“O
peixe morre pela boca”
A TV esportiva paulista
mostra repetitivamente uma cena do jogo Corinthians e Palmeiras, quando o
técnico Tite, do Corinthians, olha para o Felipão, técnico do Palmeiras, e
grita: “Fala muito!”, “Fala muito!
Esse mote, que nos serve
de tema, já caiu no gosto de muita gente. É só uma pessoa tagarelar demais e lá
vem a repreensão: Fala muito!...
Diz-se que “quem muito fala, muito erra”. Isso é
uma verdade muito antiga, pois na história sagrada encontramos muitos pontos de
advertências nesse sentido. Um deles está lá em Provérbios 13, 3: “Quem guarda
a sua boca guarda a sua vida, mas quem fala demais acaba se arruinando”.
Quantas vezes não nos
arrependemos de ter falado demais. E até nos repreendemos: “Puxa vida, porque não fiquei quieto naquela hora!”.
Nessas ocasiões, o muito
falar ou, simplesmente, o falar além do necessário tem conseqüências
desastrosas, que provoca dissabores e arrependimento.
É preciso saber falar. A
fala carrega energias muito mais do que se pode imaginar. Daí o cuidado com a
forma de expressar os sentimentos.
Para uma pessoa que
enfatiza uma má palavra, a gente costuma comentar que ela fala “palavrão de partir terra!”. Estando
esse “palavrão”
carregado de energia negativa, não tenha dúvida, que pela força como foi dita
pode realmente fazer um estrago semelhante ao de abrir uma cratera.
Poder-se-ia afirmar, então, que o “palavrão” é uma forma de crença negativa,
destrutiva, ao contrário da crença positiva que pratica o bem, a caridade, e
que Jesus nos revelou ao dizer: “se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a
este monte: passa daqui para acolá, e há de passar, e nada vos será
impossível”.
Se uma pessoa está cheia
de pensamentos negativos, vai falar mal das pessoas, vai desejar o mal...
A inveja dessas pessoas
mata! Elas têm o “olho gordo” da
cobiça, que pode prejudicar muitas pessoas.
Ao contrário, se uma
pessoa está cheia de pensamentos bons, vai falar bem das pessoas, vai desejar o
bem...
As boas palavras têm a
energia saudável, que revigora, que cura, que purifica e fortalece...
Esse ensinamento está em
Lucas 6,45: “O homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está
em seu coração, e o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração,
porque a boca fala do que o coração está cheio”.
Todas essas verdades sobre
a energia das palavras, me fez lembrar o pequeno conto, a seguir, intitulado:
“CARROÇA VAZIA”.
Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no
bosque e eu aceitei com prazer. Ele se deteve numa clareira e depois de um
pequeno silêncio me perguntou:
− Além do cantar dos pássaros você está ouvindo mais alguma coisa?
− Estou ouvindo um barulho de carroça.
− Isso mesmo – disse meu pai –, é uma carroça vazia.
Perguntei ao meu pai:
− Como pode saber que carroça está vazia, se ainda não a vimos?
− Ora! – respondeu meu pai. É muito fácil saber que uma carroça está
vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça maior é o barulho que
faz.
Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa que “Fala muito”,
gritando (no sentido de intimidar), tratando o próximo com grossura inoportuna,
prepotente, interrompendo a conversa de todo mundo e, querendo demonstrar que é
a dona da razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai
dizendo: “Quanto mais vazia a carroça
mais barulho ela faz”.
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