Aquecendo a Vida

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segunda-feira, 20 de março de 2017

O TRAJE NUPCIAL

“Meu amigo, como entraste aqui sem ter a roupa nupcial?” (Mateus 22, 12).



Uma mulher foi internada num hospital “quase morta”, numa situação de coma muito profundo. Nesse estado, encontrou-se com Deus: “Que é isso? Eu morri?” – perguntou ela ao Criador.
“Não, você morrerá daqui a 43 anos, 8 meses, 9 dias, 16 horas, 15 minutos e 36 segundos” – respondeu o Eterno.
Ao voltar a si, sabendo quanto tempo ainda tinha de vida, resolveu, naquele hospital, fazer uma lipoaspiração, uma plástica de restauração dos seios, plástica no rosto, no nariz, na barriga... E teve alta uma semana depois.
No dia seguinte, ao atravessar uma rua, foi atropelada por um veículo em alta velocidade, morrendo instantaneamente.
 Ao encontrar-se de novo com Deus ela perguntou: “Puxa, Senhor Deus, eu achei que tinha mais 43 anos de vida. Por que morri? Logo depois de toda aquela despesa com cirurgias plásticas?”.
E Deus, olhando-a nos olhos, respondeu: “MINHA FILHA, JURO QUE NÃO TE RECONHECI!”.
Pode rir!... Todavia, este caso induz a alguns questionamentos semelhantes aos proporcionados pela Parábola das Bodas, em Mateus (22, 1-14), segundo a qual o Rei tendo percebido que um homem não estava vestido com a roupa nupcial mandou que lhe atassem as mãos e os pés e que fosse lançado nas trevas exteriores, onde haverá prantos e ranger de dentes.
 Jesus compara então o reino dos Céus, onde tudo é alegria, felicidade, a uma festa de núpcias. E, como os primeiros convidados (judeus) não eram dignos e os convidados seguintes (fariseus e saduceus) recusaram comparecer à festa, mandou convidar todos aqueles que se encontravam nas encruzilhadas, bons e maus. Queria dizer com isso que a palavra iria ser pregada a todos os outros povos, pagãos e idólatras, e que estes, aceitando-a, seriam admitidos na festa celeste no lugar daqueles que, de alguma forma, rejeitaram o convite.
Vemos que, atualmente, ainda muitos se negam a comparecer a esse banquete celestial de núpcias por incredulidade, fanatismo, egoísmo, orgulho... Enganam-se aqueles que pensam que para isso basta ser convidado! É preciso, como principal condição, estar com o traje nupcial.
E a roupa de núpcias é aquela que veste o Espírito. Ou seja, é ter o coração puro e moldado pela prática da caridade. Pois, segundo a Lei Divina, fora da caridade não há salvação.
Não basta, pois, dizer-se cristão! Não basta ouvir a palavra divina! É preciso guardá-la e colocá-la em prática.
 Disse Jesus: "Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus" (Mateus 7,21).
E fazer a vontade divina é seguir a recomendação de Paulo na Epístola aos Gálatas, 6,2: "Ajudai-vos uns aos outros a carregar os vossos fardos, e deste modo cumprireis a lei de Cristo”.
A mulher, do referido acontecimento, ao saber que tinha ainda 43 anos de vida, deveria ter se preocupado mais com sua alma: fazendo uma lipoaspiração dos seus erros e vícios; uma plástica para recuperar valores e virtudes; uma cirurgia plástica do coração, para purificá-lo através da prática da caridade; um tratamento mental com a terapia do perdão...
De que adiantou a beleza do corpo se a sua alma continuou cheia de pecados? Cadê o traje nupcial de seu Espírito?
Sem a roupa nupcial, que embeleza o Espírito, ela não poderia mesmo SER RECONHECIDA!
A educação do Ser Espiritual deve ser nosso objetivo de vida. Urgentemente é preciso despir a velha criatura que somos, para deixar vir à tona uma criatura nova, transformada; iluminada com o traje nupcial, da mansidão, da humildade, da paciência, da indulgência, para conquistarmos a aceitação de nós mesmos e merecermos o banquete celeste que celeremente se aproxima da Terra. A Nova Era do Amor!
E, certamente, foi por isso que Jesus disse: Muitos são chamados e poucos os escolhidos (Mateus 22, 14).

Em recente sermão, o Papa Francisco condenou a “vida dupla” daqueles que “dizem uma coisa e fazem outra”, ao defender que é “melhor ser ateu do que católico hipócrita”. E isso vale para os membros de todas as religiões!

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