Aquecendo a Vida

Aquecendo  a Vida

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domingo, 20 de dezembro de 2020

TUDO DE BOM PRA VOCÊ!

 

Que neste Natal você tenha de tudo um pouco!...

Dezembro é um mês de muita alegria. É o mês das festas de Natal e do Ano Novo que se aproxima. É o mês das compras, dos presentes, das brincadeiras, das confraternizações...

É tempo de reunir a família, de preparar quitutes deliciosos... É tempo de novidades, de inspirar a solidariedade..., a Paz e o Amor.

Sem dúvida, as Festas de Natal e Ano Novo são de muita alegria. É um período que levanta o astral do povo brasileiro.

As casas se enfeitam, o comércio se embeleza e a cidade fica toda iluminada. A árvore de Natal é montada com muito carinho; os presentes escondidos... E tudo dá um toque especial a essa noite tão esperada! É a magia que está no ar!

Filmes comemorativos e histórias ajudam a encantar esse momento.

Então, para entrar no clima natalino, vejamos a seguir, uma antiga lenda de Natal austríaca, de autor desconhecido.

A Lenda da Vela de Natal

Era uma vez um humilde sapateiro que vivia em uma cabana, perto de uma pequena aldeia. Como gostava de ajudar os viajantes que passavam junto à sua casa durante a noite, o sapateiro deixava, todas as noites, uma vela acesa na janela da casa, para iluminar lhes o caminho.

Certa vez se deu uma grande guerra, que fez com que todos os jovens partissem, deixando a aldeia ainda mais pobre e triste. As pessoas da aldeia, ao verem a persistência do pobre sapateiro, que continuava a viver sua vida cheio de esperança e bondade, decidiram imitá-lo e, na noite de véspera de Natal, todos acenderam uma vela nas suas casas, iluminando assim toda a aldeia.

A meia-noite, os sinos da igreja começaram a tocar, anunciando boas notícias: a guerra tinha acabado e os jovens regressavam às suas casas!

Nessa hora, todos gritaram:

− É um milagre! É o milagre das velas! É o milagre do Natal!

Então, a partir daquele dia, acender uma vela na véspera de Natal tornou-se tradição em quase todas as casas.

Nessa época as pessoas atendem àqueles que os procuram com satisfação, com o rosto sorridente. E esse sorriso, que nada custa, cria muito... Dura um só momento, mas sua lembrança perdura pelo resto da vida.

Não se esqueça de que ninguém precisa tanto de um sorriso de alegria quanto aquele que não tem sorrisos para oferecer! Por isso, para refletir nestes momentos de euforia, desejo que você tenha, com sua alegria contagiante, um pouco de todos os sentimentos da vida.

Alegria – para você distribuí-la, colocando um sorriso no rosto de alguém.

Sensibilidade – para não ficar indiferente diante das belezas da vida.

Coragem – para colocar a timidez de lado e poder realizar o que tem vontade.

Solidariedade – para não ficar neutro diante do sofrimento da humanidade.

Bondade – para não desviar os olhos de quem te pede ajuda.

Tranqüilidade – para quando chegar ao fim do dia, você poder deitar e dormir o sono dos anjos.

Humildade – para você reconhecer aquilo que você não é!

Amor Próprio – para você perceber suas qualidades e gostar do que você é por dentro!

Fé – para te guiar, te sustentar e te manter de pé.

Sinceridade – para você ser verdadeiro, gostar de você mesmo e viver melhor.

Felicidade – para você descobrir que, quem tem um amigo, tem um tesouro.

Esperança – para fazer você acreditar na vida e se sentir uma eterna criança.

Sabedoria – para entender que só o Bem existe, o resto é ilusão.

Desejos – para alimentar o seu corpo, dando prazer ao seu espírito.

Sonhos – para poder, todos os dias, alimentar a sua alma.

Gratidão – a Deus, por estar com vida depois de uma longa pandemia. Aos familiares pelo apoio fraterno nos momentos difíceis de isolamento. Aos amigos e vizinhos pela solidariedade, compreensão, favores prestados e as correntes de orações, que nos fortalecem nas horas de tribulações.

Amor – para você ter alguém para amar. Para você desejar tocar uma estrela, sorrir pra lua. Sentir que a vida é bela, andando pela rua. Para você descobrir que existe um sol dentro de você. Para você se sentir feliz a cada amanhecer e saber que o Amor é a razão maior..., para viver. Mas se você não tiver um amor, que nunca deixe morrer em você, a procura..., e o desejo de encontrá-lo.

 

Feliz Natal e um Próspero 2021!


sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

VIDA FUTURA OU NADA

 “O que é o materialismo, senão o estado do homem que se afastou de Deus”. (Sartre).


Pedro e Henrique estudavam numa Universidade da Capital do Estado.

Eram dois jovens bem diferentes de formação. Pedro era filho de pais avessos à religião, somente preocupados com os recursos financeiros da família, necessários para dar ao filho um diploma universitário. Henrique, no entanto, era filho de pais religiosos. E recebeu na sua formação os princípios e valores do cristianismo.

Por essas coincidências da vida, ambos adoeceram de uma doença cardíaca, declarada incurável pela ciência. O veredito médico para ambos era estarrecedor: poderiam morrer dentro de alguns dias ou de alguns meses, mas não passariam de um ano.

Pedro, materialista convicto, cético de tudo na vida, descrente de Deus, logo ao saber do diagnóstico, abandonou os estudos e se entregou aos excessos de toda a espécie. E quando lhe mostravam quanto essa vida era perniciosa para a sua situação, ele contradizia:

− Que me importa isso, se só tenho no máximo um ano de vida? Para que cansar a mente se isso não me vale mais nada? Agora o que eu quero mesmo é me divertir; quero gozar até o fim o tempo todo que me resta de vida!

Henrique, ao contrário, além de cristão fervoroso era um pesquisador das verdades eternas difundidas pelos livros sagrados. Por isso, quando alguém o interrogava sobre a brevidade de sua existência na Terra, respondia com tranquilidade:

− A morte só destruirá o meu corpo! O meu Espírito continuará a viver!... Abandonarei o meu corpo como uma roupa usada... Pois sei que serei, numa vida futura, o que eu fiz de mim mesmo nesta vida. Levarei comigo tudo o que eu adquirir em qualidades morais e intelectuais. Sei que nada se perderá!... Aprender mais será uma conquista para o adiantamento do meu Espírito. Cada imperfeição de que me livro é um passo no caminho da felicidade. Sei que meu futuro depende da utilização de minha existência presente. Assim, é de meu interesse aproveitar o pouco tempo que me resta, evitando tudo que possa diminuir as minhas forças.

Nas vidas desses jovens temos duas doutrinas distintas. Com Pedro a consequência lógica do Materialismoa ideia do NADA, que tudo acaba no túmulo. E com Henrique a consequência do Espiritualismo – a crença na VIDA FUTURA, que continua após a morte.

Qual dessas duas doutrinas será preferível?

Os defensores do NADA depois da morte são exigentes nas suas reflexões. Mas, dizem, como verdades absolutas, princípios que são contraditados pela lógica e pela Ciência de nossos dias.

A VIDA FUTURA para eles é uma ideia muito vaga. Mais é probabilidade do que certeza. E na dúvida sempre fazem uma opção pelo Presente, afirmando a si mesmos: ocupemo-nos primeiro pelo que estamos vivendo agora, que o futuro virá por acréscimo.

Kardec, no livro Céu e Inferno, diz que “a necessidade de crer está na própria natureza do homem e ele sempre crerá desde que lhe deem o alimento espiritual em harmonia com as suas exigências intelectuais”.

Todo ser humano tem a intuição inata da VIDA FUTURA e, por isso, a crença na continuidade da vida, é bem maior que a ideia do NADA.

O pressentimento inato, intuitivo, do futuro diz no íntimo do ser humano que ninguém está perdido para sempre!

O medo da morte é apenas um freio para que ninguém deixe a vida terrena antes do tempo. Entretanto, esse medo diminui quando a pessoa compreende a VIDA FUTURA, quando descobre as forças transcendentais que nos impulsionam; que nos incitam ao Bem; e nos faz sentir a existência de um Criador do Universo.

O espiritualismo, fertilizado pelas boas ações, muda nossa frequência vibratória e nos liga a outras pessoas da Terra ou de outras dimensões espirituais, que estão em sintonia nessa mesma vibração.

Trazemos então para perto de nós amigos visíveis e invisíveis sintonizados no Bem e, assim, nos afastamos de qualquer energia negativa que possa manchar nossas ações.

Ao cultivar a prática do Bem no dia a dia a pessoa fortalece sua fé e fica preparada para lidar com todas as questões problemáticas relacionadas à família, à profissão, à saúde, à situação financeira, etecetera...

Para o crente a alma deixa de ser uma abstração para se tornar a certeza que lhe dá a esperança na VIDA FUTURA que o sustenta. 

sábado, 28 de novembro de 2020

QUANDO A EMOÇÃO NOS LEVA ÀS LÁGRIMAS!

 

“A emoção do nosso amor não dá para ser contida...” (Roberto Carlos).


A vida tem um sincronismo que às vezes nos assusta! É o caso do filme “Chico Xavier” de 2010. Para interpretar Chico Xavier foi escolhido o artista Nelson Xavier, que além do sobrenome comum, ambos tinham uma semelhança física impressionante. 

Sobre Chico Xavier, o ator Nelson Xavier deu o seguinte depoimento: “Ele [Chico] me mudou. Eu me tornei uma pessoa melhor...”.

E na coletiva com atores do filme, Nelson ainda disse: “A gente saiu muito no sentido de nos espelharmos um pouco nele. Mas, o que me conduziu foi essa emoção... Uma emoção que me fazia sentir identificado com ele [Chico]; porque a única explicação para essa emoção era a presença dele... Como uma coisa de contágio, de tomada mesmo, de invasão...”.

Contou que durante as filmagens teve um momento em que caiu em prantos. “Aquela emoção que te trava”. “Essa emoção é que me conduziu mais do qualquer outra coisa!”.

No pré-lançamento do filme, ao ser interrogado: por que foi às lágrimas? Ele respondeu: “Fui às lágrimas é uma expressão interessante, porque eu fui arrebatado pela emoção desde que comecei a ler o livro, há seis anos e que me apaixonei pela figura – que eu não conhecia nada e tinha ignorado”.

E na entrevista continuou dizendo: “Quando eu conheci a história dele [Chico] fiquei tão condoído! Meu Deus!... É uma história tão triste, a infância dele, a vida... Ele foi uma pessoa que sofreu tanto que eu disse ‘eu quero fazer’... ‘eu quero fazer esse personagem’. Eu descobri um santo!”.

Sobre o filme, Nelson Xavier ao vivo na TV, se emocionou, foi às lágrimas e pediu desculpas, ao repetir a seguinte frase de André Luiz:

“Haja o que houver, distribua confiança e bom-ânimo, porque a alegria é talvez a única dádiva que você pode ofertar sem possuir”.

E se emociona outra vez ao citarem outra frase: “A saudade é uma dor que acontece nos dois mundos”.

A emoção assim, que leva às lagrimas, é comum em muitas pessoas nas horas de comovidas preces. Mas, por que isso acontece?

Allan Kardec, no capítulo VII, do livro “O Céu e o Inferno”, nos dá uma resposta convincente sobre essa questão, que eu busco resumir, a seguir. 

O Espírito influi no cérebro e em outras partes do organismo. O Espírito é o artífice do próprio corpo que ele modela. Por conseguinte, as disposições morais do Espírito modificam as funções sanguíneas do corpo. E é por essa mesma razão, que uma pessoa sensível verte lágrimas com facilidade.

Não é a existência de lágrimas em abundância que dá sensibilidade ao Espírito, mas é a sensibilidade do Espírito que provoca a secreção abundante de lágrimas.

No caso do ator Nelson Xavier, sua sensibilidade “a flor da pele” se deveu à representação da personalidade mais sublime da nossa história – digna de um verdadeiro SANTO. E, provavelmente Chico Xavier se fazia mesmo presente nas filmagens! Iluminando o cenário e a todos com a excelsa luz do seu Espírito!

Portanto, não se incomode pelo choro na hora da emoção de uma prece. Não é choro de tristeza, não! Mas de felicidade! De arrebatamento! É a sua sensibilidade que se eleva ao Páramos Celestiais. E que capta a luz angelical dos seus mentores da espiritosfera. Isso é uma benção divina! Dê graças a Deus pela sua evolução!... Aleluia!...

Voltando a falar sobre a ação do Espírito sobre o corpo físico, ela é tão evidente, que muitas desordens orgânicas são produzidas por efeito de violentas comoções morais.

“A emoção põe o sangue a ferver” é uma máxima com fundamento! Pois, o que poderia agitar o sangue se não o Espírito por suas disposições morais?

Portanto, o temperamento de uma pessoa, pelo menos em parte, é determinado pela natureza do Espírito.

Então, considerando que o pensamento é uma energia; que as palavras são a expressão dos pensamentos; que os pensamentos veem do Espírito; e que o Espírito age sobre o corpo físico, descobrimos porque Jesus conclamava a todos para Orar e Vigiar.

Orar para aprimorarmos a nossa sensibilidade. E Vigiar para não cairmos em tentação, para resistirmos aos erros, que podem nos infelicitar a alma e adoecer o nosso corpo.

Orar e Vigiar para agirmos sem medo. Para termos confiança em Deus, que tudo sabe e tudo provê. Pois quando não tivermos mais saída para nenhum dos lados, nem para frente ou para trás, ou mesmo para baixo, pode crer que o socorro vem de cima... Vem do Céu!

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

DEUS CRIOU O MAL?

 

“O Mal é a ausência de Deus” (Einstein).


Meu neto mais novo, de sete aninhos apenas, tem Canal no YouTube, faz Lives, e ainda me ensina a lidar com E-mail, Blog, Instagram, Facebook, Messenger, Netflix, WathsApp, Twiter, e outros Apps baixados no Celular.

Em um dia destes, me fez algumas perguntas que fiquei perplexo! Queria ele saber: “sobre Galáxias”; “como é Deus”; “porque o Mal existe”; etc...

Busquei então, conectado ao Wi-Fi do Universo, uma ideia esclarecedora. E tive um insight!... Veio-me à mente as seguintes cenas do filme sobre Einstein (1879 – 1955) – o gênio da humanidade.

Numa Universidade de Berlim, um professor materialista, para desafiar os estudantes, pergunta ao aluno que ele sabia ser o mais frágil da turma:

− Deus existe?

O aluno respondeu convictamente:

− Existe sim Senhor!

− E Deus criou tudo que existe?

− Sim Senhor – respondeu o jovem.

O Professor então contrapôs:

− Se Deu criou tudo o que existe; então, Deus criou o Mal.

 O jovem se calou e a classe emudeceu, ficou imóvel, enquanto o Professor, feliz, sentia o gosto da vitória, e se regozijava por ter provado, uma vez mais, que a fé era um mito.

O Reitor da Universidade estava à porta assistindo aquele encontro, quando outro jovem ergueu-se levantando a mão e diz:

− Com licença Professor... Posso fazer uma pergunta?

− Claro que sim!

− Professor, o frio existe?

− Mas que raio de pergunta é essa?!... Lógico que existe. Você nunca sentiu frio?

− Na realidade, Professor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na verdade é ausência de calor. Todos os corpos ou objetos são passíveis de estudo quando possuem ou transmitem energia; o calor é o que faz que os corpos tenham e transmitam energia. O grau zero absoluto de temperatura é a ausência total de calor... E a ausência de calor chama-se frio.

− Professor, a escuridão existe? – continuou o estudante.

− Claro que existe!

− Você está errado Senhor. A escuridão também não existe. A escuridão é na realidade a ausência de Luz. Ninguém mede a intensidade da escuridão! Podemos estudar a Luz, mas a escuridão, não! Através de um prisma pode-se decompor a Luz branca nas suas várias cores com diferentes comprimentos de onda. Mas, a escuridão, não! Quando tem menos escuridão é porque tem mais Luz. Você diminui a Luz, mas você não aumenta a escuridão. A escuridão é uma definição utilizada só para descrever o que ocorre na ausência de Luz.

Para finalizar, o jovem pergunta:

− Professor, o Mal existe?

− Está querendo me desafiar? – responde o Mestre mal-humorado. –       Como o mal não existe? Olha pra fora! O que você chama as pessoas matando uma às outras? Isso não é o Mal?...!

− Não Professor! O Mal é simplesmente a ausência do Bem! O Mal é uma definição que o homem criou para descrever a ausência de Deus. O Mal não existe, ou pelo menos não existe por si mesmo. O Mal é a mesma coisa do frio ou da escuridão! Deus não criou o Mal... O Mal é o resultado da ausência de Deus nos corações dos seres humanos.

O Reitor entrou e perguntou:

− Jovem!... Qual é o seu nome?

− Albert Einstein, Senhor.

Pensando então nas respostas que eu daria ao meu neto, faltava apenas elucidar sobre a existência de Deus.

Peguei o Livro dos Espíritos, abri na primeira questão e mandei que meu neto lesse em voz alta. Lá está escrito:

1.      Que é Deus?

− Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.

Então, comentei: a pergunta é: Que é Deus? E não Quem é Deus? Sabe por quê? Porque Deus não é uma pessoa!

Segundo o cientista Gregg Braden, “Deus é puro amor, é energia e por ser energia, não morre, não desaparece, é imortal e está em todos os lugares”.

− Vô – perguntou o meu neto – nós também somos Energia?

− Sim, pois somos a imagem e semelhança de Deus! − Por isso, Jesus disse: “Vós sois deuses”. Deus está dentro de nós e quando nós estamos dentro do Amor de Deus, tudo é Luz; tudo é o Bem e o Mal não existe mais!

Fechei o livro imaginando, que a pergunta “Que é Deus?”, se fosse feita nos dias de hoje, talvez os Espíritos respondessem – penso eu! – que Deus é a Energia Suprema do Universo!

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

AJUDAR-SE A SI MESMO

 

“Deus ama aquele que se esforça para ajudar a si mesmo” (Ésquilo).


Na vida, quando alguém está em dificuldades, às vezes espera por um milagre, sem nada fazer para sair dessa situação. Mas o milagre não acontece!

Então se lastima, chegando até a blasfemar contra o Criador! Sente-se desamparado! Esquece, não obstante, que Deus sabe o que realmente lhe convém nessa situação.

Há um texto, no Evangelho Segundo o Espiritismo (Cap. XXVII, nº 8), que exemplifica muito bem o porquê disso. Fizemos algumas adaptações para melhor apresentá-lo com clareza, a seguir (em itálico). Eis a história:

Um homem estava perdido no deserto, sofrendo horrivelmente de sede. Em determinado momento sente-se desfalecer e deixa-se cair ao chão. Então, eleva sua mente aos céus e pede, em prece, ajuda de Deus.

Ele espera... Espera, mas nenhum anjo vem lhe dar de beber. No entanto, um Bom Espírito lhe sugere o pensamento de se levantar e seguir em determinada direção.

Ele, então, por um impulso instintivo, reúne forças, se levanta e avança ao acaso. Chegando a uma elevação do terreno, descobre ao longe um regato, e com isso recupera a sua coragem e diz:

− Que boa ideia eu tive! Que sorte eu tive, de tomar o caminho da direita e não o da esquerda; o acaso algumas vezes, nos ajuda de fato! Quanto me felicito pela minha coragem e por não me haver deixado abater!

Se ele fosse mesmo um homem de fé, por certo exclamaria:

− Graças, meu Deus, pelo pensamento que me inspiraste e pela força que me deste!

Mas, muitos perguntarão, por que o Bom Espírito não lhe disse claramente: “Siga este caminho, e no fim encontrará o que necessitas?”.

Ou, então, por que o Bom Espírito não se mostrou a ele, para guiá-lo e sustentá-lo no seu abatimento? Dessa maneira o teria convencido da intervenção da Providência.

Primeiro, para lhe ensinar que é necessário ajudar-se a si mesmo e usar as próprias forças. Depois, porque, pela incerteza, Deus põe à prova a confiança e a submissão à sua vontade.

Esse homem estava na situação da criança que, ao cair, vendo alguém, põe-se a gritar e espera que a levantem; mas, se não vê ninguém, esforça-se e levanta-se sozinha.

Se o anjo que acompanhou a Tobias lhe houvesse dito: “Fui enviado por Deus para te guiar na viagem e te preservar de todo perigo”, Tobias não teria nenhum mérito. Foi por isso que o anjo só se deu a conhecer na volta.

Diz um ditado: “Ajuda-te e o Céu te ajudará”. Sem dúvida, é uma máxima verdadeira, pois Deus não só ama cada um de seus filhos, como também dá assistência àqueles que buscam ajudar-se a si mesmo, dando-lhes coragem, paciência, resignação e sugerindo-lhes pensamentos e ideias dos Bons Espíritos, para que possa se livrar dos problemas que está enfrentando.

Dessa forma – ao atender suas preces –, Deus age para não ferir o seu livre-arbítrio, a sua decisão, a sua iniciativa, de maneira que a você restará todo o MÉRITO da ação que praticar.

Assim como o avanço ou o atraso dos ponteiros do relógio não destrói a Lei do Movimento, Deus não vai anular as Leis Naturais e imutáveis só pelos caprichos de cada um! Isso, porém, não quer dizer que tudo é fatalidade. Não existe acaso! Sempre há um propósito...

DEUS NÃO QUER é ver qualquer um de seus filhos vivendo como um instrumento passivo; como “rebanho”; como “gado”... Pois Ele nos deu inteligência para sermos cocriadores do mundo... Para que cada um de nós possa fazer a transmutação da sua natureza externa e interna.

Ajudando a si mesmo o homem transforma a sua natureza externa e cresce em inteligência; transforma-se interiormente e evolui moralmente.

Aos poucos sai da ignorância, da vida de mentiras, de maldades, de alienação... Tira a venda do sistema reinante de ilusão em que vive! Ou seja, sai da teia energética da matrix!

Acorda as potências adormecidas da sua alma e expande a sua mente para os valores do Espírito até o pleno DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA. E ganha LUZ! A Luz conquistada através das múltiplas experiências existenciais.

Segundo Vital Frosi: “A Luz é a lupa que mostrará os mínimos detalhes de cada consciência humana”.

“Tende [pois], uma consciência reta a fim de que, mesmo naquilo em que dizem mal de vós, sejam confundidos os que desacreditam o vosso santo procedimento em Cristo”. (I Epístola de São Pedro 3,16).

sábado, 7 de novembro de 2020

VICIOS DE ARBITRARIEDADE

 “Muitas vezes se diz melhor calando do que falando em demasia” (Pindaro).

 


A história que vamos relatar aqui registra um fato de arbitrariedade.

Arbitrariedade é o ato arbitrário, despótico, de tirania, injusto e cruel; o procedimento ou o comportamento caprichoso, sem qualquer fundamento, praticado no tempo do império, das ditaduras, mas também muito utilizado no atual relacionamento social.  

Antes de ir diretamente ao assunto, é preciso, porém, ressalvar alguns fatos conhecidos da história a ser narrada.

Sabe-se que Santo Estevão morreu apedrejado a mando de Paulo de Tarso (São Paulo). E este, em perseguição aos cristãos, caiu do cavalo às portas de Damasco, quando Jesus lhe apareceu.

Paulo se converteu ao Cristianismo e se tornou, a partir daí, no maior divulgador da Boa Nova do Cristo.

Feitos estes esclarecimentos, vamos ao curioso fato ocorrido com o pai de Santo Estevão, no ano de 34, na cidade de Corinto – colônia romana.

Ele, um velhinho israelita, buscava o mercado com um cesto nas mãos, quando foi alvejado com gargalhadas de ironia por um grupo de tribunos. Para se resguardar, em silêncio, se distanciou dos militares. Nesse instante um dos tribunos, em cujo olhar autoritário perpassava acentuada malícia, dele se acercou, interrogando-o:

– Olá judeu, como ousas passar sem saudar os teus senhores?

O velhinho, pai de Santo Estevão, estacou pálido e trêmulo.

– Teu nome israelita?

– Jochedeb, filho de Jared.

– E por que não saudaste os tribunos imperiais?

– Senhor, eu não ousei! – explicou quase lacrimoso.

– Ah! Não ousaste? – rebateu o oficial com muita aspereza!

Ato contínuo tacou-lhe os punhos cerrados na cara, sem piedade.

– Toma! Toma cão asqueroso! Aprenda a ser agradecido! – gritava ao som das gargalhadas dos companheiros.

O velhinho cambaleou, mas não reagiu. Apesar da dignidade ferida, suportou a zombaria, desculpou-se e prosseguiu no seu objetivo.

Terminado a compra de peixe e legumes, ao regressar, deparou com novos grupos de tribunos e sentindo-se alvo de comentários deprimentes, o velho israelita considerou: – “Deverei saudá-los para evitar novos bofetões”. Inclinou-se, então, qual mísero escravo e murmurou tímido:

– Salve valorosos tribunos!

Mal acabou de o dizer e um oficial exclamou colérico:

– Que é isso? Um judeu a dirigir-se impunemente aos patrícios?

E novas bofetadas no rosto do infeliz, até jorrar sangue pelas narinas.

– Safa-te, insolente! – gritou o agressor, lhe desferindo mais um soco.

O velho Jochedeb buscou o lar, profundamente humilhado, onde foi consolado pelos conselhos e afeto do filho Jeziel (Santo Estevão).

Para o tirano é assim: apanha se saudá-lo e apanha por não saudá-lo. É como diz o ditado: “se correr o bicho pega e se ficar o bicho come!”.

Na sociedade atual existem muitos resquícios desse despotismo. São os vícios de arbitrariedade! Como os daqueles que não concordam com nada! Estão sempre “contra tudo”! Só sabem falar “não”! Você começa falar e ele já lhe interrompe só para contradizê-lo, dizendo: “Não foi desse jeito que aconteceu”; “assim não é possível!”.

Quando pede a sua opinião e você começa a explaná-la, ele não lhe deixa continuar. Você é interrompido tantas vezes, que fica calado, só escutando e tentando entender tanto desrespeito.

Isso quando ainda não faz um julgamento negativo, condenando as pessoas citadas por você. E, dessa forma, despreza completamente o que Jesus recomenda: “Não julgueis, e não sereis julgados” (Mateus, 7,1).

Só ele sabe! Só ele tem razão! Só ele é dono da verdade!

São criaturas sem escrúpulos, sem um pingo de indulgência, que não sabem pedir: por favor; dá licença; permite-me... Só sabem mandar e repreender! Sem dúvida, esses são os déspotas da família, da entidade... São enfim, os tiranos da vida social, porque nada está bom para eles!

Você já viu alguém assim? Você tem que “matar um leão por dia” para conviver com ele! Difícil de carregar! Você nem acredita quando se livra dele!

Gente assim, ainda vive na ilusão da “matrix”; ou pode estar aparentando desvio de personalidade: pela falta de respeito, consideração; pelo diálogo difícil; por insatisfação; etecetera...

Com certeza, só vai se corrigir se fizer autoanálise... Ou se adotar o ensinamento socrático “conhece-te a ti mesmo”, para expandir sua consciência!

Ou, ainda – como aconteceu com São Paulo –, se “CAIR DO CAVALO”!


sábado, 31 de outubro de 2020

COMBATE À FOME

 

“Pertence àquele que tem fome o pão que tu guardas...” (São Basílio).


Um tema relevante que deve ser debatido nas eleições municipais é sobre uma das causas mais nobres – a promoção da dignidade humana.

A Pandemia de Coronavirus já causa desemprego e fome. E a FOME é a mais aviltante calamidade social!

Apesar de o Auxílio Emergencial ter diminuído a pobreza em 23,7%, há ainda, segundo o IBGE, mais de dez milhões de brasileiros em situações de segurança alimentar grave.  E mais de um milhão e meio esperando cadastro no programa Bolsa Família.

Dentre estes, que passam fome, a mortalidade se sobressai. Se não fosse a conspiração da mídia convencional, que quase não aborda essa questão, os números dos que morrem de fome certamente assustariam e suscitaria a necessidade de se travar uma grande batalha pela erradicação da fome.

Aqueles que passam fome são “invisíveis”! E não sendo vistos pela mídia são pouco lembrados pelos parlamentos e palácios de governos.

Os candidatos destas eleições precisam ter propostas claras para essa gente marginalizada que tudo o que tem é Resto! Restos de farinha, de sal... Que tem fome também de esperança, de dignidade, de solidariedade!...

A Fome não é Fake!... É uma realidade que precisa ser enfrentada. Os necessitados choram de fome. E esse choro é diferente! É um choro-revolta de quem “já morreu muitas vezes”. Um choro que explode no peito de vergonha... E de indignação, porque o miserável – apesar da sua ignorância – sabe por intuição que a fome que passa não é obra divina; e sim, humana.

Existe uma cegueira moral e social! Esquecemos as recomendações de Jesus – previstas em Mateus (25,31-46)!

Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, [...] colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então dirá aos que estão à direita:

− Vinde benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo, porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes visitar-me.

Perguntar-lhe-ão os justos:

− Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber? Quando te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos? Quando te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar?

Responderá o Senhor:

− Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes.

Voltar-se-á em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá:

− Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos. Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; era peregrino e não me acolhestes; nu e não me vestistes; enfermo e na prisão e não me visitastes.

Também estes lhe perguntarão:

− Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão e não te socorremos?

E ele responderá:

− Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer.

E estes irão para o castigo eterno, e os justos, para a vida eterna.

Por quanto tempo ainda ignoraremos irmãos nossos que são castigados pela miséria?

O Político que deseja ajudar encontrará os meios necessários para isso. Basta desenvolver uma Política Municipal de Erradicação da Fome (Programa “Fome Zero”). Criação de um Centro Municipal Contra a Fome com Cadastro transgovernamental.

Pode-se inclusive criar Frentes de Trabalho; ou um Auxílio Emergencial Municipal para complementação de renda às famílias carentes.

Mas todos esses programas só alcançarão sucesso com a participação da sociedade. Como disse Betinho (1935 – 1997): “Só a participação cidadã é capaz de mudar o país”.

Para esse sucesso é preciso também lembrar que “Fora da Caridade não há Salvação”. Pois, a Caridade e a Compaixão fortalecem a nossa alma.

Então, como disse Frei Betto: “Não te deixes desiludir pelo mundo que te cerca. Saiba que és chamado a transformá-lo”.

“Mudar é difícil, mas não é impossível” – disse Paulo Freire.

“Faze justiça ao aflito e ao indigente" (Provérbios 31,9). Pois, quem planta o Bem haverá de colher um NOVO MUNDO!