“Salve o sol dessas sanfonas / Que pra essa vida empurrou / A mim e a meu companheiro / Que o destino juntou” (Gilberto Gil)
A música é uma arte que
deve ser levada a sério. Não apenas pelo respeito que o público merece, mas
porque ela é a terapia da alma. Pois, combina sons e pausas em acordes
harmônicos que acalmam, levantam o astral e revitalizam corações nos colocando
em sintonia com as energias mais sublimes, que fluem do grande estuário divino.
O verdadeiro músico é
aquele que interpreta exemplarmente e com alma uma melodia. Aquele que toca
mecanicamente um instrumento mata o repertório e a própria alma e não pode,
pois, ser reconhecido como músico.
Conheço alguns que judiam
da sanfona, assassinando o repertório; porém há muitos sanfoneiros que podem
ser considerados verdadeiros músicos e que merecem um reconhecimento público.
Alguns, de saudosa memória
para os itarareenses, e que – sem a nossa permissão – partiram para o Reino do
Pai Eterno.
Que saudades do Mestre
Ataliba, do Zé Diniz, Barbosinha, João Barbosa, Ortivino (de Santa Cruz), Tio
Zico (pai do Marquinhos do Supermercado da Vila Osório), Herculano (Barbeiro),
José Edilson Lopes, Mamede Abraão!...
Para o nosso amigo
Gilberto Cortes e muitos outros conterrâneos, a nossa maior expressão musical
ainda é o saudoso Paschoal Melillo – autor do baião CUCO, gravado pelo famoso
Trio Paschoal Melillo (Oswaldo Argento / Melillo / Plínio Metropólo). Um
clássico brasileiro, em
Discos Copacabana , que ainda faz sucesso na TV e no Rádio.
Dentre os sanfoneiros que
ainda convivem conosco aqui em Itararé, eu menciono apenas como referência os
meus parceiros em alguns eventos, tais como: Santos Galdino, Carijó (de Santa
Cruz dos Lopes), Joinha (Pipoqueiro), Jorinha, Tchê Loco (Claudinei), Hilarino,
Anderson e o Alceu (Santa Cruz) irmão do Jora da Cofesa.
Todavia, há um toque que muito me impressiona e que
profundamente me marca. É o Tok de
Sanfona de WALTER MAZORCA.
Dentre as muitas coisas da
lida do nosso conterrâneo Walter Mazorca, o que pra mim ele mais sabe fazer é tocar bem uma gaita 120 baixos, seja
Scandalli, Todeschini, Paolo Soprano, Hohner, ou de qualquer outra marca.
Seu dom musical despertou
muito cedo, antes dos quatro anos de idade. Com cinco anos apenas o “menino prodígio” já se apresentava na Rádio Clube
Paranaense PRB 2.
Um ano depois se
apresentou no Circo Irmãos Queirollo e na Rádio Clube desta cidade.
Posteriormente, participou de eventos em Campo Largo , na Grande Curitiba.
Acompanhou a dupla “Nhô Belarmino e Nhá Gabriela” – uma das
primeiras duplas sertanejas do Paraná – nas Rádios: Paranaense, Marumbi, e
Guairacá.
Também se apresentou para
autoridades ilustres do cenário político: Ministro Corrêa Castro, Manoel Ribas,
Moysés Lupion...
Em Itararé participou da
Orquestra Fronteira, da Banda Municipal, da Lira Itarareense e de um conjunto
musical com João Hélio e José Melilo Filho.
Devido a sua
extraordinária musicalidade fez amizades com pessoas famosas como o comunicador
Carlos Massa – o “Ratinho” do SBT.
Por tudo isso, e
igualmente pela sua atuação social e na administração municipal, a Câmara
Municipal de Itararé lhe outorgou o Diploma de “Honra ao Mérito”.
Walter Mazorca (hoje com
74 anos de idade) é acordeonista de “chorinhos” famosos. Sua interpretação do
baião CUCO do Paschoal Melillo é primorosa, contagiante e sentimental!
Walter, você tem a música
nas veias e realmente toca de saltar fagulhas no ar... Seu nível de excelência
musical merece realmente muitos aplausos.
Você merece todas as nossas
homenagens, como reconhecimento pela sua arte. Esta arte musical que o coloca
como a maior referência viva para os demais concertistas de Itararé.
Como diz a canção “Os sons são todos tão seus como um presente de Deus”. Haja
alegria ou saudade!