Aquecendo a Vida

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sexta-feira, 29 de março de 2013

A ESPERANÇA


“Quando chegamos ao fim da noite, encontramos a aurora”.
(Georges Bernanos)


Esperança é um sentimento que brota do fundo da nossa alma e nos anima para viver. Sentimento este que nos dá uma expectativa para conseguir o que almejamos. Por isso, muitas vezes se confunde com a Fé, pois nos faz acreditar que algo é possível mesmo quando há indicações do contrário.
O mundo conturbado de hoje faz a gente sempre esperar que o amanhã seja diferente, que será sempre o começo de um futuro que virá com certeza bem melhor.
Esperança, então, é estar na expectativa de que algo nos aconteça, geralmente favoravelmente...
Mas, como se chega à Esperança?
Chega-se à Esperança através da verdade. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, ensinou Jesus. Primeiro é preciso conhecer a verdade para se ter Esperança! Então, isso exige repetidos esforços e uma longa paciência. Dá trabalho, porque a Esperança, assim como a Fé, a gente adquire com o tempo.
Escreveu Kardec na questão 479 do Livro dos Espíritos que “A prece é um poderoso socorro para tudo. Mas entendei bem que não basta murmurar algumas palavras para obter o que se deseja. Deus ajuda os que agem, e não os que se limitam a pedir”.
Dessa forma, podemos ter pouca ou muita Esperança. Depende de nós!
Enfim, dizem que a Esperança é a última que morre! E, por falar nisso, você conhece a história da Estrela Verde? É um conto muito interessante. Desconheço o autor, mas é mais ou menos assim.

Era uma vez... Milhões e milhões de estrelas no céu. Havia estrelas de todas as cores: brancas, lilases, prateadas, douradas, vermelhas, azuis, etc. Um dia, elas procuraram o Senhor Deus, Todo Poderoso, o Senhor Deus do Universo e disseram-lhe:
− Senhor Deus, gostaríamos de viver na Terra, entre os homens.
− Assim será feito – respondeu Deus. Conservarei todas vocês pequeninas como são vistas, e podem descer ao Planeta Terra.
Conta-se que, naquela noite, houve uma linda chuva de estrelas. Algumas se alinhavam nas torres das Igrejas; outras foram brincar e correr com os vaga-lumes, no campo; outras se misturaram aos brinquedos das crianças e a Terra ficou maravilhosamente iluminada. Passado algum tempo, porém, as estrelas resolveram abandonar os homens e voltar para o Céu, deixando a Terra escura e triste.
− Por que voltaram? – perguntou Deus.
− Senhor, não nos foi possível permanecer na Terra. Lá existe muita miséria, muita desgraça, muita fome, muita violência, muita guerra, muita maldade e muita doença.
− Claro, o lugar real de vocês é aqui no Céu – disse-lhes o Senhor. A Terra é o lugar do transitório, daquele que morre; do ruim; daquele que cai; daquele que erra e onde nada é perfeito. Aqui no Céu, é o lugar da perfeição. O lugar onde tudo é imutável, onde tudo é eterno, onde nada perece.
Após chegarem as estrelas, Deus falou de novo:
− Mas, está faltando uma estrela. Perdeu-se no caminho?
− Não, Senhor – retrucou um anjo. Uma estrela resolveu ficar entre os homens; ela descobriu que o seu lugar é exatamente onde existe imperfeição, onde há limites, aonde as coisas não vão bem.
− Mas, que estrela é essa? – voltou Deus a perguntar.
− Por coincidência, Senhor, era a única estrela dessa cor.
− E qual é a cor dessa estrela? – insistiu Deus.
− A estrela é verde, Senhor – disse o anjo. A estrela verde do sentimento da esperança.
E quando, então, olharam para a Terra, a estrela já não estava só. A Terra estava novamente iluminada, porque havia uma estrela verde no coração de cada pessoa. Porque o único sentimento que tem o homem e Deus não tem é a esperança. Deus já conhece o futuro, e a esperança é própria da natureza humana. Própria daquele que cai, daquele que erra, daquele que não é perfeito, daquele que ainda não sabe como será seu futuro. 

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