a diferença entre Conhecimento e Sabedoria. O Mestre disse-lhes:
− Amanhã, bem cedo, coloquem dentro dos sapatos 20 grãos de feijão, 10 em cada pé. E assim subam, em seguida, o monte que se encontra junto a esta aldeia, até o seu ponto mais elevado.
No dia seguinte, os jovens discípulos começaram a subir o monte. Lá pela metade, um deles estava padecendo de grande sofrimento: seus pés estavam doloridos e ele reclamava muito; enquanto o outro subia naturalmente.
Chegaram ao topo. Um estava com o semblante marcado pela dor, o outro, sorridente. Então, o que mais sofrera durante a subida perguntou ao colega:
− Como você conseguiu realizar a tarefa do Mestre com alegria, enquanto para mim foi uma verdadeira tortura?
O companheiro respondeu:
− Meu caro colega, ontem à noite eu cozinhei os vinte grãos de feijão!
A “Solucionática” dos feijões cozidos foi uma forma de utilização do Conhecimento que ele tinha. E isso é Sabedoria! Pois “Conhecimento é o que você tem, Sabedoria é quem você se torna com o que tem”. 
O Conhecimento é indispensável para o crescimento intelectual do ser humano. Mas deve ser utilizado na vida com Sabedoria. Pois somente a Sabedoria vai direcionar os passos de uma pessoa para os valores nobres da existência.
O Conhecimento em si, sem uma bagagem de atitudes não vale nada. Pois há pessoas dotadas de grande Conhecimento, porém sem uma gota de Sabedoria. Usam muitas vezes o Conhecimento para o Mal. Enquanto a Sabedoria é totalmente do Bem, senão ela perde a essência divina, de virtudes, valores, de ética e moral.
A “Solucionática” é própria do sábio, que constrói a vida, porque pensa positivamente, que está voltado para o futuro e faz tudo com muito amor. 
Os homens de grande Conhecimento têm um alto conceito de si mesmos. Consideram-se superiores a tudo. São movidos pelo orgulho.
Os homens sábios, ao contrário, são humildes, simples, acreditam no Bem, têm atitudes nobres, são pacíficos e em tudo buscam servir a Deus. São os Bem-aventurados do Sermão da Montanha; os abençoados pelo Cristo.

Os homens sábios sabem que as palavras têm poder. Por isso, são prudentes. Têm a sabedoria nos lábios. Pois, “Os lábios da sabedoria só se abrem aos ouvidos do entendimento”.