Aquecendo a Vida

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sexta-feira, 22 de novembro de 2019

A PROSTITUTA


Disse Jesus: “Dou a minha vida pelas minhas ovelhas” ( João 10,15).


No livro “Na Luz do Evangelho” – psicografia de Sebastião Anselmo, pelo Espírito Tetsue –, encontrei a história, a seguir, na qual fiz adaptações e, ao final, uma reflexão sobre o tema proposto.
Raquel tivera uma infância infeliz: não conhecera seu pai e sua mãe, e com 11 anos já vivia sem arrimo e sem abrigo.
Marta, uma das irmãs mais velhas, apiedou-se da situação da irmã solteira e recolheu-a em sua casa.
Efraim, marido de Marta, reparando na beleza da cunhada, pôs-se a persegui-la insistentemente durante as ausências da esposa. E certa vez, durante uma ausência mais demorada da irmã, Raquel não conseguiu conter os desenfreados impulsos do cunhado, que a possuiu.
Envergonhada, fugiu de Naim e foi morar em Betânia onde, para sobreviver, arranjou emprego em uma taberna e rendeu-se à vida fácil.
Raquel tornou-se grande amiga de Maria, conhecida por Madalena, e estranhou quando esta lhe afirmou haver conhecido um homem diferente que a libertara da escravidão dos desejos da carne e lhe mostrara que se pode ser feliz vivendo na miséria ou na enfermidade.
Raquel quis conhecer o tal homem.
Quando Jesus passou por Betânia, hospedou-se na casa de Simão, o Lázaro.
Uma noite quando conversava com Lázaro e outros discípulos, Madalena chegou acompanhada pela amiga. Jesus parou de falar e fitou com seu olhar sereno e amigo os olhos de Raquel, que estremeceu e não conseguia desviar o seu olhar dos olhos do Mestre.
Após longo silêncio, Jesus disse:
‒ Raquel, tenho esperado por você.
Raquel, surpresa por ter sido chamada pelo nome, inquiriu:
‒ Senhor, de onde me conheces?
‒ Conheço uma a uma as ovelhas que o Pai me confiou – respondeu Jesus.
‒ Tens me esperado para que, Senhor?
‒ Para construirmos junto um reinado de Amor e Luz entre os homens.
‒ Não posso, sou uma prostituta.
‒ Todo aquele que se acomodou com os prazeres materiais, em detrimento dos valores espirituais prostitui-se de algum modo. Mas assim mesmo o Pai nos espera com os braços abertos.
Raquel, sentindo a força fluídica e o poder magnético de suas palavras, sentiu os olhos transbordarem de lágrimas e, caindo de joelhos, disse:
‒ Eis-me aqui, Senhor, que queres que eu faça?
‒ Quero que me auxilies a semear a boa semente do amor e do perdão nesta imensa seara que o Pai me confiou. Há muitos que, como você, vivem equivocados pensando que os prazeres da carne são a mais alta conquista alcançado pelo homem. Quero que me ajude a quebrar este mito. De hoje em diante quero que sintas o prazer de servir incansavelmente a todos que te cercam, sem jamais exigir coisa alguma em troca, perdoando e amando aos ofensores, amparando os fracos e iluminando o caminho dos tristes e vacilantes.
Quando o Mestre partiu de Betânia deixou uma Raquel renovada.
Após o desencarne do Mestre, ela e Madalena regressaram a Betânia onde serviram incansavelmente em nome do Mestre. Trocaram o abrigo pelo relento, a fartura pela necessidade, a posse pela privação, a saúde pela doença e, após longos anos de trabalho na construção íntima do Reino de Deus, trocaram a vida pela morte do corpo físico, e a morte pela vida do Espírito Imortal.
Simbolicamente, Raquel representa todos os pecadores da Terra, que Jesus espera um dia que possam semear a boa semente do amor e do perdão.
Jesus conhece a todos nós pelo nome, pois, em João 10,27, ele afirma que: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem”.
Todos nós podemos seguir Jesus! Não importa se somos pecadores, pois Deus nos espera de braços abertos. Basta fazermos o bem, amando o próximo como a nós mesmos, praticando a caridade!
O Mestre pede para quebrar o mito equivocado de que o prazer do sexo é a mais alta conquista.  E lembra àqueles, que condenam uma prostituta, de que também serão condenados por prostituir-se de algum modo. Por isso, não se deve condenar ninguém sem conhecer a sua história, a sua intimidade, o seu coração...
Deus julga a intenção! (L.E. 670).
“Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra” (João 8,7).

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