“Deus ama aquele que se
esforça para ajudar a si mesmo” (Ésquilo).
Na vida, quando alguém está em
dificuldades, às vezes espera por um milagre, sem nada fazer para sair dessa
situação. Mas o milagre não acontece!
Então se lastima, chegando até a
blasfemar contra o Criador! Sente-se desamparado! Esquece, não obstante, que
Deus sabe o que realmente lhe convém nessa situação.
Há um texto, no Evangelho Segundo o
Espiritismo (Cap. XXVII, nº 8), que exemplifica muito bem o porquê disso.
Fizemos algumas adaptações para melhor apresentá-lo com clareza, a seguir (em itálico). Eis a história:
Um
homem estava perdido no deserto, sofrendo horrivelmente de sede. Em determinado
momento sente-se desfalecer e deixa-se cair ao chão. Então, eleva sua mente aos
céus e pede, em prece, ajuda de Deus.
Ele
espera... Espera, mas nenhum anjo vem lhe dar de beber. No entanto, um Bom
Espírito lhe sugere o pensamento de se levantar e seguir em determinada
direção.
Ele,
então, por um impulso instintivo, reúne forças, se levanta e avança ao acaso.
Chegando a uma elevação do terreno, descobre ao longe um regato, e com isso recupera
a sua coragem e diz:
−
Que boa ideia eu tive! Que sorte eu tive, de tomar o caminho da direita e não o
da esquerda; o acaso algumas vezes, nos ajuda de fato! Quanto me felicito pela
minha coragem e por não me haver deixado abater!
Se
ele fosse mesmo um homem de fé, por certo exclamaria:
− Graças,
meu Deus, pelo pensamento que me inspiraste e pela força que me deste!
Mas,
muitos perguntarão, por que o Bom Espírito não lhe disse claramente: “Siga este
caminho, e no fim encontrará o que necessitas?”.
Ou,
então, por que o Bom Espírito não se mostrou a ele, para guiá-lo e sustentá-lo
no seu abatimento? Dessa maneira o teria convencido da intervenção da
Providência.
Primeiro,
para lhe ensinar que é necessário ajudar-se a si mesmo e usar as próprias
forças. Depois, porque, pela incerteza, Deus põe à prova a confiança e a
submissão à sua vontade.
Esse
homem estava na situação da criança que, ao cair, vendo alguém, põe-se a gritar
e espera que a levantem; mas, se não vê ninguém, esforça-se e levanta-se
sozinha.
Se
o anjo que acompanhou a Tobias lhe houvesse dito: “Fui enviado por Deus para te
guiar na viagem e te preservar de todo perigo”, Tobias não teria nenhum mérito. Foi por isso que o anjo só se
deu a conhecer na volta.
Diz um ditado: “Ajuda-te e o Céu te ajudará”. Sem dúvida, é uma máxima verdadeira,
pois Deus não só ama cada um de seus filhos, como também dá assistência àqueles
que buscam ajudar-se a si mesmo, dando-lhes
coragem, paciência, resignação e sugerindo-lhes pensamentos e ideias dos Bons
Espíritos, para que possa se livrar dos problemas que está enfrentando.
Dessa forma – ao atender suas preces –, Deus
age para não ferir o seu livre-arbítrio, a sua decisão, a sua iniciativa, de
maneira que a você restará todo o MÉRITO da ação que praticar.
Assim como o avanço ou o atraso dos
ponteiros do relógio não destrói a Lei do Movimento, Deus não vai anular as Leis
Naturais e imutáveis só pelos caprichos de cada um! Isso, porém, não quer dizer
que tudo é fatalidade. Não existe acaso! Sempre há um propósito...
DEUS NÃO QUER é ver qualquer um de seus
filhos vivendo como um instrumento passivo; como “rebanho”; como “gado”...
Pois Ele nos deu inteligência para sermos cocriadores do mundo... Para que cada
um de nós possa fazer a transmutação da sua natureza externa e interna.
Ajudando
a si mesmo
o homem transforma a sua natureza externa e cresce
em inteligência; transforma-se interiormente e evolui moralmente.
Aos poucos sai da ignorância, da vida de
mentiras, de maldades, de alienação... Tira a venda do sistema reinante de ilusão
em que vive! Ou seja, sai da teia energética da matrix!
Acorda as potências adormecidas da sua
alma e expande a sua mente para os valores do Espírito até o pleno DESPERTAR DA
CONSCIÊNCIA. E ganha LUZ! A Luz conquistada através das múltiplas experiências existenciais.
Segundo Vital Frosi: “A Luz
é a lupa que mostrará os mínimos detalhes de cada consciência humana”.
“Tende [pois], uma consciência reta a
fim de que, mesmo naquilo em que dizem mal de vós, sejam confundidos os que
desacreditam o vosso santo procedimento em Cristo”. (I Epístola de
São Pedro 3,16).
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