ABUSO DE AUTORIDADE

 

O abuso de poder é uma dívida social que cedo ou tarde deverá ser paga.

Um político corrupto – Chefão da Máfia – descobriu que seu Assessor Financeiro havia desviado dois milhões de reais do caixa.

O Financeiro era surdo-mudo. Por isto fora admitido, pois nada poderia ouvir e, em caso de um eventual processo, não poderia depor como testemunha.

Quando o Chefão foi dar um arrocho nele sobre o dinheiro desviado, levou junto a sua Advogada, que sabia a linguagem de sinais dos surdos-mudos.

O Chefão perguntou ao Assessor Financeiro:

— Onde estão os dois milhões que você desviou?

A Advogada, usando a linguagem dos sinais, transmitiu a pergunta ao Financeiro, que respondeu (em sinais):

— Eu não sei do que estão falando.

A advogada traduziu para o Chefão:

— Ele sinalizou dizendo não saber do que se trata.

O político mafioso, irritado, sacou uma pistola 45 e colocou-a na testa do já acuado Assessor, gritando:

— Pergunte a ele de novo!

A advogada, usando a linguagem de sinais, disse ao infeliz:

— Ele vai lhe matar se você não contar onde está o dinheiro.

— Ok! – sinalizou o Assessor Financeiro, em resposta. – Vocês venceram! O dinheiro está numa valise marrom de couro, que está enterrada no quintal da casa de meu primo Enio, no nº405 da Rua José Sobrinho, quadra 8, no bairro Santa Maria!

O mafioso perguntou à Advogada:

— O que foi que ele disse?

E a Advogada na maior cara-de-pau, respondeu:

— Ele disse que não tem medo de “veado” e que você não é macho o bastante para puxar o gatilho...

Abuso de Poder é uma afronta à Constituição, especialmente ao princípio de legalidade que a embasa. O Abuso de Poder pode ocorrer tanto em contextos públicos quanto em contextos privados.  Mas quando está estritamente ligado à atuação de agentes públicos trata-se de Abuso de Autoridade.

 

São espécies do Abuso de Autoridade tanto o excesso de poder como o desvio de finalidade. Mas há também o abuso por omissão, porque toda autoridade tem o poder-dever de agir, quando houver interesse público.

O uso indevido do poder por uma autoridade através da violência, coerção, intimidação, dentre outras práticas, tem graves consequências, como a violação dos direitos humanos e a corrupção.

A Autoridade que abusa de seu poder ou que dele se omite para tirar proveito para si, para sua família ou para outrem, sempre acaba se dando mal, pois o autoritário sempre encontra um mais esperto no seu caminho!

A autoridade tanto quanto a riqueza é uma delegação do Criador. Por isso, todo aquele que é depositário da autoridade, seja qual for a sua hierarquia, é apenas um encarregado de almas e responderá pela boa ou má administração e orientação que der, em função do grau de distinção ou prestigio que possua.

Quem manifesta virtudes que não tem ou que finge ter bons sentimentos, demonstrando uma falsa devoção religiosa, desviando muitos do bom caminho, com certeza também vai arcar com as faltas e vícios daqueles que o acompanham, em consequência de seu mau exemplo.

E sabe qual é o destino dele?

“O senhor desse servo virá no dia em que ele não o espera e na hora em que ele não sabe e o despedirá e o mandará ao destino dos hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes”. (Mateus, 24, 50 e 51).

Desviar uma missão do seu verdadeiro sentido é fracassar no seu cumprimento.

E ao cobrar o cumprimento da missão, o Eterno provavelmente estará perguntando àquele que dispõe de algum poder: Que uso você fez da sua autoridade? Não lhe fiz forte e lhe confiei os fracos para que, amparando-os, os ajudasse a subir até mim? Que mal você impediu? Que progresso promoveu?

Lembre-se do que nos alerta o cap. 22 do Apocalipse, quando nos diz que o momento está próximo e avisa:

“O injusto faça ainda injustiças, o impuro pratique impurezas. Mas o justo faça a justiça e o santo santifique-se ainda mais. Eis que venho em breve, e a minha recompensa está comigo, para dar a cada um conforme as suas obras. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Começo e o Fim”.