Aquecendo a Vida

Aquecendo  a Vida

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terça-feira, 22 de dezembro de 2015

O MILAGRE DO AMOR

“Milagre de amor não tem explicação, não necessita” (Jorge Amado).



Esta é uma história real que o Womans Day Magazine chamou de “O milagre da canção de um irmão”. E os médicos chamaram simplesmente de “milagre”. Faz parte de uma palestra de Divaldo Pereira Franco no 4º Congresso Espírita Mundial em Paris, França (Bicentenário de Nascimento de Allan Kardec). Eis a adaptação que fizemos neste momento em que a humanidade parece estar tão carente de amor.  
Como vêm – conta Karen – pertencemos a uma família abastada dos EUA. E meu filho é o primogênito. Por cinco anos ele foi o rei da nossa casa. Cinco anos após, eu fiquei grávida, e ao dar-me conta, fiquei preocupada, porquanto o filho quando vem com este espaço distante do outro, geralmente gera ciúme no primogênito. Fiz de tudo então para prepará-lo para a chegada do bebê.
No quarto mês, quando fiz a ultra-sonografia e soube que era uma menina, cheguei fascinada em minha casa, chamei Mark e disse-lhe:
− Meu filho, eu vou lhe dar de presente uma irmãzinha.
− Uma irmãzinha, mamãe? E onde ela está?
Peguei-lhe a mão e coloquei aqui na minha barriga.
− Mamãe! Aí dentro tem uma menina? Eu poderia cantar para ela?
Com meu consentimento, ele fechou os olhos, colocou a mão, e disse:
− Você é o meu sol. Eu sou um botão de rosa. Venha depressa me aquecer para eu desabrochar.
No oitavo mês fui levada de emergência para uma cesariana. E, quando despertei, o meu obstetra disse:
– Senhora, a menina vai morrer. Ela teve anóxia cerebral. Está com um problema de impulsos elétricos no coração e os pulmões não amadureceram suficientemente. Ela está na UTI neonatal do Hospital Saint Mary.
Ainda chocada fui vê-la. Respirava com dificuldade pelo pulmotor. Os visores denotavam uma vida quase artificial. Saí dali esmorecida. Em casa contei tudo ao Mark. Ele chorou e disse:
− Mamãe, leve-me para ver o meu sol.
− Filho, criança não entra na UTI.
− Eu não sei o que é, mas eu quero ver o meu sol.
Vesti-o com uma roupa mais folgada para dar a impressão que ele tinha quase seis anos ou mais. Quando chegamos à UTI e ouvimos a Assistente Social dizer que criança não podia entrar, ele põe a mão nos quadris:
− E por que não? Eu venho ver o meu sol!
– Olha menino, eu não estou vendo nada – disse a moça – e saiu.
Adentramos. Ele ficou ao lado do berço.
− Mamãe! Ela é uma boneca! Eu posso cantar pra ela?
Consenti. Ele introduziu a mão até o coraçãozinho com eletrodos, fechou os olhos e começou a cantar bem baixinho:
− Você é o meu sol. Eu sou um botão de rosa. Venha depressa me aquecer para eu desabrochar. Você é meu sol, o meu único sol. Você me deixa feliz mesmo quando o céu está escuro...
Ela tremeu. Com esforço inaudito, pareceu mover-se. A enfermeira assustada julgou ser convulsão. Fiquei estática e Mark cantava mais ainda:
Você é o meu sol. Você não sabe querida, quanto eu te amo. Por favor, não leve o meu sol embora... Você é o meu sol...
Ela moveu-se de novo e a enfermeira disse:
− O coração está batendo regularmente. Vou buscar o médico.
Eu insistia para que Mark continuasse cantando. Quando o médico olhou... Um milagre! Os ciclos cerebrais, os batimentos cardíacos...
− O que se passa? Ela está dormindo! Não desligaremos os aparelhos.
Saí com meu filho e voltamos no dia seguinte. E Mark cantou uma hora, duas... Cantou um dia, dois, três... Cantou cinqüenta e oito dias, quando minha filha teve alta e trouxemo-la para casa. Então, eu lhe dei o nome de SUNSHINE em homenagem ao sol.

Minha filha ouviu meu filho chamando-a porque conheceu a voz que cantava para ela. Aí está o milagre do amor de Deus

sábado, 12 de dezembro de 2015

ANJOS DE FOGO

“Pior do que você querer fazer e não poder é você poder fazer e não querer”.
(Levi Dias de Santana - Bombeiro)



Estamos próximo do Natal. As casas se enfeitam, muita gente vai às compras se preparando para a comemoração da festa mais importante da humanidade.
O espírito natalino é de confraternização, de solidariedade, de servir o próximo e a comunidade...
Em homenagem às pessoas engajadas no desejo de servir a comunidade, a história que vocês irão ler, a seguir, foi publicada na “Revista Bombeiros em Emergência nº 19-SP”, em comemoração ao Dia do Bombeiro (02 de julho).
A mãe parou ao lado do leito de seu filhinho de seis anos, que estava doente de leucemia. Como qualquer outra mãe, ela gostaria que ele crescesse e realizasse seus sonhos. Agora isso não seria possível, por causa de uma leucemia terminal. Junto dele, tomou-lhe a mão e perguntou:
- Filho, você já pensou o que gostaria de ser quando crescesse?
- Eu sempre quis ser um Bombeiro!
- Vamos ver o que podemos fazer - disse a mãe, sorrindo.
Mais tarde, naquele mesmo dia, ela foi ao Corpo de Bombeiros local e contou ao chefe dos Bombeiros a situação de seu filho e perguntou se seria possível ao garoto dar uma volta no quarteirão no carro dos Bombeiros.
Disse o chefe dos Bombeiros:
- NÓS PODEMOS FAZER MAIS QUE ISSO! Se você estiver com seu filho pronto às sete horas da manhã, daqui a uma semana, nós o faremos um Bombeiro honorário, por todo o dia. Ele poderá vir para o quartel, comer conosco e sair para atender às chamadas de emergência. E vamos fazer um uniforme completo pra ele: chapéu com o emblema de nosso batalhão, casaco amarelo igual ao que vestimos e botas também.
Uma semana depois, o Bombeiro-chefe pegou o garoto, vestiu-lhe o uniforme de Bombeiro e o escoltou do hospital até o caminhão de bombeiros. O menino ficou sentado na parte de trás do caminhão, e foi até o quartel central. Parecia-lhe estar no céu...
Ocorreram três chamadas naquele dia na cidade e o garoto acompanhou todas as três. Ele foi, em cada chamada, em veículos diferentes: no auto tanque, na Van dos paramédicos e até no carro especial do chefe dos Bombeiros.
Todo amor e atenção dispensados ao menino acabaram comovendo-o tão profundamente, que ele viveu três meses a mais que o previsto.
Uma noite, todas as suas funções vitais começaram a cair dramaticamente e a mãe decidiu chamar toda a família.
Então, ela lembrou a emoção que o garoto tinha passado como um Bombeiro, e pediu à enfermeira que ligasse para o chefe da corporação e perguntasse se seria possível enviar um Bombeiro para o hospital, naquele momento trágico, para ficar com o menino.
- NÓS PODEMOS FAZER MAIS QUE ISSO! - Respondeu o chefe dos Bombeiros. - Nós estaremos aí em cinco minutos. Mas faça-me um favor: Quando você ouvir e vir as luzes de nossos carros, avise no sistema de som que não se trata de um incêndio; apenas o corpo de Bombeiros vindo visitar, mais uma vez, um de seus mais distintos integrantes. E também poderia abrir a janela do quarto dele? Obrigado!
Cinco minutos depois, as viaturas chegaram ao hospital. Estenderam a escada até o andar onde o garoto estava e dezesseis Bombeiros subiram. Com a permissão da mãe, eles o abraçaram, seguraram, e disseram que o amavam.
Com a voz fraquinha, o menino olhou para o chefe e perguntou:
- Chefe, sou mesmo um Bombeiro?
- Sim, você é um dos melhores.
Com estas palavras, o menino sorriu e fechou seus olhos para sempre.
Depois da leitura desta história verídica, só nos resta indagar se diante do pedido dos pais, irmãos, filhos, parentes e amigos, temos respondido “EU POSSO FAZER MAIS QUE ISSO!”.
Já li algures, que “A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos”. Por isso, reflita se sua vida tem sido em serviço ao próximo e tome uma decisão hoje mesmo de praticar a caridade.

Neste Natal tenha em mente a importância de se fazer algo mais.

sábado, 5 de dezembro de 2015

PROBLEMAS E CRISE

Os flagelos destruidores aceleram o progresso social.



Um pássaro vivia resignado, em uma árvore apodrecida, no meio do pântano. Havia se acostumado a estar ali, comia larvas da lama e estava sempre sujo. Suas asas estavam inutilizadas pela sujeira.
Certo dia um vendaval derrubou sua morada. A árvore foi tragada pelo pântano e ele achou que ia morrer. Para salvar-se começou a agitar suas asas com força, tentando voar. Era muito difícil, pois havia esquecido como voar. Mas enfrentou a dor, conseguiu alçar voo e cruzou o amplo céu... Chegando, finalmente, a um bosque fértil e formoso!
Os problemas são como um vendaval que destrói sua vida e o obrigam a “levantar voo ou morrer”.
Vivemos a era da globalização, de avanços tecnológicos sem precedentes, mas também a era de crise financeira, escândalos de corrupção, ameaças de terrorismo, rumores de guerras, calamidades, tremores de terra, tragédias ambientais, desastres aéreos, terrestres, marítimos, de muita violência, além do aumento da inflação, derrubando o dólar e gerando desemprego em toda parte...
Segundo os esotéricos, isto são Sinais dos Tempos. Mas não é o fim, é o final somente de um era de dificuldades e sofrimentos, pois a bonança se aproxima com uma Nova Era de progresso e transformação. Vivemos apenas o momento da separação do joio do trigo, previstas no texto sagrado. Onde os mansos herdarão a terra e os maus levados para um lugar onde haverá choro e ranger de dentes!
Diz a Gênese espírita, “É notável que todas as grandes calamidades que hoje dizimam as populações, são sempre seguidas de uma era de progresso na ordem física, intelectual e moral, e, por conseguinte, no estado social dos que vivem naquele determinado povo onde se realizam. É que tiveram por finalidade operar um remanejamento na população espiritual, que é a população normal e ativa do globo”.
A humanidade tem que reagir positivamente para superar tudo isso. É preciso enxergar uma luz no fim do túnel pra não chegar ao fundo do poço!
O mundo está em crise. Mas temos que vê-la como necessária para as transformações do mundo. Einstein já pensava assim: “A crise é a melhor bênção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos”.
Todavia, muito antes de Einstein, Jesus já falava sobre a necessidade disso, quando anunciava a Boa Nova do reino de Deus: “Ai do mundo por causa dos escândalos; pois é necessário que venham escândalos; mas ai do homem por quem o escândalo venha”.
Escândalo é mau exemplo, princípios falsos e abuso do poder. Contudo, ele deve ser sempre considerado do lado positivo, como um estímulo para que o ser humano combata em si mesmo o orgulho, o egoísmo e a vaidade.
E sobre a crise política é bom lembrarmos que Jesus nos garante que a verdade não pode ficar oculta para sempre: “Porque nada há secreto que não haja de ser descoberto, nem nada oculto que não haja de ser conhecido e de aparecer publicamente” (Lucas 8, 17). 
Não importam os problemas, é hora de dizer BASTA e melhorar, sacudir a lama e voar ALTO, como fez o pássaro.
Enfrentemos o medo de viver. Vamos sair do comodismo e começar a voar, pois Jesus está no comando deste planeta e mostrará qual caminho a gente deve tomar para aportar no bosque do nosso merecimento.
Diante dos problemas, tenha fé em Deus, pois não há dúvida que Ele existe. E Deus na sua essência é infinitamente justo e bom. Ele não pode, pois, querer senão o nosso bem, e por isso, o essencial é termos confiança Nele. Quanto ao mais, procuremos ser dignos de compreendê-Lo. Pois, segundo a I Epistola de João (4,13), “Estamos Nele e Ele em nós”.
É pelo trabalho inteligente que cada ser humano, em sua própria vantagem, opera sobre o mundo em que vive, elaborando a obra de sua individualidade.  E ao fazer isso auxilia a transformação e o progresso material do planeta. Somos cocriadores! Pois progredindo, nós auxiliamos a obra do Criador de quem somos um agente inconsciente.

"Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado" (Jesus / Mt 6,34).

sábado, 28 de novembro de 2015

A ABÓBODA PROTETORA

“Onde houver dois ou mais reunidos em meu nome, aí estarei” (Jesus / Mt 18,20).
        


Samir e Omar, descendentes de imigrantes turcos, eram prósperos comerciantes. Samir havia mudado o endereço de seu comercio há alguns meses e estava com algumas dificuldades. Encontrando o “patrício”, desabafou:
− Sabe Omar, meus negócios foram pra trás. Está num ponto mais central e caiu a freguesia. Não sei mais o que faço!
− Eu acho que você escolheu um ponto-morto, Samir, por isso que a loja não vai pra frente.
− Ponto-morto?
− É isso mesmo, Samir, tem comércio em ponto-morto, sem freguesia. As pessoas evitam esse local! Parece que a marcha das vendas não engrena!
− Isso tem explicação?
− Um amigo Maçom me falou que é por causa da Egrégora do local.
− Egrégora? O que é isso?
− Disse-me ele que é uma rede de energia de pensamentos, como uma teia de aranha, que forma a abóboda do lugar.
− Então ponto-morto é lugar de egrégora ruim? Por quê?
− Dizem que são lugares onde viveu pessoas maldosas, cheias de ódio, raiva, vingativas, às vezes suicidas...
− E como a gente faz pra mudar isso?
− O melhor é você se mudar de lá, mas me falaram de um vidente que sabe dessas coisas! (e sussurrou no ouvido do amigo o nome do “Bruxo”).
No outro dia Samir localizou o endereço do “Bruxo” e pra lá se dirigiu.
Foi muito bem recebido, contou o seu problema e ouviu uma explicação.
O vidente, homem culto, falou sobre o significado da Egrégora. Palavra de origem grega “Egregorien”, que significa “velar”, “cuidar”, sendo o resultado de uma força energética elaborada a partir da conjugação de energias de duas ou mais pessoas. Disse ser a atmosfera coletiva plasmada espiritualmente num certo ambiente, decorrente da soma de pensamentos das pessoas; atmosfera psíquica como se fosse uma “abóboda protetora”; como um “ser vivo”, um “filho coletivo” produzido pela interação de diferentes pessoas do lugar.
− E no meu caso, isso atrapalha?
− Senhor Samir, diz um preceito que “o que vai volta”. E isso, longe de ser um dogma é uma consequência dos fatos, que você mesmo pode observar. Lá tem uma “consciência energética”. Tudo, que atinge essa consciência recebe um “coice” do vórtice dessa energia e volta.
− Coice?
− Um impacto energético.
− E quanto custa pra tirar isso de lá?
− Oh “seu” Omar! Não cobro nada por “trabalho espiritual”. E nesse caso é o senhor mesmo que pode resolver isso!
− Mas como?
− Criando lá uma Egrégora do Bem, da Virtude, do Amor. Uma entidade coletiva luminosa a qual se agregam outras consciências extrafísicas alinhadas com aquela sintonia espiritual. A Egrégora do Bem vai ser a verdadeira ABÓBODA PROTETORA desse lugar.
− E como eu começo a fazer isso?
− O Evangelho no Lar e no trabalho, diariamente, é o primeiro passo para se formar uma Egrégora do Bem. Depois, é preciso “orar e vigiar” como nos ensinou o Mestre. Orar para produzir boas energias e vigiar para não cair em tentações de maus pensamentos.
− A gente tem então que aprender a bloquear estes maus pensamentos?
− Sim. E mais uma coisa: saiba que as palavras têm poder. Por isso evite palavras negativas. Lembre-se, que quando o Amor se manifesta, desaparece qualquer força negativa e só fica o que interessa – a LUZ.
− Se bem entendi, essa Egrégora é produzida por gente feliz, descomplicada, saudável, de bom caráter, boa índole.
− Mas também por gente com fibra, dinamismo e capacidade de realização, sem vícios nem mentiras, sem preguiça...
− Aprendi muito vindo aqui. Agora sei que o dia em que os homens despertarem para isso, com certeza, este mundo será melhor de viver!
− Obrigado Samir! Mas lembre-se: no caso da sua loja vai demorar um pouco, pois primeiro você tem que eliminar as energias negativas de lá para depois criar a abóboda protetora.

Seu Omar saiu resmungando: “Chega de Ponto-morto!”. Estava decidido não só mudar a Loja de endereço como também a sua maneira de viver. 

sábado, 21 de novembro de 2015

EGRÉGORA

“Cada pensamento tem forma e peso específico gerando ondas mentais densas...”.
(Irmão Virgílio / Antonio Demarchi – no livro “A Nova Jerusalém”)
        


Início de 1969. Com casamento marcado eu procurava em Catas Altas, na Ribeira, uma casa pra alugar. E a única que encontrei, na beira do rio, era um casarão com fama de mal-assombrado. Mas, diante do preço barato e da necessidade premente, topei a parada.
Depois, recém-casados, pintamos o casarão e arrumamos o jardim. Um paraíso o local! Mas, não conseguíamos dormir de tanto barulho. Descartada a hipótese de assalto, achamos que era assombração! Então, o melhor era rezar.
Uma noite, evangelho aberto em Mateus (“Pedi e se vos dará. Buscai e achareis...”), de mãos dadas, com fé e muito medo, pedíamos em oração para desvendar aquele mistério, quando, de repente, senti pingar em minha testa algo estranho. Um líquido escorreu pelo meu rosto e então gritei:
− Eureca! Achei! Querida, descobri o que é essa assombração!
− Mas, como?
− Você já viu fantasma fazer xixi na gente! Pois esse fez bem aqui na minha testa. Veja! Sinta o cheiro!
Naquela noite, com lanterna em punho, subi no sótão da casa e descobri uns gambás que nos perturbava. Afugentei os animais, porém não conseguimos melhorar a aura do casarão, que continuava pesada, deprimente e foi, por isso, que logo mudamos de lá.
Hoje, lembrando essa passagem engraçada ocorrida há muito tempo, sei o porquê de ter aquele local energia tão negativa! Ali foi palco de lutas por terras. Então sei que era por causa das formas-pensamento da Egrégora da casa.
A Egrégora é formada por concentrações de ondas mentais de densas energias, que circulam em sintonia com pensamentos d’uma mesma faixa vibratória. Trocando em miúdos, Egrégora é a soma de energias emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, que se reúnem para um fim.
Quando várias pessoas têm um mesmo objetivo, suas energias se “arranjam” numa Egrégora. Como num hospital, que carrega consigo uma “Egrégora de Cura”.
Todo agrupamento humano possui Egrégora própria: empresas, clubes, religiões, famílias, partidos, etc.
Suponhamos uma moça solteira que deseja encontrar seu par ideal. A partir do momento que ela conseguir “idealizar” essa pessoa, encontrá-la será mais fácil. Seus pensamentos criarão em torno dela uma “Egrégora de Amor”. Da mesma forma que uma pessoa acreditando, busca se enriquecer, cria em seu entorno uma “Egrégora de Prosperidade”.
Dessa forma, um Templo tem “Egrégora de Paz, de Fé, de Luz” e uma Biblioteca tem “Egrégora de Saber”...
Uma casa que foi palco de cenas de crime tem uma “Egrégora de Dor, de Sofrimento”. A tendência dessa casa é atrair violência! Pois, pessoas presas aos seus problemas, só atrairão formas-pensamento semelhantes.
É por isso que muitos lugares semelhantes a nossa Gruta da Barreira são tidos como “Sagrados”. As crenças alimentam a Egrégora desse local que adquire características de um santuário!
Da mesma forma, times de futebol têm mais facilidade pra vencer em “casa” do que no campo do adversário por causa da Egrégora da torcida.
A Egrégora toma a forma de um ser vivo, com força e vontade própria, geradas a partir dos seus criadores. Assim, confere poder até a um amuleto. Você acredita nele e ele lhe dá uma proteção (“Egrégora de Defesa”).
Enfim, Egrégora é como um filho coletivo, produzido pela interação das diferentes formas-pensamento envolvidas. Precisamos conhecer o fenômeno de sua existência para tornarmo-nos senhores dessas forças colossais.
Se você é o líder de uma empresa, terá uma arma poderosa para corrigir o curso de uma Egrégora. Poderá afastar os indivíduos de idéias negativas e os mais resistentes às mudanças. É uma solução às vezes imprescindível!

Se, entretanto, você não é o líder, o mais aconselhável é afastar-se do grupo, pois como diz um dito popular: os incomodados que se mudem!

domingo, 15 de novembro de 2015

FONTE DE ÁGUA VIVA

“Do seu interior manarão rios de água viva” (João 7,38)





Jesus, fatigado pela viagem, sentou-se a beira de um poço e veio uma mulher da Samaria tirar água. Pediu-lhe Jesus:
− Dá-me de beber.
− Sendo tu judeu, como pedes de beber a mim, que sou samaritana!...
− Se conhecesses o dom de Deus – disse-lhe Jesus –, e quem é que te diz “dá-me de beber” certamente tu mesma lhe pedirias e ele te daria uma água viva.
A mulher replicou:
− Senhor, não tem com que tirá-la, e o poço é fundo... Donde tens, pois, essa água viva? És, por ventura, maior do que nosso pai Jacó, que nos deu este poço?
Respondeu-lhe Jesus:
− Todo aquele que beber desta água, tornará a ter sede, mas o que beber da água que eu lhe der, jamais terá sede. Pois a água que eu lhe der virá a ser nele fonte de água que jorrará até a vida eterna.
− Senhor – suplicou-lhe então a mulher –, dá-me dessa água, para eu não ter mais sede nem vir aqui tirá-la.
Resumindo esta passagem do evangelho de João (cap. 04), lembrei-me da “mensagem da água” – nome da pesquisa feita por Massaro Emoto, na qual ele submeteu moléculas de água a diferentes sentimentos humanos, pensamentos e até músicas.
Este cientista japonês fotografou os cristais de água e a verdade é que cada um apresentava formas diferentes, conforme os pensamentos associados.
Com base nessa pesquisa, o professor de ciências informa aos alunos que, a seguir, apresentará na sala de aula, a série de experiências realizadas por Emoto, mostrando como os efeitos de determinados sons e outros agentes alteram a estrutura molecular da água.
- Emoto - disse o professor - colocou água entre dois alto-falantes que emitiam o som de uma Oração. Depois de algum tempo, congelou a água e fotografou os cristais que se formaram. Veja a figura, o que se parece?
- Parece uma joia! - Gritaram.
- Vejam agora a mesma molécula antes do som da Oração.
- Sem comentários - disseram. - A figura parece um bicho horrível!
O professor apresenta, a seguir, a molécula de água exposta à energia do som de uma Ária de Bach. E a manifestação foi geral:
- Que bonito!
Vejam então a mesma molécula ao som de um Rock Heavv Metal.
- ? (um túnel escuro!).
- Prestem atenção, alunos! A imagem que eu acho mais interessante na pesquisa de Emoto é a molécula de água exposta ao som de um “Obrigado”. Vejam, que beleza de imagem! Isso mostra que vale a pena sermos agradecidos!!! (a fotografia mostrava uma linda jóia de brilhantes com uma pérola no meio).
Aproveitando o deslumbramento dos alunos, o professor continuou a aula mostrando, em seguida, as fotos: da molécula de água exposta ao som de “uma ameaça de morte”; e outra com a molécula de água exposta ao som da voz de Adolph Hitler (as duas pareciam lugares horríveis cheios de bichos: aranha, escorpião, moscas, besouros, cobras, sapos, insetos...).
- Que imagens feias e ruins, professor! O inferno deve ser assim!
Mais imagens são apresentadas:
- Que coisa mais linda é a molécula de água na nascente de um rio! - Parece uma joia de brilhantes! - Exclamaram.
Mas, quando foi apresentada a molécula de água de um rio contaminado, eis um dos comentários:
É a cara de um dragão!
O professor encerrou a aula afirmando que podemos escolher: qual molécula nós queremos: a molécula de amor ou a molécula de destruição?
Afinal, o importante é recordar que a constituição de nosso corpo, assim como do planeta Terra, é 70% de água!
Isso dá muito que pensar! Imaginem a energia dessas maravilhosas joias revestindo nosso sangue... Finalmente, se isto acontece fora de nosso corpo, ocorrerá dentro dele também, cada vez que agirmos com amor e retidão.
O ser humano – ao beber e ruminar os ensinamentos de Jesus – torna-se fonte de água viva, para agir com amor, verdade, retidão, paz e não violência...

Todos agindo assim conseguem reestruturar suas vidas e, em consequência, o mundo estará a salvo!

sábado, 7 de novembro de 2015

O PODER DAS PALAVRAS

“As palavras têm o poder de tocar as pessoas”



Um ancião pobre e cego, pedia esmolas em frente de uma escadaria de uma movimentada rua. Permanecia ali sentado em papelões, com uma lata vazia à frente, para as doações dos transeuntes, e um cartaz, que em letras garrafais dizia: SOU CEGO. POR FAVOR, AJUDE.
Muitas pessoas passaram por ali, algumas até se afastando dele preconceituosamente. Apenas algumas pessoas faziam doações, jogando moedas no papelão em que ele se sentava, as quais o velho cego recolhia agradecendo a todos pelas dádivas.
Assim era a rotina daquele pobre cego até que se aproximou uma jovem publicitária. Depois de passar pelo cego, ela ainda caminhando viu de soslaio o cartaz pedindo ajuda... Teve uma ideia e retornou. Agachou-se, pegou o cartaz de papelão e no verso reescreveu a frase.
Enquanto escrevia, o cego passou a mão nos sapatos dela, percebendo o bico fino e o salto alto deles.
Ela colocou o cartaz com os novos dizeres no mesmo local onde estava e se foi. A partir desse momento as doações aumentaram. E nesse dia ele recebeu muito mais do que poderia imaginar, enchendo várias vezes a caneca!
À tarde, a jovem publicitária retornou. E o cego a reconheceu imediatamente pelo andar assim como pelos sapatos e perguntou:
− O que você escreveu?
− Escrevi a mesma coisa – respondeu ela –, mas com palavras diferentes.
E sussurrou a ele o que escrevera no cartaz: “É UM LINDO DIA, E EU NÃO POSSO VÊ-LO”.
É possível então melhorar resultados expressando a mesma ideia de diferentes maneiras. Pois, recebemos respostas do universo condizentes com nossa crença.
Já pensou em como suas palavras ou o seu pensamento podem influenciar fisicamente o ambiente ao seu redor?
Há uma experiência, do pesquisador e cientista japonês, Masaru Emoto, feita com arroz cozido, que não deixa dúvidas sobre o poder da mente humana.
Emoto colocou três porções de arroz cozido em frascos de vidro separados. Em um deles, o cientista escreveu “OBRIGADO, EU TE AMO!”, em outro “EU TE ODEIO, SEU IDIOTA!”, e o terceiro foi totalmente ignorado.
Durante 30 dias ele pediu aos alunos que gritassem pra cada um dos frascos o que estava escrito neles. No final desse tempo, o arroz do frasco com o pensamento positivo tinha começado a fermentar, soltando um aroma agradável; o segundo estava praticamente todo preto; e o frasco ignorado ficou embolorado.
Por que essa experiência dá certo?
Porque tudo é energia. Nosso pensamento é uma onda de energia. A matéria também é energia em outro estado, em velocidade diferente, numa outra dinâmica. Mas não foge da energia que a gente sente dentro da gente.
Já viram uma lâmpada emitir calor sem esquentar? A fonte que emitiu essa energia fica igual o que a energia é. Da mesma forma o vidro de arroz reflete a energia do pensamento que o “esquenta”.
Essa experiência responde a muitas perguntas, tais como: Por que devemos abençoar os alimentos antes das refeições? Por que se deve pedir a benção aos pais? Por que a fé cura e remove montanhas de problemas? Por que o perdão é necessário? Por que não se deve reclamar da vida? Por que a motivação é necessária para o sucesso? Por que a prece sincera dá resultado?...
Você fala aquilo que você pensa. E se você atrai aquilo que pensa você se torna aquilo que você fala.
Portanto, nada de dizer “palavrão”, reclamar, falar mal das pessoas, porque as palavras têm energia. E a energia é a fonte de toda a criação.
"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus". (João 1,1).
Boas palavras de sucesso visualizadas em propagandas, copos, xícaras, adesivos, faixas, camisetas, etc., não foram feitas à toa, mas pra gente usar e melhorar o mundo em que vivemos.
“O bem e o mal estão diante do homem; o que ele escolher, isso lhe será dado”. (Eclesiástico 15,18).
"Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto". (Mt 7,7). "Até agora não pedistes nada em meu nome. Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja perfeita". (João 16,24).

O poder das boas palavras pode mudar o mundo! 

domingo, 1 de novembro de 2015

O EFEITO PIGMALEÃO

“O olhar, a expectativa e a ideia do outro, podem nos modificar”.



Pigmaleão, segundo a mitologia greco-romana, era o rei de Chipre. Escultor famoso, um belo dia criou uma estátua de mulher tão perfeita, que considerava ser o de uma mulher ideal.
Admirando a beleza da estátua todos os dias, acabou se envolvendo de tal maneira com sua criação que acabou se apaixonando pela estátua. Via aquela estátua como uma mulher cheia de vida, verdadeira deusa, passeando pelos jardins do palácio, exibindo toda a sua beleza. E rogou de braços abertos:
− Oh deuses! Dê vida a esta magnífica obra de arte! Pois não sei viver sem seu amor.
A deusa Afrodite se compadeceu do rei e apareceu dizendo:
− Pigmaleão, os deuses do universo me permitiram dar vida à sua belíssima obra de arte. Que assim se faça!
E apontando sua varinha de condão, disse a palavra mágica que imediatamente transformou a estátua numa linda mulher de carne e osso, com quem o rei se casou e teve uma filha.
Imaginei o diálogo desta lenda para falar sobre O EFEITO PIGMALEÃO, que em psicologia é o nome dado ao seguinte fenômeno: quanto maiores são as expectativas que se têm de uma pessoa, melhor é o seu desempenho.
O Efeito Pigmaleão, também chamado de Efeito Rosenthal ou de Profecia Autorrealizadora, mostra que temos uma tendência natural de corresponder de forma coerente com as expectativas da sociedade.
Os psicólogos americanos Rosenthal e Jacobson (1968) fizeram um estudo sobre essa tendência, demonstrando como as expectativas dos professores afetam o desempenho dos alunos.
Numa escola primária, estudaram alunos de três classes: uma classe média, uma acima e outra abaixo da média.
Após aplicar o Teste de Inteligência, cerca de 20% dos alunos foram apontados como “acelerados”. E os nomes desses alunos foram passados para nove professores no início do ano letivo. Esses alunos deveriam, pois, mostrar um bom progresso intelectual pelos escores obtidos no Teste de Inteligência.
Na verdade, entretanto, os nomes desses alunos “acelerados” foram sorteados aleatoriamente e, portanto, não havia diferença entre os alunos das três classes; a diferença entre os alunos indicados e os demais existia apenas na cabeça dos professores.
Conclusão do estudo: os alunos considerados “acelerados” foram todos aprovados. Portanto, ficou demonstrado quanto ao desempenho intelectual, que os alunos realmente correspondem à expectativa favorável dos professores.
Robert K Merton, denominou essa teoria de Profecia Autorrealizadora, porque quem faz a profecia é, na verdade, quem faz acontecer. E porque as expectativas se realizam também nas demais atividades de nossa vida.
Se uma criança é vista como “marginal” pela sociedade, há uma tendência dela – orientada por este esquema – de se convencer de que ela é isso mesmo “confirmando” assim a profecia do meio em que vive.
A expectativa dos gerentes afeta o desempenho dos empregados. Se o gerente tem expectativas positivas dos empregados, essas tendências serão confirmadas; se, entretanto, espera coisas ruins deles, provavelmente eles corresponderão a essas expectativas.
Se alguém vê o outro como ranzinza, “chato”, não colaborador ou mesmo inimigo, tende a agir como se o outro realmente fosse assim, levando-o a fechar-se para a colaboração e tornar-se parecido com a imagem criada.
O pensamento é uma onda de energia que se irradia por toda a parte. E o universo funciona como um grande espelho. Todo pensamento (ideia) que a gente manda para o universo reflete na gente. Colhemos o que plantamos!
 Seja então um automotivador. Estabeleça metas elevadas para si mesmo e deseje atingi-las que o universo corresponderá à sua expectativa. Pois, uma meta positiva é o ponto de partida de toda realização que vale a pena.
Lembre-se do astrólogo Omar Cardoso, precursor do positivismo, que iniciava os seus programas de rádio, com a frase: “Todos os dias, sob todos os pontos de vista, vou cada vez melhor”.

E obtenha sucesso em tudo que faz. Você nasceu para ser campeão. Afinal, somos cocriadores do universo!  Não está na lei: “Sois deuses”? (Salmos 81,6).

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

O EFEITO BORBOLETA

“O bem e o mal estão diante do homem; o que ele escolher, isso lhe será dado”.
(Eclesiástico 15,18)



O superior do mosteiro deu aos monges a seguinte recomendação:
– Vou partir para uma longa viagem e quero que vocês cuidem do mosteiro com carinho e austeridade. Levem uma vida simples, humilde e sem esquecer o nosso voto de ter apenas o imprescindível ao nosso sustento.
Assim, cada monge tinha apenas uma túnica e um par de sandálias.
Após o superior ter partido, o mosteiro foi atacado por uma praga de ratos vorazes, que roíam furiosamente tudo que encontravam pela frente. Nem as sandálias dos monges escaparam!
– É preciso arranjar uns gatos – disse um dos monges, obtendo imediatamente a aprovação de todos para a sua idéia.
Pra vencer os ratos, os gatos tomavam muito leite. E, assim, uma nova idéia foi aprovada: arrumar uma vaca.
A vaca fornecia leite, mas também precisava comer. Por isso, os monges resolveram formar um pasto. Pra isso adquiriram adubo e ferramentas, construíram um paiol para armazenar as colheitas e um estábulo para os cavalos que conseguiram para puxar os arados e fazer os transportes...
Passaram-se os anos, e quando o superior voltou encontrou no local do mosteiro uma próspera fazenda, com rebanho e muitas plantações. E, ao adentrá-la, reconheceu um dos seus antigos monges e passou a interrogá-lo:
– Mas o que vem a ser isso tudo? O que foi que vocês fizeram do nosso mosteiro? Eu não lhes recomendei que levassem uma vida simples e sem ostentação, tendo apenas o necessário para a sua subsistência?
– Sim, mestre, sim, e era exatamente isso que estávamos fazendo. Mas aí os ratos apareceram...
Nesta história, o caos, provocado pelos ratos, acarretou “por acaso” uma pequena mudança com tantas alterações, que a vida ali nunca mais foi a mesma.
Esta transformação aleatória é explicada pela Teoria do Caos – um estudo da desordem organizada; mostrando que há ordem na desordem.
Esta teoria entrou em voga quando se descobriu que pequenas mudanças ou pequenos erros podem produzir efeitos desproporcionais. Chamou-se a esta descoberta de “Efeito Borboleta”. Isso, porque ela buscava uma resposta à seguinte previsibilidade: pode o bater de asas de uma borboleta no Brasil desencadear um tornado no Texas? Noutras palavras: fatores insignificantes, distantes, podem produzir resultados catastróficos e imprevisíveis?
Os pesquisadores afirmam que sim.
Pequenas mudanças têm grandes resultados, porque em vez de adicionadas umas às outras, elas ocorrem de multiplicadas formas.
São os pequenos desvios da natureza que acarretam tsunamis, terremotos, maremotos, tufões, tornados, furações...
O mosteiro nunca mais foi o mesmo desde que apareceram os ratos!...
Esse princípio também pode ser aplicado à nossa evolução espiritual. Um comportamento errado pode desencadear uma montanha de tormentos, que só a fé inabalável em Deus poderá removê-la. A mentira ou a calúnia também pode levar à guerra uma nação inteira!
Na insensata satisfação de um simples desejo há graves conseqüências.
Um descuido na educação da criança ou do adolescente pode empurrá-lo para a delinqüência. Pense nisso! E lembre-se do sábio conselho do Mestre Maior: orai e vigiai para não cair em tentação!
Todavia, o caos provocado pelo mal, gera sofrimento, aflições, que acabam nos impulsionando para uma nova ordem mais aprimorada.
Então, o mal se transforma num bem? Sim, pois até o mortal veneno da cascavel se transforma num poderoso analgésico!
Donde se conclui que o mal não existe, mas é apenas uma ilusão. O Mal é, pois, somente a ausência do Bem! E o caos da morte uma “transformação” para outras moradas da Casa do Pai Eterno, na busca da Perfeição. Assim como a metamorfose da borboleta, que ao se libertar da crisálida, mostra ao mundo as suas mais belas cores e seu belo vôo.
Por essa teoria se percebe o amor Divino e toda a sua misericórdia.

Reflitamos, pois, então, sobre a gênese: No princípio era o Caos...

domingo, 18 de outubro de 2015

O BICHO-DA-CONSCIÊNCIA

“O remorso é uma força preliminar para os trabalhos reparadores”.
 (Humberto de Campos).



Uma mulher vai ao seu terapeuta, que a atende semanalmente, e entra queixando-se das agressões verbais recebidas do marido, censurando-a por ser péssima mãe e péssima esposa. Diz sentir-se agredida e humilhada, porque sabe ela ser ótima mãe e esposa devotada. O médico ouve-a atentamente e quando ela encerra as reclamações, ele diz:
– Eu não me importaria com isso, mas sim, com a mancha no seu rosto.
− Eu não tenho mancha no rosto.
− Tem sim, estou vendo.
− Não, eu não tenho! – contesta a paciente convicta.
A conversa continua com os queixumes dela. Depois de algum tempo, ele pergunta à mulher:
− Por que você não se incomodou com a minha afirmação de que tinha uma mancha no rosto?
− Porque sei que não tenho, diz ela.
− Eis aí – afirma o médico –, a resposta que precisava para suas lamentações. Se as agressões do seu marido lhe fazem tanto mal e a incomodam muito, é porque você própria não tem certeza de ser boa mãe e boa esposa. A agressão atingiu-a, porque refletiu sua própria realidade interior.
Emmanuel nos ensina, nesta mensagem, psicografada por Chico Xavier (com pequenas adaptações), a essência da recomendação do evangelho de não julgarmos para não sermos julgado por nós mesmos.
Um julgamento equivocado pode nos acarretar futuramente um profundo arrependimento. Digo, futuramente, porque o arrependimento depende de uma maturidade espiritual, que leva a pessoa a refletir sobre a violação de sua conduta moral, na livre aceitação do castigo e na disposição de evitar futuras violações.
Quando o arrependimento leva a uma inquietação da consciência pela culpa cometida, surge, então, o Bicho–da–consciência, que vai remordendo por dentro, repetidas vezes. Cada mordida desse “bichinho” faz a pessoa se remoer. E, então, não para de ruminar, cismar e parafusar por dentro. Isso é o remorso – ou dor de consciência –, que deixa a mente em brasas ardentes, dando ensejo às murmurações, que a eloquência do Evangelho denomina poeticamente de ranger de dentes.
Segundo o Livro “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec, cap. VI, “O arrependimento acarreta o pesar, o remorso, o sentimento doloroso, que é a transição do mal para o bem, da doença moral para a saúde moral. É para se furtarem a isso que os Espíritos perversos se revoltam contra a voz da consciência, como doentes que repelem o remédio que os há de curar. E assim procuram iludir-se, aturdir-se e persistir no mal”.
Quando, pois, o “Bicho pega pra valer”, as brasas se acendem em labaredas, em fogueiras, que atormentam o pecador, incessantemente, levando-o ao desespero e até mesmo ao suicídio.
Chamas assim só se apagam com muitos esforços reparadores, dores e poças de lágrimas! 
E não é castigo, não! É apenas o cumprimento da Lei, que estabelece uma reação pra cada ação que praticamos, seja ela boa ou má. Pois, cada um colhe aquilo que plantou. “Quem semeia vento colhe tempestade”; quem semeia ódio colhe sofrimento; e quem semeia amor, colhe paz, alegria, felicidade...
Ciente de que progredimos e que ninguém é eternamente condenado, é fácil entender a eficácia da prece, que contém em si mesma os germes para essa cura.
Se “orar é amar e amar é orar”, oremos, pois, pelos que se arrependem! Pois o arrependimento é o prelúdio do perdão! O alívio para o sofrimento.
Da fúria do Bicho-da-consciência nem Judas Iscariotes escapou, mesmo sendo o mais culto dos discípulos e um apaixonado pelas idéias socialistas do Mestre. Embora zeloso pela doutrina cristã, ele fez sacrificar seu fundador.
Judas, nestes séculos, tem sido execrado por causa de trinta moedas de prata. Mas, certamente, conta com a misericórdia divina – que é infinita!
No entanto, como fica a consciência dos vendilhões do Templo sagrado, que continuam vendendo Jesus no mundo, a grosso e a retalho, por todos os preços, em todos os padrões do ouro amoedado?!..

sábado, 10 de outubro de 2015

O MAIOR AMIGO DA HUMANIDADE

“Tome a sua cruz e siga-me” (Marcos 08, 34).



Minha mãe me perguntou:
− Minha filha, qual é a parte mais importante do corpo?
− Minhas orelhas, mãe.
− Não. Muitas pessoas são surdas... Mas continue pensando sobre este assunto. Logo eu volto a lhe perguntar.
Algum tempo se passou até que minha mãe perguntou outra vez. Eu havia pensado bastante e desta vez eu lhe disse:
− Mãe, a visão é muito importante para todos, então devem ser nossos olhos.
Eu havia errado outra vez!
Ela me olhou e disse:
− Você está aprendendo rápido, mas a resposta ainda não está correta, porque há muitas pessoas que são cegas...
Continuei a busca. Minha mãe voltou ao assunto várias vezes, mas a cada resposta minha, ela retrucava:
− Não... Mas você está mais esperta!
Então, um dia, meu avô morreu. Todos tristes, choravam. Até meu pai chorou. Naquele momento minha mãe olhou para mim e me perguntou:
− Você já sabe qual a parte do corpo mais importante?
Fiquei chocada pela pergunta bem na hora do adeus ao vovô. Sempre achei que era apenas um jogo entre nós duas.
− Hoje é o dia que você necessita aprender esta importante lição – disse ela.
Depois ela me olhou de um jeito que só uma mãe pode fazer e falou:
− Minha querida, a parte do corpo mais importante são seus ombros.
Intrigada, perguntei:
− Porque sustentam minha cabeça?
− Não – respondeu ela –, é porque podem apoiar a cabeça de um amigo ou de alguém amado, quando eles choram. Todos precisam de um ombro para chorar em algum momento da vida.
Naquela hora descobri isso e, também, a importância de ser “simpático” à dor dos outros. Pois, quem precisou de um ombro amigo fui eu.
− Espero que você tenha bastante amor e amigos e que seus ombros estejam sempre à disposição quando alguém precisar – disse minha mãe.
Sempre que recordo este fato lembro-me desta citação: “As pessoas esquecerão do que você disse... Esquecerão do que você fez... Mas as pessoas nunca esquecerão do que você as fez sentir”.
Estava eu pensando nesta conhecida mensagem, quando entrou em casa um amigo. Falávamos então sobre nossa preocupação com os filhos, inclusive os já casados, quando ele me disse:
− Filho é assim: “na barriga até nascer, no colo até crescer e nas costas até morrer”.
Achei a frase primorosa e complementar à mensagem, pois as costas e os ombros, filosoficamente, têm o mesmo sentido. Mostra, pois, a parte do nosso corpo, quando assumimos o papel de verdadeiro amigo dos nossos filhos.
Lembrei-me então de Jesus – o Maior Amigo da Humanidade – que carregou nos ombros pesada cruz sem reclamar, para dar o exemplo de como devemos segui-lo, e antes ainda conclamou:
“Vinde a mim todos os que estais fatigados e carregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo (*) e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu peso leve”. (Mateus 11, 28-30).
 (*) JUGO = canga – peça de madeira para emparelhar dois animais, como na junta de bois. É, portanto, símbolo de servidão, de constrangimento.
Na época de Jesus o povo vivia sob o jugo de Roma, de tirania e opressão. Jesus diferentemente dos romanos propõe então um jugo suave, leve, baseado na observação da LEI DO AMOR.
Uma canga amorosa de muitos elos, para unir toda a humanidade. Este é o jugo suave e leve de Jesus, que leva o indivíduo, através de seus ensinamentos, a ser humilde, caridoso, mais humano...
O jugo de Jesus é leve, porque com seus ensinamentos a pessoa se espiritualiza e toma consciência da razão da sua dor. Sabe por que sofre. E daí, mesmo sofrendo, ama o próximo e vai ao seu encontro consolando, ofertando um ombro amigo no seu momento difícil, compreendendo a sua dor.

O jugo de Jesus é suave, pois quando amamos o próximo sentimos alegria na superação da sua dor. E também nos sentimos felizes ao vencermos a nós mesmos, ao superarmos a dor da nossa própria transformação moral. 

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

A MAIOR VIRTUDE

“Caridade é o roteiro de paz para nossas vidas” (Pai João de Angola)



Um dia, um rapaz pobre que vendia mercadorias de porta em porta para pagar seus estudos, viu que só lhe restava uma simples moeda de dez centavos e tinha fome. Decidiu que pediria comida na próxima casa. Porém, seus nervos o traíram quando uma encantadora mulher jovem lhe abriu a porta. Em vez de comida pediu um copo de água. Ela pensou que o jovem parecia faminto e assim lhe deu um grande copo de leite.
Ele bebeu devagar e perguntou a ela:
− Quanto lhe devo?
− Não me deves nada. Minha mãe sempre nos ensinou a nunca aceitar pagamento por uma oferta caridosa.
− Pois lhe agradeço de todo coração.
Quando Howard Kelly saiu daquela casa, não só se sentiu mais forte fisicamente, mas também sua fé em Deus e nos homens ficou mais forte.
Anos depois essa jovem mulher ficou gravemente doente. Os médicos locais estavam confusos. Finalmente a enviaram à cidade grande, onde chamaram um especialista para estudar sua rara enfermidade.
Chamaram ao Dr. Howard Kelly para examiná-la. Quando ele escutou o nome do povoado donde ela viera, uma estranha luz encheu seus olhos. Imediatamente subiu do vestíbulo do hospital a seu quarto. Vestido com a sua bata de doutor foi ver a paciente. Reconheceu-a imediatamente. Retornou ao quarto de observação determinado a fazer o melhor para salvar aquela vida.
A partir daquele dia dedicou atenção especial àquela paciente. Depois de uma demorada luta pela vida da enferma, ganhou a batalha.
O Dr. Kelly pediu à administração do hospital que lhe enviasse a fatura total dos gastos para aprová-la. Ele a conferiu e depois escreveu algo e mandou entregá-la no quarto da paciente.
Ela tinha medo de abri-la, porque sabia que levaria o resto da sua vida para pagar todos os gastos. Mas finalmente abriu a fatura e algo lhe chamou a atenção, pois estava escrito o seguinte: “Pago totalmente faz muitos anos com um copo de leite (assinado) Dr. Howard Kelly”.
Lágrimas de alegria correram de seus olhos e seu coração feliz rezou assim: “Graças meu Deus porque teu amor se manifestou nas mãos e nos corações humanos”.
Jesus nos trouxe a revelação do amor a Deus e ao próximo como roteiro seguro de libertação. Pois o orgulho, o egoísmo, a vaidade, o ciúme, o ódio, a inveja e tantos outros vícios nos fazem prisioneiros da maldade, que nos arrasta pelos submundos da violência, da perdição, da dor e sofrimento.
Atualmente, os espíritos não só ratificam os ensinamentos de Jesus, como os fortalecem ainda mais e ampliam seus conceitos com as luzes da verdade, para mostrar que “Fora da caridade não há salvação”.
Tá lá na questão 886 do Livro dos Espíritos (de Allan Kardec), quando diz que o verdadeiro sentido da palavra caridade é ter “Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições alheias e perdão das ofensas”.
A caridade, portanto, não se restringe a dar esmolas. É mais abrangente, pois envolve todas as relações humanas de respeito, consideração, de gratidão...
Enfim, o caridoso é pessoa do Bem: que ama o próximo como irmão e, por isso vai ao encontro dele quando precisa, sem esperar que lhe estenda a mão... Que não vê os defeitos de seus semelhantes... Que procura de todas as formas não fazer inimigos... Que se reconcilia com seus adversários... E que perdoa seus desafetos e ainda ora por eles!
São Paulo em Coríntios, capítulo 13, coloca a caridade como a mais excelente das virtudes. A MAIOR delas; sabe por quê? Porque a caridade anda de mãos dadas com a humildade e, por isso, não admite ostentação na sua prática.
A ostentação tira o mérito do benefício, tanto que Jesus alertou: “Que tua mão esquerda não saiba o que fez a direita” (Mateus 6,3).
Leia (Lucas 21, 2-4), sobre o óbolo da viúva, e a epístola aos Romanos (2,6), sobre o Juízo de Deus, que retribuirá “A cada um, segundo as suas obras”.

 Lembre-se também desta mais pura verdade: “Tudo o que você dá para o mundo, o mundo te devolve”.