Aquecendo a Vida

Aquecendo  a Vida

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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A DOR

“A vida dolorosa é um alambique onde se destilam os seres para mundos melhores” (Leon Denis).



Levi nasceu com o dom da cura, mas ocultava o seu tesouro.
Um ancião, após desvelar o segredo, indaga Levi sobre seu saber:
− Por que oculta seu tesouro, Levi?
− Este tesouro só me traz tristezas, ancião. Pois, muitos me vêem como um lunático, um psicopata. Outros me chamam de louco, de doido. Fazem pilhéria de uma coisa sagrada e, por isso, prefiro que continue oculto.
− Você está errado. Com o que sabe poderia salvar muitas vidas ou aliviar a dor de muitos enfermos.
− Já fiz isso uma vez e o que ganhei foi incompreensão e ingratidão.
− Talvez não seja pelo que fez, mas porque fez o que os outros não poderiam fazer. Há muita diferença nisso, Levi.
− Talvez tenha razão, mas para mim é a mesma coisa.
− Não lhe agrada ver o sorriso de quem tem suas dores aliviadas? Também não lhe agrada o sorriso de uma mãe ao ver seu filho doente voltar a sorrir? Ou talvez o sorriso de um homem agradecido por poder voltar a trabalhar, após longa enfermidade? Tudo isso é bálsamo para uma alma enferma. Cure a sua, Levi! Alguém espera isso de você.
− Vou pensar no que você disse, ancião.
− Não pense, observe a terra. Ela é ferida quando lhe abrimos sulcos profundos. Mas só assim a semente germina e a planta tem solidez para que não caia quando der muitos frutos. A semente que não é colocada num sulco profundo jamais germina forte. Além do mais, qualquer um pode derrubá-la.
− Sei disso tudo, ancião. Mas não ouso colocá-las em prática.
− Eu lhe digo que deveria ousar. Aí verá que a nossa dor não é nada comparada com a dor de muitos. Saberá então que é preferível um sofrer para que muitos sorriam. Use o seu dom, Levi.
− Eu não me nego a usá-lo. Só não procuro mostrar que o possuo.
− Seu dom faz as pessoas mais humanas. É consolo... É bálsamo... E a dor oriunda desse dom apenas lhe enobrece!
Cabeça baixa, Levi saiu e seguiu pensando no seu dom.

O texto acima é adaptação que faço de algumas páginas de “O Livro da Vida”, de Rubens Saraceni. Achei um tema interessante, diante da violência que assola o mundo, assusta e choca o povo do nosso país.
Por causa da dor e do sofrimento, Bernard Shaw chegou a afirmar, que o planeta em que vivemos é, provavelmente, o Hospício do sistema solar.
Pensando assim, o nosso corpo se compara a uma prisão espiritual. E a sociedade seria, ao mesmo tempo, hospital e escola para nossa reabilitação.
E não é nenhum exagero pensar assim! Vejam as tragédias do cotidiano!
Uma delas, vista pela tevê, foi a da pequena Júlia, que muito me impressionou. A criança foi salva das ferragens de um Chevette, esmagado por um caminhão, na rodovia Fernão Dias, no município de Betim.
O PM que a salvou, emocionado, comemorou o fato com os dois braços pra cima e um grito de alegria. E depois chorou. Pois, a dor e o prazer são inseparáveis e necessárias à educação do ser na sua caminhada evolutiva.
Léon Dinis nos ensina que suprimindo a dor, ao mesmo tempo suprimimos o que é mais digno de admiração neste mundo, isto é, a coragem de suportá-la. Pois, são necessários os infortúnios e as angústias para dar à alma seu aveludado, sua beleza moral.
Nesta oficina planetária, mais do que glórias, a nossa dor será sempre necessária para despertar nossos sentidos adormecidos e dar à alma o traço derradeiro da sua sublime e verdadeira formosura.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

CONSTRUINDO TESOUROS NO CÉU

“Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua vida?”
(Mateus 16, 26)



A frase de Jesus, em epígrafe, não tem nexo se tomada fora do contexto.
Jesus pregava, simbolicamente, a vida eterna depois da morte, no além, em mundos espirituais. Nesse contexto, “ganhar o mundo” é viver para esta vida material, com riqueza e poder, pensando somente em si. E “perder a vida” é deixar de ganhar a vida espiritual, pra onde iremos depois da morte.
“Todo o que procurar salvar a sua vida, perdê-la-á; mas todo o que a perder, encontrá-la-á”. Esta frase dita também por Jesus, em Lucas 17,33, complementa a anterior, e a esclarece, se entendermos o sublime espírito dela.  
Buscando somente riqueza e poder, garantimos nosso bem estar até o momento da nossa morte, mas isso não nos deixa sobrar tempo para aprender as coisas espirituais. Deixamos de praticar a caridade, de investir em educação, em virtudes e valores, que são essenciais para construções sólidas, que nos preparam para a imortalidade da alma.
Seja rico ou pobre, um dia morreremos e daremos continuidade a nossa viagem espacial por universos os mais diferentes, por desconhecidos mundos dos quais não temos a menor idéia. Jesus nos garante isso afirmando que “Existem muitas moradas na casa de meu Pai”.
Foi refletindo sobre isso, que um dia tomei conhecimento – através do site: “Momento Espírita” – da história de um homem rico, que foi habitar o além.
Recebido pelo Benfeitor, encarregado de conduzi-lo a sua nova residência, iniciaram uma caminhada por um lugar pitoresco, com ruas calmas, um gramado extenso e grande variedade de árvores e jardins. Ao passarem, no entanto por uma das casas, o Benfeitor mostrou-a ao homem e lhe disse:
− Observe! Aquela é a casa de sua cozinheira.
− Mas ela ainda não morreu – respondeu o homem.
Sem dar nenhuma resposta, andaram por mais algum tempo e o orientador mostrou outra casinha graciosa e disse:
− Essa é a casa do seu jardineiro.
Ambas eram casas agradáveis. Simples, mas aconchegantes. Jardins com flores silvestres e pássaros voejando e cantando por entre as borboletas que pousavam de flor em flor. Discretos regatos com águas cantantes e cristalinas cortavam os gramados verdes.
O homem estava muito animado, pois se seus empregados teriam moradias tão agradáveis, o que não estaria reservado a ele, um homem rico e poderoso?
Caminharam por mais algum tempo, quando o Benfeitor parou diante de um barraco, localizado numa área menos clara e quase sem nenhum encanto.
Com um gesto gentil indicou ao homem sua nova residência.
O homem teve um sobressalto. Indignado perguntou ao orientador:
− Como um homem rico e possuidor de muitos bens, como eu, pode morar agora nesse barraco caindo aos pedaços? Sem dúvida deve ser uma brincadeira!
− Infelizmente não é, meu filho – falou amavelmente o Benfeitor. − Todas as construções são feitas com os materiais que vocês nos enviam diariamente enquanto estão na Terra. São materiais invisíveis aos olhos físicos, mas firmes o bastante para construir um recanto sólido aqui, no mundo espiritual. Cada gesto nobre, cada boa ação, cada trabalho realizado com honestidade, são matérias primas importantes aplicadas nos tesouros verdadeiros deste lado da vida.
− Mas como saber disso – objetou o infortunado –, se ninguém me avisou enquanto estava na Terra?
− Ora, meu filho, talvez você tenha esquecido, mas há mais de dois milênios se ouve falar de um Homem chamado Jesus, que orientou muito bem sobre essa questão, recomendando que se construíssem tesouros no céu, onde nem a traça come nem os ladrões roubam.
Pensativo e sem argumentos, o homem adentrou seu mísero barraco, em busca de um mínimo de conforto para sua alma inquieta.

RAZÕES PARA ACREDITAR

"Não há Bem sem Mal, nem prazer sem preocupações." (Jean de La Fontaine)



O Bem e o Mal estão misturados neste mundo e se manifestam sob diversos aspectos: a tragédia e a comédia, a infelicidade e a felicidade, a guerra e a paz...
Talvez isso ocorra porque há um dualismo na Criação. E, por isso, nós temos na Natureza as coisas sempre numa dupla polaridade: dia – noite; frio – calor; secas – chuvas; alto – embaixo; luz – trevas; macho – fêmea; positivo – negativo; fé – ateísmo; saber – ignorância; força – fraqueza; amor – ódio; generosidade – egoísmo; Bem – Mal...
Essa bipolaridade é necessária para a transformação de tudo que existe.
Parece que tudo na Criação prescinde dos dois pólos. Sem a mulher não haveria a geração e sem o homem não existiria a fecundação.
Na corrente elétrica, por exemplo, para que se faça a luz é preciso existir o pólo positivo e o negativo. Um complementa o outro, permitindo dessa forma, que a harmonia prevaleça em tudo o que existe.  
Essa bipolaridade das coisas, portanto, nos auxilia durante a nossa evolução, quando nos desequilibramos e pendemos para um lado.
Mas não importa para que lado as coisas caminhem, pois tanto num quanto noutro pólo, continuamos a viver e evoluir. Nisso se manifesta a perfeição do Criador.
Há uma história de um camponês chinês, que transcrevo a seguir, que aborda bem essa questão.
Era uma vez um camponês muito pobre, mas sábio, que trabalhava a terra duramente com o seu filho. Um dia o filho disse-lhe:
− Pai, que desgraça, o nosso cavalo fugiu.
− Por que lhe chamas desgraça? – disse o Pai. – Veremos o que nos traz o tempo.
Passados alguns dias o cavalo regressou acompanhado de um potro selvagem.
− Pai, que sorte! – exclamou o rapaz. – O nosso cavalo trouxe outro.
− Por que lhe chamas sorte? Veremos o que nos traz o tempo.
Uns dias depois o rapaz quis domar o potro, mas este, não acostumado à sela, encabritou-se e o derrubou.
− Pai, que desgraça, na queda eu quebrei a perna.
O Pai, retomando a sua experiência e sabedoria, disse:
− Por que lhe chamas desgraça? Veremos o que nos traz o tempo.
O rapaz não se convencia da filosofia do Pai. Poucos dias depois passaram pela aldeia os enviados do rei à procura de jovens para levar para a guerra. Foram à casa do ancião, viram o jovem debilitado e deixaram-no, seguindo o seu caminho.
O jovem compreendeu então que nunca se deve dar nem a desgraça nem a fortuna como absolutas, mas que, para se saber se algo é mau ou bom, é necessário dar tempo ao tempo.
A vida dá tantas voltas e é tão paradoxal no seu decorrer que tanto o Mal pode vir a ser um Bem, como o Bem pode a vir a ser um Mal.
Baseado em um estudo sobre o mundo atual, um comercial de uma famosa marca de refrigerante, divulga os seguintes dados, que acho interessantes:
01. Para cada pessoa dizendo que tudo vai piorar existem 100 casais que planejam ter filhos.
02. Para cada corrupto existem oito mil doadores de sangue.
03. Enquanto alguns destroem o meio ambiente 98% das latinhas de alumínio já são recicladas.
04. Para cada tanque fabricado no mundo são feitos 131 mil bichos de pelúcia.
05. Na internet AMOR tem mais resultados que MEDO.
Existem mil razões para acreditar! Os bons são maioria.
Assim, esperemos o dia de amanhã com Alegria e vivamos o de hoje em Plenitude.
Que tenhas um grande e feliz dia!

domingo, 20 de novembro de 2011

A MUDANÇA DA GENTE

“Aqueles que não conseguem mudar suas mentes não conseguem mudar nada”.
(George Bernard)



O Espírito tem necessidade de mudanças tanto quanto o corpo tem necessidade de água pra sobreviver. Diante da eternidade da vida, o Espírito precisa evoluir constantemente. E a semente evolutiva todos tem dentro de si. Faz parte da criação humana, pois a práxis evolutiva não termina com a morte do corpo, continua num vaivém constante entre a erraticidade e a vida planetária até o ponto máximo da perfectibilidade.
Nascemos pra progredir moralmente, intelectualmente e, com a nossa evolução, contribuirmos para o progresso e o desenvolvimento planetário.
A Natureza dá um alerta para as mudanças. É o sinal da transformação que urge. E aproveitando o vácuo desse alerta vem o chamamento da ciência, das artes... Diz um Rap do Vídeo “O Mascarado Polêmico” que “A gente muda o mundo na mudança da gente / E quando a gente muda a gente anda pra frente”.
Há uma Lenda Chinesa, de autor desconhecido, que tem uma estratégia interessante pra nossa transformação.
Diz ela, que era uma vez uma jovem chamada Lin, que se casou e foi viver com o marido na casa da sogra.
Depois de algum tempo, começou a ver que não se adaptava à sogra. Os temperamentos eram muitos diferentes e Lin se irritava com os hábitos dela, que criticava cada vez mais com insistência.
Com o passar dos meses, as coisas foram piorando, a ponto de a vida se tornar insuportável. No entanto, segundo as tradições antigas da China, a nora tem que estar sempre a serviço da sogra e obedecer-lhe em tudo.
Mas Lin, não suportando por mais tempo a idéia de viver com a sogra, tomou a decisão de ir consultar um Mestre, velho amigo de seu pai.
Depois de ouvir a jovem, o Mestre Huang pegou um ramalhete de ervas medicinal e disse-lhe:
− Para ficar livre da sua sogra você não deve usar estas ervas de uma só vez, pois isso poderia causar suspeitas. Você vai misturá-las com a comida, pouco a pouco, dia após dia, e assim ela vai-se envenenando lentamente. Mas, pra ter certeza de que, quando ela morrer, ninguém suspeitará de você, deverá ter muito cuidado em tratá-la sempre com muita amizade. Não discuta e ajuda-a a resolver os seus problemas.
− Obrigado – ela respondeu –, farei tudo o que o Mestre me recomenda.
Lin ficou muito contente e voltou entusiasmada com o projeto de assassinar a sogra. E, durante várias semanas ela serviu, dia sim, dia não, uma refeição preparada especialmente para a sogra.
Lin tinha sempre presente na mente a recomendação do Mestre para evitar suspeitas: controlava o seu temperamento, obedecia à sogra em tudo e tratava-a como se fosse a sua própria mãe.
Passados seis meses, toda a família estava mudada. Lin controlava bem o seu temperamento e quase nunca se aborrecia. Durante estes meses, não teve uma única discussão com a sogra, que também se mostrava muito mais amável e mais fácil de tratar com ela. Com as mudanças de atitudes da sogra, ambas passaram a tratar-se como mãe e filha.
Certo dia, Lin foi ao Mestre Huang, para lhe pedir ajuda e disse-lhe:
− Mestre, por favor, ajude-me a evitar a morte da minha sogra. É que ela transformou-se numa mulher agradável e gosto dela como se fosse a minha mãe. Não quero que ela morra por causa do veneno que lhe dou.
− Lin, não se preocupe – respondeu Mestre Huang, sorrindo e abanando a cabeça. – A sua sogra não mudou! Quem mudou foi você. As ervas que lhe dei são vitaminas para melhorar a saúde. O veneno estava nas suas atitudes, mas foi sendo substituído pelo amor e carinho que você começou a lhe dedicar.
 A pessoa que mais nos dá dor de cabeça hoje poderá vir a ser a que mais nos dará alegria no futuro. Invista nela...
“O nosso inimigo não é aquele que nos odeia, mas aquele que nós odiamos” (provérbio árabe).
“A pessoa que ama aos outros também será amada” (provérbio chinês).

domingo, 13 de novembro de 2011

CÓDIGO DE ÉTICA

Como falar de Ética num País onde impera a corrupção e a impunidade?



A Ética é um conjunto de princípios ideais que norteiam a boa conduta humana; as normas as quais devem se ajustar as relações entre os diversos membros de uma sociedade.  
Ela está relacionada com o sentimento de justiça social, pois serve para um bom funcionamento das organizações sociais, possibilitando condutas equilibradas e de bom senso para que a sociedade no geral não saia prejudicada. Por ser construída pela cultura de um povo, a Ética é a ciência que estuda os valores e princípios morais de uma sociedade e seus grupos.
Assim, cada grupo social possui Códigos de Ética próprios. Interessante é o das tribos indígenas, a seguir:

 CÓDIGO DE ÉTICA DOS ÍNDIOS NORTE-AMERICANOS.
Levante-se com o Sol para orar. Ore sozinho. Ore com freqüência. O GRANDE ESPÍRITO o escutará, se você ao menos, falar!
Seja TOLERANTE com aqueles que estão perdidos no caminho. A ignorância, o convencimento, a raiva, o ciúme e a avareza, originam-se de uma alma perdida. Ore para que eles reencontrem o caminho do Grande Espírito.
Procure conhecer-se por si mesmo. Não permita que outros façam seu caminho por você. É sua estrada e somente sua! Outros podem andar ao seu lado, mas ninguém pode andar por você!
Trate os convidados em seu lar com muita consideração. Sirva-os com o melhor alimento, a melhor cama e trate-os com respeito e honra.
Não tome o que não é seu. Seja de uma pessoa, da comunidade, da natureza, ou da cultura. Se não lhe foi dado, não é seu!
Respeite todas as coisas que foram colocadas sobre a Terra. Sejam elas pessoas, plantas ou animais.
RESPEITE os pensamentos, desejos e palavras das pessoas. Nunca interrompa os outros nem os ridicularize, nem rudemente os imite. Permita a cada pessoa o direito da expressão pessoal.
Nunca fale dos outros de uma maneira má. A energia negativa que você colocar para fora do Universo, voltará multiplicada PARA VOCÊ!
Todas as pessoas cometem erros. E todos os erros podem ser perdoados!
Pensamentos maus causam doenças da mente, do corpo e do espírito. Pratique o OTIMISMO!
A NATUREZA não é para nós, ela é uma parte de nós. Toda a natureza faz parte da nossa FAMÍLIA TERRENAL.
As crianças são as sementes do nosso futuro. Plante amor nos seus corações e regue com sabedoria e lições da vida. Quando forem crescidos, dê-lhes espaço para que continuem CRESCENDO!
Evite machucar os corações das pessoas. O veneno da dor causada a outros, retornará à você.
Seja sincero e verdadeiro em todas as situações. A honestidade é o grande teste para a nossa herança do Universo.
Mantenha-se equilibrado. Seu corpo Espiritual, seu corpo Mental, seu corpo Emocional e seu corpo Físico, todos necessitam ser fortes, puros e saudáveis. Trabalhe o seu corpo Físico para fortalecer o seu corpo Mental. Enriqueça o seu corpo Espiritual para curar o seu corpo Emocional.
Tome decisões conscientes de como você será e como reagirá. Seja responsável por suas próprias ações.
Respeite a privacidade e o espaço pessoal dos outros. Não toque as propriedades pessoais de outras pessoas, especialmente objetos religiosos e sagrados. Isto é proibido.
Comece sendo verdadeiro consigo mesmo. Se você não puder nutrir e ajudar a si mesmo, você não poderá nutrir e ajudar os outros.
Respeite outras crenças religiosas. Não force as suas crenças sobre os outros.
Compartilhe sua boa fortuna com os outros. Participe com caridade.

Qual é o Código de Ética mais importante para a humanidade?
− É o que nos foi dado pelo Cristo!
A Ética Cristã se fundamenta nos Evangelhos, que contém um conjunto de valores morais, pelo qual o homem deve regular a sua conduta neste mundo, diante de Deus, do próximo e de si mesmo.

sábado, 22 de outubro de 2011

O FILHO DE DEUS

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jesus).



Eram nove horas da manhã quando Jesus foi crucificado. O letreiro com o motivo da sua condenação dizia: “O rei dos judeus”!
Desde o meio-dia, uma escuridão cobriu toda a terra.
Às três horas da tarde, Jesus deu um grande brado e expirou. E eis que o véu do templo se rasgou em duas partes de alto a baixo, a terra tremeu, fenderam-se as rochas. Os sepulcros se abriram e os corpos de muitos justos ressuscitaram. Saindo de suas sepulturas, entraram na cidade santa depois da ressurreição de Jesus e apareceram a muitas pessoas.
O centurião e os que com ele montavam a guarda de Jesus, diante do terremoto e de tudo o que se passava, disseram entre si, possuídos de grande temor: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!” (Mateus 27,54)
O Coronel Ingersoll e o General Lew Wallace viajavam juntos de trem. Apesar de ateus, conversavam a respeito da vida maravilhosa de Jesus.
− Eu penso que um romance interessante poderia ser escrito sobre Jesus – comentou o General.
− E você é a pessoa certa para escrevê-lo – sugeriu o Coronel. – Mostre uma visão correta da vida de Jesus. Derrube o sentimento que prevalece sobre sua divindade e descreva-o como ele era – um homem entre homens.
Lew Wallace aceitou esse desafio e escreveu um romance chamado “Be-Hur”, publicado em 1880. Esse livro – best-sellers de sua época – conta a história de um contemporâneo de Jesus. Uma obra-prima que virou filme em 1959, ganhador de 11 Oscar.
Enquanto o escrevia, o autor se viu diante de um homem inexplicável. Quanto mais estudava o caráter de Jesus, mais ele se convencia de que Jesus era muito mais do que um simples homem no meio de homens. E, como o centurião debaixo da cruz, chegou finalmente à conclusão, que Jesus “verdadeiramente, era o Filho de Deus”.
E para nós quem é Jesus?
Será alguém de quem muitos falam e não nos interessa conhecer?
Alguém que existiu em um passado remoto e que hoje não existe mais?
Ou será alguém que transformou o mundo de sua época e ainda transforma a humanidade nos dias de hoje?
Afinal quem realmente é Jesus?
Eu não tenho mais dúvidas: Jesus é o Cristo Filho de Deus!
Jesus é chamado de Cristo porque foi escolhido por Deus para redimir (salvar) a humanidade. Ele é o Messias Redentor, Salvador, a quem Deus confere autoridade e poder sobre a Terra. É o governador espiritual do nosso planeta, em quem depositamos as esperanças de uma profunda mudança social.
Jesus amou a todos, especialmente os humildes, e por nós morreu em uma cruz.
Jesus veio ao mundo para trazer paz, alegria, vida abundante e eterna.
Jesus veio para nos salvar, para nos libertar do mal, modificando o nosso coração e iluminando a nossa vida.
Jesus veio dissipar as trevas que conduzem o homem à perdição e fazer brilhar o Sol da Justiça divina.
Jesus veio para resgatar os indivíduos, os pessimistas, os solitários, os desanimados, os deprimidos.
Jesus veio trazer tranqüilidade nos momentos de crise, ânimo no meio das tormentas, vida após a morte.
Até os não cristãos não conseguem deixar de pensar em Cristo.
Por isso, Jesus é realmente mais do que um homem entre homens – é o Filho de Deus – é o nosso Senhor Salvador. 
Busquemos então seus ensinamentos para termos paz, amor...
Busquemos seus ensinamentos para sermos humildes, perseverantes no bem...
Busquemos seus ensinamentos para adquirirmos boas palavras, olhar de bondade, gestos fraternos, alegria...
Com a sabedoria dos ensinamentos do Cristo busquemos a renovação necessária em nosso íntimo e em todos os setores de nossa vida. Assim, toda prosperidade material e espiritual virá ao nosso encontro.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO

“Há muitas moradas na casa de meu Pai” (Jesus)



Vítima de um enfarto, um repórter chega à espiritualidade e se põe logo a campo pra entrevistar pessoas famosas que por lá encontrava.
Assim que soube de alguém notável correu para uma entrevista. A mulher, há séculos na erraticidade, tinha sido na Terra uma conhecida Rainha.
− Realeza, porque Vossa Alteza não está no Céu, junto aos anjos?
− O orgulho me perdeu na Terra! – respondeu com lágrimas nos olhos.
− Mas, a alteza nada trouxe da Terra que pudesse elevá-la aos Céus?
− Caro Repórter, quem, pois, entenderá a insignificância dos reinos da Terra, se eu não o entendi? Nada, absolutamente nada trouxe da realeza terrena! A minha realeza nem sequer me seguiu até o túmulo!
− Onde exerceu a sua realeza?
− Fui Rainha na França, e rainha eu acreditava entrar no Reino dos Céus.
− E por que não conseguiu?
− Que desilusão, companheiro! Quanta humilhação quando, ao invés de ser recebida como soberana, vi acima de mim, homens que acreditava serem insignificantes, a quem havia desprezado, pois não tinham sangue nobre!
− Isso quer dizer que as honras que a gente procura na Terra são inúteis?
− Sim, pois as grandezas da Terra não valem nada. Para se preparar um lugar neste reino celeste, é preciso muito amor, abnegação, humildade, caridade, benevolência para com todos...
− Mas aqui não lhe perguntaram o que foi na Terra, que posição ocupou?
− Não! Mas me perguntaram quais os sacrifícios que fiz! E então logo compreendi que apenas corri atrás dos bens terrenos como se pudessem guardá-los pra sempre, desprezando os únicos bens sólidos e duráveis, que me seriam úteis a dar acesso à morada celeste.
Nesse momento, as lágrimas rolaram copiosamente pelo rosto da soberana. E o repórter decidiu encerrar a entrevista, perguntando finalmente:
− Vossa alteza tem algum pedido a fazer aos habitantes da Terra?
− Tenho sim! Que tenham piedade dos que não ganharam o reino dos Céus. Ajuda-os com preces, pois a prece aproxima o homem do Altíssimo. É o traço de união entre o Céu e a Terra. Não se esqueçam disso!
O relógio me despertou!... Acordei meditando no sonho... E esse pensamento me despertou para a grande verdade contida nas palavras de Nosso Senhor: Meu reino não é deste mundo!
E me veio à mente os dizeres de uma Placa Ridícula contendo a grande pergunta da humanidade: “Haverá Vida após a Morte?” E a irônica resposta: “Mexa na minha Moto e você saberá!”.
Rindo disso, mas com a idéia precisa de que a vida não se acaba na sepultura, que a vida é eterna, que a vida corporal é apenas uma curta passagem por aqui, eu fortaleço mais a minha fé em Deus.
“Há muitas moradas na casa de meu Pai” (João 14, 2).
Pensando nessas moradas, que estão sendo preparadas para toda a humanidade e nas promessas do Cristo de que onde Ele estiver nós estaremos também, levantei-me fortalecido, animado, disposto a enfrentar as vicissitudes da vida com muito amor para me preparar para o Reino Celeste.
O homem pintou com muita criatividade os tormentos do inferno, mas nunca pôde representar as alegrias do Céu. Sabe por quê? Porque até agora só pôde falar daquilo que conhece pela experiência: penas e misérias.
Mas o homem pode se elevar espiritualmente praticando o bem, deixando todo o mal para trás.  E à medida que se eleva e se purifica, seu horizonte se amplia e começa a compreender e sentir a felicidade das claridades celestes.
“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim” (Chico Xavier).
Fonte: Adaptação de textos dos Capítulos 2 e 3 do Evangelho Segundo o Espiritismo.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A LIÇÃO DO FOGO

“Se consegui ver mais longe foi porque me apoiei em ombros de gigantes”.
(Isaac Newton)



Um membro de um determinado grupo, sem nenhum aviso deixou de participar de suas atividades.
Após algumas semanas, o líder daquele grupo decidiu visitá-lo. Era uma noite muito fria.
O líder encontrou o homem em casa sozinho, sentado diante da lareira, onde ardia um fogo brilhante e acolhedor.
Adivinhando a razão da visita, o homem deu as boas-vindas ao líder, conduziu-o a uma grande cadeira perto da lareira e ficou quieto, esperando.
O líder confortavelmente acomodou-se no local indicado, mas não disse nada. No silêncio sério que se formara, apenas contemplava a dança das chamas em torno das rachas de lenha que ardiam.
Ao cabo de alguns minutos, o líder examinou as brasas que se formaram e cuidadosamente selecionou uma delas, a mais incandescente de todas, empurrando-a para o lado, voltou então a sentar-se, permanecendo silencioso e imóvel.
O anfitrião prestava atenção a tudo e quieto.
Aos poucos a chama da brasa solitária diminuía, até que seu fogo apagou-se de vez, e o que antes era uma festa de calor e luz, agora não passava de um negro, frio e morto pedaço de carvão recoberto de uma espessa camada de fuligem acinzentada.
Nenhuma palavra tinha sido dita desde o protocolar cumprimento inicial entre os dois amigos.
O líder, antes de se preparar para sair, manipulou novamente o carvão frio e inútil, colocando-o de volta no meio do fogo e quase que imediatamente ele tornou a incandescer, alimentando pela luz e calor dos carvões ardentes em torno dele.
Quando o líder alcançou a porta para partir, seu anfitrião disse:
- Obrigado por sua visita e pela belíssima lição. Estou voltando ao convívio do grupo. Deus te abençoe!

São conhecidos os ditados populares do tipo “uma andorinha sozinha não faz verão”; “a união faz a força, força é poder e poder é vitória”.
Diz um provérbio Chinês: “Se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando um pão, e, ao se encontrarem, eles trocam os pães, cada um vai embora com um... Porém, se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando uma idéia, e, ao se encontrarem, eles trocam as idéias, cada homem vai embora com duas”.
A lição do fogo – de autor desconhecido – é uma boa alegoria para se entender a importância da participação e de se viver em sociedade, e que cada um de nós é uma parte do todo harmonioso. 
Por isso, aos membros de um grupo, vale lembrar que eles fazem parte da chama e que longe do grupo eles perdem todo o brilho.
Aos líderes, vale lembrar que eles são responsáveis por manter acesa a chama de cada um e por promover a união entre todos os membros, para que o fogo seja realmente forte, eficaz e duradouro.
A todos, vale lembrar a frase de Bertold Brecht, que ganhou notoriedade com Raul Seixas: “Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só. Sonho que se sonha junto é realidade”.

sábado, 1 de outubro de 2011

A LIÇÃO DO "CHEF"

“Guarda meus ensinamentos como a pupila de teus olhos” (Provérbios 7,2).



Depois que eu me aposentei virei “Dono de Casa”. Agora sou “do Lar”. Faço compras, limpo a casa e até virei cozinheiro. E as experiências nessa nova lida me têm trazido muitos ensinamentos. Mexendo com as panelas e o fogão eu vou refletindo sobre a vida. E numa dessas ocasiões lembrei-me de uma valiosa lição de um “chef” de cozinha.
Ele estava mexendo com as panelas quando sua filha apareceu reclamando:
− Pai, as coisas estão muito difíceis pra mim! Já não sei mais o que fazer!
− Calma filha! Que estresse? Fique me ajudando aqui na cozinha que seu mau humor vai passar.
Diante da filha deprimida e cansada pelas lutas do cotidiano, ele encheu três panelas com água e as colocou para ferver.
Sem dizer mais nada, ele colocou cenouras na primeira panela, na segunda colocou ovos e, na última, pó de café.
Depois de uns vinte minutos ele apagou as bocas de gás. Retirou as cenouras e os ovos colocando-os em tigelas separadas. Pegou o café com uma concha e colocou numa vasilha.
Voltando-se para a filha, perguntou:
− Querida, o que você está vendo?
− Cenouras, ovos e café – ela respondeu.
− Como estão as cenouras?
− Nossa, estão macias! – disse ela depois de experimentá-las.
− Agora pegue um ovo cozido, retire as cascas e me diga como ele está.
− O ovo endureceu!– ela comentou.
− Pois bem! Quero que você tome agora um gole do café.
− Humm!!!... Que aroma delicioso! Mas o que significa tudo isso, pai?
− Significa minha filha, que cada um desses ingredientes enfrentou a mesma diversidade – água fervendo –, mas cada um reagiu de maneira diferente.
A cenoura estava forte, firme e inflexível, mas depois da fervura se tornou mole e frágil.
Os ovos eram frágeis. Sua casca fina protegia o líquido interior, mas depois de cozidos ficaram rígidos.
O pó de café, contudo, depois de colocado na água fervente, mudou a água.
Diante do silêncio e admiração da filha, ele prosseguiu, perguntando:
− Qual deles é você? Quando a adversidade bate à sua porta, como você responde? Você é cenoura, ou ovo, ou pó de café?
Persistindo o silêncio da filha, ele refez as perguntas assim:
− Você é como a cenoura, que parece forte, mas com a dor e a adversidade murcha e se torna frágil e perde a força? Ou será que você é como o ovo, que começa com um coração maleável, mas que depois de algumas dificuldades se torna difícil, inflexível, e duro de lidar? Ou será que você é como o pó de café, que muda a água fervente, a coisa que está trazendo dor, para conseguir o máximo de seu sabor, mesmo a 100 graus centígrados?
− Bem... Acho meu pai, que agora sou como o pó de café – ela respondeu –, pois quanto mais quente a água, mais gostoso fica o café!
− Minha filha, se você é como o pó de café, porque ficar estressada, chateada e deprimida? Se você é como o pó de café, quando as coisas se tornam piores, você se torna melhor e faz com que as coisas em torno de você também se tornem melhores!

E você? Qual deles você é?
Pense nisso!

“Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado” (Mateus, 6,34).

A MANEIRA DE DIZER AS COISAS

“Nada podemos contra a verdade; só temos poder em favor da verdade”.
(II Coríntios 13,8)



Comunicar-se bem é uma arte! E não é todo mundo que domina essa arte. Alguns são leigos demais e outros sofisticados ao extremo. Mas, o que realmente importa é a veracidade do conteúdo.
Jesus nos ensinou, em Mateus 5,37, pra dizer apenas “sim”, quando é “sim”; e “não”, quando é “não”. Pois o que for dito para, além disto, vem do maligno, ou seja, não corresponde a verdade.
Dessa forma, o Mestre nos ensina que devemos ter um compromisso sempre com a verdade. Porque, segundo João (3,21), “quem age conforme a verdade aproxima-se da luz; para que as suas ações sejam vistas, porque são feitas como Deus quer”.
Mas, o que é a “verdade”?
O conceito de “verdade” vem desafiando a humanidade por milhares de anos. Dizem que ela está em cada um de nós. Que depende de nossas vivências, conhecimentos, experiência, bagagem... Mas, fundamentalmente, “verdade” é o que é real. Que corresponde à fidelidade, constância ou sinceridade em atos, palavras e caráter.
A verdade, então, sempre deve ser dita, indubitavelmente, mas a forma como ela é dita é que faz a diferença.
Posso dizer que uma garrafa de água meio vazia também está meio cheia!
Dessa forma, a verdade deve ser comparada a uma pedra preciosa. Se a lançamos no rosto de alguém, pode ferir, provocando revolta. Mas se a envolvemos numa delicada embalagem e a oferecemos com ternura, certamente será aceita com mais facilidade.
Como nos ensina o causo de um sultão, que certa vez sonhou ter perdido todos os dentes.
Ele acordou assustado e mandou chamar um sábio para que interpretasse o sonho.
− Que desgraça, senhor! – exclamou o sábio. Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade!
− Mas que insolente, gritou o sultão. Como se atreve a dizer tal coisa?!
Então, ele chamou os guardas e mandou que lhe dessem cem chicotadas. Mandou também que chamassem outro sábio para interpretar o mesmo sonho.
E o outro chegou e disse:
− Senhor, uma grande felicidade vos está reservada! O sonho indica que ireis viver mais que todos os vossos parentes!
A fisionomia do sultão se iluminou e ele mandou dar cem moedas de ouro ao sábio.
Quando este saía do palácio um cortesão perguntou ao sábio:
− Como é possível? A sua interpretação foi igual a do seu colega. No entanto, ele foi chicotado e você levou moedas de ouro!
− Lembre-se sempre, amigo – respondeu o sábio –, TUDO DEPENDE DA MANEIRA DE DIZER AS COISAS... E esse é um dos grandes desafios da humanidade. Daí é que vem a felicidade ou a desgraça; a paz ou a guerra.
Diz o texto sagrado, em Eclesiástico (27,9), que “Cada passarinho aninha-se com outros da mesma espécie, e a verdade volta para aqueles que a praticam”.
De acordo com este pensamento, podemos transformar a verdade em nossa amiga e nossa aliada. Depende da embalagem! E a embalagem é o amor ao próximo, manifestado na indulgência, na compreensão, no carinho, na vontade de ajudarmos a pessoa a quem nos dirigimos.
Existem até técnicas pra isso. Uma delas consiste em dizer a verdade a nós mesmos diante do espelho, antes de dizê-la aos outros. A empatia – capacidade de identificar-se totalmente com o outro, colocando-se no lugar dele – é outra técnica que também pode ajudar. Pois a reação, que qualquer uma dessas experiências nos proporciona, pode modificar a nossa maneira de dizer as coisas.
“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8,32).

terça-feira, 13 de setembro de 2011

O PRINCIPAL DA VIDA

“Se houvesse amor entre os homens, a caridade seria mais bem praticada” (Pascal)



Na história do cristianismo, Pôncio Pilatos é o personagem que melhor exemplifica o Egoísmo. Pois, mesmo reconhecendo que Jesus era justo, preferiu lavar as mãos deixando-O ser conduzido ao suplício da cruz.
Pilatos pensou apenas nele, na sua posição diante da sociedade da época e, principalmente, do poder romano.
O egoísmo crucificou Jesus e tem levado ao suplício muitos inocentes. É uma chaga que tem que sumir da face da Terra, pois impede a evolução moral da humanidade.
O egoísta é um retardado moral, pois só pensa em si mesmo sem considerar o bem dos outros. Por isso o egoísmo é a causa de todas as misérias no mundo. Combater, pois, o egoísmo para transformar as pessoas deve ser o objetivo de todo cristão!
Precisamos derrotar a praga do egoísmo que ainda existe dentro de nós. E pra isso precisamos de muita força e coragem. Pois é muito mais difícil vencer a si mesmo do que vencer aos outros!
O egoísmo representa a falta de amor. Então, como combatê-lo? Somente usando as armas da caridade. Assim, mais sensíveis ao sofrimento do próximo, nós estaremos destruindo a indiferença que impede a manifestação dos nossos bons sentimentos. Essa é a missão do verdadeiro cristão!
Quando a caridade reinar na Terra o mal não mais prevalecerá!
A vida na Terra é muito curta. A morte destrói apenas o nosso corpo. A alma continua, pois é eterna. Meditemos sobre isso! Meditemos sobre o que é mais importante na vida!
O principal da vida não são os tesouros do mundo, mas os tesouros da alma, como na lição que tiramos, a seguir, da história de certa mulher pobre, que passando diante de uma caverna com seu filho no colo, escutou uma voz misteriosa que lá dentro lhe dizia:
− Entre e apanhe tudo o que você desejar, mas não se esqueça do principal. Lembre-se, porém, de uma coisa: Depois que você sair, a porta se fechará para sempre. Portanto, aproveite a oportunidade, mas não se esqueça do principal...
A mulher entrou na caverna e encontrou muitas riquezas. Fascinada pelo ouro e pelas jóias, pôs a criança no chão e começou a juntar, ansiosamente, tudo o que podia no seu avental.
Então, a voz misteriosa falou novamente:
− Você só tem cinco minutos.
Esgotados os cinco minutos, a mulher carregada de ouro e pedras preciosas correu para fora da caverna e a porta se fechou...
Lembrou-se, então, que a criança ficara lá e a porta estava fechada para sempre!!!
O mesmo acontece, às vezes, conosco. Temos uma vida inteira pra viver e, muitas vezes, somos advertidos: “Não se esqueça do principal!”.
E o principal são os valores espirituais, a responsabilidade, a oração, a vigilância, a família, os compromissos, os amigos, a vida!!!
Mas a ganância, a riqueza, os prazeres materiais nos fascinam tanto que o principal vai ficando sempre de lado...
Assim, esgotamos o nosso tempo aqui e deixamos de lado o essencial: “Os tesouros da alma”.
Que jamais nos esqueçamos, que a vida neste mundo passa rápido e que a morte vem inesperadamente. E quando a porta desta vida se fechar para nós, de nada valerá as lamentações. Portanto que jamais nos esqueçamos do principal!!!
“Se Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?”

domingo, 4 de setembro de 2011

O EGOÍSMO

“Nunca se viu egoísmo que não se queixe de ingratidão” (Emmanuel).



O egoísmo é uma dedicação excessiva que uma pessoa tem por si própria, esquecendo-se de considerar as necessidades e o bem dos outros.
Muitos confundem egoísmo com o egocentrismo. São coisas diferentes, porque o egocentrismo é exclusivo da pessoa que toma a si própria como referência para tudo.
O egocêntrico se considera o centro do universo, enquanto que o egoísta leva em conta exclusivamente os seus próprios interesses em detrimento do cumprimento dos deveres morais para com os outros.
Então, esta é a diferença básica: enquanto o egocêntrico se acha o mais importante, a figura principal e se preocupa com o que todo mundo pensa dele; o egoísta, ao contrário, não está nem aí com os interesses alheios, nem com o que pensam dele, pois vive obcecado pelos bens próprios.
O Egoísta está muito mais pra pão-duro, sovina, avarento... Pois pensando somente em si próprio, acaba se apegando demasiadamente aos bens materiais, principalmente, ao dinheiro.
É um verdadeiro muquirana! Termo este que vem do tupi “moki’rana”, e muito usado na nossa região como sinônimo de avareza.
Por falar nisso, conheci um cidadão que era o protótipo do muquirana, tal o apego sórdido que tinha pelo dinheiro. Um apego tão excessivo, que se poderia dizer que era um apego mórbido pelo dinheiro, ou seja, realmente doentio.
Tal era o seu egoísmo que nunca se casou pra não dividir nada com ninguém.
Todavia, em conseqüência de tanta avareza, ele ficou rico, mas também se tornou uma pessoa infeliz, pois não era bem-quisto na sociedade. Todos o viam com muita indiferença!
Contou-me um seu amigo, que no início de sua vida na roça, na hora do almoço, ele aparecia e tirava uma colher de comida do prato de cada um dos seus camaradas pra não precisar cozinhar. Explorava os camaradas e, dessa forma, ficava cada vez mais endinheirado.
De outra vez, me relataram que ele era tão muquirana, que mesmo depois de dono de muitas fazendas de gado, sempre que vendia uma novilha mandava o açougueiro guardar os ossos, dizendo:
− Essa ossada, cheia de gordura e cozida com macarrão vai muito bem! Dá pra comer a semana inteira!
 E assim ele viveu, por mais de meio século, rico e miserável, até que descobriu um dia que estava com câncer.
Eu o encontrei algumas vezes reclamando do mal que o atormentava. Nessas ocasiões ele me dizia:
− Essas dores me fazem pensar muito sobre a vida. Acho que o dinheiro em nada me adiantou. Se pudesse voltar atrás eu faria tudo diferente!
Pouco tempo depois, o miserável morreu atormentado: pela doença, pela preocupação com o dinheiro, pela falta de afeto dos familiares, pela falta de amigos... Dele ficou apenas uma lição de vida que serve para nossa reflexão!
Disse Emmanuel, pela mediunidade do Chico Xavier, que “O dinheiro pode proporcionar-te reconforto, mas o descanso da alma vem de Deus”.
Para Emmanuel (Paris, 1861), o Egoísmo, é a chaga da Humanidade, que tem que desaparecer da Terra, pois retarda seu progresso moral e a impede de elevar-se nas ordens dos mundos.
Pascal (Sens, 1862) considera o egoísmo como um sentimento oposto da caridade. Pois, sem a caridade não haverá paz alguma na sociedade; e diz mais: não haverá segurança. Com o egoísmo e o orgulho, que andam de mãos dadas, haverá sempre uma corrida favorável ao espertalhão, uma luta de interesses em que são pisoteadas as mais santas afeições, em que nem sequer os laços sagrados da família são respeitados.
Diante das lições de Emmanuel e Pascal, só nos resta trabalhar para que o egoísmo desapareça da face da Terra. E isso só é possível se cada um trabalhar pra transformar a si mesmo, desalojando de seu coração todo o resquício desse mal que assola a humanidade.
Quando isso acontecer, o ser humano não se esquecerá mais que somos almas eternas, vivendo uma curta existência terrena.