Aquecendo a Vida

Aquecendo  a Vida

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sábado, 30 de novembro de 2019

JOGUE FORA SUAS BATATAS


“Todo aquele que se irar contra seu irmão será castigado...” (Mateus 5,22).


A professora pediu aos alunos:
‒ Na segunda-feira cada um traga à escola uma sacola com batatas.
No dia marcado, a professora, depois de verificar que todos tinham atendido o seu pedido, deu uma tarefa a cada aluno:
‒ Separe uma batata para cada pessoa que te magoou ou que de alguma forma te fez sofrer. Escreva o nome da pessoa na batata e coloque dentro da sacola.
Eles pensaram, pensaram e foram lembrando uma a uma... Algumas sacolas ficaram pesadas! Quando todos tinham executado essa tarefa a professora avisou:
‒ Quero que cada um carregue essas batatas por onde quer que ande. Tá bem!
Com o tempo as batatas foram se estragando. Era um incômodo carregar a sacola e ainda sentir o mau cheiro. Além disso, a preocupação em não esquecê-la em algum lugar fazia com que deixassem de prestar atenção em outras coisas que eram importantes para eles.
A lição foi entendida pelos alunos; e a professora encerrou a tarefa, dizendo:
‒ Agora sabemos que carregar mágoas é tão ruim quanto carregar batatas, não é mesmo! Quando damos importância aos problemas não resolvidos ou às promessas não cumpridas, nossos pensamentos enchem-se de mágoa aumenta o stress e rouba nossa alegria. Alguém aqui sabe como resolver isso?
‒ Jogando fora as batatas! – disse timidamente um menino.
‒ Muito bem! Essa é a forma de deixar os maus sentimentos irem embora. Isso se chama PERDOAR.
Perdoar é a única forma de trazer de volta a paz e a calma.
Então, Joguem fora suas “batatas”!
Vamos lá. Sorriam!!!
As relações entre as pessoas devem ser sempre de concórdia e de união.
A mágoa é uma ofensa, um insulto à benevolência recíproca e à fraternidade. Contraria a lei do amor e da caridade, pois alimenta o ódio e o rancor. Por isso, assim como as batatas, deve ser descartada e jogada pra fora.
A mágoa é um veneno no coração. E o mundo está repleto de pessoas que têm sorrisos nos lábios e corações doentes, pelos dardos envenenados que atiram e recebem de volta. Não adianta leite e mel nos lábios se o coração não absorve esses alimentos.
A mágoa é o orgulho ferido por uma opinião contrária que faz a gente rejeitar as observações justas e repelir os mais sábios conselhos.  O magoado se volta contra tudo e contra todos. E essa atitude acaba alterando a sua saúde e comprometendo sua vida. Sabe por quê?
Porque a mágoa é uma prisão! A pessoa magoada fica permanentemente num looping mental; ou seja, num laço que a prende em torno de algo que a magoa. Como ela não consegue se desvencilhar disso, acaba sendo a primeira vítima de seu próprio ressentimento... E depois prejudica outras, pois a sua vibração negativa reverbera no ambiente em que vive e repercute nas pessoas a sua volta, que acabam dela se afastando.
E ninguém será o seu salvador, a não ser ela mesma! Somos o que vibramos!
A pessoa magoada é que precisa interiormente se modificar, para se libertar dos laços que a prendem; para sair da vibração negativa que a entristece.
Só pelo mal que a mágoa nos causa, já é o suficiente pra gente fazer esforços para dominá-la.  E nesses esforços se incluem, necessariamente, a reconciliação e o perdão das ofensas, assim como a gratidão a Deus pelas conquistas.
Transforme-se, que o seu interior renovado vai refletir na sua vida exterior... Vai refletir a satisfação de viver a paz e uma alegria incontida.
Para você que tem fé e acredita em Deus, o infinito passa logo ali, e o impossível já começa a acontecer!
É preciso, pois ter fé e crer, para experimentar a mudança e se condicionar a uma nova realidade. Pois, como disse Jesus: “quem não nascer de novo não poderá ver o Reino de Deus” (João 3,3).
E o Reino de Deus tem como lei a doçura, a moderação, a afabilidade e a paciência. Porque estas são as formas da manifestação do amor. Por conseguinte, a mágoa, como qualquer outra descortesia com o próximo, deve ser condenada e apagada de uma consciência que desperta.
Vós sois deuses! – disse o Mestre. Ou seja, cada um de nós é uma Centelha Divina; uma extensão de Deus. Você tem o poder de cocriar uma nova realidade.
Busque então a luz da sua essência, ilumine-se e ative um novo DNA dentro de si. Obviamente,... “SEM BATATAS”!

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

A PROSTITUTA


Disse Jesus: “Dou a minha vida pelas minhas ovelhas” ( João 10,15).


No livro “Na Luz do Evangelho” – psicografia de Sebastião Anselmo, pelo Espírito Tetsue –, encontrei a história, a seguir, na qual fiz adaptações e, ao final, uma reflexão sobre o tema proposto.
Raquel tivera uma infância infeliz: não conhecera seu pai e sua mãe, e com 11 anos já vivia sem arrimo e sem abrigo.
Marta, uma das irmãs mais velhas, apiedou-se da situação da irmã solteira e recolheu-a em sua casa.
Efraim, marido de Marta, reparando na beleza da cunhada, pôs-se a persegui-la insistentemente durante as ausências da esposa. E certa vez, durante uma ausência mais demorada da irmã, Raquel não conseguiu conter os desenfreados impulsos do cunhado, que a possuiu.
Envergonhada, fugiu de Naim e foi morar em Betânia onde, para sobreviver, arranjou emprego em uma taberna e rendeu-se à vida fácil.
Raquel tornou-se grande amiga de Maria, conhecida por Madalena, e estranhou quando esta lhe afirmou haver conhecido um homem diferente que a libertara da escravidão dos desejos da carne e lhe mostrara que se pode ser feliz vivendo na miséria ou na enfermidade.
Raquel quis conhecer o tal homem.
Quando Jesus passou por Betânia, hospedou-se na casa de Simão, o Lázaro.
Uma noite quando conversava com Lázaro e outros discípulos, Madalena chegou acompanhada pela amiga. Jesus parou de falar e fitou com seu olhar sereno e amigo os olhos de Raquel, que estremeceu e não conseguia desviar o seu olhar dos olhos do Mestre.
Após longo silêncio, Jesus disse:
‒ Raquel, tenho esperado por você.
Raquel, surpresa por ter sido chamada pelo nome, inquiriu:
‒ Senhor, de onde me conheces?
‒ Conheço uma a uma as ovelhas que o Pai me confiou – respondeu Jesus.
‒ Tens me esperado para que, Senhor?
‒ Para construirmos junto um reinado de Amor e Luz entre os homens.
‒ Não posso, sou uma prostituta.
‒ Todo aquele que se acomodou com os prazeres materiais, em detrimento dos valores espirituais prostitui-se de algum modo. Mas assim mesmo o Pai nos espera com os braços abertos.
Raquel, sentindo a força fluídica e o poder magnético de suas palavras, sentiu os olhos transbordarem de lágrimas e, caindo de joelhos, disse:
‒ Eis-me aqui, Senhor, que queres que eu faça?
‒ Quero que me auxilies a semear a boa semente do amor e do perdão nesta imensa seara que o Pai me confiou. Há muitos que, como você, vivem equivocados pensando que os prazeres da carne são a mais alta conquista alcançado pelo homem. Quero que me ajude a quebrar este mito. De hoje em diante quero que sintas o prazer de servir incansavelmente a todos que te cercam, sem jamais exigir coisa alguma em troca, perdoando e amando aos ofensores, amparando os fracos e iluminando o caminho dos tristes e vacilantes.
Quando o Mestre partiu de Betânia deixou uma Raquel renovada.
Após o desencarne do Mestre, ela e Madalena regressaram a Betânia onde serviram incansavelmente em nome do Mestre. Trocaram o abrigo pelo relento, a fartura pela necessidade, a posse pela privação, a saúde pela doença e, após longos anos de trabalho na construção íntima do Reino de Deus, trocaram a vida pela morte do corpo físico, e a morte pela vida do Espírito Imortal.
Simbolicamente, Raquel representa todos os pecadores da Terra, que Jesus espera um dia que possam semear a boa semente do amor e do perdão.
Jesus conhece a todos nós pelo nome, pois, em João 10,27, ele afirma que: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem”.
Todos nós podemos seguir Jesus! Não importa se somos pecadores, pois Deus nos espera de braços abertos. Basta fazermos o bem, amando o próximo como a nós mesmos, praticando a caridade!
O Mestre pede para quebrar o mito equivocado de que o prazer do sexo é a mais alta conquista.  E lembra àqueles, que condenam uma prostituta, de que também serão condenados por prostituir-se de algum modo. Por isso, não se deve condenar ninguém sem conhecer a sua história, a sua intimidade, o seu coração...
Deus julga a intenção! (L.E. 670).
“Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra” (João 8,7).

domingo, 17 de novembro de 2019

VIDA CONTEMPLATIVA


“Deus lhe pedirá contas do bem que não houver feito”. (L.E. questão 657).


Conheci, na mocidade, um agricultor que ganhou um bom dinheiro numa safra. Pagou as dívidas e comprou um fusca zero km, bem equipado, com direito a entrega na sua casa, na zona rural, com fotos e entrevista para publicidade.
Ninguém via o fusca rodando. Estava sempre novo, parado na garagem. Mas se alguém perguntava sobre a rodagem do carro, o dono meio acanhado logo dizia: “tá zero km”. E se desculpava: “ainda não tirei a carteira de motorista”.
O tempo passava..., e continuava o fusca lá na garagem! A esposa e nem os filhos podiam usufruir daquela máquina!
Nenhum motorista podia utilizar o carro. E agora ele se justificava de outro jeito: “tô aguardando comprador; é carro de garagem, zero km; valorizou!”.
Alguns anos depois ele adoeceu e os familiares resolveram usar aquele veículo para levá-lo ao hospital. Mas quem diz do carro pegar! Ele acabou sendo levado de ônibus, encalhando na estrada, chegando ao hospital sofrendo muito. Um dia depois não resistiu e veio a falecer.
Quando os herdeiros resolveram consertar o carro, foram surpreendidos com a má notícia dada pelo mecânico: “É... Acho que o motor tá fundido!”.
Final da história, o fusca foi vendido pela metade do preço de tabela.
Lembrei-me deste episódio verídico como analogia ao tema ora proposto.
Vida Contemplativa é uma vida mística de devoção, de meditação, de crença numa divindade e no sobrenatural.
A Vida Contemplativa ou Mística, simbolicamente é como o veículo parado, que não sai do lugar ou que só fica na garagem. Tem alguma utilidade? Não! Pois é um carro inútil, sem serventia.
A pessoa que se isola para não se expor ao pecado ou às tentações da vida, e se entrega a uma Vida Contemplativa, meditativa, só de rezas aos santos, anjos, espíritos ou ao Criador, mesmo não fazendo nenhum mal, não tem mérito algum aos olhos de Deus! Sabe por quê?
Porque é uma pessoa inútil à vida! Se não faz o mal, também não faz o bem. E não fazer o bem já é um mal – um pecado a ser reparado um dia.  E pior ainda é quando seus atos desmentem a doutrina que prega! Pois às vezes não faz o mal, mas tira proveito do mal feito por outrem!
Devemos fazer o bem no limite de nossas forças; pois responderemos perante Deus por todo o mal que resultar de não havermos praticado o bem.
Pela Vida Contemplativa temos que pensar em Deus, mas só isso não basta, pois Deus deu a todos nós deveres a cumprir na Terra, que exigem uma Vida Ativa (de ação!). Uma vida para agir com livre-arbítrio e obter o mérito daquilo que se faz de bem: como servir ao próximo; à família; lutar pelo desenvolvimento local; pela paz... Enfim, ser útil à humanidade.
Disse Paulo que “Assim como o corpo sem a alma é morto, assim também a fé sem obras é morta” (Tiago 2,26).
Da mesma forma podemos dizer que a fé mística, contemplativa, sem ações (obras) é morta. Não salva ninguém!
E Jesus dizia: “Traz-se porventura a candeia para ser colocada debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser posta no candeeiro?” (Mc 4,21).
Colocar a candeia debaixo do alqueire é impedir sua claridade. O Cristo quer que nossa luz espiritual seja colocada sobre o candeeiro, para que brilhe a todas as pessoas. Assim, seremos dignos de mérito aos olhos de Deus.
Quando o Mestre mandou “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo” estava também, de certa forma, nos ensinando dois preceitos:
Da AdoraçãoAmar a Deus – lei natural que está no nosso coração. E que consiste na elevação do pensamento ao Criador (Vida Contemplativa, de meditação) para sentirmos a Sua presença e recebermos a Sua proteção.
● Da EvoluçãoAmar ao Próximo – lei natural pela qual o ser humano traz em si o germe do seu aprimoramento (Vida Ativa, de ação). E que consiste na lapidação do Espírito por todos os meios de convivência e no aperfeiçoamento moral da alma através do amor fraternal, da solidariedade e da caridade...
Este preceito evolutivo visa tanto o progresso material quanto o espiritual. É aquisição de experiências que desenvolve a inteligência, educa e revigora a moral.
Buscando a perfeição espiritual o ser humano é feliz, pois chegará ao ponto de se aproximar de Deus e de poder vê-Lo em toda a sua glória eterna!  

sábado, 9 de novembro de 2019

SABEDORIA SALOMÔNICA

“Qualquer homem, mesmo perfeito, entre os homens, não será nada, se lhe falta a Sabedoria que vem de Deus” (Livro da Sabedoria 9, 6).



A Sabedoria protesta nas ruas e faz ouvir sua voz quando reclama: até quando os insensatos amarão a tolice e os tolos odiarão à ciência? Até quando o país terá representantes corruptos no poder?
É num governo honesto que há prosperidade. É no número de sábios que se encontra a salvação do mundo. Cultivemos, então, a Sabedoria.
Sabedoria não pode ser confundida com Cultura. Enquanto a Cultura vem de fora para dentro, a Sabedoria, ao contrário, nasce dentro de nós; pois vem do coração, da alma da pessoa.
De acordo com este conceito, um analfabeto, sem cultura, pode ser sábio se souber meditar sobre as verdades da vida.
As escolas poderão desenvolver a Sabedoria ensinando “o aluno a pensar” e adotando um “tratamento transversal” para as questões sociais. Para tanto, abordarão temas importantes que extrapolem obliquamente o currículo escolar – presentes sob as formas mais variadas na vida cotidiana.
Conforme essa ideia, valores e princípios democráticos de cidadania como o respeito, a responsabilidade, a transparência, a equidade, a paz, a sensatez, a moralidade e a ética, são fundamentais. Virtudes como a bondade, tolerância, paciência, caridade, amizade, generosidade, humildade, fraternidade, solidariedade, sinceridade e honradez, são também ensinamentos relevantes. Enfim, o currículo escolar do sábio do futuro não pode descuidar dos temas e de todas as atividades que possam desenvolver o pensamento lógico do aluno.
O rei Salomão legou à humanidade uma doutrina sobre a Sabedoria e ficou conhecido pela sensatez de suas decisões.
Duas mulheres se apresentaram diante dele certa vez, e uma delas disse:
– Ó rei Salomão! Eu e esta mulher moramos na mesma casa. Ela estava comigo quando tive um filho. Dois dias depois, ela também deu à luz um menino. Aconteceu que numa noite ela rolou sem querer sobre seu filho e o sufocou. Então, levantou-se enquanto eu dormia, pegou o meu filho e o colocou na cama dela. Depois, colocou o menino morto nos meus braços. Quando me levantei para dar de mamar a meu nenê, vi que estava morto. Mas, quando reparei bem, percebi que não era o meu filho.
– Não é verdade – retrucou a outra mulher. – Pelo contrário, meu filho é o que está vivo, e o dela é o que está morto!
– Não! – replicou a primeira mulher.
– O morto é seu, e o vivo é meu!
E a discussão prosseguiu assim na frente do rei. Até que Salomão mandou buscar uma espada e, então, determinou:
– Cortem a criança viva pelo meio e dêem a metade a cada uma delas!
Então, uma das mulheres falou:
– Podem cortá-la, pois, assim, ela não será nem minha e nem dela!
Mas a verdadeira mãe, com o coração cheio de amor pelo filho, disse:
– Senhor, não mate meu filho! Por favor, o entregue a esta mulher.
Aí então o rei deu a sentença final:
– Não matem o menino. Entreguem essa criança à segunda mulher, pois é ela a sua verdadeira mãe.
Esta decisão fez o povo admirar Salomão, pois viram que Deus lhe tinha dado Sabedoria para julgar com justiça.
A Justiça consiste no respeito aos direitos de cada um. Deus colocou esse sentimento no coração de cada pessoa. Portanto, a primeira obrigação do ser humano para ser sempre justo é respeitar os direitos dos seus semelhantes.
Eis, então, o critério da verdadeira Justiça: “Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles” (Mateus 7,12).
Como todos nós temos o livre-arbítrio para agir, compete ao Tribunal da Consciência de cada um, julgar todos os atos praticados. É a nossa própria Consciência que nos condena ou nos absolve. O remorso é um exemplo disso!
Por isso, na dúvida “Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados” (disse Jesus, em Lucas 6,37).
Mas, como pode alguém distinguir o certo do errado sem julgar, sem avaliar?
Portanto, para haver uma reta Justiça tem que haver um julgamento!... O próprio Mestre, contudo, recomenda: “Não julgueis pela aparência, mas julgai conforme a justiça” (João 7,24). Ou seja, julgue com Sabedoria, como fez Salomão.

sábado, 2 de novembro de 2019

APRENDA A VIVER COMO AS FLORES!


 “Na vida, seja um girassol: siga sempre a luz”.



Num velório, um velho e seu neto viam o cadáver galvanizado de flores, quando o jovem, curioso, pergunta:
‒ Vô, que significam as flores nesta homenagem póstuma de despedida?
‒ O singelo ramo de flor usado por amigos e familiares para as condolências no Velório ou no Campo Santo, serve para expressar toda a afetividade que envolve a perda de uma pessoa querida. A pujança do Amor está na beleza das flores, que reflete todo o esplendor da criação divina. A delicadeza das flores e a agradável doçura do aroma que exalam faz que a despedida seja suave e pacífica.
‒ Vovô, e as coroas de flores?
‒ Meu neto, o fruto nunca vem antes da flor! Pois a flor representa a essência da vida: o Amor presente em nós, que transforma lágrimas em sorrisos... Amor que um dia vai frutificar. Daí a forma circular da coroa de flores simbolizar a continuidade da vida: a Vida Eterna!
Ouvi isso e visualizei as coroas, com suas mensagens em letras garrafais, que ajudavam os familiares a encontrar forças para continuar... Então me lembrei de um aluno pedindo conselhos à sua Mestra.
‒ Dona..., alguns dos meus colegas falam demais, mentem e me caluniam.  O que devo fazer para não me aborrecer?
Aprenda a viver como as flores!
‒ Mas como é viver como as flores?
‒ Repare – disse ela, apontando para o jardim da escola. ‒ Estas flores nascem no esterco, mas são puras e perfumadas. Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas. É justo que você se angustie com as próprias culpas, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros o importunem. Os defeitos dos outros são deles, e, não seus. Se não são seus, não há razão para aborrecimentos. Exercitar, pois, a virtude é rejeitar todo mal que vem de fora. Isso é viver como as flores!
Não corra atrás das borboletas, cuide do seu jardim e elas virão até você!
Então, pensei no enterro e nas muitas questões que a morte ainda suscita.
O DIA DO VELÓRIO ou o DIA DE FINADOS é só um Dia Especial de preces pelos “mortos”, que estão vivos na espiritualidade. Um dia de irradiação mental, de pensamentos edificantes, de oração que eleva o padrão vibratório e dá serenidade ao ente querido já falecido.
E por que o tempo mínimo de 24h para o sepultamento deve ser respeitado?
Porque há casos de pessoas que podem retornar à vida durante o velório.
 Veja no evangelho o Caso de Lázaro! Ele provavelmente sofria de catalepsia – fenômeno este que tanto pode durar uma hora como alguns dias!
MORTE deve ser restrita à matéria, porque para o Espírito é só desligamento.
Ao nascer o Espírito se liga ao corpo por um laço energético, conhecido como “cordão de prata”, luminoso, flexível, semimaterial, intangível e invisível, devido a sua densidade tão sutil.
 A alma permanece com o “cordão de prata” até a “morte”, quando então se rompe e se desliga (como um fio elétrico que se tira da tomada!). Por isso, diz Eclesiastes (12: 1 e 6): “Lembra-te de teu Criador nos dias de tua juventude [...] antes que se rompa o cordão de prata”.
Segundo um Santo: “morreis todos os dias”. Ao dormir você fica por alguns momentos no mesmo estado em que ficará, de forma definitiva, após a “morte”. Então, os Sonhos e os casos de Êxtase, de Sonambulismo e de Letargia nada mais são do que estados de independência da alma, porém, sem o rompimento do cordão de prata!
Jesus, animado pelo Espírito de Deus, depois de assegurar que “nenhuma de suas ovelhas se perderá” (Lucas 15,4), ainda acrescentou: “Eu vim para que as ovelhas tenham vida e para que a tenham em abundância” (João 10,10); “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar” (João 14,2).
O Espírito é Imortal.  É uma centelha divina. O que morre é o corpo de carne.
Glória! Aleluia! Aleluia! Aleluia!
O desencarnado vive! Viiveeeee!...
E continua sendo o mesmo após sua passagem. Pois a “morte” não muda instantaneamente a índole de ninguém. O Espírito desligado, livre da veste de carne, pode, então, ouvir ou receber as vibrações mentais a ele enviadas!
E outra coisa: MORRER NÃO DÓI. O que dói é o que pesa na consciência. Como nos disse o Mestre: “[...] a cada um segundo suas obras” (Mateus 16,27).
Aprenda a viver como as flores para morrer e renascer para a Vida Eterna!