“Quando
chegamos ao fim da noite, encontramos a aurora”.
(Georges Bernanos)
Esperança é um sentimento que brota do
fundo da nossa alma e nos anima para viver. Sentimento este que nos dá uma
expectativa para conseguir o que almejamos. Por isso, muitas vezes se confunde
com a Fé, pois nos faz acreditar que algo é possível mesmo quando há indicações
do contrário.
O mundo conturbado de hoje faz a
gente sempre esperar que o amanhã seja diferente, que será sempre o começo de
um futuro que virá com certeza bem melhor.
Esperança, então, é
estar na expectativa de que algo nos aconteça, geralmente favoravelmente...
Mas, como se
chega à Esperança?
Chega-se à
Esperança através da verdade. “Conhecereis a verdade
e a verdade vos libertará”, ensinou Jesus. Primeiro é preciso conhecer a
verdade para se ter Esperança! Então, isso exige repetidos esforços e uma longa
paciência. Dá trabalho, porque a Esperança, assim como a Fé, a gente adquire
com o tempo.
Escreveu Kardec
na questão 479 do Livro dos Espíritos que “A prece é um poderoso socorro para tudo. Mas entendei bem
que não basta murmurar algumas palavras para obter o que se deseja. Deus ajuda os que agem, e não os que se
limitam a pedir”.
Dessa forma,
podemos ter pouca ou muita Esperança. Depende de nós!
Enfim,
dizem que a Esperança é a última que
morre! E, por falar nisso, você conhece a história da Estrela Verde? É
um conto muito interessante. Desconheço o autor, mas é mais ou menos assim.
Era uma vez... Milhões e milhões de estrelas no céu.
Havia estrelas de todas as cores: brancas, lilases, prateadas, douradas,
vermelhas, azuis, etc. Um dia, elas procuraram o Senhor Deus, Todo Poderoso, o
Senhor Deus do Universo e disseram-lhe:
− Senhor Deus, gostaríamos de viver na Terra, entre os
homens.
− Assim será feito – respondeu Deus. Conservarei todas
vocês pequeninas como são vistas, e podem descer ao Planeta Terra.
Conta-se que, naquela noite, houve uma linda chuva de
estrelas. Algumas se alinhavam nas torres das Igrejas; outras foram brincar e
correr com os vaga-lumes, no campo; outras se misturaram aos brinquedos das
crianças e a Terra ficou maravilhosamente iluminada. Passado algum tempo,
porém, as estrelas resolveram abandonar os homens e voltar para o Céu, deixando
a Terra escura e triste.
− Por que voltaram? – perguntou Deus.
− Senhor, não nos foi possível permanecer na Terra. Lá
existe muita miséria, muita desgraça, muita fome, muita violência, muita
guerra, muita maldade e muita doença.
− Claro, o lugar real de vocês é aqui no Céu – disse-lhes
o Senhor. A Terra é o lugar do transitório, daquele que morre; do ruim; daquele
que cai; daquele que erra e onde nada é perfeito. Aqui no Céu, é o lugar da
perfeição. O lugar onde tudo é imutável, onde tudo é eterno, onde nada perece.
Após chegarem as estrelas, Deus falou de novo:
− Mas, está faltando uma estrela. Perdeu-se no
caminho?
− Não, Senhor – retrucou um anjo. Uma estrela resolveu
ficar entre os homens; ela descobriu que o seu lugar é exatamente onde existe
imperfeição, onde há limites, aonde as coisas não vão bem.
− Mas, que estrela é essa? – voltou Deus a perguntar.
− Por coincidência, Senhor, era a única estrela dessa
cor.
− E qual é a cor dessa estrela? – insistiu Deus.
− A estrela é verde, Senhor – disse o anjo. A estrela
verde do sentimento da esperança.
E quando, então, olharam para a Terra, a estrela já
não estava só. A Terra estava novamente iluminada, porque havia uma estrela
verde no coração de cada pessoa. Porque o único sentimento que tem o homem
e Deus não tem é a esperança. Deus já conhece o futuro, e a esperança
é própria da natureza humana. Própria daquele que cai, daquele que erra,
daquele que não é perfeito, daquele que ainda não sabe como será seu futuro.
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