“O
Conhecimento ajuda a ganhar a vida; a Sabedoria a constrói”.
O “futebolês” é um vocabulário
conhecido no mundo esportivo. Tem palavras e frases com significados totalmente
diferentes do convencional, tais como: “nó
tático”; “chocolate”; “pereba”; “caneta”; “chapéu”; “elástico”... E dentre os atores do futebol há
uma porção de frases de efeito, algumas famosas, que às vezes têm um fundo de
verdade. Assim é a frase “Quem reclama
não joga” de Telê Santana – citada até em palestras!
Dadá Maravilha (Dario José dos Santos), ex-jogador da
seleção brasileira e um dos cinco maiores artilheiros do nosso futebol com 926
gols, diz que “A palavra tem poder”. Quando
entrevistado sobre as dificuldades de um clássico, alegremente dizia: “Isso é mamão com açúcar!”. E sobre os gols
que fazia: “Não existe gol feio. Feio é
não fazer gol!”.
Ele levitava num cabeceio, e zombeteava disso perguntando:
“Me diz três coisas que param no ar? E
ele mesmo respondia: beija-flor,
helicóptero e Dadá Maravilha!”.
Dadá Maravilha incorporou o lado positivo em tudo que
fez, sendo considerado pelo mundo jornalístico como “o homem que driblou a vida”. É sua a célebre frase poética: “Não
me venha com a problemática que eu tenho a solucionática”.
Há no mundo aqueles que são sábios naquilo que fazem,
por serem simples e humildes. Dadá Maravilha foi um deles enquanto boleiro.
Agia só com a prática do saber que tinha e impressionava. Dava “solucionática”
pra tudo! Pois tinha e tem a Sabedoria que faz a diferença. Que vai além do
Conhecimento.
Conhecimento é a somatória de informações que
recebemos. É cultura, saber, estudos que se faz. Nem sempre dá a “solucionática”. É a Sabedoria que faz
isso. Como mostra a história a seguir.
Dois discípulos procuram um Mestre pra saber a
diferença entre Conhecimento e Sabedoria. O Mestre disse-lhes:
− Amanhã, bem cedo, coloquem dentro dos sapatos 20
grãos de feijão, 10 em cada pé. E assim subam, em seguida, o monte que se
encontra junto a esta aldeia, até o seu ponto mais elevado.
No dia seguinte, os jovens discípulos começaram a
subir o monte. Lá pela metade, um deles estava padecendo de grande sofrimento:
seus pés estavam doloridos e ele reclamava muito; enquanto o outro subia
naturalmente.
Chegaram ao topo. Um estava com o semblante marcado
pela dor, o outro, sorridente. Então, o que mais sofrera durante a subida
perguntou ao colega:
− Como você conseguiu realizar a tarefa do Mestre com
alegria, enquanto para mim foi uma verdadeira tortura?
O companheiro respondeu:
− Meu caro colega, ontem à noite eu cozinhei os vinte
grãos de feijão!
A “Solucionática”
dos feijões cozidos foi uma forma de utilização do Conhecimento que ele tinha. E
isso é Sabedoria! Pois “Conhecimento é o que você tem, Sabedoria é
quem você se torna com o que tem”.
O Conhecimento é indispensável para o crescimento
intelectual do ser humano. Mas deve ser utilizado na vida com Sabedoria. Pois
somente a Sabedoria vai direcionar os passos de uma pessoa para os valores
nobres da existência.
O Conhecimento em si, sem uma bagagem de atitudes não
vale nada. Pois há pessoas dotadas de grande Conhecimento, porém sem uma gota
de Sabedoria. Usam muitas vezes o Conhecimento para o Mal. Enquanto a Sabedoria
é totalmente do Bem, senão ela perde a essência divina, de virtudes, valores,
de ética e moral.
A “Solucionática”
é própria do sábio, que constrói a vida, porque pensa positivamente, que está
voltado para o futuro e faz tudo com muito amor.
Os homens de grande Conhecimento têm um alto conceito
de si mesmos. Consideram-se superiores a tudo. São movidos pelo orgulho.
Os homens sábios, ao contrário, são humildes, simples,
acreditam no Bem, têm atitudes nobres, são pacíficos e em tudo buscam servir a
Deus. São os Bem-aventurados do Sermão da Montanha; os abençoados pelo Cristo.
Os homens sábios sabem que as palavras têm poder. Por
isso, são prudentes. Têm a sabedoria nos lábios. Pois, “Os lábios da sabedoria só se
abrem aos ouvidos do entendimento”.
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